Capítulo 15
Que bom que nenhuma das meninas brigou com ela quando soube de sua carta!
Muito pelo contrário, elas gostaram?
- Então, espera que ele venha?
- Sim, é o que eu espero, Gabi. – Murmuro chateada quando foi para o menu naquele grande salão do navio.
- Gosto de como eles se inspiraram naquele navio, o Titanic? – Manuela murmuro, tocando em tudo.
- Preste atenção, ela deixou uma carta ao marido para vir atrás dela. – Rebeca resmungou a amiga.
- Isso é bom, quero que Miguel venha atrás de mim. – Manuela junta as mãos com um olhar sonhador. – Mesmo que ele poderia finalmente arrumar um filho agora que eu fui... – O tom melancólico faz Evangeline voltar e fazer um carinho na amiga.
- Ricardo nem mesmo deve ter notado. – Rebeca embarco na melancolia e Evangeline sabia que não queria entrar nessa paranoia. Joseph tinha falado que não fez nada, então ela queria uma prova de que ele a amava, então eles poderiam passar por tudo juntos.
Pensamento meio egoísta dela? Isso a fez se arrepender das coisas, principalmente de sair sem nem mesmo dar um tchau aos filhos, que com certeza devem estar tristes. Magnos e Camélia são bem sensíveis depois do que aconteceu no nascimento de Dalia e os deixar sozinhos não era uma boa coisa.
- Meninas, vamos lembrar do que viemos fazer aqui? – Gabriela puxou o ânimo. – Acredito que essa viagem pode melhorar muita coisa. – Esse ânimo da amiga veio depois de deixar o marido com a penca de seus herdeiros enquanto Gabriela visitava seus filhos adotados de vez em quando. Seus próprios filhos chegaram no juiz e falaram que iam com a mãe até o inferno. Isso fez o Gabriel perder muitos nomes, mas o mesmo já estava marcado por todos. – Vamos curtir e vamos voltar e resolver nossas vidas.
- Sim, porque o senhor Carlos estará me esperando para fazer uma corte. – Rebeca fez uma graça, brincando com os olhos enquanto Gabriela bateu na amiga com o leque.
- Pare de irritar, isso aí é inveja. – Manuela falou para o outro lado e as amigas se entreolham.
- Queria estar aqui. – Rebeca puxou a amiga na sua direção. – Inveja, acho que todas estamos aqui, até mesmo a Evangeline, não é mesmo? – Evangeline ficou surpresa com o incluído. – Além do mais, vi como você olha quando Carlos dá atenção à Gabriela. – Aquilo pegou a mesma em cheio e os olhos encheram-se de lágrimas. Gabriela tentou cortar sua amiga, mas Rebeca não ouviu. – E saber que no passado a gente queria que tivemos a atenção que Joseph te dava, não é? – Aquilo foi como uma estaca no coração de Evangeline, que acabou chorando.
- Olha o que você fez! – Gabriela rosnou e Rebeca ficou olhando cética.
- Não fiz nada, só falei a verdade. – Cruzou os braços.
- Nem sempre devemos falar a verdade. – Manuela resmungo brava com a amiga. – Às vezes acho que sente mais inveja de Evangeline do que pensa, por que sempre é tão dura com ela? Evangeline sempre tenta nos ajudar e, quando veio com suas dúvidas, você sempre pensa o pior dela. – Manuela, finalmente foco na pessoa certa e aquilo assusta Rebeca.
- Evangeline é muito sensível. – Até aí, Evangeline, aguento, mas o que veio depois fez ela ir para o quarto imediatamente. – Deve ser por isso que Joseph a traiu com aquela loira. – Rebeca tinha uma mania de destruir as pessoas quando contrariada, Ricardo também tinha esse ponto, por isso que ser amigo dos dois era uma faca de dois gumes, mas falar isso sabendo que não era verdade é cruel.
Manuela ficou chocada e Gabriela tinha uma feição brava.
Rebeca, no final, bebeu seu chá.
As três sabiam que não era verdade a traição de Joseph. Carlos tinha investigado a pedido do mesmo e descobriu que a loira saiu da casa da mãe de Evangeline. Descobriu também que a mãe de Evangeline tinha armado tudo pela briga das duas alguns verões passados, então a velha queria provar um ponto: todo casamento um dia acaba e que o filho veio de Gabriel. Se o casamento acabasse , a velha daria um belo dinheiro à loira.
Gabriel poderia colonizar um estado inteiro, pensou Manuela.
Mas é a piroca de ouro que engravidou a loira.
Então, depois disso, Carlos e os cavaleiros informarão as damas, mas nenhuma de fato pensou muito quando entrou naquele navio que Evangeline está tão melancólica.
O casamento sempre foi tudo pela amiga e agora as três brincavam com aquele sonho como se não fosse nada. Manuela e Gabriela decidiram cuidar daquele precioso presente, mas Rebeca não aceitava que tudo dava certo na vida de Evangeline, tudo sempre acabava rápido e bem para a moça do sorriso gentil.
Enquanto ela? Bom, seu marido nem mesmo a olhava direito e ela não chorava por aí. Além do mais, Ricardo, mesmo mostrando momentos de cuidado, ainda tinha seus olhares duros e...
- Sabe, eu me libertei quando Gabriel e eu nos separamos, - Gabriela volto para amiga plena. – Não acho que seria só o Gabriel a ser o ruim da relação, porque bem, você às vezes age que nem ele, mas diferente de Gabriel, acredito que você não seja uma pessoa tão ruim.
- Mas pense nisso. – Manuela falou o que não foi dito por Gabriela.
...
Evangeline e as demais ficaram num lugar belo.
Um hotel tranquilo perto da praia.
Os quartos pequenos e modestos, mais tranquilos, davam um ar de simplicidade. Evangeline logo foi puxada pelos filhos, deixando aquele lugar tranquilo num verdadeiro inferno, pulando na cama, puxando as cortinas, derrubando os vasos da varanda, isso sim seria um inferno.
E aquilo a fez rir.
Mesmo com o começo ruim com Rebeca, Evangeline jogou para longe.
Seus pensamentos frágeis não eram comparados aos da amiga e ela sabia disso. Joseph tinha mais chance de se desculpar com ela do que Ricardo, a versão masculina da esposa. Os dois eram muito cabeça dura e bem, tudo que precisavam era de uma calmaria.
Sem contar que seu marido jurou que não tinha dormido com a mulher quando ela acordou naquela casa de campo. Seus olhos pretos como carvão estavam quase avelã de tanto ele chorar, lágrimas que marcaram suas bochechas e olhos cobertos de lágrimas, sem contar que dormiu com os filhos ao seu lado enquanto passavam o último dia no desespero.
Então, abandonando a carta, queria ver se ele viria porque, mesmo sabendo que a loira não fez mal, ainda tinha coisas a resolver. Seu olhar de novo, quando ia se deitar com ela, ainda a marcava tanto.
- Já está pronta para encher a cara? – Gabriela entrou no closet. – Que vestido lindo. – A sinceridade de Gabriela sempre foi verdadeira.
- Violeta, como sempre, e você? – Evangeline deixou suas madeixas cacheadas para o vestido azulado de sua amiga. - Acho que nunca envelhecemos, não é?
- Não, dizem que os negros envelhecem diferentes. – Falou com deboche, fazendo mostrar a língua.
- Boa verdade, daqui a pouco está com 30 e nem tem rugas. – Manuela surgiu alegremente para um móvel.
- Sim, isso é verdade. – Rebeca entrou timidamente, ignorando o olhar feio de Gabriela enquanto Evangeline a empurrava de leve.
- Bom, então vamos. – Evangeline as guiou para a farra à noite.
Beber vinho deixou todas mais alegres, isso não foi uma mentira.
Ir a bailes e aproveitar vinhos de todas as cores e sabores foi o ponto alto da vida.
Dançar nos jardins como mocinhas a fez rir baixo. Enquanto rodavam fontes e se penduraram em postes de luz, recebendo olhares das portuguesas presentes, mas pela primeira vez Evangeline pouco ligou para aquela bagunça.
Gabriela cantou médio para as demais. "Beber, cair e levantar, beber, cair e levar." E assim as quatro começaram com o mantra divertido.
..
2 dias depois.
Evangeline, pela primeira vez naquela viagem, não aguentava mais beber, os sarais durante os 5 dias à noite a fizeram querer voltar a passar um tempo com os filhos, foi assim que numa tarde, colocando o chapéu e as luvas, seguiu para a praia. Andar e sentir aquela areia em seus pés foi a melhor coisa do mundo.
O mar calmo trazia tranquilidade e bem suas amigas pareciam mais tranquilas, foi assim que se sentou numa pedra e pode aproveitar um bordado que trazia na bolsa.
Manuela surgiu com Rebeca logo depois, se sentando onde as duas brincavam de cartas texturizadas que Manuela trouxe para fazer paciência.
E Gabriela veio com um livro tranquilamente ao seu lado, fugindo do sol.
- Posso dizer uma coisa? – Rebeca pergunto olhando o mar e sentindo a brisa tranquila.
- Fale, amiga. – Manuela murmuro, sentindo a carta.
- Sinto falta do meu marido. – Murmuro tristemente.
- Não consigo dormir bem, sem aqueles braços fortes em volta de mim. – Manuela complementou.
Isso fez Evangeline sorrir porque Joseph sempre faz carinho em sua cabeça na hora de acordar, mesmo distantes em toques, ele sempre fez carinho em seus cabelos e deixa um beijo em seu nariz.
- Sinto falta dos meus filhos. – Gabriela fechou o livro.
Com isso, Evangeline pensa em Magnos construindo um castelo de cartas e o mostrando, Camélia com suas pinturas e Dalia simplesmente ali ao lado de todos, mostrando suas bonecas na hora do chá.
- Quando é que eles vêm? – Evangeline, volto às amigas.
- Pegamos a embarcação rápida, - Manuela ponderou na areia. – Do jeito que eles saíram rapidamente de casa, vão pegar a lenta, ou seja, vão aparecer talvez amanhã. – 7 dias se passaram, então não deve demorar, foi o que ela não disse.
- Então, daqui a 12 horas eles vão aparecer? – Rebeca murmuro, divertida.
E aquilo fez todas rirem alto.
- Sim, então que tal agora irmos comer algo no café italiano, mas como Manuela chama café inferno. – Gabriela acabou gargalhando do bico que Manuela fez.
- Há, há, há, foi muito engraçado, foi sem querer. – Sua voz azeda mostra sua indignação.
- Será nosso café preferido agora, o café só nosso. – Evangeline murmuro alegre.
- Será nosso codinome. – Manuela concordo alegremente.
.
Na hora de volta, foi meio estranho.
Evangeline notou que homens as seguiam para a saída da praia.
A caminhada das quatro foi tranquila para as ruas pequenas de Lisboa.
Mas Evangeline continuou notando os homens as seguindo, apertando firmemente Manuela, que parecia tão alheia a tudo como as demais que conversavam sobre o primeiro baile de apresentação da sociedade. Evangeline só prestou mais atenção quando um dos homens surgiu na frente delas.
- O que pensa que está fazendo? – Gabriela soltou aos quatro ventos e, quando Evangeline deu conta, suas amigas estavam sendo jogadas dentro de uma carruagem.
Evangeline permaneceu parada, onde está congelada, sobre o homem bem à sua frente, maior que Miguel e com um rosto nada agradável. Foi triste, às vezes Deus não abençoa a gente com boa beleza como seu Joseph. Pensando nele, antes de sentir aquelas mãos fedendo a peixe tocarem em sua cintura, ouviu seu nome "EVANGELINE" e seus olhos seguiram para seu marido que correu na sua direção e o homem tudo que fez foi rosnar.
Rosnar? Evangeline não ficou apavorada, na verdade, ficou tranquila enquanto suas amigas surtavam gritando e bravejando.
Enquanto tudo que pensou foi que seu amado Joseph veio atrás dela.
- Por que sorri tanto? – O homem que a agarrou olhou sobre a bagunça das mulheres.
- Meu marido veio atrás de mim. – Evangeline, volto ao homem. – Sem contar que eu teria medo do meu marido, e principalmente do dela. - Apontado para Manuela. – Ele parece aquele monstro cheio de músculo.
- Mulher idiota, duvido que seu marido vai saber aonde vamos, - O homem esbravejou. – Se tiver sorte, vamos pedir... – Antes que o homem pudesse reclamar, um tiro foi ouvido, quase atingindo o homem que resmungo palavrões que doeram os ouvidos de Evangeline.
Evangeline conseguiu colocar a cabeça para fora e viu cavaleiros montados e bem seu marido no meio deles, voltando logo para dentro por culpa de Gabriela.
- Sua doida, do jeito que eles conduzem, sua cabeça vai estar corada ao meio. - A gritaria dela foi repreendida por homens e Manuela tampou os ouvidos pelos tiros, pelos berros e por toda a bagunça.
- Vi os nossos homens lá fora. – Derreteu e Rebeca ficou até na mesma euforia da amiga.
- Eles vieram? – Rebeca murmuro surpresa.
- Manuela, vi até mesmo Miguel. – Puxando a amiga para perto, que sorriu gratificada enquanto os bandidos olharam estranhamente para as quatro até que ouve um tranco e aí bom, aquela carroça saiu rolando com as quatro esbarrando.
- Minha nossa senhora. – Manuela gritou. – Eu sou cega, não quero ser paraplégica. – Gritou aos quatro ventos.
- Ninguém quer isso, não se preocupe. – Gabriela resmungo enquanto se levantava junto com Rebeca. – Nem quando eu bebia, sentia uma viagem tão louca quanto essa. – No meio dos destroços, Rebeca concordo, levantando toda dolorida, e Manuela finalmente se levantou calmamente.
Guardas da Marinha e militares apareceram de um lado e Gabriela viu até mesmo Carlos no meio dos amigos, isso alegrou o coração, mas conforme mais gente vinha, uma figura faltava ao lado de todas, cadê Evangeline?
- Cadê a Evangeline? – Manuela apalpa o vazio ao lado dela.
As duas olharam até que encontraram a amiga presa pelo pescoço e um homem com uma faca, mas, ao mesmo tempo, viram Joseph descendo de um cavalo estilo cavaleiro.
- Afasta essas mãos sujas da minha mulher. – Rosno e Evangeline permaneceram olhando ao marido que tinha uma raiva que a deixava doida, isso a fez repensar. Ela teria êxito em ver o marido com raiva? Aonde ela chegou com sua depravação? Isso a fez choramingar e o homem com a faca pressionar mais e o seu marido focou nela.
- Não tão rápido, pelo que vê, estou com sua esposa... – Antes de terminar, Joseph sacou uma arma? Onde ele arranjou isso? Evangeline foca naquele objeto prateado e, antes de qualquer coisa, ouve um tiro.
E aqueles tiros fizeram todo mundo abaixar, menos, é claro, a Manuela.
Evangeline sai dos braços do homem pulando em Joseph, que a puxou para trás de um dos pedaços da carroça.
- Você está bem? – O seu marido a apalpou em lugares que a fizeram bater nele, enquanto ele tudo que fez foi rir. – Tive tão preocupado com você, não tem nem noção. – Evangeline busco seus olhos e quando bateram em Joseph, seu lado carinhoso foi embora. – É bom ver que está bem, mas quando chegarmos no hotel vamos conversar. – Tudo que pode fazer foi assentir.
- Joseph. – Murmuro baixo.
- Nem começa, estou a poucos segundos de pegar você, coloca sobre meus ombros e me sacudir num lugar privado, - Sussurro bravo e sério. – Como pode fazer isso comigo... – A mágoa dele foi dura em seu coração.
Seus olhos saíram do marido, voltando ao campo daquela bagunça e dando de cara com Manuela parada no meio de tudo.
- Manuela. – Tentou levantar-se e ir atrás da amiga, mas o marido a segurou com força. – Deixe-me, vai se machucar.
- Você também, vai ficar aqui. – Resmungo, puxando-a para seu peito. Ele não deixará mais ela longe de sua vida e de suas mãos, nunca mais.
Antes que desse muito ruim, Manuela pegou uma frigideira e começou a seguir o assobio de Miguel. Bom, claro que no meio disso tudo ela foi acertando os homens que tentavam pegá-la enquanto o homem cheio de músculos estendia os braços.
- Ela está acabando com todo mundo com uma frigideira? – Um dos soldados murmuro para o outro, fazendo Evangeline acabar rindo baixo, pegou os olhos duros que Joseph ainda lançava a ela e isso a fez engolir a risada.
- Sistema de defesa. – Murmuro um dos marinheiros.
Manuela finalmente chegou a Miguel, mas quando todo mundo estava saindo das coisas, ela acertou Carlos em cheio, fazendo Gabriela dar um grito, e Joseph acertou o último bandido que estava atrás de Ricardo com um pedaço de pedra.
- Que mira? – Aquilo foi uma frase para ambos os casos. – Os brasileiros são sempre tão espontâneos.
- Desculpa, - Manuela murmuro em vergonha. – Ele é novo, não consigo identificar a sombra dele ainda. – Lagrimas vieram e Miguel bloqueou a imagem para os outros.
- Está tudo bem, Lady Manuela. – Carlos se levantou meio tonto.
- E a pedra que acerto o homem. – O marinheiro volta a Joseph com respeito.
- Queria acabar com tudo isso o mais rápido possível, - Seu tom sem emoção foi um alerta vermelho e Evangeline volto ao marido pensativa, sua mão nas costas dela mostrava outra coisa. – Mas acredito que ajudamos a pegar bandido e agora que temos nossas esposas de volta, acho que podemos cuidar delas daqui. – E aquele sorriso tímido foi galanteador aos machadados e Evangeline olhou para as amigas pensativa.
- Sim, senhor. – Foi tudo que o capitão falou e assim partiram.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro