Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 16: Amaranto globo

"A mudança é o sinal mais rico da imutabilidade."
Leonardo Camargo Ferreira

Música do capítulo: Maybe - Janis Joplin

Anos atrás

Minha mãe estava sentada no sofá. Eu deitei a cabeça em suas pernas e ela mexia no meu cabelo calmamente. Fazia um ano que Filipe tinha ido embora, era Dia dos Namorados. Meu coração estava apertado de saudades.

— Sabe, Mari, ficar assim não vai resolver muita coisa — ela disse, depois de inspirar profundamente. — Não vai resolver nada, na verdade. Eu sei que vocês eram um casal muito apegado e que um não vivia sem o outro, mas mudança é algo essencial na vida. Filipe precisava estudar e você precisa entender este lado dele. Eu espero, realmente, que você não entenda isso de modo a parecer que eu esteja o defendendo e te crucificando, mas pense nisso. Talvez, apenas talvez, você pudesse repensar a atitude que teve um ano atrás. Ele amava você, você amava ele, os dois se amavam. Ele não queria te deixar, você não quis ir com ele e ele precisava mesmo ir. As pessoas são livres para fazerem o que querem e precisam, amarrá-las a si mesmo não é algo natural e, nem mesmo, saudável.

Eu ouvia tudo o que ela dizia, repassando as falas mentalmente e pensando em tudo isso. Talvez eu tenha sido mesmo dura. Talvez eu tenha sido precipitada. Talvez eu tenha feito muitas coisas que não deveria fazer. Mas o tempo passou e eu perdi todas as oportunidades de refazer os meus erros.

Maybe, maybe, maybe, maybe, maybe, dear
I guess I might have done something wrong
Honey, I'd be glad to admit it
Ohh come on home to me!
Honey, maybe, maybe, maybe, maybe... yeah

Domingo, 29 de maio

Minha vida está uma droga.

Foi o primeiro pensamento que tive assim que acordei no domingo ensolarado. Os raios de sol não estavam combinando com a tempestade que se iniciava dentro de mim. Sentei na cama, tentando não acordar Vini, que me acalmou até que eu, finalmente, conseguisse dormir.

Levantei e andei até a cozinha para que pudesse passar o café. Nada como um café doce para contrastar com a vida amarga. Sentei na cadeira e, no mesmo instante em que peguei o celular, me lembrei de quando fui comprar pão e do que encontrei aquele dia.

Abri o Instagram e digitei o nome. O perfil logo apareceu na tela e eu respirei fundo duas vezes, decidindo se abriria ou não. Uma olhadinha não mata ninguém, mata?

O perfil abriu na tela do celular e eu passava os olhos pelas fotos, abrindo uma ou outra para olhar melhor. Medicina, medicina e mais medicina. Algumas fotos com crianças no hospital e outras em eventos. Nenhuma com outra pessoa. A legenda da penúltima foto, dizia o que eu mais temia e, se tivesse visto antes, talvez não estivesse passando por isso agora.

"Tchau, Canadá. Até a próxima!"

— Bom dia — murmurou Vini, parado na porta da cozinha e eu me assustei, quase derrubando o celular no chão. — O que você está fazendo de errado que está tão assustada?

— Nada — falei, fechando rapidamente o Instagram e abrindo um site qualquer, caso ele viesse olhar.

Ele deu de ombros e andou até a cafeteira, ignorando o que tinha acontecido. Enquanto ele preparava seu café, eu fiquei ali pensando em tudo o que tinha acontecido durante esses dois anos.

Acredito que, mesmo que eu tenha passado muito tempo negando isso e me achando no direito de agir daquela maneira, eu tenha feito as coisas de forma errada. Filipe tinha todo o direito de ir estudar, trabalhar e melhorar sua vida, profissionalmente falando, mesmo que eu não concordasse com aquilo. Hoje, dois anos depois, eu consigo ver o quão mesquinha fui em tentar fazê-lo desistir de toda uma vida porque eu apenas não queria que ele estudasse.

— No que você está pensando? — perguntou Vini, já sentado do meu lado.

— Acho que errei — disse e ele me olhou confuso. — Digo, dois anos atrás. Percebi que só pensei em mim mesma quando disse que ele não poderia me deixar aqui. Percebi, depois de amadurecer e mudar completamente o pensamento, que talvez as coisas tivessem sido diferentes se eu tivesse olhado tudo com outros olhos, com os olhos dele. Já tinha escutado isso antes, mas parece que só agora faz sentido.

Vini concordava, balançando a cabeça vez ou outra, enquanto me olhava. Quando terminei, ele abaixou seu copo e pensou um pouco.

— Isso é verdade — ele disse e eu soltei um suspiro, percebendo a grande burrada que fiz. — Mas você não tinha esse mesmo pensamento há dois anos, Mari. E, talvez, isso tenha servido justamente para você amadurecer e, a partir de agora, não cometer os mesmos erros que cometeu no passado.

Ele se levantou, deixando o copo na pia e me empurrando até que eu estivesse de pé.

— Vá arrumar suas coisas para irmos, essa ideia de passar o feriado aqui não foi tão boa assim, só aconteceu desgraça.

...

A viagem de volta demorou menos do que a ida. Todo aquele pessoal que desceu, ainda não tinha decidido subir a serra de volta. Vini foi o caminho inteiro cantando várias músicas, que eu desconhecia, e eu apenas comia alguns lanches que compramos antes de vir.

Vinicius me deixou no apartamento e foi para a sua casa, alegando que precisava desfazer a mala, ou nunca o faria. Eu apenas me despedi dele, saindo do carro e seguindo para o apartamento enquanto arrastava a mala atrás de mim. Não sei porque levei tanta coisa.

Não tinha paciência para cozinhar nada, nem vontade, então apenas liguei no primeiro restaurante que entregue almoço e pedi a primeira opção que a moça do outro lado da linha me ofereceu: bife com batata frita. O entregador não demorou a chegar e eu não demorei a dormir depois de comer. Nada melhor para relaxar do que aquela bela soneca depois do almoço. No sofá, ainda por cima.

Acordei, algumas horas depois, com batidas altas e incessantes na porta. Derruba mesmo, pensei, antes de me levantar e ir abrir. O garoto de olhos claros me encarava, com o punho levantado, pronto para bater novamente, quando eu puxei a porta.

— Você que é a Marina? — perguntou e eu concordei, já estava me cansando de responder  essa pergunta. Só de pensar que ainda teria que respondê-la mais 14 vezes, já ficava cansada.

Ele me entregou o buquê com lindas flores roxas e saiu. Eu fechei a porta e me sentei, pegando o celular e vendo que Vini não tinha nem dado sinal de vida. Coitado, deve estar dormindo, já que quase não dormiu o feriado inteiro.

Finalmente, larguei o celular no sofá, ao meu lado, e retirei a carta que estava no meio das flores. Dessa vez, ela tinha cera preta selando a abertura. Puxei cuidadosamente, retirando o papel de dentro.

"Querida Mari,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo na esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

(Luís de Camões)

Depois dessa, acho que eu não precisava dizer mais nada, não é? Mas, para não perder o costume, vamos lá.

Amaranto, essa flor tão linda, significa imutabilidade. Eu pensei, pesquisei e cheguei à conclusão de que nós, na condições de seres humanos, somos incapazes de sermos imutáveis.

O mundo está em constante movimento, evoluindo a cada segundo, e nós precisamos nos movimentar junto dele. Mudanças de pensamentos, mudanças de comportamento, mudanças no modo de realizar certas tarefas e de nos relacionarmos com as pessoas. Tudo exige mudanças.

Você pode mudar coisas pequenas, como o modo como você arruma sua casa, como pode mudar seu pensamento e passar a gostar de algo que, antes, odiava. As mudanças são necessárias, quando boas, para o progresso da vida humana.

Mude. Mude sempre para melhor. Mude a aparência, o corte de cabelo, o sofá de lugar, o trabalho, o pensamento. Mas não deixe que as pessoas, a mídia, ou seja lá o que for, decida suas mudanças por você.

Com amor,

Seu admirador secreto."

Terminei de ler a carta e sorria como uma idiota. Não tive tempo nem de pensar sobre o que tinha lido e ouvi baterem na porta. Achei estranho, Vini não bateria na porta e eu não esperava ninguém. Bufei e me levantei, seguindo até a porta e abrindo. O homem, de capuz, estava virado de costas.

— Olha, moço, acho que você errou de apartamento — falei, apoiando o braço no batente da porta, sem paciência.

Ele se virou e abaixou o capuz, me encarando e me deixando sem ar na mesma hora. Ainda bem que estava segurando a porta, se não, já estaria no chão há muito tempo.

— Estou no lugar certo, na verdade — ele explicou e sua voz era a mesma de dois anos atrás. — Oi, Mari.

NOTAS

Vamos surtar um pouco com essa aparição do Filipe na porta da Mari depois de dois anos? Aaaaa

Uma autora muito feliz com o número de visualizações (que apareceu até no Reino Unido e Holanda! Mãe, eu to na Europa!) pode fazer um pedido? Comentem o que vocês estão achando da história, é muito importante saber o que vocês acham – e se vocês realmente estão vivos né, por enquanto são só números. Então, deixem suas opiniões, teorias, falem quem é o crush literário, mandem um oi! É muito importante!

Não se esqueçam do voto também!

E fiquem com o gif do lindo do Dave Franco, representando essa última cena do Filipe.

Até semana que vem! ❤️

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro