Capítulo 30: Rosa vermelha
"É intenso e verdadeiro um amor
quando num beijo se abraça a alma!
É o êxtase de sua plenitude!"
Robson Ruas
Sábado, 11 de junho
— Eu vim me desculpar, não pensei que seria recepcionado desse jeito — Vini falou após um riso, enquanto entrava no apartamento ainda com seus braços à minha volta.
— Fomos infantis, não aprendemos a conversar como dois adultos ainda — falei, logo que nos sentamos no sofá. — Você tem todo direito de sair com quem quiser e eu também. Perdemos tempo com brigas desnecessárias.
Vini me encarou por alguns segundos antes de passar seu braço pelos meus ombros e apoiar seu queixo sobre a minha cabeça. Senti quando ele suspirou e, em seguida, se afastou o suficiente para que eu pudesse ver o seu rosto.
— Sabe, Mari, as pessoas falam coisas e sempre falaram sobre nós. Coisas como "vocês fariam um ótimo casal" e outras do tipo — eu ergui uma sobrancelha enquanto o olhava, tentando entender onde ele queria chegar. — Mas eu sempre pensei que nós fazemos mais o tipo "dupla", algo como Batman e Robin.
— É claro que eu seria o Batman — comentei, fazendo-o rir.
— Eu amo você. Não do jeito que as pessoas acham que eu devo amar, mas amo. É um clichê, mas eu não sei onde estaria se não fosse por você. Eu me aproximei de você por puro interesse nas suas amigas, depois virei seu amigo de verdade, te coloquei nas maiores furadas, virei seu melhor amigo, vi você namorar, quase noivar, voltar a ficar sozinha... Vi você, praticamente, no fundo do poço e estava lá contigo, pronto para te ajudar a dar uma surra na Samara se ela tentasse algo por você estar no território dela. Vi você se reerguer, construir uma armadura e sair para a luta mesmo fingindo que estava bem. Eu sabia todas as vezes que você estava pensando nele e tentava, ao máximo, te distrair. Eu sempre estive aqui por você, sua mãe até me considera da família! — Ele sorria enquanto falava, como se recordasse cada momento que citava. — Não é um namoro ou qualquer outra coisa que vai nos separar. Eu amo você e sempre estarei aqui, nunca deixarei ninguém te machucar e tentarei não fazer isso também.
...
Vini disse que precisaria ir embora, mas que amanhã me ajudaria com as coisas na floricultura, já que tinha conseguido uma folga no restaurante. Eu o acompanhei até a porta e ganhei mais um abraço antes que ele fosse embora. Quando estava voltando para dentro, a porta do apartamento da frente foi aberta e o Alemão me cumprimentou sorrindo.
— Oi, Mari! Tudo bem? Como vão as coisas? — Falou, enquanto andava até mim, sendo seguido por um outro cara.
— Vão bem — respondi sorrindo. — E com você?
— Tudo otimo! Deixa eu te apresentar — disse passando um dos braços pelos ombros do outro cara. — Esse é o Cristiano, meu namorado.
Eu sorri, apertando a mão que Cristiano me estendeu, mas ainda tentando entender como acreditei que Júlio poderia ser um possível admirador. Acho que, realmente, as aparências enganam.
Domingo, 12 de junho
Dia dos Namorados
— Hoje é o grande dia — Vini comentou, enquanto me ajudava a tirar do carro algumas coisas que poderia precisar durante o dia e tive que trazer de casa. — Finalmente vai descobrir quem é o admirador secreto.
— E eu confesso que estou extremamente nervosa para descobrir.
— Por que? Não tem como ser tão ruim assim, talvez seja alguém conhecido. Ou não, mas não vai ser tão terrível.
Eu o olhei, desconfiada com o otimismo, porque, na minha cabeça, poderia ser ruim. E se for alguém de quem eu não gosto? E se for como nos filmes, onde o admirador é alguém do passado que a pessoa rejeitou? Tantos "e se" passavam pela minha cabeça e parecia que, a qualquer momento, eu poderia explodir.
Entrei na floricultura com Vinicius carregando caixas atrás de mim e Fernanda e Rebeca atendendo alguns clientes. Rebeca trabalhava bem e, se ela decidisse ficar na cidade por mais tempo que o planejado, talvez pudesse contribuir se a parceria com Hugo desse certo. E isso me lembrou que eu precisava conversar com ele, agora que voltei a ter o controle da floricultura. Tinha muito o que resolver ainda.
— Como está a animação para descobrir o admirador? — Perguntou Fernanda assim que os dois homens que ela atendia foram embora.
— Por que vocês só sabem me perguntar sobre isso? Vamos fingir que hoje é apenas mais um dia normal, tudo bem?
Ela ergueu as mãos em sinal de rendição enquanto eu começava a organizar as coisas que trouxe com a ajuda de Vinicius. Rebeca já sabia de toda a história, porque Fernanda não conseguia manter sua boca fechada por muito tempo, mas, pelo menos, ela não fazia diversas perguntas como a irmã.
...
A floricultura ficou movimentada o dia inteiro e vendemos todos os ursos de pelúcia que Fernanda nos tinha feito comprar. Ao final do dia, quando já estávamos com a porta fechada e apenas arrumávamos as coisas que tinham ficado fora do lugar e limpávamos tudo, Nanda entrou no escritório e, quase meia hora depois, voltou com o rosto todo vermelho e inchado. Quando perguntamos quem deveríamos matar por tê-la feito chorar, a resposta nos fez derramar lágrimas junto com ela.
— Rafael me pediu em casamento — ela disse secando as lágrimas que ainda molhavam seu rosto. — Foi por chamada de vídeo, mas ainda assim é um pedido de casamento, não é?
Nós a abraçamos, enquanto Rebeca repetia diversas vezes que perdemos um soldado. Quando foi a vez de Vini abraçá-la, ela soltou uma frase que nos fez dar gargalhadas:
— Se eu não namorasse e não fosse casar, com certeza ainda pegaria você.
O clima na floricultura, quando voltamos a arrumar tudo, era de dever cumprido. Tínhamos passado mais uma vez pela data mais movimentada do ano e nos sentíamos como se estivéssemos livres. Era a data mais difícil de todo ano e conseguimos passar por ela, mesmo com Rebeca substituindo Rafaela e todo o problema pelo qual passamos na semana passada.
Estava no balcão fechando o caixa quando a porta da floricultura foi aberta e por ela passou um homem segurando um buquê de rosas vermelhas. Minha ficha demorou a cair e eu quase não me toquei de que ele era o admirador secreto. Fernanda sorria, virando seu rosto entre eu e ele e Rebeca tinha a boca aberta em um "o", demonstrando sua surpresa. Sorrindo, ele caminhou até o balcão.
— Eu deveria dizer "olá, Mari" ou "querida Mari"?
NOTAS
OIOI, PESSOAL!
Como que fala quando tá triste e animada ao mesmo tempo? Porque esse é o meu estado com o fim dessa história. Eu já vou postar, seguido desse capítulo, o epílogo dessa história e o prólogo de Flores pela Janela, mas tinha que vir aqui pra divulgar a última história. E não poderia faltar uma história minha.
Sinopse: A vida de Ella era a mais comum possível: não era a mais popular da escola, não era a nerd, não namorava o menino mais bonito e não fazia parte do grupo das líderes de torcida. Era apenas a garota comum que chegou recentemente na cidade.
A caminho da aula, porém, ela encontra um pequeno caderno branco jogado no chão. Sem nome, iniciais ou qualquer outra coisa, era impossível descobrir o dono. Os poemas, no entanto, eram os mais reveladores possíveis e, com base naquilo que passou a ler, Ella entra numa busca pelo dono do caderno.
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