cuarenta y seis
Só porque pediram muiiitoooo!!!!!
não costumo atualizar final de semana kkkkk
Espero que gostem! e não esqueçam de comentar e votar ❤️
VICTORIA AZEVEDO
Colômbia, Medellín
Eu abraço minha avó apertado quando ela abre a porta pra mim, os cabelos brancos como sempre cortados em um corte Chanel perfeito, e quase dou um grito quando vejo meu tio Marcelo encostado na pilastra da sala.
— que saudade do meu amorzinho! — me abraça apertado, e eu retribuo, apertando ele mais ainda, sorrindo feito uma criança.
Quando meu tio se assumiu pra família foi um alívio. Ninguém aguentava mais ele tentando fingir ser hétero, bastava tocar uma música da Shakira que ele não se aguentava, sempre foi o maior fã dela, oque sempre atrapalhou ele em disfarçar a sua sexualidade.
— tá gostosa...hmm.... — rio com o tapinha que recebo na bunda, tio Marcelo é irmão da minha mãe, nunca morou aqui na Colômbia, sempre no Rio. Ele foi parar lá a trabalho com vinte e poucos anos, desde então nunca mais saiu de lá, é a primeira vez que eu reencontro ele em tantos anos. Seu sotaque é nulo, e isso me impressiona muito.
— que felicidad ter mi nieta conmigo! — abraço minha avó de novo, minha maior felicidade sempre foi vir aqui visitar ela, ela sempre foi meu ponto de paz.
Minha avó foi uma mulher mil anos a frente do tempo dela. Fumar é horrível! Não, ela achava lindo mulher fumar, chique, requintado. Não se podia usar tal roupa mas para ela quem usasse era extraordinário. Trabalhava em uma empresa de farmácia, lá dentro ela tinha um cargo grande, diferente das outras famílias o sustento de casa vinha dela, não do meu avô como deveria ser " tradicionalmente. "
— desde cuando a señora hablas español con português? — questiono, minha avó sempre preferiu falar em espanhol, por mais que soubesse um pouco. o português, e eu estreito os olhos pra ela, vendo Tio Marcelo rindo.
— ai minha filha, eu to aqui já tem tantos meses...só não ensinei o palavrão ainda. Mas vou te falar? O palavrão carioca...nossa, não tem melhor! Eles xingam com vontade! — ele fala, daquele jeito todo cheio de gestos dele, demonstrando, e eu fico rindo, balançando a cabeça em negação. — inclusive depois preciso te contar dos meus bofinhos colombianos. — pisca um dos olhos, e eu solto uma risada.
— a Ana veio aqui? —eu pergunto sobre minha irmã e ele assente arqueando as sobrancelhas.
— você acredita que Catharina, Cath! Sua sobrinha! Me chamou de coleguinha? Não aceito. — cruza os braços, se remexendo todo indignado. — eu sou tio-avô! Com muito respeito e amor no coração! —
— mas ela não entende ainda! Coitada... — ele abre a boca indignado, balançando a cabeça em negação de novo.
— não entende? Ela sabe tudo, tem que saber que sou tio-avô dela sim! Eu amo falar isso, amo falar que eu sou tio avô, cheio de vida, cheio de beleza, e já sou tio-avô! — abre um sorrisão enquanto fala, batendo os ombros.
— ignore tu tío, como estás? Quiero saber de tudo! Que cabelos lindos! Su Abuela te ama tanto mi Vic. — eu respiro fundo, vendo minha avó feliz da vida de me ter aqui, e abraço ela de novo, sentindo seu perfume que sempre usou desde que eu era pequena. — su...seu quarto! — lembra a palavra abrindo um sorriso. — estás pronto! Se quiseres duermir, estoy finalizando lá comida. —
— voy tomar um baño y ya volto para cá. — ela assente, beijando minha testa, e rio vendo Tio Marcelo lá na varanda pegando um sol na rede, indo tomar um banho.
Meu quarto aqui na casa da minha avo é uma graça, minha prateleira com os ursinhos de pelúcia sempre tá no mesmo lugar, a cama agora não era mais de solteiro, ela trocou sem que eu soubesse pra uma de casal, mas nada mudou mais. O armário ainda é o mesmo branquinho de sempre, minha escrivaninha com os livros das princesas empilhados também tão no lugar.
Abro minha mala, mas antes abro a bolsa de mão, pegando meu notebook, abrindo a planilha do dia, mas vejo que não tinha quase nada pra fazer, só algumas postagens nos stories, mas a semana não tá agitada, não tem jogo, só as postagens do Palmeiras pay que preciso agitar.
Quando sento na cama pra separar uma roupa meu celular toca, o nome da Gabriely tá na tela, e eu atendo.
— obrigada por avisar que chegou bem e viva Victoria... — ela cisma que a Colômbia é perigosa, e realmente é se você não souber andar por aqui e for estrangeiro, mas fora isso não tem com o oque se preocupar.
— e você avisou que chegou bem e viva Gabriely? — perguntei, escutando sua risada do outro lado da chamada. — mas fala, queria fofocar sobre o que? —
— hm...sobre você com o Colômbia. Cara amiga, eu entendi que é só sexo a parada de vocês, mas nenhum dos dois parou pra pensar na consequência disso? — perguntou indignada.
— parar pra pensar eu pensei né? Mas aí eu já tinha feito a merda. Mas relaxa, no máximo eu vou ser demitida. — escuto a loira rir.
— não amiga...não foi nesse sentido que eu falei. Sexo casual não dá certo, imagina o climão se der merda? — Gaby pode até parecer pessimista pra quem vê de fora, mas ela não é assim, só é noiada com tudo, acha sempre que tem que fazer o possível pra se proteger de alguém ou até mesmo proteger esse alguém, se priva de muita coisa por causa disso.
— relaxa, não vai dar nada, não tem como saberem.— tento tranquilizar a loira que respira fundo do outro lado da chamada.
— sabe que já fizeram vídeo de fofoca sobre vocês dois né? — ela pergunta enquanto parece mastigar alguma coisa, eu me engasgo feio, viro correndo o copo de água que tá em cima da cabeceira, demoro um tempo até conseguir parar de tossir.
— Oi? Como assim? — sento na beirada da cama, aceitando quando ela transforma a ligação em vídeo chamada, sorrindo pra Endrick que tá deitado junto com ela.
— até eu já vi o vídeo Victoria, parou no tempo? — ele questiona, e eu franzi o cenho. Que vídeo é esse?
Clico no link que ela me manda, estreitando os olhos enquanto a mulher do vídeo fala sem parar. Primeiro comenta da nossa foto que tá no story do time, em seguida mostra um vídeo. Tão gravando como se fosse um 360 da despedida, um story comum e sem qualquer pretenção, mas no fundo, se você for um tipo de psicopata e der um ótimo zoom, dá pra reparar ele andando atrás de mim, na verdade é quase imperceptível pela altura dele, mas por ser alto me tampa completamente, então precisa querer bastante pra me ver ali, e com o zoom da pra enxergar, não tem toque nenhum entre nós dois, graças a Deus não filma a parte em que ele puxa meu vestido, mas filma quando ele tá subindo as escadas junto comigo, e seguimos caminho para a mesma direção. Não mostra ele me agarrando pela cintura porque a escada é como se fosse fechada, depois que sobe não vê mais.
Eu fico quieta enquanto clico nos comentários, uma lufada tranquila escapa da minha boca sem que eu perceba. Grande parte comenta que só estávamos andando na mesma direção, comum em uma festa e a minoria acha que estávamos juntos e rolando alguma coisa.
— vai dar merda pra você Victorinha, fica ligada não pra tu vê só. — Endrick é quem fala depois que termino de assistir ao vídeo.
— eu vou negar ué, ele só vai ter que fazer a mesma coisa. — o único problema agora é que tem gente demais sabendo, Endrick? Ok, ele já saiu do time. Lázaro, Menino e Bruno. Se eles comentam alguma piadinha ou algo do tipo e alguém escuta? Eu vou rodar tão bonito, ainda por cima vou ter que pagar a quebra de contrato.
— só toma cuidado, me preocupo, você sabe bem disso... — minha amiga fala, e e eu sorrio com a cara de preocupa dela.
— já te falei pra ficar tranquila Gabriely, beijo que eu vou tomar banho. —
Me despeço dos dois, tomando um banho rápido antes de ir ficar com a minha avó, curtir o dia do lado da velhinha que tanto cuidou de mim.
RICHARD RIOS
Medellín, Colômbia
— feliz cumpleaños mi hijo. — minha mãe me abraça apertado, eu beijo sua testa, rindo enquanto vejo Thian agoniado pra falar comigo, largo minha mala na sala enorme da casa dos meus pais, me abaixando pegando ele no colo quando vem correndo na minha direção pulando com tudo em cima de mim.
— ya sentiste mi falta? — pergunto, abraçando meu irmão enquanto ele tá no meu colo, e abraço minha cunhada também.
— mucho! Feliz cumpleaños tio Ritcha! — ele fala, e abraço Juvena também enquanto sinto seus braços em volta do meu pescoço rindo, antes de colocar ele de volta no chão. — pero donde está tía Vic? —
Onde ela tá? Dando um nó na minha cabeça.
Os poucos dias que dormimos na mesma cama por causa dessa mentirada toda não me fizeram bem, foi o suficiente pra parecer que ligaram um liquidificador dentro da minha cabeça, me deixando confuso, perdido, e até agora a porra do liquidificador tá ligado.
— tía Vic no vieste, estoy aqui por trabajo. — falo, mesmo que ele não entenda e fique confuso, minha mãe solta uma risada com a careta de confusão que ele faz.
— pero Vic está aqui. — Juvena fala, franze o cenho, e eu repito o ato dela, balançando a cabeça em negação, mas parando quando ela vira o celular, mostrando uma foto que ela postou no story com a localização daqui. Então minha prima pode seguir ela e eu não? Incrível.
— no sabias que ela vieste? — meu pai estreita os olhos sem entender, o rosto em uma expressão de confusão. Não tenho outra saída que não seja negar.
— no. No estamos nos hablando mucho, pero no eres momiento para hablar sobre esto. — eu forço um sorriso, minha mãe parece entender, eu merecia ganhar um prêmio em conseguir até mesmo fingir que briguei com a minha namorada de mentira.
Bagunço o cabelo de Thian enquanto coloco minha mochila no canto da sala, tinha uns dois dias passar com eles antes de ir para a concentração da seleção.
— como estás tu y Victoria? — sento na mureta que tem no quintal da casa, olhando a vista do alto de Medellín, e estalo a língua antes de olhar pra minha prima.
— ella hablaste contigo, yo sei. — ela revira os olhos rindo da minha cara depois que respondo.
— yo sei que tu sabes! Pero yo quiero saber, como estones? Tu y ella? — arqueio as sobrancelhas rápido, entendendo oque ela queria dizer.
— miesma coisa. — não era mentira.
É cômodo pra mim, é cômodo pra Victoria. Ter alguém pra te satisfazer quando você precisar sem atrapalhar sua vida pessoal, tudo melhora ainda com a atração que você sente pela pessoa, e a química entre nós dois é gritante demais, além de nunca ser cansativo, é sacanagem a forma como a língua dela toca a minha, como meu corpo encaixa no seu.
É bom ao mesmo tempo que não é. Essa mentira toda que inventei pra minha família foi uma grande merda, eu gostei de ver ela cuidando do meu sobrinho, não tô dizendo que tô apaixonado, nossa, mil amores pela Victoria, não é isso, mas não tô com a visão que eu estava antes, e é ruim.
Eu não quero um relacionamento — em geral, sem ser especificamente com ela, com qualquer pessoa— sinto que vai atrapalhar minha carreira inteira, minha vida vai desandar, e ela quer muito menos, isso é bom para as duas partes, mas até que ponto?
Até o ponto que ela foge de madrugada e me deixa preocupado? As ruas de São Paulo não são seguras, até o ponto em que me incomoda ter que ver ela e o Piquerez se falando? Não fazer a menor ideia com quem ou onde ela está quando não está comigo? Sinceramente, faço a menor ideia.
Estalo a língua sozinho, lembrando das fofocas que tão envolvendo meu nome por aqui, e com mulher que nem sou quem tô ficando.
— no piensan en...una coisa mas seria? — pergunta, eu balanço a cabeça negando, subindo meu olhar pro dela.
— nos entendiemos así, y eres mejor. — dou de ombros, Juvena parecia querer arrancar alguma informação de mim, começando a rir quando eu encaro ela sério, como fazíamos desde pequenos, e eu rio junto descobrindo que ela quer mesmo saber alguma coisa.
— Eres verdad que tu estás con Kaia? De nuevo? — faço careta enquanto nego.
— acreditas en tudo que seas no teléfono? No soy yo, eres un amigo...mio dios preciso de calma. Eres muy falacione sobre me... — reclamo, esfregando meus olhos.
— pero tu y Victoria. Tu gostas dela Ritcha... — tenta me convencer e eu solto uma risada enquanto levanto as sobrancelhas rindo.
— eu? — perguntei apontando pra mim mesmo ainda rindo, e ela acaba rindo junto. — voy hablar do que gosto de ella... — falo pra irritar ela, e consigo porque o tapa que estala no meu ombro é forte, e eu fico rindo enquanto ela revira os olhos, cruzando os braços.
— pare de me tratar como una idiota! E fale directo de Vic. — esfrego meu braço onde ela desferiu sua raiva, e subo a manga da camiseta antes de olhar pra ela.
— estás vermelho! — aponto para o local, vendo minha prima revirar os olhos.
— sí. Con tantas tatuajes eres possible ver... — arqueia as sobrancelhas com a maior cara de nojenta que ela tem, e solto uma risada, apoiando meus braços nos meus joelhos elevados, viajando nas luzes acesas lá embaixo. — yo chamei Nath...para lo cumpleaños de mi tía, tienes problemas? — balanço a cabeça em negação franzindo o cenho, realmente não ligo pra isso.
Nosso término não foi cem por cento amigável. Ela não é uma pessoa ruim, é uma boa pessoa, não me importo que minha família continue em contato com ela, quem não quer contato sou eu.
Pego meu celular pessoal quando sinto ele vibrando no meu bolso, vendo as notificações do Juan, e respondo ele que não ia conseguir sair hoje, ia aproveitar pra ficar com a minha família.
— tu vá sair hoy? — ela pergunta, e é tentador estar aqui e não sair, tentador demais, mas tinha outro plano pra hoje a noite e de novo eu balanço a cabeça em negação.
Entro no Instagram, de novo solicito pra seguir a Victoria, mas ela não aceita por nada, eu solto uma risada balançando a cabeça quando vejo que o Estevão tá seguindo ela. Não era só quem namora que ela deixa seguir?
Olho pra Juvena, tá atenta no celular enquanto eu tenho uma ideia de curioso.
— deja yo ver una coisa en teu telefono? — pergunto, estendendo minha mão esperando ela me entregar o aparelho, me encara com o cenho franzido. — insta da Victoria. — ela solta uma risada.
— y caso yo no quiera? — bate os ombros em deboche, eu respiro fundo com a minha maior cara de tédio estampado no rosto, agradecendo mentalmente quando me entrega o celular aberto no aplicativo.
A última foto é antiga, ela na praia, tá fazendo um biquinho com os lábios brilhando daquela merda que ela passa, o biquíni é amarelo, o corpo tá molhado e brilha por causa do sol que reflete na pele bronzeada. Mas oque mais me chama atenção é o piercing marcando no biquíni, não é nítido o formato de coração, mas é nítido que tem alguma coisa ali.
— estás hipnotizado? — estalo a língua descendo o feed, vendo mais fotos. Ela com a sobrinha, tem um monte dela sozinha, todas com essas porra de roupas coladas que ela usa, quando clico nos destaques o primeiro ela tá com um vestido preto, de lado no espelho, deixa explícito o tamanho da bunda dela.
Devolvo o celular, mesmo que não tenha visto tudo ainda.
— tienes certeza de que no querer nada de verdad con ella? — estreita os olhos pra mim, eu levanto da mureta, movimentando a cabeça para negar.
— és tarde para esto. Y miesmo que yo quieta, ella no. Y no quiero, estoy no pico de mi carrera. — bato os ombros, colocando as mãos dentro da calça de moletom, indo na sala, sentando no sofá junto com meu irmão.
— quando voy conecer tu namoradiña? — ele me empurra rindo, e eu estalo a língua soltando uma risada, desbloqueando meu celular de trabalho. — no eres amor? — pergunta pra namorada dele que assentiu.
— yo quiero conecer está Victoria tambien. —
— yo demorei para conecer tu. — falo, sorrindo com deboche quando ela revira os olhos, e de novo meu irmão me empurra pelo ombro, e encaro ele com tédio.
— ella está por aqui, habla para vir. — levanto do sofá antes que me estresse com a insistência dele, rindo quando sinto a almofada atingir minhas costas, e pego no chão, tacando de volta nele.
— como estás para el juego? Nervoso? — eu assinto enquanto falo com meu pai, todo jogo pela Colômbia é uma sensação diferente, uma loucura diferente.
Fico conversando com ele um tempo, antes de subir com as malas pro meu quarto. Tomo um banho rápido, colocando só um short e um moletom, encontro no armário um boné, e coloco também, me deitando na cama.
Passo um bom tempo no quarto só escutando música, quando saio a casa tá escura, passo no quarto dos meus pais e eles tão apagados, entro fechando a porta, beijando a testa da minha mãe na intenção de acorda-la.
— no fué me dar buenas noches por que? — ela ri, se aconchega mais na cama antes de beijar minha bochecha, e levanto, pronto pra sair do quarto.
— vás sair? — nego, e ela assente. — se quiseres só avisate no WhatsApp, y se quisiere tambien trazer vic para cá. —
— brigamos mama. Deja ella la. — ela respira fundo voltando a deitar e eu fecho a porta do quarto, subindo as escadas de novo enquanto pego meu celular, entrando no aplicativo de mensagens, vendo que James tinha enviando várias.
" ven para acá Hermano
fiestita privada
en mi casa, voy dejar tu entrada liberado
tu tienes que vir, eres obligatorio
tu sabes que estás me devendo una festa juntos "
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