5. A comparação
Vi que fulano parou em Portugal,
Beltrano já foi pelo Chile.
Ambos peças lá da minha infância,
Pisaram o mesmo lodo que eu,
E se a inveja agora me serve a algo
É menos pra combustível que pra reflexão:
Eu, que andei a vida toda,
O mais longe que pareço ter chegado
É à esquina em que um dia estivemos.
Se eu for nessa relação o cicrano,
A comparação me serve ao menos de ânimo,
Quanto mais agora que a energia e o espírito se recuperam
Desse último soco no estômago
Porque eu era inteligente e era promissor,
Mas foram eles os fortes de braço e de razão.
Pois se ainda não bambearam das pernas,
De que me serve a comparação
Senão para morte precoce do espírito que se recupera?
Fica o pedido de perdão — Perdão!
Por ter sido menos que poderia
Com a promessa de, talvez, ainda ser um pouco mais
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