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05 - Mel


— O que acha? — Kate pergunta ao girar à minha frente. Ela segura a parte debaixo do vestido com as mãos e sorri ao completar uma volta e parar de frente para mim novamente.

Até parece uma modelo. Os seus cabelos negros refletem pela luz e a sua felicidade irradia, tornando-a ainda mais linda.

— Você parece uma supermodelo — elogio.

— Sério?

Kate se vira para o espelho e encara o seu reflexo. Por trás de toda a felicidade que ela projeta, posso ver aquela tristeza encolhida em um canto.

Termino de afivelar a sandália e me levanto. Abraço-a pela cintura e encosto o queixo em seu ombro.

— Seríssimo. Você sabe que a pessoa que mais perde é ela, não é mesmo?

Kate fecha os olhos por breves segundos e depois concorda.

— Claro! — sussurra, mas no fundo sei que acredita que quem está indo mal nessa equação seja apenas ela mesma. Sem uma mãe para contar, fazer compras, dar conselhos sobre garotos e tudo que uma mãe faz pela gente.

Kate não tem inveja das pessoas, não aquele tipo que quer exatamente o que os outros têm, mas vejo o seu olhar quando estou com Lori. Sei que ela queria ter o mesmo relacionamento com Marta. É por isso que mesmo tendo o coração partido a cada vez que vai ver a mãe, ela ainda insiste. Eu acho que quando a gente ama alguém, não importa que vejamos o seu pior lado, ainda estamos dispostos e aguentar o que for, apenas para também ver o seu melhor. Porque por mais que acabe se amando os defeitos, foram as qualidades que te fizeram começar a sentir algo.

Não consigo imaginar uma vida sem a minha, sem os seus abraços, conselhos, até sem as suas broncas. Ela é meu tudo.

Uma batida na porta chama a nossa atenção.

— Entre — Kate responde.

Ronald passa pela porta e estaca ao ver a filha.

— Você está perfeita, Kate — ele diz orgulhoso e estende os braços. Kate corre para ele e se aninha no calor apertado do abraço do pai.

— Obrigada, papai.

— Eu te amo mais que tudo, minha filha, nunca se esqueça disso — ele afirma e fico um pouco sem jeito por presenciar um momento tão íntimo entre pai e filha. Mas também feliz por Ronald ser um pai e tanto.

— Eu também — ela devolve e beija o rosto cansado do homem.

Ronald a encara por alguns segundos, antes de tomar uma respiração e dizer de forma desgostosa.

— A sua mãe mandou um presente para você, está lá fora.

— Ela não vai vir mesmo? — Kate pergunta, esperançosa.

— Sinto muito, Kate. Sabe que a sua mãe trabalha demais e...

— Não, Ronald, não a defenda, não hoje, não para mim — pede.

Ele assente com um balançar de cabeça e parece triste.

— Me desculpe.

— Também não peça desculpa por ela. Vamos lá ver o que a generosa Marta Wislown mandou para a tão amada filha — Kate debocha, mas posso ver o quanto isso a machuca.

Certa vez ela me confessou que preferia que Marta esquecesse dessas datas, era menos doloroso saber que ela esqueceu do que saber que se lembrou, mas achou algo tão insignificante que não mereceu o seu precioso tempo. Mesmo que seja para a própria filha.

Ronald parece em um empasse, mas acaba se virando para a porta e saindo do quarto. Seguro a mão da minha amiga e ela me lança um sorriso amarelo.

Esse ano o aniversário da Kate caiu no sábado e ao invés de fazer uma festa na sua casa, vamos comemorar no Wayne's com um pessoal da escola. Claro que a minha amiga queria uma festa com metade da escola, mas Ronald impôs tantas condições que ela acabou desistindo.

Descemos as escadas e sinto que Kate está ansiosa. Ronald espera na porta e nos chama para o quintal.

Quando saímos, há um SUV preto estacionado em frente à casa. Ronald estende uma chave e sua cara não é das melhores.

— Presente da sua mãe — conta com certa amargura na voz.

— Uau! Acho que alguém está tentando compensar a merda que fez há alguns dias — Kate comenta e revira os olhos. — Não serei eu a fazer modéstia — acrescenta e seus olhos se iluminam.

Os ombros do Ronald caem ainda mais e ele passa a chave para a filha.

— É todo seu.

Ela o abraça rapidamente e se vira para mim, balançando as chaves na mão.

— Estamos oficialmente motorizadas — comemora com um pulinho.

— Pelo visto sim. — Sorrio.

Kate corre para perto do veículo e aperta o chaveiro para destravar as portas. Ela coloca a cabeça para dentro e inspira profundamente.

— Cheiro de couro novinho — brinca. — E tem até som.

Kate se vira para o pai com cara de cachorro que caiu da mudança.

— Eu posso ir com ele hoje?

O homem coça a cabeça e parece totalmente desconfortável com a ideia, mas concorda mesmo assim. Kate já pegou o carro dele várias vezes emprestado e apesar de ser meio maluca, dirige bem e com responsabilidade.

Kate corre até ele e o abraça mais uma vez, depois distribui beijos em seu rosto, o que desmancha a carranca e faz um sorriso surgir em seus lábios.

— Nada de bebidas alcoólicas e no máximo até às onze em casa — Ronald adverte.

— Claro, sargento. — Bate uma continência e o beija mais uma vez no rosto. — Obrigada, pai.

— Agradeça a sua mãe, ela quem te deu o carro.

— Mas não é a Marta que está aqui comigo. — Kate pisca e ele assente.

A minha amiga entra no carro animada e aponta o banco do carona para mim. Despeço-me do Ronald e entro no veículo.

— Estou tão animada — ela diz feliz.

Kate ajusta o retrovisor, o banco e depois coloca o sinto, faço o mesmo.

— Parece que o Ronald não gostou muito do presente — comento.

Kate suspira e olha para o pai, que nos encara em frente à casa.

— Ele tem medo que ela consiga me comprar de alguma forma. Fico chateada que meu pai ache que sou assim tão cabeça de vento, eu jamais o largaria só para usufruir da mordomia que Marta é capaz de proporcionar — diz triste.

Seguro sua mão por cima do volante.

— Ele só não quer te perder — explico.

— Ele não vai. Nunca. Agora chega desse papo mórbido, é meu aniversário e eu quero me divertir.

Kate dá partida no carro e aperta a buzina antes de fazer a volta e pegar o caminho do Wayne's.

— Andar de carro sem música não dá — digo e ligo o som.

Hey Jude dos Beatles começa a tocar e Kate faz uma careta.

— Me sinto uma velha ouvindo essas músicas — resmunga.

— Você parece uma velha resmungando desse jeito — zombo.

Não que eu seja fã dos Beatles, mas gosto dessa música em especial, não sei porquê. Entretanto, mudo a estação e deixo Girls Like You do Maroon 5 tocar enquanto Kate e eu cantamos a plenos pulmões.

Estacionamos em frente ao Wayne's e Kate segura o meu braço antes de sairmos.

— Olha, não pira, mas o Brad quer te apresentar um amigo — diz com um sorriso amarelo.

— Nem pensar — nego rapidamente.

— Só apresentar, você não é obrigada a nada. Mas pelo menos dê uma chance a ele.

— Kate, você sabe que eu não gosto dessas coisas.

Ela me olha envergonhada.

— Me desculpa, é que as coisas estão indo bem com o Brad e eu achei que seria legal se você também tivesse alguém. Não quero que fique sozinha quando eu estiver com ele — argumenta.

— Kate, não precisa se preocupar com isso — digo carinhosa. — Isso porque esse coração estava blindado para tipo iguais ao Brad, hein — zombo.

Pela primeira vez na vida vejo minha amiga corar e sorrio, incrédula.

— Você está mesmo gostando dele — afirmo.

— Isso é assim tão ruim? — indaga receosa.

Kate não me olha nos olhos e sei que está preocupada com a minha opinião. Brad não é bem o cara que eu imaginaria como namorado ideal para a minha melhor amiga, mas se ele está fazendo bem a ela, quem sou eu para dizer algo. Os dois estão juntos há duas semanas, desde que começou as aulas, e até agora ele tem sido até que legal.

— Não. Mas se ele quebrar o seu coração eu quebro as duas pernas dele e ele vai ficar um bom tempo sem jogar — ameaço e dou de ombros.

— Eu te amo, Melzinha. — Se joga em cima de mim em um abraço de urso característico dela.

— Também te amo, sua cabeça de vento.

O Wayne's é uma lanchonete simples, que serve um monte de porcaria calórica viciante e abriga a maioria do pessoal da escola. Por ser bem próximo, se tornou o nosso ponto de encontro e os donos já estão acostumados com a bagunça.

— A nossa aniversariante chegou — Brad grita quando pisamos o pé dentro do estabelecimento e todos os olhares se voltam para Kate e eu.

Ele vem em nossa direção e entrega um ramalhete de flores coloridas para Kate. A minha amiga fica tão mole que penso em pegar uma pá para juntá-la, caso esparrame no chão.

— São gérberas — ele sussurra antes de beijá-la.

Todos começam a aplaudir e a festa começa, literalmente. Brad nos arrasta para uma mesa no canto, onde estão alguns caras do time e algumas líderes de torcida.

— Mel, esse é o Calum, um grande amigo meu — Brad apresenta e lembro que estamos juntos na aula de física. — Calum, essa é a amiga da Kate, Melissa.

— Olá — aceno com a mão e um sorriso contido.

Ele é até bonito, mas algo no jeito que olha para mim, como se eu fosse um objeto a ser avaliado, me causa um certo desconforto.

— É um prazer, Melissa — ele me chama pelo nome completo e não faço questão de dizer que pode usar Mel, como todos me chamam —, guardei um lugar para você. — Aponta um assento vago ao seu lado.

— Obrigada — respondo sem jeito e acabo me sentando ao seu lado.

Kate fica no assento à minha frente e me lança uma piscadinha. "Ele é um gatinho" pronuncia sem voz.

Calum passa um braço por cima do meu assento e me remexo, desconfortável com a sua ousadia.

— Nós estamos na mesma turma nas aulas de física, certo? — indaga com os olhos em mim.

— Sim, estamos.

— Isso é legal, mais oportunidades de ficarmos próximos um do outro.

— É — respondo sem ânimo e Calum parece irritado. Uma garçonete passa na hora e aproveito para pedir um Milk Shake.

Vejo Calum olhar para o moça e penso por um momento que ele vai atrás dela e me deixar de lado, mas assim que ela nos dá as costas ele dá um jeito de se aproximar ainda mais de mim. O seu braço continua ao redor do meu assento e sei que a qualquer momento vai descer para o meu ombro.

— Eu nunca havia reparado o quanto você é linda — diz próximo ao meu ouvido. Um arrepio percorre a minha pele, mas não de uma forma positiva.

Eu já beijei alguns garotos, o problema não é esse. A questão é que Calum parece aquele tipo de cara que acha que todas as meninas têm que cair aos seus pés e dar graças a Deus porque ele olhou para elas. Brad pelo menos não tem um ego tão inflado e pretensioso.

— Obrigada — respondo e ele sorri como uma hiena. — Faz tempo que você e o Brad são amigos? — mudo de assunto.

— Não muito, ele entrou para o time recentemente e eu só ando com os meus caras — explica presunçoso. Mais um ponto para que eu não vá com a cara dele.

— E você e a Kayla? — Franzo a testa para sua pergunta e ele completa. — A gata do Brad.

Que imbecil!

— Kate, é Kate o nome dela — corrijo e ele nem se importa por ter errado o nome da minha amiga. — E nos conhecemos há muitos anos.

— Dois amigos com duas amigas, as outras meninas vão pirar com isso.

— Pirar com o que exatamente?

— Eu e você juntos, o Brad e a Keyla — explica prepotente e tenho vontade de rir, apesar da irritação, pela sua certeza de que vamos ter algo.

— É Kate o nome dela e não Kayla — começo e ele me corta.

— Foi isso o que eu disse, gata.

— Olha, Colton — erro o seu nome de propósito e ele me olha furioso.

— É Calum, gata.

— É Melissa, Colton — revido.

Ele abre a boca para falar algo, mas Kate aparece bem na hora.

— Vou roubar a minha amiga, Colton — avisa debochada, tenho certeza que ela ouviu a conversa.

Kate me puxa pela mão e rapidamente levanto, nos afastamos da mesa antes que Calum diga algo. Quando paramos no outro lado da lanchonete, próximo a uma Jukebox, fuzilo Kate com o olhar.

— Obrigada por essa, Kayla, ou seria Keyla? — provoco para deixar bem clara a minha insatisfação.

— De nada, gata. — Kate dá uma risada alta, daquelas que joga a cabeça para trás e acabo fazendo o mesmo. — Que babaca! Me desculpa, nunca mais te apresente ninguém do time do Brad.

— Pode ter certeza que não — confirmo.

— Que tal uma dança? — sugere.

— Eu escolho a música.

Esperamos que a música atual acabe, coloco uma moeda na Jukebox e seleciono Capital Letters da Hailee Steinfeld para tocar.

— Bela escolha — Kate sorri, ela também adora essa música.

Briana e Jhony Wayne são um casal lindo que ama gente enchendo a sua lanchonete. Certa vez Briana nos confidenciou que quando os dois eram mais novos, foram dançarinos e por isso tem uma pequena pista de dança reservada no seu estabelecimento.

Kate me arrasta para lá e começamos nossa dança desajeitada, apenas para nos divertirmos, como sempre fazemos quando estamos juntas.


Jukebox é um aparelho eletrônico geralmente acionado por moedas, dinheiro ou cartão que tem por função tocar músicas escolhidas pelo cliente que estejam em seu catálogo.

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