Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 19: Tulipa

"E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre."
Chico Xavier

Quarta-feira, 01 de junho

Acordei com o celular tocando o alarme em cima da mesa de cabeceira. Com a porta fechada, o quarto estava mais escuro do que nos outros dias e eu tropecei e quase caí quatro vezes, até alcançar a porta. Ao abrir, senti o cheiro de café vindo da cozinha.

Acho que Vinicius poderia dormir mais vezes aqui.

— Bom dia — exclamou quando passei pela entrada da cozinha. — Já pensou no meu pedido?

— A única coisa que eu fiz foi dormir — respondi. — Bom dia.

Ele revirou os olhos e me avisou que tinha comprado pão na padaria a algumas quadras daqui. Eu apenas agradeci e me sentei à mesa, começando a tomar o café e organizando, mentalmente, todas as coisas que teria que fazer antes do almoço, para que pudesse ir ao congresso de floristas com Hugo. Teria que estar em sua floricultura logo após o almoço.

— Marina, você ouviu alguma coisa do que eu falei? — perguntou Vinicius, parado à minha frente, do outro lado do balcão da cozinha.

— Desculpa, não — sorri para ele. — Muita coisa na cabeça, tenho um congresso para ir hoje.

— Congresso? Você não me falou de congresso nenhum — ele disse confuso.

— Não tive tempo para falar, tanta coisa ao mesmo tempo — falei com um suspiro. — É um congresso de floristas, tenho um panfleto em algum lugar. Vou com o Hugo, da outra floricultura.

Vinicius se engasgou com o café, colocando a caneca no balcão e tossindo três vezes antes de respirar fundo e olhar para mim. Eu dei de ombros e ele ergueu uma sobrancelha para mim.

— Ele é um dos possíveis admiradores, Mari — falou, como se fosse um aviso de algo ruim.

— Tudo bem, eu sei — disse despreocupadamente. — Todos eram, até alguns dias.

Terminei de tomar café e me arrumei para ir à floricultura. Claro que, levando em conta que iria ao congresso depois, me arrumei um pouco melhor que o habitual. Quando saí do quarto, Vini arrumava sua mochila na sala, com os cabelos pingando água bem em cima do meu sofá.

— Você estava se arrumando para o congresso ou para o florista? — perguntou enquanto eu pegava uma toalha e secava seus cabelos. Revirei os olhos, peguei minha bolsa e a chave do carro.

— Vejo você mais tarde — me despedi, abrindo a porta e ouvindo ele dizer "arrivederci" antes que eu pudesse fechá-la.

...

Pedi uma marmita pelo telefone, para não ter que sair duas vezes da floricultura, que logo chegou. Almoçava na salinha que transformamos em uma espécie de escritório, enquanto Rafa e Nanda atendiam os clientes.

Rafa parecia mais relaxada depois de ter contado de seu possível namorado. Parecia até um pouco mais feliz, como se tivesse tirado um peso de suas costas ao contar. Não é fácil esconder quando gostamos de alguém.

Nanda, sempre que podia, estava ao telefone com Rafael. Era como eu sempre dizia: apesar de viverem longe, eles faziam de tudo para estar perto um do outro, nem que fosse separados apenas por uma linha telefônica e dependendo da cobertura de sinal horrorosa que a maioria das operadoras oferecem. Mas o amor, quando verdadeiro, vence todas as barreiras.

Ouvi duas batidas na porta e, logo em seguida, os cabelos loiros de Fernanda estavam em meu campo de visão. Ela sorriu e entrou com um buquê de flores na mão.

— Dessa vez, são tulipas — falou, me entregando as flores.

Quando ela saiu, eu deixei o almoço de lado e me concentrei no cartão que se sobressaía do buquê. A cera que selava tinha vários tons, como se tivesse misturado algumas cores, exatamente como as flores organizadas no buquê. Era incrível o cuidado que ele tinha para agradar.

"Querida Mari,

Tulipas representam, entre algumas outras coisas, esperança e eu li uma vez que "não há mal que dure para sempre".

Acredito, firmemente, que esta é uma verdade. As fases ruins são apenas fases e, em algum momento, todas elas passam. Em sua grande maioria, as fases difíceis servem para que nós tenhamos conhecimento de algo e possamos aprender a lidar com outras situações da vida.

Um exemplo disso são as lagartas. Não posso dizer a você o que, exatamente, elas sentem enquanto estão dentro do casulo, passando por sua metamorfose. Mas é um período de transição para elas, necessário. Precisa-se passar pelo casulo, a metamorfose, até que suas asas se abram para ser a borboleta que ela estava destinada a ser.

O momento ruim que, hoje, podemos estar passando, pode ser o nosso período de metamorfose, onde nos transformaremos naquilo para que realmente fomos criados.

Todos os momentos ruins são lentas construções daquilo que nos tornaremos no futuro.

Então, se você, por algum motivo, está em um momento ruim, não se desespere e tenha calma. As asas ainda se abrirão para mostrar a verdadeira borboleta.

Com amor,

Seu admirador secreto."

Não tive nem tempo de refletir sobre a carta e meu celular tocou, sinalizando uma mensagem. Eu o peguei de cima da mesa e desbloqueei a tela, vendo um recado de Hugo. Ele avisava que já tinha terminado seu horário de almoço e me esperava na floricultura, assim como havíamos combinado.

Tentei terminar o almoço o mais rápido possível, mas sem fazer com que eu passasse mal. No início da adolescência, tive alguns problemas por causa de má alimentação e não queria, de verdade, que passasse por algo do tipo novamente. Quando terminei, avisei para Fernanda e Rafaela que já estava saindo e, provavelmente, não conseguiria voltar ainda hoje. Contudo, avisaria as duas caso acontecesse qualquer coisa.

O trânsito estava insuportável naquele horário de almoço e eu, por pouco, não consigo chegar na floricultura de Hugo a tempo. Ele me recebeu com um sorriso, adornado pela maravilhosa barba que ele possuía.

— Desculpa pelo atraso, você sabe como é esse trânsito — falei, após receber um abraço.

— Sem problemas — disse ele e indicou a porta. — Vamos no meu carro?

O caminho foi tranquilo. Hugo não falou muito, apenas comentando alguns fatos durante o caminho e contou um pouco sobre o congresso. Ele contou que é o primeiro que acontece na cidade e que não foi muito divulgado, por isso foi fácil conseguir os ingressos logo no começo.

Mas não foi o que pareceu quando chegamos lá.

O local estava cheio de pessoas e flores. Muitas flores. Estava quase me sentindo nos campos da Holanda, com várias flores. Hugo entregou os ingressos para uma mulher que usava uma grande coroa de flores na porta do evento e ela nos entregou duas pulseiras, também floridas.

Hugo ia passando e cumprimentando algumas pessoas. Já eu, não fazia a mínima ideia de quem fosse cada uma delas. Mais à frente havia um palco e algumas pessoas organizavam alguns elementos, provavelmente, para uma palestra ou algo do tipo. Pelo visto, eu teria muito para ver e me distrair hoje.

...

— Ficou lindo assim — disse Hugo, olhando para mim enquanto eu me via pelo reflexo no espelho, ajeitando uma grande coroa de flores na cabeça. Sua barba tinha algumas margaridas aqui e ali, enfeitando. Tudo isso era resultado de uma tenda no evento, ensinando a fazer coroas e colocar flores e mais flores em tudo quanto era lugar.

— Obrigada, também adorei sua barba — falei rindo e ele sorriu.

— Bem indie, né?

O caminho até a floricultura de Hugo foi demorado, mas a felicidade que todas as flores irradiaram pela tarde ainda estava presente em meu corpo. Sorria enquanto admirava a coroa em minha cabeça e me sentia bem, distraída e, como se não houvesse coisas com o que me preocupar, feliz.

Quando peguei meu carro e me despedi de Hugo, agradecendo a ele por ter me convidado e ainda rindo de suas margaridas, lembrei de uma situação que ainda estava pendente e eu precisaria resolver. Mandei uma mensagem para Vinicius, perguntando onde ele estava e recebi a resposta de que ainda iria fechar o restaurante. Era hora de ajudá-lo, como sempre.

O restaurante tinha poucas pessoas no seu interior, a noite estava no fim e, aos poucos, as pessoas iam retirando-se. Peguei o celular e mandei uma mensagem avisando que já havia chegado e estava o esperando.

— Mari, oi de novo — Lívia sorriu quando entrei e eu me senti um pouco mal por ela. — Quer que chame o Vini?

— Ele já sabe que estou aqui — mostrei-lhe o celular, mas também sorri. — Obrigada.

Alguns minutos se passaram e eu começava a me sentir incomodada com os olhares de Lívia. Ela era uma boa pessoa e eu até gostava dela, mas se Vinicius não queria nada, o que poderia fazer? Contar para a pobre garota, Marina, é o mais sensato. Minha consciência falava e eu tentava não revirar os olhos, para não parecer uma louca.

— Cada dia uma surpresa diferente — disse Vini, me assustando ao aparecer de repente.

— O que foi? — perguntei enquanto ele me arrastava até uma mesa.

— De onde veio essa coisa na sua cabeça? — perguntou, apontando para mim, e eu revirei os olhos. — Ah, sim. Notícia bombástica: minha irmã vem me visitar — contou sorrindo.

— Toda vez que eu vier aqui é uma notícia diferente? — falei e ele riu. Todos sabiam que sua irmã não gostava tanto assim de mim. — Vai pôr aquela sua proposta em prática agora ou você quer esperar até que Lívia cobre uma resposta? — sussurro.

— Só preciso pegar minha mochila — falou e correu para a área dos funcionários enquanto eu bufava. Já poderia ter feito isso.

Quando Vini voltou, agora sem sua roupa de chef, Lívia guardava algumas coisas e sorriu para nós ao mesmo tempo que Vinicius passava um de seus braços pelos meus ombros.

— Vamos, amor, tenho que organizar algumas coisas em casa para receber minha irmã — quase o encarei assustada por ter me chamado de "amor", até que percebi que os olhos atentos de Lívia ainda nos observavam. — Tchau, Lívia, até amanhã.

— Tchau — foi a palavra falada em tom baixo que quase não escutei ao passar pelas portas de vidro do restaurante, com Vinicius ao meu lado, fingindo que somos namorados, um sorriso em seu rosto e uma enorme coroa de flores em minha cabeça.

O dia não poderia terminar mais estranho.

NOTAS

Oioi, pessoal!

Estou postando esse capítulo hoje porque vou ficar fora da internet de sexta-feira até domingo à noite, então preferi adiantar do que atrasar.

Eu preciso saber o que vocês estão achando da história, de verdade. Então deixem um comentário para fazer uma autora feliz. Leitores fantasmas: eu vejo todos vocês, só pra avisar. Podem comentar, não mordo.

Vini e Mari formam um casalzão, né? Hahaha quem acha que o Vini é o admirador?

E esse Hugo? De outro mundo, né? Como pode?

Aqui embaixo tem duas fotos de como eu imaginei a Mari e o Hugo depois do evento, lembrando que esse não é o personagem (é que eu não achei foto do modelo com barba florida hahahaha)

Último recadinho (e eu prometo que deixo vocês irem hahaha). Quem gosta de ficção adolescente? Em 2018 eu começarei a postar uma nova história, "Sobre poemas anônimos, garotos e amor", e vocês podem ver uma prévia dela no meu perfil.

Agora eu terminei. Até o próximo capítulo!

❤️

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro