treinta y nueve.
Sem meta porque meu estoque de capítulos acabou, mas comentem bastante porque assim me inspiram a escrever 🙊👀
Soltei spoiler desse cap lá no insta, quem não me segue ainda vão lá, e é mais pra avisar a vocês quando sai capítulo, porque se depender do wattpad...choraremos
VICTORIA AZEVEDO
São Paulo, Ape do jogador.
Meu celular tá enfiado embaixo de mim, abri os olhos, dando de cara com as costas tatuadas do Rios, e Thian já não estava mais entre nós dois. Pego o aparelho, arregalando os olhos quando vejo que minha mãe estava ligando sem parar, atendo a chamada sem pensar duas vezes.
— Victoria, minha filha! Pelo amor de Deus! Onde se meteu? Seu Antônio disse que você saiu ontem à noite em um carro e até agora não voltou! — eu fecho meus olhos, abro minha boca mas não sai nada, não sei oque responder.
— eu...eu dormi na casa da Danielle. — me sento na cama, esfrego meus olhos cansada, e levanto da cama, abaixando a persiana do quarto por causa da claridade.
— Vic, não ligo se estiver com algum homem! Seu pai está ficando louco, vou segurar as coisas por aqui, mas se puder vir o quanto antes...seria bom. —
— por que resolveram me visitar do nada? — questiono, sem entender enquanto sento na cama, tentando acordar o Richard mas tava difícil esse trabalho.
— seu pais quis te ver. Disse estar com saudades das suas ignorâncias. — soltou uma risada fraca. — mas enfim filha, que bom que tá com a Dani! Vem logo que estamos esperando. — rio, desligando o celular.
— Richard. — continuo balançando ele, mas nada acontece e me lembro do velho ditado, se não for no carinho vai ser na dor. Não penso duas vezes antes de deixar um tapa em seu ombro, vendo ele acordar muito puto comigo, acariciando o próprio braço.
— Tá maluca Victoria? — perguntou com a voz rouca.
— já sou. Meus pais tão la em casa, preciso ir, você vai falar oque aos seus pais? — ele estende a mão pra mim, mandando eu parar de falar e levantei da cama revirando os olhos indo pro banheiro.
— calma, morena. Quer me acordar no tapa e vir com uma bomba? Calma lá né? — pego uma escova de dentes nova na última gaveta, indo rápido com isso, saindo do banheiro enquanto ele entra. — vou te levar lá, com meus pais eu me viro. —
Olho pra ele, e realmente tento segurar a risada, mas é quase impossível quando vejo ele usando o óculos de grau, com a cara de sono e os cabelos bagunçados. Ele cruza os braços se apoiando em uma perna só enquanto eu tô rindo.
— desculpa...desculpa. Você fica parecendo um bichinho de desenho, só não lembro qual. — me justifico parando de rir, e ele arqueia as sobrancelhas dando de ombros com deboche.
— tu é insuportável igual a docinho e eu não fico falando nada. —
— tá irritadinho só porque debochei de você, Colômbia? — tombo a cabeça de lado, ele morde o lábio inferior todinho, balançando a cabeça em negação.— você tem sorte que eu esqueci o nome do bichinho... — debochei mais, vestindo minha calça jeans, dobro o top que eu estava ontem, conseguindo colocar na bolsa. — você não vai me levar. — falo, vendo ele se arrumar, colocando os chinelos nada em conta dele que estavam no canto do quarto.
— vou sim. De Uber você não vai. —
— ah sim...como explico aos meus pais que tô descendo do banco do carona de um carro de luxo que nitidamente não é da minha amiga que eu disse estar junto? — cruzei os braços e o colombiano vem andando na minha direção, ele de óculos me lembra muito um bichinho, e solto uma risada.
— simples, Fala que foi seu namorado falso. — debocha, revirei os olhos, sentindo o cheiro forte do perfume dele. Escuto sua risada baixinho. — pede seus pais pra te esperarem no apartamento. Em Uber você não entra, não comigo aqui. — fala, tirando o colar da van cleef, colocando o da chuteira com a bola de futebol, e engoli a seco. Ele podia passar menos essa vibe de homem gostoso.
— isso é sério, Rios. — murmuro, me sentando na cama para colocar minhas meias já que os tênis estão la na sala. — meus pais não vão gostar. —
— eu to falando sério com você. De Uber você não vai. —
Eu respiro fundo, pegando minha bolsa, abrindo a porta do quarto, e a casa estava em um silêncio absurdo, pego meu par de tênis, sentando no sofá pra colocar. Franzi o cenho encarando o videogame dele com dois adesivos gigantes colados, um da supreme e outro de alguma marca que não sei qual é.
— eles saíram, foram dar uma volta. — me explica mesmo sem que eu tenha perguntado. Levanto do sofá, seguindo ele para fora do apartamento, andando rápido pelo elevador já estar aqui em cima.
Não me surpreendo dele me encurralar no elevador, a não desliza no meu rosto indo até o meu cabelo, e me encosto no espelho.
— você não se aguenta né? — sussurro baixinho, sentindo sua respiração bater no meu rosto, com um sorrisinho de canto na boca dele, morde meu lábio inferior fraquinho antes de me dar uma resposta.
— perto de você? Não mesmo. —
Fecho os olhos, sentindo seus lábios tocarem os meus, e a língua entrar na minha boca, ele beija devagar, de um jeito gostoso em um ritmo lento, a mão continua pegando parte do meu cabelo enquanto nos beijamos, me arrepio, sentindo durante o beijo sua mão descer para o meu pescoço, aperta muito leve antes de subir até o meu rosto, separando nossos lábios, mordendo meu lábio inferior pelo leve bico que se forma ali graças a sua mão me apertando sem força.
— vai voltar hoje a tarde? — assinto, lembrando que ontem durante o jantar a mãe dele disse que fazia questão de que eu provasse sua comida. — eu te busco. —
— não precisa, eu venho de carro. — ele me encara, antes de assentir, olho para o painel do elevador percebendo que ele não apertou o botão do térreo. — tá com sono ainda? — desvio do seu corpo, apertando o bendito botão.
— não, é falta de se... —
— Rios! — arregalo os olhos, e ele sorriu de canto rindo. Todo colombiano é safado desse jeito? E uma máquina?
Saímos do elevador, entrando no carro dele, e fico nervosa quando saímos da garagem, não quero nem imaginar o sermão que eu vou levar do meu pai.
Fico quieta durante o caminho todo, enquanto escuto a rádio tocar baixinho, e ele vai o caminho todo falando com a acessoria no celular, cada hora uma ligação diferente, ficou doidinho quando surgiu uma ligação em cada celular.
— obrigada, Colômbia. — agradeço, descendo rápido do carro pra não dar brecha de verem o veículo parado aqui, evitando atrapalhar as quinhentas ligações que ele tá atendendoe ele parece entender já que sai rápido.
Entro na portaria nervosa, dando bom dia ao seu Antônio.
— seu pai tá meio raivoso dona Victoria, boa sorte. — murmura baixinho como se fosse um segredo.
— só Victoria, Tony! — chamo ele pelo apelido que deram no grupo do condômino, vendo o senhorzinho rindo, e entro no elevador.
Ando até o final do corredor nervosa, destrancando a porta, encontrando meu pai sentado no sofá enquanto fala ao celular, minha mãe tá sentada também e se levanta vindo me abraçar.
— que saudades, meu amor. — fecho os olhos, recebendo um dos abraços que mais me confortam e me deixam em paz, me fazendo esquecer de todo o mundo ao meu redor, aquele abraço quentinho cheio de amor.
— demais mami. — estala um beijo na minha bochecha, se afastando de mim, e meu pai levantou do sofá.
— minha filha! Quanto tempo... — sorriu, ele jurava que agora com vinte e três anos eu ia querer reconstruir nossa relação de pai e filha amigavelmente? Depois de tamanha rejeição não só por ele, mas também da minha família paterna? Sinto muito então.
— é...bastante tempo. — murmuro sem graça, colocando minha bolsa em cima da bancada.
— na casa da Danielle creio eu que você não estava, não é? — abri a boca para inventar alguma desculpa, penso até em falar que estava na casa de um cara, mas sei que só iria ser mais dores de cabeça, e fico com a opção de inventar. — isso não são horas de se chegar em casa, Victoria, não em uma quarta feira. —
— estava sim. Pode ligar para ela ou Sarah. Eu estava com as duas. — dou de ombros, e ele me encarou estreitando os olhos antes de dar de ombros.
— Danielle tem outro carro até onde eu sei... —
— exatamente. Até onde você sabe. — sorrio forçado, ele assente, respirando fundo.
— posso saber o que passou na cabeça da minha filha, para trabalhar pro Palmeiras? O time que tanto odiava quando era flamenguista... — cruzou os braços. — o trabalho parece fácil demais, não é? pra você chegar em casa esse horário. —
— posso saber o que passou na cabeça da minha antiga chefe em me demitir depois do meu pai ter ido lá? —
— inacreditável você achar que faria algo na intenção de prejudicá-la, você é minha filha. Independente de tudo que tenha acontecido. — fala, como se estivesse se sentindo ofendido, sei que tem dedo dele lá ela chefe ser conhecida de anos dele.
— era só uma brincadeira, sei que você não teve nada a ver com isso. Foi só mais uma sequência de incompetências minhas no trabalho. — o recordo da palavra que tanto escutei na minha adolescência, sem paciência pra esse teatro de pai preocupado. — foi o emprego que apareceu, gostei e tô la. Não é fácil, mas é sem uma rotina, né? Depende dos dias de jogo... —
— e a faculdade Vic Vic, como anda? — minha mãe tenta desviar do assunto, voltando a sentar no sofá, e eu entro na cozinha que é acoplada, enchendo um copo de água.
— bem. Tô fazendo online agora, mas acho que pretendo trancar. — ela sorriu.
— fico muito feliz que gostou do marketing. Sua tia sempre adorou! E pelo visto você também gostou. — fala me confortando com a nova decisão de seguir essa área.
— o clube sabe que você é flamenguista? — ouço meu pai perguntar, abrindo o notebook dele.
— sabe. Eles não se importam. — pego meu celular no bolso vendo que eram onze da manhã. — vocês...querem sair pra almoçar? Preciso ir ao mercado essa semana, minha rotina tá corrida demais. —
— não. Já estamos de saída. Queria ter certeza que você estava realmente trabalhando para o Palmeiras, Lucca tem sentido sua falta, está focado nos estudos mal tem tempo para sair de casa. — franzi o cenho com oque meu pai conta, não sabia que ele tinha entrado para a faculdade.
— ele tá estudando o que? — pergunto pra minha mãe, e dona Lica não demora para me responder.
— ciências da computação. Vai trabalhar na área de TI da empresa. —
— seria interessante se nos procurasse mais vezes, independente de tudo, somos seus pais. — disse, queria que ele tivesse no mínimo coragem de olhar na minha cara e falar que tem vontade de me ver, mas só fala isso pra minha mãe, só fala a ela que mesmo depois de tudo que fez, e de todas as minhas arrogâncias que pra ele são sem motivos, ainda me ama. Acho que é o mínimo depois de você colocar uma filha no mundo e não dar bola né? Como se isso fosse opcional.
— tõ sem tempo nos últimos dias. Quando eu tiver passo lá. — não me empenho em dar uma boa resposta.
— fica com Deus, oque precisar sabe que pode procurar por nós dois. —
Não recuo quando meu pai se aproxima para me abraçar, eu retribui. Me chateia essa situação toda, mas agora não tem mais oque fazer. Sinto ele beijar minha cabeça, antes de sair do apartamento na frente.
— então...posso saber na casa de quem minha filha estava? — ela pergunta, arquejando uma sobrancelha só como sempre faz quando quer saber alguma coisa.
— da Dani ué. — sorrio de canto, batendo os ombros vendo ela revirar os olhos rindo.
— ah sim...claro! Olha minha filha; antes de namorar com seu pai; eu não prestava muito também não, viu? —
— mãe! Tá falando que eu não presto? — cruzo os braços ofendida, e ela olha para o teto com tédio.
— não...só que você...não é tão sossegada, quanto sua irmã por exemplo. Beijou casou! — debochou, e solto uma risada. Quem não conhecesse minha mãe até pensaria que ela é essas piruas loucas que tem por aí.
— ela não beijou casou! —
— beijou e se apaixonou! — sussurra, fazendo careta pra mim. — tudo bem já que não considera sua mãe tão importante assim pra falar né? Aposto que a Danielle é a Sarah sabem... — faz drama enquanto se levanta pegando a bolsa dela.
— elas não sabem. — falei rindo do drama dela.
— hm, então tá melhor a situação! Se cuida, oque precisar sabe que pode mandar mensagem. Mãe te ama filha. — me abraça apertado. — e vê se não some de novo?! Trabalhadora. —
— te amo também. Tem falado com a abuela? — perguntei, minha avó não aprendeu a usar o WhatsApp, e minhas ligações nunca chegam no telefone da casa.
— tenho sim. Ela trocou o número da casa, uma loucura! Vou te passar depois. —
— quero ir lá visitar ela, mas tenho que folgar lá no Ct, e é difícil demais disso acontecer... — lamentei já que queria muito ir lá. Não consegui quanto tivemos lá na Colômbia pelo time. A casa dela fica há uma hora do hotel em que eu estava, e era o tempo que tinha para visita.
— fale com ela, vai te entender, disse que estava com saudades. Enfim, vou indo antes que eu acorde a fera. — acompanho ela até o elevador, me despedindo, antes de voltar para dentro do apartamento.
Abri a geladeira, sentindo uma fome absurda tomar conta de mim, pego um ovo e um queijo, indo fritar esperando pacientemente na pose que qualquer garota fica enquanto cozinha ou lava a louça, apoiada em uma perna só, ficando na posição da árvore na yoga.
Comi rápido, já que eram onze e vinte e duas, e eu preciso ir para o CT hoje meio dia e quinze. Entro no meu quarto, indo tomar um banho rapidinho, deixando as roupas jogadas em cima da cama.
Pego meu celular depois de me arrumar, vestindo o uniforme que eu passei a gostar depois de um tempo indo direto pra garagem.
trás roupa
já tá vindo?
11:35
não
11:35
odeio como vc responde por aq
11:35
como?
11:35
monossilábica
11:36
nossa
vc sabe oq é monossílaba
mas n sabe oque é puberdade
11:37
fiz aula né filha
não tá vindo pra cá por que?
11:37
o namoro é de mentira
não é de vdd não
quer me seguir agora?
11:37
no insta?
seria incrivel se tu me aceitasse
a mentira acabou por acaso?
não né
tu perdeu a aposta
e ainda falou ontem que ia vir pro almoço
11:37
e eu vou ué
mas agora não
nem tá em horário de almoço
e não vou te aceitar no meu insta.
11:38
geral pode te seguir
menos eu?
11:38
Geral que namora
evitar problemas não é o seu forte, né?
11:39
meu forte você sabe qual é
ah, tu tá indo pro Ct?
11:40
sim
11:40
era só ter dito isso
não ia morrer não
11:40
quando vier trás roupa
tô ficando sem já
11:41
Uhum kkkkkkk
mais de cem blusas no seu closet
e você tá ficando sem??
pior eu que tô ficando sem calcinha né?
11:42
você pega as minhas de ficar em casa ué
tô ficando sem
11:42
você sempre tá com roupa
de marca em casa
não pego nenhuma dessas
sem marca você não tem, mas nunca
pego essas não, nem vem
11:43
Kkkkkkkkkkk
tá reparando demais tu né?
11:44
relaxa
não ligo que tu pegue minhas roupas não
você eu deixo
11:45
seria uma pena se você ligasse então
que papinho de Chico moedas
e eu reparo demais? Não fui
eu quem comprei aliança separada 🤷♀️
11:46
tenho amor a minha vida
avisa quando tiver vindo
11:47
(visualizada)
Desligo meu celular quando chego no Ct, dou bom dia para as moças da recepção, indo procurar o Bruno.
— que vitória linda contra o Urubu, né não Victoria? — finjo não escutar menino me gritando pelos corredore. — Botafogo é só um bairro... — ele berrou, viro pra ele, cruzando os braços, dando de cara com o jogador rindo horrores. — eu te respeito Victorinha pô, tá achando que vou cantar isso mesmo? —balança a cabeça em negação. — decepção tu pensar isso de mim...decepção! —
— foi por pouco que não ganhamos... — murmurei, e ele riu.
— Ritcha craque do jogo, e terror da Victorinha. — fala rindo, debochando da minha cara, e encaro ele com tédio, parada na porta da sala que eu divido com o Bruno.
— vou te colocar pra ficar dando entrevista igual eu faço com ele. Quer? — não seguro a risada recebendo um coração mal feito com as mãos.
— você mora aqui. —aponta para o peito esquerdo, e estreito os olhos rápido pra ele, antes de entrar na sala toda verde. — quem dúvida do Palmeiras... — ele foi embora berrando, e fecho a porta, dando de cara com Bruno sentado rindo enquanto digitava alguma coisa no computador.
— sorte sua que hoje o treino tá dividido em dois turnos. Ia sofrer demais se fosse em um só. — balança a cabeça rindo. — boa tarde, Victorinha. —
— boa tarde, sabe onde tá o Geovan? Devolver isso aqui pra ele. —abro minha bolsa, mostrando pra ele a blusa do Piquerez dobrada em minhas mãos.
— acho que tá lá no vestiário. Mas se ele não tiver lá, pode entregar pro Joaco mesmo. — assinto.
— tem muita coisa pra hoje? — questiono, e Bruno faz uma careta.
— pra mim sim. Pra você não. Trabalha mais rápido que o flash. — solto uma risada, abro a porta da sala saindo, dando de cara com o símbolo do Palmeiras estampado na parede branca, e vou andando pelos corredores.
No vestiário ele não tá, passo no refeitório, antes de pegar a reta pra seguir em direção a academia. Queria que aqui tivesse aqueles carrinhos elétricos, esse Centro é enorme, passo pelas salas médicas e não chego na academia.
— Victorinha! — escuto a voz da tia aide, e viro pra trás sorrindo, indo abraçar a mais velha. — Oh minha filha teu Flamengo perdeu. — resmunga baixinho no abraço e me afasto dela fazendo beiço.
— foi triste tia. Mas faz parte né? Viu o Geovan por aí? — pergunto, questionando pelo roupeiro do time, e ela coloca o dedo no queixo enquanto pensa.
— lá na academia com os meninos! Quer café? Levo lá pra vocês. —
— por favor tia! Você é um anjo, — beijo sua bochecha, antes de voltar o caminho que eu tava fazendo antes.
Quando tô chegando na academia reconheço ser Piquerez quem tá no final do corredor andando com o chimarrão na mão dele, o número da camisa entrega que é ele mesmo, e é passo rápido pela academia de vídeo, não querendo ser zoada.
— corriendo de brincadeira, Victorinha? — ele debocha depois de virar por causa do barulho. — que esto? —
— blusa sua, precisei usar no último jogo. — estreito os olhos pra ele quando vejo um sorrisinho debochado aparecer no canto do rosto. E ele levanta a mão vazia em rendição.
— calma, docinho. Usou mi camisa? — aponta para o próprio peito meio indignado, e eu assenti, estendendo a camiseta pra ele.
O olhar desce pra camisa na minha mão, antes de voltar pro meu rosto, demora um tempinho até me dar uma resposta.
— guarda para você...de recordación. — leva a boca em direção ao canudinho de metal, tomando um gole da bebida. — es verdade que tu namora? —
— vocês são bem fofoqueiros, né? Não, não namoro. — franzi o cenho com a mentira gigantesca que inventaram. — por que? — ele aponta com os olhos pro anel no meu anelar. — só um anel, Piquerez...nada demais. — solto uma risada, balançando a cabeça em negação.
— no sei, os cara que falaram. Mas guarda para tu, lembrar do uruguaio aqui. — sorriu fraco piscando um dos olhos antes de seguir o caminho de volta. — Victorinha. — me chama, mas eu ainda tô parada sem reação no mesmo lugar. — da próxima tire una foto, no consegui ver que estavas com mi camisa. —
Fico confusa, respirando fundo antes de voltar o caminho pra minha sala, quando tô chegando Veiga tá no corredor, balança o corpo de um lado para o outro com a caixinha de som estalando em um sertanejo.
Rio da cena porque ele não dança nem, e ele riu também, abaixando o volume da caixinha quando chega perto.
— usando camisa do Piquerez no jogo? — arqueira as sobrancelhas enquanto fala sério. — Gostei não viu, prefiro a vinte e três, Vic, da próxima coloca a minha.... — me olha de canto enquanto passa direto, deixando só o perfume dele forte no ar, voltando a aumentar o volume da caixa de som, e mesmo que me deixasse responder eu não saberia o que.
Acho que arrumei um problema com três jogadores do Palmeiras cujo o número da camisa é na casa dos vinte...
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