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CAPÍTULO 6 - Não ultrapasse

— Essa garota é completamente maluca! — Kristoff esbravejou assim que Charlie entrou na sua sala e sentou-se na cadeira que há pouco ela ocupava. — Ela me chamou de incompetente por não ter uma rede de dados digital!

Charles Azganour era um cara legal, de acordo com Kristoff. A amizade deles era bem profissional, apesar de não ser o tipo de pessoa que ele convidava para sair na sexta à noite depois do expediente. Os cabelos dourados de Charles caiam sobre sua testa em um topete comportado, ele era tão alto quanto Kristoff, com seus bons 1,90m, o rosto com o maxilar marcado, dentes perfeitamente brancos e olhos azuis bondosos.

— Kristoff, ela é a única que você conseguiu, não foi? — Bufando, Dolohov concordou. Charles deu os ombros. — Se ela for capaz de resolver o problema, então...

Aquilo era coerente, ele sabia. E apesar de conhecer Yverness há apenas dois dias (sem contar o incidente da sexta passada) ela já havia mostrado interesse de agir e parecia realmente boa no que fazia, boa a ponto de bater de frente com o dono da empresa, que poderia simplesmente pegar o contrato que estava na gaveta da sua mesa e rasgar em dois.

Mas o fato de ela ser boa não o deixava menos puto por ter ouvido aquelas verdades. No fundo, no fundo, ele sabia que ela estava certa. Aquele galpão não deveria mais existir, mas como é que passava sozinho por cima de todos — todos — os acionistas da Acier? Somente ele e Stark eram de acordo com a digitalização e foi graças a ideia de Stark que os arquivos estavam indo para o banco de dados suíços, mesmo que nem todos soubessem da existência dele.

— Ela é muito da abusada, isso sim! — Grunhiu, irritadiço. Petulante! Saiu da sua sala feito uma rainha dona da razão e cheia de raiva escocesa. Não sabia o que passava pela cabeça daquela mulher, mas definitivamente, trabalhar com ela não seria uma tarefa fácil, considerando que ela era totalmente perturbada.

— Kristoff, não vai adiantar ficar bravo com a advogada. Vamos tentar resolver os problemas e depois pensamos nisso. — Ele sorriu calmo demais e Dolohov foi obrigado a ser sensato e deixar de se irritar.

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Era um pouco mais de 12:30m quando Ness sentiu estômago doer de fome. Ela estava tão concentrada em achar uma forma de explicar para o juiz que a Acier não era culpada com apenas a confiança nas suas palavras que esqueceu que deveria comer.

Ness bufou tão irritada quanto alguém poderia estar no seu segundo dia de trabalho, levantando e pegando a bolsa no canto onde havia deixado.

A advogada empurrou a porta de vidro e viu quando Kristoff se despedia de um homem alto e loiro. Os olhos dos dois se voltaram para ela, Kristoff com ressentimento mal camuflado e o outro com curiosidade.

— Olá. — O homem disse sorridente. Ele era uma parede maciça de músculo de quase 1,90, os dentes brancos brilhavam para ela naquele sorriso simpático, os olhos de um azul profundo e escuro e o nariz pontudo. Ele era bem, bem, bem bonito.

— Doutora Ross, esse é o senhor Aznavour. — Valerie os apresentou e Ness deu um passo para frente estendendo a mão para ele. Sua não era grande demais em comparação a sua.

— Senhor Aznavour, eu gostaria de discutir alguns assuntos com o senhor. — Yverness disse cheia de educação.

— Pois não? — Charles não se moveu. Ele queria mesmo ter aquela conversa no corredor? Pelo olhar que ele lhe lançou, ela acreditou que sim. Kristoff observava a cena com um Q de superioridade irritante e Ness decidiu que não iria se importar com a exposição.

— Consegui a informação de que o senhor estava cuidado pessoalmente do caso do incêndio onde os arquivos da Acier foram perdidos. — Disse erguendo as sobrancelhas de forma questionadora. — Poderia me informar por qual motivo você está mexendo com isso, por que não estavam nas mãos dos advogados e como eu tenho acesso aos autos, já que quando eu joguei o número do SIRET não apareceu nada?

Kristoff abriu a boca para falar, mas Charles foi mais rápido. Ele sorriu para Ness feito um anjo, o que a fez se sentir mal pela forma dura com que havia se dirigido a ele.

— Bom, doutora Ross — Começou. A voz aveludada e calma, firme e imponente como quem sempre tinha o controle. —, Dolohov pediu para que eu estivesse a par do caso, já que ele estava muito ocupado nos últimos meses. Foi um favor pessoal. — Ergueu as sobrancelhas de forma compreensiva. — Sobre o processo estar com os advogados, estavam sim! E quanto você não conseguir acesso, bem, eu posso te ajudar.

— Poderia me encaminhar o número do processo? — Questionou. Ele assentiu de pronto. — Ficarei aguardando então.

Ela lhe lançou mais um sorriso educado, e dando meia volta, se afastou.

Kristoff cruzou os braços assim que Nessie começou a se afastar e Charles voltou-se para ele.

— O que eu te disse? — Perguntou e Charles gargalhou. Dava para ver na cara do diretor da Acier que a razão queria ser esplanada. Charles preferiu levar a conversa por outro lado.

— É, ela é bem intensa. — Assentiu uma vez, achando graça.

— Eu diria que ela é mal educada. — Retrucou.

— Não se resolve problemas como esse sendo amigável. Ela parece ser do tipo que gosta de mostrar que manda. — Voltou-se para Kristoff, colocando as mãos nas cinturas.— Gostei dela.

Dolohov revirou os olhos. Até então, ela só havia lhe trazido dor de cabeça. Quando que os problemas começariam a ser resolvidos, então?

— Vou almoçar, nos vemos depois. — Dizendo isso, ele piscou para o contador e se afastou, lhe deixando sozinho.

Quando Ness voltou do almoço, Valerie ainda não tinha retornado, nem Dolohov. Ela suspirou, indo até sua mesa e encontrou uma cópia do processo sobre sua mesa com um bilhetinho de Charles Aznavour.

"Estamos todos contando com você"

Ela negou com a cabeça e deixou o processo de lado por um instante, observando o celular. Max havia lhe mandando mensagens na noite anterior, mas não teve tempo de responder. Ou talvez tivesse tido e a preguiça de pensar em uma resposta para dar para ele fosse cansativa demais.

Ela estava definitivamente se tornando uma senhora de 70 anos bem da mal humorada.

"Como foi seu primeiro dia? Certeza que já colocou fogo em todo mundo!"

Ela sorriu com a mensagem, tentando se lembrar de quando foi que havia dito que iria ter um "emprego" novo, mas com certeza isso era obra de Judith. Ela fazia questão de jogar a amiga para cima do ex e era incapaz de aceitar a amizade deles. É, era bem difícil ser só amiga de alguém como Maximilliam.

"Não falaremos de fogo por aqui. Já não basta a notícia de que todos os arquivos dessa empresa foram perdidos em um incêndio há poucos meses atrás".

Max respondeu quase na mesma hora.

"Sério? AHAHAHAHHAHA Meu Deus, Yverness, literalmente tudo o que você toca incendia".

O que ele queria dizer com aquele comentário? Não sabia como deveria interpretar metade das coisas que Max falava, já que eles viviam quase num limbo entre a linha tênue da amizade parceira e do sexo arrebatador.

Com certeza aquilo era coisa de Jude, que ainda aquela manhã havia deixado claro que esse era o problema da Ness: Falta de — de acordo com suas palavras — pinto.

Não concordava, mas também não podia mentir dizendo que não tinha meses que não sabia o que era aquilo. Havia saído com poucos caras desde que tinha terminado com Max, seis meses atrás, e até preferia manter as coisas dessa forma.

Menos homens, menos problemas.

Sua mente já estava perturbada demais para arrumar mais dor de cabeça.

"Você não faz ideia"

Respondeu a mensagem antes de deixar o telefone de lado e se dedicar aos processos.

Nos dois dias que se passaram, Ness ficou em tentar achar uma forma que pudesse comprovar a inocência da Acier sem documento nenhum. Na quarta-feira ela, com a ajuda de Valerie, fez um pedido por escrito para acesso aos documentos do banco de dados suíço para conseguir acesso remoto para pelo menos protocolizar a contestação no caso de intoxicação e na sexta-feira de manhã, parou em frente a mesa da secretária com seus olhos pidões logo de manhã.

— Não deveria ir alguém que realmente pudesse descobrir o que aconteceu? — Valerie questionou com dúvida nos olhos. — Não estou duvidando da sua capacidade, doutora, mas...

— Lire, Lire... — Ela cantarolou fazendo os ombros da secretária murcharem. — Como você quer continuar trabalhando aqui sendo que se não me ajudar, não terá mais empresa? — Piscou os longos cílios de forma teatral.

— Doutora, não é questão de não querer ajudar, mas... — O pigarro alto ressoou as costas de Ness e ela se virou assustada. Dolohov vestia um terno inteiramente preto e carregava em uma das mãos o celular e em outros três copos de café sobre um suporte de papelão. Ele se aproximou a passos largos, evitando olhar para bunda de Yverness que estava marcada por conta do vestido vermelho que ela usava. Ele era justo e ia até os seus joelhos, além dos saltos pretos de sempre. Comportada, mas fatal.

— No que eu posso ajudar? — Valerie abriu e fechou a boca duas vezes sem saber o que responder. Ness jogou os cabelos para trás e o encarou com os olhos verdes inquisidores.

— O endereço do galpão incendiado. — Disse e ele arqueou as sobrancelhas suavemente. — Gostaria de ir até lá.

— Por que? — Questionou, franzindo o cenho. Ele entregou um dos copos de café para Valerie e entregou o outro para ela. Yverness deu os ombros.

— Para saber o que aconteceu. — Ela ergueu o café fumegante até os lábios e soprou a pequena entrada olhando para ele. Dolohov se remexeu inquieto e desviou os olhos enquanto ela dava um gole no café. Expresso e sem quase nada de açúcar, quase tão difícil de engolir como ela.

— Existe uma perícia para isso, não existe?

— Existe sim. — Concordou, mas manteve o encarando, aguardando o momento em que ele lhe daria o queria.

Foi um momento estranho. Eles apenas se olhavam esperando que um fosse ceder, mas ninguém fazia aquilo.

— Certo. – Disse um minuto depois. — Vamos então.

Ele girou nos calcanhares, voltando para o elevador e ela ficou confusa. Como assim "vamos"? Ela era perfeitamente capaz de fazer aquilo sozinha, sem a ajuda de absolutamente ninguém.

— Valerie, remarque minha agenda de hoje, por favor. — Colocou a mão atravessada no elevador para mantê-lo aberto. Os olhos azuis brilhantes encarraram a advogada enquanto esperava que ela entrasse no elevador.

— Você não precisa ir. — Seu tom era um misto entre a repulsa e a gentileza.

— Faço questão, doutora. — Ness se segurou para não revirar os olhos quando entrou no cubículo metálico e foi envolvida por sua presença enquanto desciam.

Eles foram para o subsolo, -3, possivelmente o estacionamento. Quando a porta se abriu, ele enfiou as mãos nos bolsos e tirou a chave, indo em direção a um carro preto e lustroso no final do galpão. Ness reconheceu o Impala 2019 assim que bateu os olhos nele, havia visto os rapazes do escritório aficcionados no veículo que nunca poderiam ter durante tempo demais para não reconhecê-lo.

Ele destrancou a porta e deu meia volta, abrindo a porta do passageiro para ela. Ness se jogou no banco de couro enquanto ele fechava e ia até o lado do motorista.

Era desconfortável. De alguma forma a conversa de dois dias atrás havia afetado o relacionamento das partes beirando a antipatia. Ela não iria se culpar por lhe chacoalhar, mas não iria mentir que talvez aquela viagem inesperada fosse mais confortável se não o tivesse feito.

— Bote o cinto.  — Falou de forma autoritária enquanto puxava a fivela e prendia-se ao teu banco. Ness ajeitou a bolsa e o casaco no colo, puxando o cinto de segurança e vendo enquanto ele dava partida no carro e saia do estacionamento com plenitude.

Os vidros estavam todos fechados e somente o ar-condicionado estava ligando, os impedindo de morrerem sem ar. Ainda assim, ele não era forte o suficiente para impedir que o perfume amadeirado de Dolohov chegasse às suas narinas.

Era um cheiro inebriante e de presença, que provavelmente chamava a atenção de muitas mulheres. Enquanto ele mantinha as mãos grandes no volante, os olhos pregados no asfalto, se misturando pelo trânsito acelerado de Paris às 8h da manhã, ela conseguia ver o quão atraente ele era e quão grande problema ele poderia ser para quem quer que se aproximasse.

20 minutos depois de sair do estacionamento da empresa, eles chegaram a um galpão próximo ao Rio Sena. Ele estacionou o carro a frente do galpão e Ness pulou do veículo. Ele foi atrás, seguindo seus passos firmes até a entrada do galpão.

—Você vai fazer o que? Está bloqueado! — Disse, quando ela parou em frente à porta. Eram enormes, de uns três metros de altura, onde as paredes eram de ferro e manchada pelas lambidas do fogo que havia incendiado todos os documentos dali de dentro.

— Entrar. — Respondeu óbvia. — Está marcada a perícia para o fim desse mês, mas meus prazos acabam em menos de quinze dias e eu não vou ficar esperando por ninguém. — Ela disse sem nem olhar para ele. Kristoff ergueu as sobrancelhas enquanto ela se aproximava, indo até onde as grandes faixas impediam a passagem para o local e vários comunicados diziam:

NÃO ULTRAPASSE - N'en faites pas trop

PROPRIEDADE PRIVADA - Propriété privée

PERÍCIA POLICIAL - Expertise policière

Ness deu um olhar sugestivo para Kristoff quando se aproximou e notou que o cadeado, apesar de estar transpassado pelo trinco, não estava fechado. Ela olhou para todos os lados, vendo se alguém se aproximava, ergueu a faixa e empurrou a porta pesada de ferro, jogando seu corpo para dentro do galpão.

Sem saber o que fazer, Kristoff foi atrás fechando a porta atrás de si.

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