40 - Tatuagens de chiclete
Chega de finais e sinais fechados, deixa de deixar de querer. A minha vontade é tanta quanto a tua, corra pra casa, corra pra ver.
Abrigo - O Teatro Mágico
Os poucos dias em que Diana esteve com o rapaz no país europeu foram excepcionais, e por mais que saíssem bastante para ela poder conhecer a capital belga, era dentro daqueles 18m² que os dois preferiam ficar. Dormir abraçada a Gael depois de dois meses de uma cama vazia trazia a sensação de estar em casa, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância de seu lar. Acordar sentindo o calor dele ao seu lado, tomar café em silêncio enquanto terminavam de despertar, até mesmo vestir as roupas do tatuador tiveram um valor muito maior após aqueles sessenta dias de distância.
O voo de volta aconteceu no Dia de Finados, no final da tarde. Mesmo tendo passado apenas quatro dias juntos, aquela viagem valeu cada centavo que Diana pagaria nos próximos meses, mas ao menos o valor da aliança aliviou metade das parcelas. Gael se despediu no aeroporto de Bruxelas e teve vontade de entrar no próximo avião com destino a São Paulo apenas para não precisar voltar para a casa que agora trazia memórias da mulher em cada canto, fosse nos fios de cabelo espalhados no travesseiro ou no perfume floral que grudou em seu moletom. No restante daquela semana até mesmo questionou se realmente era necessário concluir os noventa dias ali, mas logo lembrava de seus planos para o futuro e se dava conta de que sim, cada euro que surgisse nas semanas seguintes seria fundamental.
Mas agora novembro estava finalmente chegando ao fim e Diana mal podia acreditar que dali uma semana Gael finalmente voltaria para casa. Naquela terça-feira faltavam exatos sete dias para o último dia do mês e consequentemente para buscá-lo no aeroporto, e só esse fato fazia a ansiedade a consumir por dentro. No outro país o rapaz não se sentia diferente, já que suas malas estavam praticamente prontas sobre a cômoda do mezanino, apenas esperando pelo momento de entrar no avião.
Para sua sorte, Diana estava com tantos casos e processos para estudar e algumas audiências agendadas no fórum que poderia se distrair de tudo o que vinha tirando seu sono. Antes fosse somente a volta do namorado, mas havia muito mais para colaborar com suas noites insones – e um dos motivos era a audiência de instrução e julgamento do divórcio de sua irmã que aconteceria na próxima semana e tudo indicava que Fernanda finalmente cederia. Fábio ligava diariamente para a ex-cunhada para informar toda e qualquer novidade e ela estava feliz por tudo estar caminhando como o planejado, mas tinha receio de a mulher mudar de ideia no último segundo e aquilo se estender ainda mais.
Mas algo não planejado também parecia acontecer. Mais uma vez a menstruação de Diana estava atrasada e ela estava em pânico, pois sabia que dessa vez havia uma grande chance de estar grávida. Nos dias que passaram juntos na Bélgica o casal sequer pensou em proteção pois o rapaz sequer tinha preservativos consigo, já que jamais imaginou que fosse ter relações no outro país. Por mais que a advogada tomasse anticoncepcional, o medo de fazer parte daquele menos de 1% de falha era imenso e mesmo não confiando totalmente no teste de farmácia, comprou logo dois em seu horário de almoço.
Diana estava fechada em sua sala encarando o teste lacrado em sua mesa e esperando ter coragem o suficiente para fazê-lo, já que sua bexiga implorava para esvaziar. E se desse positivo? Não fazia ideia do que fazer de sua vida. Gael ainda não estava por perto para tranquilizá-la e ela sequer teria coragem de contar ao rapaz, pois tinha certeza de que ele daria um jeito de voltar para o Brasil no mesmo instante. Também torcia por um resultado negativo, mas com menos afinco do que da última vez.
– Di, aquele velho que tá processando o vizi... – Rita entrou na sala tão rápido que a advogada não teve tempo de esconder o teste, fazendo a moça estancar o passo e encarar a caixa lacrada – MEU DEUS DO CÉU, DIANA! Eu vou ser tia?!
– O quê?! Não, claro que não! – forçou um sorriso tão falso que nem ela acreditaria.
– Eu não nasci ontem, Di – Rita revirou os olhos e se jogou na cadeira a sua frente – Me diz que tem um cabeçãozinho vindo por aí!
– Claro que não, Rita! Pode tirar essas ideias da sua cabeça, aqui dentro só tem comida mesmo – riu, mas sua cunhada manteve a feição desconfiada.
– Se fosse só comida, você não teria comprado um teste – ela apontou o óbvio.
– Meu Deus, você não desiste – Diana bufou e relaxou sua postura – Foi só uma dúvida, mas eu fiz as contas certinhas aqui e não tem como ser.
– Quando foi a última vez que você menstruou? – Rita cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.
– Dia 17 de outubro. Ainda está em tempo.
– Em tempo?! Hoje é 23 de novembro, Diana! – ela se endireitou na cadeira e quase debruçou sobre a mesa – Eu vou ser tia! Meu Deus, o cabeção vai ser pai, eu não acredito...
– Pelo amor de Deus Rita, não! Para com isso! Eu comprei só por desencargo, eu tenho certeza que não estou grávida, hoje acordei até com cólica.
– Se tem certeza, então por que não vai fazer o teste?
Rita tinha razão. Era melhor fazer aquele teste de uma vez e acabar com aquela dúvida, por mais que mentisse uma certeza inexistente para a cunhada. Diana bufou e pegou a pequena caixa sobre a mesa, indo direto para o banheiro. Fazer xixi sobre aquela régua não era nada agradável e a advogada era ansiosa demais para esperar os cinco minutos pedidos pela embalagem, mas ainda assim aguardou o tempo indicado enquanto sua amiga perguntava a todo segundo do outro lado da porta se já havia uma resposta.
Quando a resposta veio, definitivamente não era a que a mulher imaginou. Apenas uma linha. Mais um negativo. Assim como da outra vez, se convenceu de que era a resposta que queria, mas novamente se sentiu frustrada. Não entendia aquele desânimo que se repetia, já que a resposta negativa era aquela que julgava ser a certa naquele momento. Diana respirou fundo e ajeitou sua postura antes de abrir a porta com um sorriso ensaiado para a cunhada.
– Eu disse que seria negativo – deu de ombros e voltou para sua sala, sendo seguida por Rita.
– Não acredito que não vai ser dessa vez que o cabeção vai me dar um sobrinho... – cruzou os braços feito uma criança manhosa – A Alice e o Ryan estão crescendo, já não estão tão apegados a mim, eu preciso de um bebê pra mimar!
– Faz um – Diana sorriu ao dar de ombros.
– Aí eu sou expulsa de casa, parece até que você não conhece a minha mãe – Rita riu – Uma coisa é vocês dois terem um bebê, ela ia surtar de tanta felicidade, outra sou eu, a caçula que nem namorado tem.
– E aquele rapaz que você estava saindo?
– Ah, o Bernardo tem uma mãe louca, Deus me livre. Ele é um amor, mas só assumo ele no dia que a mãe dele morrer.
– Meu Deus, Rita, que horror! – Diana não conseguiu segurar a risada.
– Mas é verdade! Não tenho saco pra gente doida não. Mas enfim, é uma pena que tenha dado negativo, eu já estava pensando nas roupinhas que eu ia comprar e nas tatuagens de chiclete que eu ia colar nos bracinhos gordinhos dele!
– Daqui a pouco você está igual ao seu irmão, já escolhendo nomes – Diana falou sem pensar e Rita arregalou os olhos com aquele comentário.
– Espera aí! Como assim, escolhendo nomes?! Vocês já falam sobre filhos?! Meu Deus, o mini cabeção já é uma pauta existente na vida de vocês!
– Você se apega a detalhes mínimos, Rita! Não é uma pauta existente, nunca foi relevante, só quis dizer que é o tipo de coisa que ele faria – deu de ombros torcendo para a cunhada acreditar.
– O que é uma pena. Sabe, minha mãe já falou que adoraria ser avó e que o Gael tá enrolando demais porque já tem quase 28 anos e a Isa engravidou com 23 e blábláblá. Depois que vocês começaram a namorar, ela se empolgou ainda mais. Eu sempre digo que essa é uma decisão do casal e não dela, mas filho de peixe peixinho é, então eu acabo me empolgando junto e sei que eu fico enchendo o saco, mas você pretende ser mãe um dia?
Enquanto estava noiva de Maurício, Diana nunca havia pensado sobre isso. O ex-noivo rejeitava aquela possibilidade com tanta intensidade que isso sequer passava por sua cabeça, pois sabia que a decisão do homem se sobressairia a qualquer que fosse sua vontade. Já com Gael era diferente. Ela se pegava pensando no assunto algumas vezes enquanto via os filhos de Isadora brincando no quintal de sua sogra ou pulando no colo de seu namorado, mas era como se desejar aquilo fosse errado. Como se toda a sua criação para ser uma mulher de sucesso fosse arruinada no momento em que tivesse um filho. Ela era capaz de ouvir a voz de sua mãe decepcionada, alegando que ela estragou sua vida. Mas ao mesmo tempo, já não se importava mais com as opiniões tão erradas de Eliane. Aquela pergunta inocente de Rita criou toda uma confusão em sua mente e ela não tinha uma resposta exata, pois se sentia culpada por querer responder que sim.
– Credo, você travou legal aí, deu tela azul – Rita estalou os dedos em frente aos olhos de Diana, a puxando de volta para a realidade.
– Desculpe, eu me distraí. Mas enfim, você tinha vindo até aqui para me dizer algo sobre o senhor Antônio...
– Ah, sim, o velho que tá processando o vizinho. Ele disse que vai atrasar um pouco pra reunião, mas que chega umas cinco da tarde. Eu falei que não tem problema, já que você não tem ninguém agendado a esse horário.
Rita voltou para a recepção ao ouvir o telefone tocar e Diana conseguiu se distrair com o caso daquele senhor que chegou exatamente no horário que havia informado, carregado de novas provas de que a obra do vizinho estava causando danos em seu imóvel. A advogada ficou na companhia do homem até perto das seis, quando fechou o escritório e deixou a amiga no metrô antes de seguir até sua casa.
Diana tomou um banho longo após ligar para Gael e se jogou no sofá para assistir a mais um episódio do reality de culinária que vinha acompanhando nas últimas semanas, já que havia prometido um jantar feito por ela mesma quando o tatuador retornasse – e ela acreditava que só o fato de assistir pessoas habilidosas na cozinha a ensinaria alguma coisa. O rapaz chegaria no último dia de novembro, mas ela decidiu que cozinharia para ele no dia três de dezembro, quando ele completaria 28 anos.
O corpo de Diana estava todo dolorido quando acordou toda torta no sofá, com a televisão ainda ligada. Pouco passava das quatro e meia da manhã e ela sequer percebeu que dormiu enquanto tentava aprender alguma receita. Naquela noite sonhou que o segundo teste que havia comprado deu positivo e só então se lembrou da caixa lacrada que ainda estava em sua bolsa. Ela não acreditava muito em sinais divinos através de sonhos, mas decidiu fazê-lo mesmo assim. Assim como já tinha certeza, mais um negativo. Dessa vez estava sonolenta demais para se frustrar ou sentir qualquer coisa em relação àquela única listra, então se arrastou até o quarto para dormir até que o celular despertasse dali poucas horas.
***
A noite de terça-feira no aeroporto estava nublada e cinzenta assim como no dia em que Gael embarcou, mas Diana estava tão radiante quanto um dia de sol ao vê-lo caminhar em sua direção carregando as malas nas mãos e um sorriso largo no rosto. O abraço forte que tomou os dois só não foi maior do que o beijo que deram ao se encontrar. Diferentemente do voo de ida, o tatuador passou praticamente as quinze horas acordado devido a ansiedade em rever sua família e por mais cansaço e sono que sentisse, precisava abraçar sua mãe e suas irmãs.
O caminho até a zona leste foi longo, mas Diana permitiu que o rapaz cochilasse durante todo aquele trânsito que pegaram e só o acordou ao estacionar na frente da casa de sua sogra. Dona Cida atendeu a campainha já com lágrimas nos olhos e os braços abertos para receber seu filho. Isadora e Rita abraçaram o irmão ao mesmo tempo, a mais velha repetindo que se orgulhava dele e a mais nova afirmando que não pensou que sentiria tanta falta dele quanto sentiu nos últimos três meses.
– Você trouxe presente, titio? – Alice perguntou ao sentar no colo do rapaz já aconchegado ao sofá.
– Alice! – Isadora repreendeu a filha.
– Isadora! – Rita repreendeu a irmã mais velha – A pergunta da Alice é pertinente! Você trouxe presentes, cabeção?!
Gael riu e afirmou que sim, havia trazido presentes para sua família. Buscou na mala cinco caixas de chocolate, torcendo para que continuassem inteiras. Sua irmã mais nova vibrou ao ganhar o seu, pois chocólatra que era, sempre quis experimentar o verdadeiro chocolate belga. As crianças abriram suas caixas no mesmo instante e Rita tentou roubar um bombom dos sobrinhos, recebendo olhares reprovadores dos dois e um tapa na mão dado por sua mãe.
Ter Gael de volta era motivo de festa, então pediram pizza para comemorar e o casal só deixou a casa de dona Cida quando se aproximava das onze da noite e o rapaz mal conseguia se manter de olhos abertos. O caminho de volta foi tranquilo e sem trânsito, fazendo Diana parar o carro apenas para uma pergunta essencial: "nós vamos pra minha casa ou pra sua?".
Os dois cômodos que o rapaz morava agora pareciam enormes em comparação ao studio belga e ele já tinha se esquecido de como era tomar banho em um box de tamanho decente. Sua cama não era tão confortável quanto a que passou os últimos noventa dias, mas era sua, então o sono acompanhado daquela noite foi um dos melhores que teve em três meses. Diana não dormia direito há alguns dias, mas naquela noite apagou assim que recebeu o abraço do namorado sob o edredom.
Mesmo Gael tentando convencer a namorada a continuar debaixo do edredom junto dele naquela quarta-feira preguiçosa, Diana se levantou cedo e se despediu ansiosa do rapaz sonolento que tentava se acostumar novamente com o fuso-horário brasileiro. Ela dirigiu até o fórum apreensiva, pois o horário da audiência de instrução e julgamento do divórcio de Fernanda e Fábio aconteceria praticamente no mesmo horário da audiência de uma de suas clientes e não sabia se estava pronta para encontrar a irmã mais uma vez, por mais que o ex-cunhado estivesse tão confiante de que finalmente colocaria um fim naquela situação.
Diana se despediu de sua cliente assim que a audiência terminou e estava recolhendo suas pastas quando viu Fábio distraído no final do corredor. A vontade de correr até ele somente para perguntar se havia dado certo era enorme, mas ela já não tinha nenhuma ligação jurídica ao homem e seria antiético fazer aquilo dentro do fórum. Seu ex-cunhado olhou para o lado e no momento que a viu, sorriu. Ali Diana soube que tudo correu como planejado.
– Diana, você tinha razão! Deu certo! – ele foi até ela e a abraçou – Eu nem acreditei quando o juiz tentou mais uma conciliação no começo da audiência e o advogado disse que ela aceitaria o divórcio desde que algumas condições fossem revistas! Tudo aconteceu exatamente como você desenhou naquele dia... sei que ainda vai levar um tempo até os papéis saírem, mas eu nem sei como te agradecer.
A mulher não escondeu a felicidade que sentiu pelo ex-cunhado, que contou que Fernanda ficou apenas com o apartamento e seu consultório que era seu principal interesse, mas a casa de praia e os carros ficaram com ele e a guarda dos filhos seria compartilhada, assim como ele havia proposto desde o início. Fábio estava com outro semblante enquanto conversava com a mulher, que viu a irmã sair do banheiro em direção à saída do fórum de cabeça baixa. Diana não queria chutar cachorro morto, mas não resistiu e acelerou seu passo até a rua após se despedir do homem.
Somente a presença de Diana naquele dia já era o suficiente para estragar ainda mais a semana de Fernanda. A loira que estava com olheiras fundas e o olhar cansado se deparou com a mulher vindo em sua direção e sentiu vontade de avançar sobre ela ali mesmo, mas não tinha forças nem para isso. A advogada mantinha um sorriso triunfante e caminhava elegantemente sobre os saltos, parando em sua postura impecável em frente à irmã.
– O que você está fazendo aqui? – Fernanda perguntou em um suspiro ao abrir a porta e entrar no carro.
– Eu estava em uma audiência, mas já fiquei sabendo da novidade e quis ver sua cara ao saber que perdeu para mim – Diana sorriu.
– Para você? – foi a vez de Fernanda sorrir, mesmo sem vontade.
– Claro. Aliás, obrigada pela ideia que me deu, se não fosse você me dizer que você não me aceitaria como advogada do Fábio na audiência de conciliação, nós ainda estaríamos nessa briga.
– Eu não entendo...
– E nem precisa. Eu cumpri minha palavra, ajudei o Fábio a se livrar de você – deu duas batidas na lataria do carro e sorriu – Até mais, irmãzinha.
Diana não deu tempo para a mulher responder e nem mesmo ter uma crise de raiva, apenas caminhou até seu automóvel estacionado no fim da rua. Fernanda surtou e saiu da vaga acelerando e cantando pneu, quase acertando a traseira de um carro parado no semáforo. A advogada deu de ombros sozinha e dirigiu até seu escritório ainda ponderando se sua atitude não havia sido maldosa demais, mas bastou contar tudo para Rita para sua cunhada convencê-la de que aquela atitude que tomou foi apenas uma resposta tardia a todos os anos que foi enganada, traída e menosprezada pela irmã.
Ainda tem alguém por aqui?
Eu sou péssima, eu sei. Abandonei totalmente a escrita em 2022 porque foi um ano de surtos intermináveis, ainda estou colhendo alguns frutos podres, mas a terapia tá em dia e me ajudando DEMAIS a tentar continuar e mudar algumas coisas.
2023 está menos complicado (e eu tenho até medo de dizer isso em voz alta) e ao que tudo indica, eu estou voltando a mim aos poucos, inclusive a vontade de escrever está dando as caras de maneira lenta, mas melhor assim do que de forma alguma, certo?
Enfim, de volta ao capítulo, eu amo a empolgação da Rita falando das tatuagens de chiclete, por isso a escolha do título, mas fico na bad pelos negativos seguidos da Diana. Já a queda da Fernanda, estava mais do que na hora! Ah, e o nome do peguete da Rita não é a toa, talvez quem leu Incompletos se lembre de um tal Bernardo... haha
Me perdoem mais uma vez por todo o meu sumiço, juro que vou tentar voltar.
Se ainda tiver alguém por aqui, eu agradeço de todo coração por não ter abandonado a Diana e o Gael.
Eu amo vocês ♥
Até breve!
Beijinhos ♥
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