3 - Coisas mais estranhas ainda
Assim que eu cheguei na pizzaria naquela noite, logo falei com Dani sobre os problemas que haviam ocorrido, e aconselhei chamar um eletricista para checar o funcionamento das caixas de som e das portas, que haviam se fechado sozinhas. Ela falou que ia marcar com um no dia seguinte, e assim fui até minha sala, onde fiquei lendo um livro. Quando eu desviava o olhar da leitura, percebia que o movimento no restaurante estava ainda maior do que no dia anterior, com famílias chegando ao ponto de ter que esperar um lugar entre as mesas liberar, tendo espaço para sentar-se. Os animatronics faziam seu pequeno show repetidas e repetidas vezes.
Uma coisa que percebi foi que nesse dia Foxy estava desativado, com uma placa "Fora de Funcionamento" na frente de suas cortinas roxas. Como na véspera, aproximando-se da madrugada, as famílias foram indo embora, até que apenas sobraram quatro amigos que já pareciam estar bêbados. Eles se demoraram um bom tempo, mas enfim foram embora, com suas garrafas de cerveja pela metade ainda na mão. Depois de alguns instantes, Danielle foi embora, deixando-me a sós.
As horas podem ter chegado rápidas até meia-noite, porém a partir dali, o tempo pareceu desacelerar, e acabei meu livro, ficando sem nada a fazer. Então decidi andar por ali para matar o tédio. Andei pelos corredores, e pelo hall, aproveitando para dar uma olhada na porta no fundo da parede à esquerda do palco, a mesma da enseada de Foxy. Entrei lá e vi prateleiras com cabeças de animatronics, para o caso de precisarem trocar. Dei apenas uma pequena olhada. Então, fui ao banheiro e voltei à minha sala, e ainda não havia passado das 2:30.
Quando ouvi o pequeno relógio digital apitar 3:00 horas da manhã, levei um susto, pois as portas fecharam do nada, e fizeram um barulho tão alto ao se chocarem contra o chão, que não entendi como não acordei no dia anterior. Parecia que alguém havia programado um despertador londrino antigo para despertar logo acima de minha cabeça. Pálido pelo susto e com o coração na boca, me acalmei. Porém, quando fui tentar abrir as portas, elas haviam sido trancadas. Como aquilo havia ocorrido eu não sabia. As luzes não haviam apagado, e elas só poderiam ser abertas ou fechadas por dentro da sala, a qual eu estava sozinho. Ouvi mais uma vez uma voz grossa cantarolando, o som vindo do corredor do fundo, o que dava para a enseada de Foxy. Eu decidi tentar olhar alguma coisa pelo vidro lateral da minha sala, que dava para o corredor. Foi então que eu vi.
Foi a coisa mais horrível que eu já vi. Meu coração foi parar nos meus sapatos, e senti meu sangue parar por alguns segundos. Uma forma grande, redonda e azul estava ali, andando vagarosamente, vindo em direção da minha sala. Foi então que percebi que era Bonnie, um dos animatronics, que andava em direção até minha sala. Porém não era ele ou dele que vinha a música. Ela vinha de mais longe. Mas voltei para o fundo da sala e me escondi, horrorizado demais para olhar denovo pelo vidro do lado esquerdo. Foi aí que outro barulho me chamou a atenção. O som me lembrou panelas batendo uma na outra. Foi então que vi no outro vidro outra silhueta, uma dessa vez amarela, o que percebi ser Chica, e dessa vez o barulho vinha dela. Isso ocorreu por alguns minutos, e depois as portas destrancaram, mas eu só teria coragem para sair da sala e abrir as portas outra vez quando amanhecer. Então eu me sentei, e tentando controlar o medo, esperei o sol aparecer.
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