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siete

VICTORIA AZEVEDO
São Paulo, SP

Me despedi de todos depois do parabéns, começando a caminhar pra fora casa, escuto um barulho perto demais e olho para trás depois ter a impressão de ver alguém vindo atrás de mim, e realmente era alguém, o colombiano que segurou o portão pra passar.

— fã. — murmurei, escutando uma risadinha.

— você tá brincando com fogo, morena. — falou, caminhado do meu lado em direção ao estacionamento. Infelizmente, eu gosto da forma como me chama.

— não tô brincando com nada, Colombiano. — respondi, e não era mentira. Minha intenção não era brincar e ficar de palhaçada com ele, sim resistir a tentação que esse homem é. E mesmo que eu fosse ficar com ele, oque não pretendo fazer, tadinho se achar que eu sou fácil igual as que ele tá acostumado a ficar.

— você que pensa. — o caminho da casa até o estacionamento era logo, os carros das visitas ficam na quarta rua, e o querido do Endrick mora na primeira.

Franzi o cenho pensando sozinha comigo mesma, tentando me recordar.

— você já jogou no Flamengo? — ele me olhou, sorrindo de lado sem parar de andar assim como eu.

Meus olhos descem para a tatuagem no pescoço, cada tatuagem dele parecia que dava um negócio a mais, não sabia explicar oque era.

— depois eu que sou fã né ? — murmura com um sorriso de canto nos lábios depois de perceber que eu olhava, revirei os olhos, voltando a prestar atenção na rua . — já, quando era mais novo. Você é flamenguista? —

— desde pequena, mas não lembro de você lá. — respondi.

— joguei pouco pelo profissional e fiquei um ano só, me lesionei muito feio. — solto uma risadinha por causa do sotaque dele querendo gritar, junto com o x puxado.

— seu sotaque ainda é meio forte né? — perguntei, e olhei pra ele que franziu o cenho querendo rir.

— que sotaque? Sou brasileiro. — essa junção da letra e com a letra i entregava ele demais

— sim, com certeza. — debochei de volta, revirando os olhos.

— eu fazia aula pra aprender português pô, mas era chato pra caralho. —

— tinha que ter continuado, fica falando errado. — ele estala a língua me empurrando de leve com o ombro, mas acho que ele não tem noção de força.

— me ensina então. —

— a gente podia fazer um desafio né? Quem falar primeiro perde, você fica lindo calado. — dou um sorrisinho forçado pra ele, que molhou os lábios e desvio meu olhar, olhando em volta.

— consigo ficar calado colocando minha boca na sua. — Que cantada ridícula, com quem ele aprende isso? Sinceramente...

Agradeço mentalmente quando chegamos ao estacionamento, e pego a chave do meu carro na bolsa, abrindo a porta, vendo que ele era o dono do carro que tava bem mal estacionado.

— aprende a estacionar direito. — falo equanto entro no carro.

— teu carro tá todo torto aí e não tô falando nada, marrentinha. —

— o meu tá certinho, você quem não sabe estacionar. — fecho a porta, apertando o botão para o carro ligar, saindo do Estacionamento logo atrás dele, escutando o ronco do seu carro.

Fomos juntos até uma parte do caminho, o som alto do carro dele estava estalando em músicas lá de fora, junto com o barulho do motor do carro que não era nada baixinho.

Ele buzina quando vai virar em uma rua que o tira de seguir o mesmo caminho que o meu, mas faço questão de não buzinar de volta, pisando fundo no acelerador pra chegar logo em casa e ir dormir.

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