Ela é mais gostosa
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— Você está cansada.— Jasper insistiu no carro, fui no banco traseiro com Tara deitada no meu colo a garota dormia confortavelmente, a respiração regular e alta.
— Vou me cansar de você se continuar falando isso.— apontei para ele pelo retrovisor, irritada— Eu estou bem, juro. Cheia de energia.
— Com os cachorros nessa não te quero lá se as coisas ficarem feias.— Jasper franziu a testa com o olhar severo.
— Eu vou. Você vindo me buscar ou não.
— Até você chegar lá já teríamos ido embora.
— Eu iria do mesmo jeito apenas por teimosia.— ameacei, vi meu loiro revirar os olhos pelo retrovisor.— Isso está virando habito.— reclamei.
— Você está fazendo isso acontecer— ele riu— Por teimosia, meu Deus, você é impossível!
— Cala a boca, você me ama.
— Isso não muda o fato de você ser insuportável.— ele riu
— Ah!— exclamei com falsa surpresa— Como ousa chamar o amor da sua vida de insuportável? Não, melhor. A sua vida!
— Está hiper valorizando— Jasper riu quando fiz cara de choro— Estou brincando, estou brincando! Você sabe que você é tudo para mim.
— Prove que me ama me levando a reunião, então.— falei, Jasper revirou os olhos de novo parando o carro no nosso destino. Ele virou o tronco na minha direção me encarando com ceticismo.
— Leve sua amiga para dentro, Becca, e descanse.
— Você vai voltar em breve, não é?
— Vou. Eu prometo.— ele me estendeu o dedo mindinho, sorri com a atitude e retribui envolvendo o dele com o meu. Me inclinei para lhe dar um beijo rápido no rosto e sacudi Tara para acordá-la. Ela gemeu e bateu no meu joelho, irritada.
— Vamos, Tara, chegamos em casa.— dei tapinhas leves no rosto da garota e ela fez careta abrindo os olhos.
— Só mais um pouquinho. Aqui está tão bom.— ela grunhiu, ao menos consegui fazê-la se sentar. Coloquei seu braço por cima do meu ombro e a empurrei para fora do carro. Bella estava saindo do Volvo de Edward e veio em meu socorro, não nos falamos até entrar em casa. Tudo o que ela murmurou foi:
— Vou levar Charlie para o quarto— e marchou em direção ao nosso pai que roncava alto no sofá. Levará certo tempo para ela me perdoar pela sugestão dos lobos lutarem por nós, decidi dar-lhe espaço para tal. Levei Tara para meu quarto e a empurrei para a cama. Ela não precisou de um minuto para voltar a roncar. Cobri a garota após tirar seus saltos e desci para a cozinha, ansiosa. É meia noite e alguma coisa, não é porque eu sou humana que eu tenho que dormir tão cedo, apesar de ter acordado cedo... e ter tido um dia bem longo... ah! Acorda! Fiquei ziguezagueando pela minha casa, tentando não fazer barulho. Tomei um banho frio, mas me arrependi tendo que tive que me cobrir em dobro, o clima não está no seu melhor dia. Dei até mesmo voltas na frente de casa pensando seriamente em ir até a casa dos Cullen para me tranquilizar com a presença de Jasper. Ás duas horas meus pés doíam e eu estava começando a ficar com dor de cabeça, decidi ir até Bella. Abri sua porta sem bater e como esperava ela estava colada á Edward. Os dois me olharam calados e imóveis.
— Edward, pode me dar um minuto com minha irmã, por favor?— pedi com calma. Edward tirou as mãos de Bella de si e saiu pela porta do quarto após me cumprimentar com um aceno com a cabeça. Bufei incomodada com ele não ter entendido o pedido de licença. Olhei para Bella e ela desviou o rosto para a janela, zangada. Suspirei e me sentei perto dos seus pés na cama, agarrando seu calcanhar.— Não pode ficar zangada comigo para sempre.
— Por que você deu aquela ideia, hein?— indagou ela, arisca, sem me encarar.
— Eles chegariam a uma conclusão assim uma hora ou outra.— me defendi— Acha mesmo que, sabendo dos vampiros a caminho, os cachorros iam ficar de fora?— eu ri sozinha, acostumada demais com esse apelido. Bella me fulminou com o olhar e meu humor evaporou novamente.— Não me culpe, Isabella.
— Eu preciso de alguém para culpar.— ela murmurou.
— É melhor arranjar outra pessoa.— reclamei, irritada por ter tentado fazer as pazes. Respirei fundo e me levantei.— Bom, que seja. Você quem sabe.
— Eles são crianças, Rebecca.— Isabella disse segurando meu pulso— Vão morrer, ou no mínimo se ferir gravemente.
— As chances de vitória são esmagadoras. Alice disse isso. E eles se curam rápido, você sabe disso tão bem quanto eu.
— Alice não pode ver o futuro com os lobos no caminho, você também sabe disso tão bem quanto eu. E se não haver nada a que curar?— ela me soltou bruscamente sofrendo adiantado, olhei para cima para tentar me poupar do seu pessimismo.
— Não sugue a energia de todo mundo, Isabella!— a repreendi— estão todos otimistas, é uma pequena vitória e isso basta para mim.
— Não para mim! Eu não vou suportar viver sabendo que um daqueles garotos morreu por nossa causa!
— Eles não vão morrer!
— Você não sabe disso! Já nós?— ela apontou para si e então para mim— Nós poderíamos fazer algo.
— Apenas atrapalharíamos, você não entendeu isso até agora?— elevei o tom de voz, furiosa. Nos encaramos com raiva por um longo momento e eu balancei a cabeça jogando as mãos para cima— Ah, que se foda! Quer ficar com raiva de mim, fique, mas eu dei uma ideia útil ao invés de sugerir repetidamente algo egoísta e de pura vaidade!— saí do seu quarto sem fechar a porta, pisando firme. Saí de casa, andando pela rua para me acalmar, não adiantou nos primeiros metros então decidi correr. Corri até perder o folego, até precisar de um bom tempo para deduzir onde estava. Ouvi meu coração martelar nos meus ouvidos e parei devagar, exausta, a rua vazia e escura era de dar arrepios, mas tudo que eu fiz foi me jogar no chão úmido e encarar o céu. Mal podia ver as estrelas graças às abençoadas nuvens, a venda cinza permanente e estraga prazeres. Fiquei em um silêncio profundo por uns bons minutos até meu corpo relaxar embora minha mente ainda debatesse em discussões imaginárias com minha gêmea.
Me assustei com o som de passos vindo na minha direção e me sentei olhando na direção do som. É Jasper caminhando tranquilamente e me encarando com um quê de preocupação. Voltei a me deitar.
Ele se deitou ao meu lado calmamente e me puxou para seu peito, abracei-o de lado procurando a calmaria que sua presença sempre me oferece.
— Como me encontrou?— sussurrei.
— Alice.— ele respondeu também encarando o céu noturno— Não está com frio?
— Nada que vá me matar.— falei em tentativa de brincar, mas não saiu nada do esperado.— Briguei com Isabella— fiz careta revirando os olhos.
— Por que?— ele quis saber.
— Ela insistiu naquela coisa de nos tornamos vampiras de uma vez, eu surtei e a chamei de egoísta e vaidosa.— contei o resumo.
— Você deve tê-la atingido melhor que eu. Dei-lhe uma bronca parecida, na festa. Acho que ela não gosta mais de mim.— ele riu.
— Deu uma bronca nela?— repeti, confusa.
— Não fique zangada comigo.— ele se adiantou, me olhando de canto com cautela— Mas a chamei de mesquinha e infantil por tratá-la daquela forma. Você está ajudando, não fez nada de errado.— ele disse beijando o topo da minha cabeça. Dei um sorrisinho.
— É... certamente, ela está zangada com nós dois agora.
— Eu sobrevivo— Jasper disse, indiferente. Nós rimos e ficamos em silêncio encarando o céu nebuloso e escuro.
— Jazz?— chamei quebrando o silencio pacifico.
— Hm?— grunhiu ele.
— O que de tão importante você queria me falar hoje?— perguntei, apoiando meu queixo em seu peito para ver seu rosto melhor. Ele fez uma careta engraçada.
— Não vai mesmo deixar isso para um momento melhor, não é mesmo?
— Não há momento melhor do que o agora.— filosofei. Jasper riu, me roubou um selinho e se sentou me puxando consigo.
— Talvez você esteja certa.— cogitou, me encarando sério.
— Não há um "talvez" na equação. Eu estou certa e ponto final.— Jasper sorriu e encarou minhas mãos, as tomando para si delicadamente.
— Acho que tenho medo de como você vá reagir.— falou sem me encarar.
— Experimente— incentivei, o encarando com a curiosidade elevada. Jasper respirou fundo e enfiou uma mão no bolso enquanto a outra continuava segurando as minhas.
— Eu estava esperando o momento perfeito. Sei lá, algo mais romântico, mas estava receoso de te sufocar de alguma maneira.— ele ergueu o olhar para o meu rosto, me encarava como se pedisse piedade. Aguardei pacientemente pela sua continuação— Eu não quero apressar nada, nem dizer que dependendo da sua resposta eu vá me magoar. Preciso que seja sincera.
— Não se preocupe com isso.— garanti abrindo um sorriso amigável. Jasper suspirou, puxou do bolso um anel e exibiu no meio de nós dois. Anel, ou melhor, uma aliança fina e delicada com uma pequena pedra de diamante. Arregalei os olhos em choque e minha boca se abriu enquanto meu coração se acelerava.
— Eu estava pensando em fazer o pedido há um tempo, mas as coisas se agitaram e eu fui adiando e adiando. Mas... Rebecca Swan, minha vida, meu âmago, minha deusa. Eu te amo mais do que tudo nesse mundo, você é o melhor caminho, é meu porto seguro— ele riu docemente— minha salvação. Apesar de ser insuportável muitas vezes, e teimosa por nada— ele riu quando lhe bati— e muito pervertida, eu ainda te amo. Eu não planejei muito bem um discurso— ele admitiu, envergonhado— mas eu preciso que você saiba que a eternidade não é nada sem você. Por favor, querida Becca, aceita ficar comigo... para todo o sempre?— ele me olhou com ansiedade, e eu gritei me jogando nos seus braços super agitada.
— Sim, sim, sim, eu aceito!— beijei seu rosto diversas vezes— ME DÁ ESSA ALIANÇA AGORA!— enchi-o de tapas perdendo o senso de como expressar meu ânimo com palavras, Jasper abriu um sorriso largo e segurou meu pulso esquerdo, me inquietei ainda mais ao ver que minha mão tremia enquanto ele deslizava a aliança pelo meu dedo anelar. Encaixou perfeitamente, eu senti que teria um ataque cardíaco.
— Gostou?— perguntou ele, com um sorriso alegre e aberto. É claro que ele sabe muito bem a resposta.
— Não, não, animal, estou me tremendo de frio, não de felicidade!
— Está com frio?— Jasper me olhou preocupado, faltei esganá-lo. Ele deslizou as mãos nos meus braços, movimentando para que eu me aquecesse com a fricção.
— Jasper— chamei segurando seu rosto com as duas mãos. Nos encaramos, nos contentando com a felicidade intoxicante que nos envolvia como um casulo de perfeição. Tudo foi esquecido, ao menos naquele momento, um momento nosso. Ri me achando ridícula pelo acordo que fiz com ele anteriormente e me recompus apenas para o óbvio: rosnei para ele, porque as palavras não eram suficientes. Que se foda se parecemos animais e idiotas fazendo isso.— Vamos fugir daqui quando não precisarem mais da gente, ok?— ele assentiu e me beijou profundamente, me deliciei até perder o fôlego, bati no seu ombro para que ele me deixasse puxar mais ar— Teremos muito o que fazer pela frente e eu não quero me casar no mesmo dia que Isabella, vai ser péssimo dividir um dos melhores dias da minha vida com ela. Já basta o aniversário!— comecei a planejar, ofegante, mas me freei com tudo ao me lembrar de um fato: Alice. Franzi a testa e encarei o loiro— Você ficou receoso por quê se Alice podia muito bem te dizer minha resposta?
Jasper colou nossas testas.
— Eu não queria saber sua resposta de mais ninguém fora você. Mas confesso que isso ficou me corroendo por semanas— ele riu.
— Como ousa? Parece até que não sabe o quanto eu te amo.— fiz-me de ofendida, Jasper encheu-me de beijos, causando-me cócegas.
— Nunca duvidei disso, meu amor. Só não queria te assustar.— falou distraído beijando meus pontos fracos, ou será que era para me distrair? Se sim, ele sabe que está sendo bem sucedido.
— Jasper— puxei seus cabelos tentado fugir de suas garras cheias de tentação e pecado.— Me dê dez segundos de vantagem— pedi divertida e ansiosa pela brincadeira como criança em dia de natal, ele me olhou curioso e me deixou escapar. Com o coração batendo forte, me levantei e corri do meu predador. Não fui longe e ele já estava na minha frente de novo, o sorriso cheio de malicia cintilava e os olhos brilhavam de desejo. Eu lambi os lábios maliciosa e recuei devagar. Pisquei e Jasper não estava mais na minha frente, eu bati as costas em seu peito mas quando girei para o encarar ele não estava mais lá. Girei tão rápido que fiquei tonta. Olhei a estrada mal iluminada, sozinha e cerrei os olhos, voltando a correr. Jasper veio para minha frente de novo e me agarrou me jogando no ombro, me debati tendo uma crise de riso.— Me coloque no chão!— exigi— O meu noivo vai te caçar até no inferno se você não me deixar ir!— Jasper riu e deu um tapinha na minha bunda beijando meu quadril.
— Ele tem que ir numa reunião agora, meu amor.— ele me lembrou, minhas energias foram sugadas pela constante falta de privacidade, parece que eu não fico com Jasper em paz nunca! E agora, por Deus, eu estou noiva! Tão rápido quanto foi sugada, a felicidade me encheu de novo— Quero ver se ele é tão rápido quanto eu!— Jasper zombou e disparou a toda velocidade para a floresta, me deixando tonta.
— Só para você saber: o meu noivo é bem mais gato!— provoquei praticamente aos gritos.
— Minha noiva também é muito mais gostosa— ele provocou de volta. Sorri e o abracei de ponta cabeça, não foi um dia tão ruim assim.
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