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Capítulo 4


Na manhã em que bateu na janela, Evangeline colocou na cabeça que iria à casa de Manuela atrás de conselhos, e antes mesmo de se vestir já mandara as cartas. Precisava de mais clareza entre as amigas e ontem foi mais uma razão para seu casamento estar nas últimas.

Na sala principal, deixou os filhos em cada cadeira e, quando já ia sentar, ouviu os filhos rindo e com sorrisos no rosto, viu os cabelos cacheados que roubaram seu fôlego entrando em seu campo de visão.

- Bom dia, papai! – Os três berraram para todos na casa e Evangeline acabou rindo, enquanto a cara de Joseph acabou sorrindo também, fazendo um carinho em cada criança, voltando para Evangeline e com um aperto firme no braço, ele deu um roçar de lábios na bochecha.

- Bom dia – Seus olhos a pegaram e tudo que fez foi sorrir, voltando ao suco.

- Bom dia, dormiu bem? – Pela cara de sono, a pergunta se alto respondia. Joseph não gostava de dormir sozinho desde a guerra e uma pequena parte nela queria que ele não conseguisse dormir e sentisse falta dela, mas também sabia que qualquer peso de uma mulher poderia substituir seu calor e amor ao homem à sua frente, a fazendo suspirar triste, chamando a atenção de todos os seus entes queridos.

- Não. – Foi tudo que os olhos escuros deram a ela, antes de sentar, a vendo de canto de olho. – Onde dormiu a noite?

- Dormimos na cama da vovó. – Magnos respondeu mais rápido que Evangeline, que evitou os olhos do marido.

- E por que dormiram lá? – A pergunta foi gentil às crianças, mas Joseph começou a ficar nervoso e preocupado.

- Porque você estava cansado, papai! – Respondeu Camélia, pensativa. – Pensando bem, você disse que não gosta de dormir sozinho. – Filhos, às vezes Evangeline pensava que poderia viver sem eles, porque eles estavam contando tudo para o marido, que a olhou buscando explicações.

- Quem falou que estou cansado, querida? – Joseph resmungou, pegando panquecas.

- Mamãe. – Dalia, sua doce menina, também gostava de entregá-la, por isso que não ligava para entregar eles por vezes.

- Hm, e você, esposa, vai falar algo? – Ele acabou rindo baixo.

- Para quê? Se meus filhos queridos falaram tudo. – Evangeline ficou apreensiva, ainda mais quando viu o mordomo. – Ótimo, até o empregado aparece. – Resmungou brava, queria ir à Manuela sem o consentimento do marido, não queria aqueles olhos a perseguindo pelos cantos.

- O que quer, James? – Joseph não estava mais calmo e o tom agressivo foi notado pelos mais velhos.

- Entrega a madame, senhor - James olhou para Evangeline buscando ajuda, que com um aceno entregou a ele. – Senhora, senhor! – e com uma reverência saiu.

- Obrigada pelo serviço. – Sorriu alegremente, pegando as cartas.

Quando James sumiu, as crianças brincavam com a comida e os dois discutiam com os olhos.

- Quem manda tão cedo? – Foi tudo que saiu entre as garfadas.

- As meninas, irei à casa de Manuela hoje enquanto as crianças têm aulas. – Abriu longe dos olhos do marido.

- Está saindo bastante com suas amigas. – Não era uma surpresa que o marido não gostasse das amigas da esposa, mas Joseph não amava as amigas de Evangeline, não gostava de ver como Rebeca era dura com a mulher, Gabriela sempre falava mal dos feitos da esposa e Manuela sempre foi doida.

- Você vai ao clube toda hora com os meninos. – O bico de Evangeline fez o marido rir baixo.

- Sim, isso é verdade. – Mas ele ia ao clube que o pai dela deixou aos seus cuidados, o clube dos cavalheiros de Mogi Mirim, onde um monte de cavalheiros ia para jogar cartas, fazer negócios e ter damas bonitas os servindo. Tinha as opções para os cavaleiros que não curtiam uma boa dama, mas isso não era o caso, o caso é que, no momento, Evangeline não o deixou explicar tudo sobre aquela loira maluca e com certeza aquelas malucas vão colocar pérolas na cabeça dela.

- Então, hoje irei à casa de Manuela, voltarei antes do almoço, acredito! – Bateu na bochecha, pensativa.

- Faça o que se sentir melhor para fazer. – Resmungo, terminando de comer as panquecas.

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