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Unem-se


- UMA COISA EXTREMAMENTE importante que você deve saber sobre o funcionamento do Palácio é que minha mãe tem olhos e ouvidos em praticamente todo lugar. - eu digo para Khalled, apontando para os assentos vazios das damas de minha mãe no Salão Branco. - Aqui é o covil de um grupo especializado de víboras, mestras em ouvir e criar boatos. Antes de entrar para a Corte de Arasdil é de suma necessidade que saiba discernir cada uma delas, ou não vai sobreviver um dia sequer.

O Comandante de Asgoldien ergueu as sobrancelhas, divertido.

- E onde é que as cobrinhas estão? - perguntou, um sorriso largo e travesso brilhando no rosto.

Inesperadamente, sinto uma parte de meu coração se aquecer por conta de seu entusiasmo. Eu sempre estivera sozinha em minhas brigas, - mesmo que Kevin sempre oferecesse a si mesmo, eu nunca aceitara a sua ajuda: não queria deixá-lo em maus lençóis com o pai dele, mesmo que fosse um imbecil. E que acima de tudo era fiel à minha mãe.

Mesmo quando Logan era meu noivo, nunca conversávamos de fato sobre os meus próximos atos de rebelião ou sobre qualquer coisa arriscada na qual se caso eu fosse pega pudesse acabar seriamente encrencada. Eu podia até comentar superficialmente sobre uma coisa ali, outra aqui, mas nunca me aprofundava no assunto. Porque muito antes do nosso "compromisso" vinha a sua lealdade ao Exército e ao meu pai. Um traço que um dia admirei, mas não mais.

Entretanto, aqui, com Khalled, a diferença era gritante; não havia receio, não existia dúvida. Estávamos fazendo algo considerado altamente errado segundo as leis de Arasdil e ainda assim fazíamos piada um com o outro. No lugar da tensão ou do medo de sofrer com as consequências, havia uma espécie totalmente nova de parceria, uma que era permeada pelo anseio de fazer parte de algo.

Quando esse pensamento toma forma em minha mente, um sorriso ganha espaço em meus lábios antes mesmo que eu tenha consciência.

- Logo, logo elas chegarão. - digo. Um momento se passa e então faço uma curta contagem regressiva com os dedos. Assim que chego ao zero, as portas do Salão Branco se abrem e a Rainha e suas Cobra-Damas entram em cena.

Em silêncio, Khalled e eu acompanhamos os movimentos das cinco mulheres bem de perto, usando o vitral recém restaurado do Salão Branco como cobertura. Espioná-las era a parte fácil, uma brincadeirinha de criança, puro entretenimento; conseguir entrar sem sermos vistos era a parte interessante.

Minha mãe era detentora de grande conhecimento no que se dizia respeito à planta da imensa propriedade dos Kihastian-Arasdilany, mas ao que parecia, não completamente.

Caso contrário, nunca me poria de castigo em um cômodo no qual houvesse uma passagem secreta.

Esse segredo eu tinha descoberto aos catorze anos, em mais uma das incontáveis punições que recebia, todas caracterizadas por horas a fio confinada em meu quarto. Enquanto andava ociosamente de um lado para o outro, por acidente acabei tropeçando na ponta do carpete que ficava abaixo da minha cama.

Eu certamente não teria prestado atenção, isto é, se a ponta prateada da espada que fazia parte do símbolo da bandeira de Arasdil não tivesse sido exposta numa pintura entalhada na madeira. Puxando o restante do carpete para fora do caminho, encontrei o que se assemelhava a uma tampa de formato retangular. Ao passar os dedos pelo pequeno espaço de encaixe entre a madeira e a tampa, abri o que mais tarde descobri ser um alçapão que dava para uma seção de túneis, ligando o meu quarto ao Salão do Trono, à Sala de Retratos Reais e ao covil de minha mãe.

Durante semanas explorei a passagem secreta, estudando-a e marcando para onde levava cada bifurcação presente nos corredores.

Fora uma tremenda realização para uma garota magricela no início da adolescência e até hoje continuava sendo bem útil - mesmo que agora eu me sentisse um pouco grande demais para passar por aquele alçapão, que nunca fora dos maiores. Dito isso, nem é necessário acrescentar que Khalled precisou se espremer para conseguir caber naquele buraco.

Fiquei com medo de dar tudo errado e no final nosso trabalho de espionagem ter de ser cancelado, mas na quinta tentativa ele conseguiu descer. A situação toda foi absurdamente cômica, mas bem, ninguém mandou nascer com ombros terrivelmente largos.

- Qual delas é a mulher que te esperava do lado de fora do meu quarto ontem à noite? - Khalled perguntou, sua voz não mais que um sussurro em meu ouvido.

Olhei para ele, atordoada.

- Como você sabe...

- Eu ouvi tudo o que vocês disseram. E não sou burro. - ele apontou para as mulheres no salão. - Não é qualquer pessoa que ousaria falar com você daquele jeito. Deduzi que só podia ser uma delas.

- Você até que é inteligente - elogio. - Para um garotinho que passou a vida inteira aprendendo o melhor jeito de levantar uma espada.

- Eu não sei só erguer espadas, princesa. - disse, se aproximando por trás de mim silenciosamente, seu queixo resvalando no topo da minha cabeça. Ele então se inclinou, de modo que seus lábios estivessem muito perto da minha orelha. - Também fui educado na arte suja da corte. E, se o que estou vendo coincidir com o que aprendi, a mulher arrogante que a desafiou foi... - seu dedo viajou pelo vitral, parando exatamente sobre o assento de Violet. - Aquela ali.

Prendi a respiração.

- Sim. - murmurei, assentindo levemente com a cabeça. - O que a denunciou? - perguntei, testando a veracidade de seu truque.

- Há um retrato seu na parede. - ele disse, e dessa vez pude sentir a maciez de sua boca contra a minha pele. Ignorei o arrepio em minha nuca. - E ela fica olhando para ele sem parar, como se quisesse arrancar os seus olhos do quadro.

- Ela provavelmente quer. - concordei.

- Você coleciona inimizades demais. - ele repreende, saindo de trás de mim para se colocar novamente ao meu lado. - Violet, a ruiva que te odeia. Quem são as outras?

Aponto e explico detalhadamente a melhor maneira de identificar as demais serpentes da Rainha e discorro sobre a habilidade de cada uma delas, incluindo a melhor maneira de evitá-las.

- Olivia é a mais fácil de reconhecer, porque ela é uma puxa-saco. No instante em que se deparar com você, só o fato de ser príncipe vai fazê-la te cobrir de elogios dos pés à cabeça. - revirei os olhos, pensando se há como ser mais patética do que isso. - Mas é só teatro. Ela está apenas tentando ganhar sua confiança pelo único meio que conhece: bajulação. Depois que você cai na lábia dela, um segredo que deixe escapar em sua presença e já estará na boca do povo. Totalmente distorcido e deturpado da pior forma possível, é claro.

- Que medonho - ele comentou. - E você tem certeza de que a sua mãe vai mandar esses raros espécimes de honestidade humana ficarem na minha cola por...

- Porque ela precisa saber se você tem algum podre. - respondo, olhando fixamente para a mulher de postura impecável sentada no Trono. Uma coroa pesada sobre a cabeça, mas que nunca deixa de usar. - Eu ainda não descobri o motivo, mas mamãe está querendo me tirar de Arasdil e sei que ela pensa que me casar com você vai ser a solução mais rápida. Um príncipe estrangeiro, prestes a ser coroado rei e coisa e tal. É a oportunidade perfeita para ela.

- E você não fica nenhum pouco insegura? - Khalled franziu a testa, sem entender. - Sua mãe não é a única nessa empreitada. Seu pai falou algo sobre nos chamar para uma conversa sério depois da confusão que houve no baile.

- Que aliás, foi inteiramente culpa sua. - acusei, semicerrando os olhos para ele.

- Minha culpa? Só minha? - Khalled devolveu, os olhos verdes faiscando. - Foi nossa culpa. E foi você quem começou.

- Que seja. - eu disse, saindo de perto do vitral e me dirigindo de volta para o túnel.

- Aonde você está indo? - ele perguntou, me seguindo. - Pensei que a direção para os seus aposentos fosse virando à direita.

- E é. - anuí, sem parar de caminhar. - Mas estamos indo para a Sala de Retratos Reais agora.

- E o que tem lá?

- Retratos. - respondi, dando um risinho.

- Que engraçadinha. - o príncipe ironizou, passando na minha frente. - Não, gênio, estou querendo me referir a se há algo mais lá de que eu precise saber para o nosso acordo.

Nego com a cabeça.

- Não há nada - falei. - Só que lá é a única outra saída que temos, já que o Salão do Trono está fora de questão e que não quero que você seja pego saindo do meu quarto. Ainda é cedo e as pessoas tendem a ter a mente fértil demais, não quero que pensem que passamos a noite juntos. Ao contrário de certo alguém, não estou nem um pouco interessada em acabar num altar e muito menos com você pondo uma aliança no meu dedo.

Khalled fica boquiaberto. Engasgo uma risada.

- Quem disse que eu quero me casar com você? - ele questiona, tentando manter a voz num tom de completo ultraje e falhando miseravelmente.

- Aham, tudo bem, garanhão. - Suas orelhas estão da cor de cerejas e suprimo a vontade que tenho de tocá-las. Em vez disso, dou um tapinha em seu ombro. - Nós dois vamos fingir que não sabemos da quedinha que você tem por mim. Oh, me desculpe. Quis dizer penhasco. Sim, agora parece mais apropriado.

- E por que sou eu que tenho que ter uma quedinha por você? - ele argumenta, usando o corpo grande e musculoso de soldado para me impedir de avançar caminho. Ergo o queixo o mais alto que posso, para mostrar que não me sinto intimidada pelo seu tamanho.

- Quanto você mede? - a pergunta me escapa sem querer.

- 1,97 metro. - ele responde, dando um passo na minha direção. - E não mude de assunto. Por que não pode ser você quem está caidinha por mim?

- Está falando sério? - ergo as sobrancelhas, ao passo que ele assente, cruzando os braços contra o peito largo. Eu não estava planejando levar a brincadeira adiante, mas já que ele insistiu: - Para começar, você me olha feito bobo, todo admirado, como se eu fosse a mulher mais bonita que já encontrou, o que pra falar a verdade é meio irritante. E isso é desde que a gente se conheceu. Depois, quando nos encontramos de novo, ficou insistindo para que eu dançasse com você no baile, mesmo depois de eu ter roubado o seu cavalo e ter te acertado naquele seu precioso lugar.

- É que eu não costumo guardar rancor. - o ouvi dizer entredentes, e naquele meio-tempo, continuei falando:

- ... e concordou rapidinho em me ajudar a figurar o nosso interesse amoroso de mentira sem nem mesmo pedir nada em troca, vindo com aquele seu papinho furado de que eu ficaria "te devendo uma", sendo que, cá entre nós, havia um milhão de coisas que você poderia ter me pedido. Mas não, você deve ter pensado que dar uma de príncipe misterioso aumentaria o seu charme.

Eu pude jurar que um tom mais escuro de verde se assomou às duas pedras de jade que eram as íris dele naquele segundo, um brilho perigoso perpassando nos olhos do homem a minha frente, mas mesmo assim prossegui tagarelando como nunca tinha feito na vida:

- Você me elogia o tempo inteiro, me ajuda sempre que pode e até arriscou sua vida para me salvar quando eu quase caí de um penhasco enquanto andava à cavalo. Eu mando você ir embora e você insiste em ficar; peço que me deixe em paz e praticamente implora para que eu deixe você me ajudar. É completamente obcecado pelos meus olhos, tanto que os comparou com um "céu cheio de pequenas estrelas." E não vamos deixar de fora a sua aparente fascinação pelos meus seios e por segurar a minha mão sempre que...

- Quer saber de uma coisa? - ele me corta, descruzando os braços e transpassando a distância que havia entre nós até uma proximidade perturbadora, seus joelhos encostando em minhas coxas. - Para alguém que não está nem um pouco caidinha por mim, você parece ter notado um monte de coisas a meu respeito. E dizer que eu faria algo de propósito para aumentar o meu charme? - ele deu uma risadinha, o som saindo inteiramente rouco. - Fico tocado de saber que a afetei tanto a ponto de ter que precisar inventar uma loucura dessas para dizer a si mesma que não está loucamente atraída por mim. E saber que lembra da nossa interação de uma forma tão detalhada... Me deixou tentado a adicionar algumas particularidades suas.

- Como o quê? - tentei soar desdenhosa, ao passo que uma gosta de suor escorria em minhas costas.

- Você fica com a respiração tão alterada quando ficamos perto assim. - ele disse, baixo. Dedos quentes contornaram os traços de meu rosto. O encarei, prendendo o ar. - Você me olha muito nos olhos, sabia? Será que sou o único fascinado de nós dois? - sussurrou, a boca a um sopro da minha. - Você nega?

- Por favor. - Eu peço. Estou lutando com tudo o que tenho para manter meus olhos abertos, para não me deixar levar pela força e peso da atração que me cerca. Que me puxa até Khalled como um ímã.

- Você nega, Estrelinha? - ele pergunta mais uma vez, o nariz tocando o meu.

Balanço a cabeça.

- Não. - a palavra é só um suspiro quando os lábios dele cobrem os meus.

O desespero e a doçura daquele beijo me choca. Khalled é ternura e calor puros contra mim. Seus lábios estão apenas pressionando os meus e tomo consciência deles como se estivessem pelo meu corpo todo. Quando penso que nunca provei nada melhor, sua língua toca a minha e qualquer vestígio de ternura desaparece. Dou a abertura que Khalled procura e ele explora minha boca como se a procura de alimento. É fome; e eu a sinto.

Agarro seu pescoço, meus dedos mergulhando entre os fios sedosos e grossos de seu cabelo, nossos corpos moldando-se um ao outro com tanta perfeição quanto seria se tivéssemos feito aquilo milhares e milhares de vezes. Khalled me beija com mais força e geme contra a minha boca quando eu retribuo da mesma maneira. Suas mãos acariciam a minha pele, descendo pelos quadris e então agarrando minhas coxas, erguendo-me do chão pelo instante necessário que preciso para enlaçar minhas pernas em sua cintura.

Me sinto segura e aquecida em seu abraço e seguro seu rosto, beijando-o com um desejo que eu desconhecia e achava não ser capaz de sentir até então. E o modo como ele me corresponde, como se não fosse nem de longe o bastante...

Me eletriza.

Paramos de nos beijar, ofegantes. Seu peito sobe e desce, os lábios inchados, o rosto quente. E dentro do verde de seus olhos, estrelas brilharam.

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