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Parte 5

Destranquei a porta do meu apartamento recém mobiliado. Abro a porta observando o pequeno cômodo único. Meu apartamento é minúsculo, uma kit net para falar a verdade. A cama de casal ocupa quase um terço do espaço, em seu pé, um baú estofado azul celeste. Na parede em frente a cama, uma pequena tv smart. Isso, só no meu campo de visão do batente da porta de entrada.

Finalmente entrei no apartamento. Fechei a porta atrás de mim e segui em direção ao armário que dividia o quarto da cozinha. Quando meu pai falou que tinha um armário dividindo os dois cômodos, eu imaginei que alguém tinha colocado um guarda roupa comum no meio, mas não. Era um armário embutido de concreto, só que sem uma parede atrás.

Peguei uma blusa do Nirvana que minha namorada tinha deixado na última vez que veio dormir aqui em casa. Ainda dava para sentir o cheiro dela na camiseta. Eu ainda nem tinha colocado para lavar, gostava do cheiro dela, gostava de sentir seu perfume suave e amendoado entrando em mim. É um perfume que me acalma, que toca em meu mais puro instinto. Peguei uma calcinha preta e um moletom cinza claro para contrastar ao preto da camisa.

Fecho a porta do guarda roupa e abro a porta ao meu lado direito entrando no banheiro. O banheiro até que é bem confortável. A pia é de mármore claro e sua cuba redonda de vidro tinha adornos metálicos. O grande espelho me refletindo dava a impressão de que o banheiro é ainda maior, o armário da cor de cerejeira clareando o ambiente.

Tiro minha roupa suja do dia de trabalho no hospital colocando-a no cesto de palha ao lado do vaso branco, abro a porta de vidro do box para poder tomar meu banho. Tomo meu banho no meu tempo, para poder tirar todo o estresse da faculdade e do estágio no hospital. Ao terminar me visto e volto para meu quarto.

Deito-me na cama podendo esticar meu corpo por completo. Ouço um bip vindo da minha bolsa no pé da cama. Me sento e a pego,tirando meu celular de lá. Ouço outro bip. Pego meu celular, finalmente, e vejo 33 MENSAGENS E 18 LIGAÇÕES!

As ligações são em sua maioria da minha tia, mas também tem do meu pai e da minha avó. Muitas delas são somente chamando a minha atenção, pedindo que eu atendesse o telefone. Mas uma em particular me chamou a atenção. Era da minha tia.

"Alexa! A sua prima acordou! A Izadora acordou!!"

Levantei da cama correndo, calcei um tênis qualquer, peguei minha bolsa e saí de casa. A minha prima acordou! Depois de quatro anos! Depois de tanto tempo, ela finalmente acordou!

...

- Onde está ela?! - Pergunto eufórica ao chegar no hospital que minha tia tinha internado a minha prima.

Meu coração está tão acelerado que não consigo ouvir o que minha tia me responde. Apenas sinto seu braço me puxando pelo hospital. Quase não consigo ver as coisas ao meu redor. A minha corrente sanguínea percorre meu corpo carregando uma grande quantidade de adrenalina, o que me faz sentir uma leve dor de emoção no meu peito e na cabeça.

Minha visão finalmente volta a si quando chegamos ao quarto da Iza. Eu sempre tive esperanças que ela um dia iria acordar, mas estava cada dia ficando mais e mais escondida em minha mente.

Olho para seu cabelo, que neste tempo todo deixou o vermelho nas pontas. Seu rosto, completamente sem maquiagem, parecia animado, feliz, e ao mesmo tempo, atordoado.

-Vai ficar me encarando desse jeito ou vai vir me dar um abraço? - Iza fala com seu jeitinho que só ela tem.

Corro para dentro do quarto para abraçar ela. Ela estava ali, finalmente. O tempo que esperamos para ter ela de volta valeu a pena. Só não sei como ela vai reagir quando souber o que aconteceu a seus amigos no acidente. Não sei se já falaram isso para ela.

-O que foi que aconteceu? - Ela me pergunta ao ver meu rosto aflito. Eu não sei como lhe contar. Acho que tenho que esperar um pouco. Pelo menos até ela voltar para casa. - Eles ainda não me contaram nada do que aconteceu nesses anos. E pela sua cara você também não vai contar.

De cabeça baixa, deixo umas lágrimas descerem. Limpo-as rapidamente para ela não ver o quão aflita estou por contar essa história.

- Acho melhor eu te contar quando você tiver alta.

-É muito ruim. - Ela pergunta seria, sem seu humor contagiante interferir.

-É. - Ela continua a me olhar seria, uma hora ela vai saber. Só não precisa ser agora. - Eu não quero que você pense nisso. Não vai te fazer bem saber, não aqui no hospital.

-Se é tão trágico assim, é melhor mesmo ser em um ambiente menos movimentado.

Nossa conversa mudou para assuntos menos depreciativos. Comecei a falar sobre a minha vida desde que cheguei em Brasília. Minha mãe mora em Goiânia, e desde o divórcio dos meus pais, eu moro lá. Quando terminei o ensino médio, decidi fazer vestibular na UNB para poder passar mais tempo com o meu pai.

Também lhe contei sobre a Érica, e de como começamos a namorar a seis meses, quando ela ficou perdida nos corredores do prédio e acabou entrando na mesma aula que eu.

-Sabia que você não ia ficar triste por mim - Iza comentou feliz dando uma mordida no sanduíche que eu trouxe da lanchonete do hospital.

-Como eu poderia? - Abri um sorriso ao dizer isso a ela. - Você me disse uma vez que não devemos ficar triste em excesso.

-É. Eu disse.

...

Tomo um gole do café que eu pedi . Depois da morte da Alana, eu ajudei muito o Marcus a superá-la. Eu me sentia na obrigação, eu achei que estava ajudando ela, mas talvez eu só tenha piorado tudo.

-Para de se culpar Alexa. - Ele dizia toda vez que eu falava sobre isso, principalmente agora que minha prima acordou. - Você fez o melhor que podia. Você tinha acabado de entrar no curso!

-Eu sei! - Respondi - Mas eu não posso deixar de pensar que eu poderia ter salvo ela!

-Você não podia. Foi uma escolha dela. - Ele levou sua caneca de café a boca. - Eu também me senti culpado. Ela era minha namorada! E eu não vi os sinais!

Abaixo minha cabeça. Eu não posso me culpar mais. Ele tem razão. E minha prima vai precisar que eu seja forte para apoiá-la.

-Você não precisa ser forte o tempo todo. - Ele continua. - Foi muito difícil pra mim quando eu percebi isso. Todos os sentimentos que que vinha guardando só pra mim. Você deveria contar tudo para ela, agora.

Levanto minha cabeça, o que ele dizia fazia sentido, falar com ela o quanto antes. Mas o hospital não era lugar para isso, ela poderia piorar! Poderia ficar pior do que estava. Mas se isso acontecer-se, ela já estaria no hospital.

-Eu vou pensar - Digo por fim.

-Tome isso. - Ele me entrega um envelope um pouco amassado e aberto. - Acho que a sua prima vai querer ler isso.

-Obrigada

-Eu preciso ir. Meu plantão começa em dez minutos.

Me despeço de Marcus. Ele tinha razão, eu tinha que parar de me culpar e contar de uma vez para ela. Saio da lanchonete do hospital e volto para o quarto dela.

...

Conto tudo, tudo mesmo que tinha acontecido naqueles anos. Contei até o que a Alana tinha me contado de como ela tinha conhecido eles, e de quando Vítor buscou ela para a noite de formatura. Era tudo que eu podia fazer.

Vi suas lágrimas escorrendo, ela parecia triste pela perdas dos seus amigos, mas ao mesmo tempo feliz. Ela ria, como se nunca mais fosse rir.

-Do que você está rindo? - Pergunto sem fazer brincadeira. - Isso é sério!

-Eu sei!- Ela me responde. - É que eu adoro ver você contando histórias na terceira pessoa, mesmo que você participe delas! - Rio do comentário. - Mas eu também estou bem magoada por dentro. Ela era minha melhor amiga e, eu nunca consegui dizer ao Paulo o que eu sentia.

-Você vai encontrar outra pessoa. - Respondo colocando minha mão sobre a sua.

-Ele não iria querer que eu chorasse por isso. - Ela diz esperançosa limpando as lágrimas.

-Há! Eu tenho uma coisa pra te entregar! - Digo me lembrando do envelope que Marcus me entregou. - O namorado da Alana me entregou isso pra te dar. Ela escreveu antes de, você sabe.

Ela pega o envelope e começa a ler calmamente tudo que está escrito. Vejo suas lágrimas voltarem a seus olhos. Descerem calmamente devagar em seu rosto. Vejo um sorriso se abrir, apesar de tudo, ela estava bem.

-Ela te mencionou. - Diz ao terminar de ler. - Você também é um dos destinatários.

Pego a carta das suas mãos e começo a ler, palavra por palavra. Ela pensou em mim como um amiga o fim. Eu não conseguia parar de ler as palavras finais de Alana, era como se aquilo fosse um pedidos de desculpas por não seguir meu conselho. Eu não tinha causado aquilo no fim.

-Só uma pergunta, - Minha prima chama minha atenção depois de algum tempo. Limpo meu rosto das lágrimas que desceram sem a minha permissão e sem que eu percebesse. - Como você sabe das coisas que aconteceram depois que ela saiu do café?

Poderia ser um furo de roteiro, mas não era. Muita coisa dessa história eu deixei aos meus modos, ninguém sabe todos os verdadeiros detalhes, somente Alana.

-É uma boa pergunta. - Respondo em fim - Marcus me contou algumas coisas, ele viu ela escrevendo a carta. A roupa e o cabelo, estavam no depoimento da polícia, que foi disponibilizado para a família e eu acabei lendo.

-E a carta? - Ela me questiona novamente. - Como você sabia o conteúdo que estava escrita?

-Eu não sabia. Eu só imaginei o que alguém escreveria em uma situação dessas. Pelo visto não estava totalmente certa.

...

Era aquilo. Mais uma história se encerrava, mais um ciclo. A história de Alana, finalmente acabou. Mas não quando ela decidiu seu fim, e sim quando os últimos remetentes da carta a lessem. No caso, quando minha prima acordasse.

Deitei me na cama novamente. Nada mais precisava mudar, a vida já tinha sido complicada de mais, e naquele momento, eu soube que eu precisava ser o que eu iria ser, alguém que ajuda as pessoas. Alguém que ajuda as pessoas a não tomarem decisões que acabam com a sua vida. Era isso que eu sempre quis ser, e que eu sempre vou ser.

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