Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

19 - Um brinde à verdade

Todas as memórias tão próximas de mim simplesmente desapareceram. Todo esse tempo você estava fingindo.
My Happy Ending - Avril Lavigne

O relógio marcava cinco e meia da tarde e Diana andava em círculos na calçada em frente a seu prédio. Não entendeu o porquê Gael pediu para se encontrarem ali e muito menos o motivo no qual ele exigiu que ela não usasse saia ou vestido. Três minutos se passaram e o rapaz virou a esquina em sua moto. Estacionou em frente à mulher ansiosa e a estendeu o capacete que carregava no braço.


– Eu já te disse que nunca andei de moto e nem pretendo andar – Diana falou de imediato.

– Diana, pensa comigo, ele conhece a placa e o modelo do seu carro. E no trânsito das seis é muito mais fácil se locomover de moto do que de carro, a gente ia acabar perdendo ele de vista.

– Gael, eu não estou no melhor momento para raciocinar e você quer me colocar em cima desse negócio?!

– Mas eu ainda tô raciocinando bem. Eu vou ser a sua razão hoje, beleza? Coloca o capacete e confia em mim, pelo menos eu nunca atropelei ninguém.


Diana esboçou um sorriso rápido e xoxo e aceitou o capacete. O colocou e subiu na garupa da moto. Gael informou que a moça poderia segurar na alça traseira, mas já na primeira arrancada ela agarrou sua cintura. O tatuador acelerou até o edifício onde o escritório estava localizado e os dois aguardaram até ver o grande carro preto saindo pelo portão automático.

O coração de Diana parecia que sairia pela boca a qualquer momento, não por estar naquela moto cortando os carros, mas por estar a um pequeno passo de desmascarar não só o noivo, mas também sua irmã. Mariposas voavam pesadamente em seu estômago e repetidos enjoos subiam por sua garganta. Suas mãos suavam agarradas à cintura de Gael, que se concentrava apenas em seguir aquele carro, não importava o destino – só torcia para não ser um Motel.

Não sabiam mais a quanto tempo estavam rodando, o trânsito não colaborava e muitas vezes eles precisaram diminuir a velocidade para acompanhar o carro preto. Diana até poderia estar aproveitando aquela primeira vez em cima de uma moto, mas sequer conseguia pensar em outra coisa além do motivo de estar ali. Maurício era um daqueles motoristas que não usava a seta para nada, fazendo Gael quase o perder várias vezes.

O carro foi diminuindo a velocidade assim que virou em uma longa avenida onde ficava localizada uma famosa cantina italiana no bairro do Morumbi. Diana conhecia o noivo bem o suficiente para saber que aquele lugar era caro e sofisticado o suficiente para o gosto dele e para impressionar sua irmã. Gael atendeu o pedido da moça e ultrapassou o veículo que seguiam, estacionando no restaurante antes de Maurício sequer se aproximar da entrada devido ao trânsito.

Diana ignorou toda a cordialidade do maître do restaurante e solicitou uma mesa para dois, a mais escondida que tivesse. Gael entrou logo em seguida após estacionar a moto decentemente, pois a mulher desceu antes mesmo do tatuador conseguir parar, quase os derrubando. Os dois se sentaram lado a lado em um local onde conseguiriam ter a visão de todas as mesas e ela se escondeu atrás do cardápio entregue pelo mesmo homem que os recepcionou.


– Você é doida – Gael sussurrou – E se ele passou direto?! A gente seguiu até aqui à toa...

– Eu conheço o Maurício, Gael. Ele vai entrar a qualquer momento pela porta porque esse lugar exala o luxo que ele e minha irmã tanto gostam.

– E se ele ver a gente aqui? – olhou para a porta e voltou a se esconder atrás do cardápio.

– Ele nunca se senta de costas para a porta. Eu aposto o que você quiser que ele vai se sentar naquela mesa ali, do lado do aquário – apontou à sua direita.

– E a Fernanda? Ela pode ver a gente aqui.

– Mas não vai – chamou o garçom, que prontamente se aproximou – Por favor... eu não sei como dizer isso, mas... teria como apagar essa luz? – apontou para o pendente que iluminava somente aquela mesa.

– Senhora, eu... eu preciso verificar, acho que não sou autorizado... – o garçom parecia tão confuso quanto Gael.

– Sabe o que é... – Diana colocou a mão direita sobre a mão de Gael – Digamos que... nós estamos em um encontro romântico, e, bom... como você pode ver, eu tenho uma aliança, mas ele não.


O garçom entendeu na mesma hora o que Diana quis dizer e pelo jeito aquele lugar não se surpreendia nada com casos extraconjugais, tamanha a naturalidade em que ele chamou o maître, que se aproximou para ver se estava tudo bem e a mulher quase implorou para apagarem aquele pendente ao ver seu noivo entrar no restaurante distraído com o celular em mãos. A luz foi imediatamente desligada, a fazendo respirar ao menos um pouco aliviada. Os dois voltaram a se esconder atrás do cardápio até Maurício se sentar ao lado do aquário, de frente para a porta.


– Eu me surpreendo a cada dia mais com você – Gael sussurrou e deu um leve sorriso – De repente nós somos os traidores aqui?!

– Eu já fingi ser sua namorada, então hoje você finge ser meu amante – deu de ombros – Você disse que faria o mesmo por mim.

– Como você tá conseguindo levar tudo numa boa assim?

– Eu não estou levando numa boa, eu só estou fingindo – sorriu – O que vamos beber?


Os dois pediram a garrafa de vinho mais barata do menu – que ainda assim era cara – e antepasto de entrada, pois era o item mais em conta. A cantina italiana foi enchendo aos poucos e Maurício continuava sozinho naquela mesa iluminada apenas pelo pendente. O restaurante era muito bem decorado e aconchegante e cada mesa possuía sua própria iluminação para trazer mais privacidade aos clientes – privacidade essa que Diana estava odiando dar ao noivo naquele momento.


– Será que ela vai vir? – Gael tentava disfarçar sua curiosidade.

– Eu não sei. Eu realmente acho que ele está me traindo com ela, mas eu queria que fosse só um surto passageiro para no fim das contas eu estar enganada, mas... – suspirou.

– Mas você tem certeza que não é – torceu os lábios e segurou sua mão – Independentemente se não for hoje, você pode contar comigo pra seguir esse daí o quanto quiser.

– Não vai ser preciso – a voz de Diana saiu embargada e ela pigarreou para disfarçar – Olha ela ali.


Fernanda entrou pela porta com um semblante sério, mas sorriu ao ver o cunhado. Ela estava com os longos cabelos loiros soltos e bem modelados, e mesmo usando uma roupa do dia-a-dia, estava muito bem vestida com aquela calça pantalona num tom de rosa discreto e uma blusa de seda branca. Maurício se levantou para cumprimentá-la e Diana não conseguiu enxergar se o beijo foi no rosto ou não.


– Me diz que eles podem estar tramando alguma surpresa pro meu aniversário que é só em setembro – Diana suplicou ao engolir o choro que tentou se aproximar.

– Você quer que eu te acalme ou que eu seja sincero?

– Sincero, por favor.

– Eu acho que eles não planejariam nada com praticamente cinco meses de antecedência – suspirou e encheu as duas taças com o vinho que pediram.

– Um brinde aos dois desgraçados – Diana ergueu suavemente sua taça.

– Não, um brinde à verdade – Gael a acompanhou.


Diana semicerrou os olhos para tentar enxergar os dois, mas havia esquecido de colocar suas lentes de contato ao sair de casa. Gael a observava fazer caretas enquanto apertava os olhos cada vez mais. Cansada de forçar a vista, retirou uma caixinha da bolsa e colocou os óculos que nunca usava.


– Desde quando você usa óculos? – ele perguntou.

– Desde os doze anos – ela relaxou a vista ao se acostumar com as lentes – Dois graus de Miopia e um e pouco de Astigmatismo.

– E por que você não usa sempre?

– Uso lentes de contato, são horríveis, mas já acostumei.

– Então por que você não usa os óculos igual tá fazendo agora?

– Porque meus pais sempre disseram que era feio, coisa de velho, não me deixavam usar, me enfiaram as lentes de contato desde sempre. Se o Maurício me ver de óculos reclama até o dia seguinte.


No segundo em que Diana se distraiu da mesa que observavam, Gael a puxou pela nuca e aproximou seus rostos o bastante para fazer seu coração acelerar até quase sair do peito. Seus narizes se tocaram e ela encarou seus olhos aflita.


– A Fernanda – ele sussurrou – Ela olhou pra cá, me desculpa, foi só pra disfarçar, eu não ia te beijar de novo.

– Tudo bem, só seria bom você me avisar da próxima vez – Diana sussurrou de volta e seu hálito era quente e convidativo.

– Avisarei – sorriu e a encarou através das lentes – A propósito, você deveria parar de dar ouvidos aos seus pais e ao seu noivo, você fica linda de óculos.

– Obrigada – retribuiu o sorriso – Mas eu acho que você pode me soltar agora.


Gael soltou a nuca de Diana e ela demorou alguns segundos a mais do que deveria para se afastar. Os dois voltaram a observar a mesa ao lado do aquário e até aquele momento não havia nada de suspeito acontecendo, apenas trocas de sorrisos e olhares, mas no fundo ambos sabiam que a situação não era muito diferente naquele lugar escuro em que estavam.

O antepasto já havia acabado, a garrafa de vinho estava pela metade e eles aguardavam pelo ravióli de ricota à romanesca que pediram como prato principal, mas na mesa ao lado do aquário nada acontecia. Ao mesmo tempo que Diana tinha uma pequena gotinha de esperança de que tudo havia sido um mal-entendido, tinha um oceano de certezas de que seu sexto sentido estava correto e que algo ainda aconteceria. E ela não estava errada.

Gael contava alguma história para distraí-la quando avistaram a mão de Fernanda se apoiar sobre a de Maurício e os dois entrelaçarem os dedos. Diana sacou o celular no mesmo instante e deu zoom o suficiente para uma foto que comprovasse tal ato. Nunca agradeceu tanto por seu noivo obrigá-la a comprar um aparelho tão caro como aquele.

O prato principal chegou, mas Diana já havia perdido a fome. Gael insistiu para que a moça se alimentasse ao menos um pouco, pois ela já havia comentado que só aquele antepasto não foi o suficiente para saciá-la. O ravióli que o menu dizia servir duas pessoas só foi o bastante porque a advogada quase não comeu, passou a meia hora seguinte fotografando a mesa de Maurício e Fernanda.

A comida estava deliciosa, mas o que restou da porção em seu prato já estava fria e o nó em sua garganta não a deixava dar nem mais uma garfada. Seus olhos se embaçavam com as lágrimas a cada carinho que via partir de seu noivo no rosto da irmã, e ela perdeu as contas de quantas vezes precisou contar mentalmente até dez para poder se controlar. Estava repetindo os números mais uma vez quando como em câmera lenta viu Maurício segurar o queixo de Fernanda e depositar um beijo em seus lábios.

Diferentemente do que acreditava, Diana não sentiu algo quebrar dentro de si. Já estava quebrada há tempo demais para surtir algum novo efeito desconhecido. O que sentiu foi raiva, decepção, ódio. Uma tristeza colérica a atingiu em cheio ao ver uma traição tão baixa quanto aquela. O que mais a machucava não era apenas a infidelidade de Maurício, com quem dividia a vida há quase oito anos, era também a coragem que ele tinha de traí-la com sua irmã, aquela que sempre foi a melhor em tudo, que sempre teve o amor de seus pais e pelo jeito o dele também. Foi a audácia de Fernanda em mostrar que se quisesse o noivo da irmã mais nova também conseguiria, afinal ela sempre conseguia o que desejava.

Tomada por uma ira genuína, Diana tentou se levantar para ir até os dois, mas Gael a puxou pelo braço e a fez sentar de novo. Ela estava tão fora de si que o empurrou e se levantou novamente. Injuriado, o tatuador a puxou mais uma vez para a cadeira, abraçou sua cintura e segurou sua nuca para aproximar seus rostos mais uma vez.


– Diana, olha pra mim – ele pediu para aqueles olhos úmidos que demoraram a encontrar os seus – Eu falei que seria a sua razão hoje, então me ouve. Você não deve ir até lá, você é uma mulher muito inteligente e eu tenho certeza que vai conseguir resolver isso de outra maneira. Fazer barraco no meio de um restaurante não tem nada a ver com você e pode acabar com a sua carreira, amanhã é capaz de você aparecer no YouTube.

– Gael, eles estão se beijando! – falou exasperada e uma lágrima escorreu – Como que eu vou ver isso sem sentir vontade de matar os dois?!

– Eu sei, eu já vivi isso, eu sei o que você tá passando, mas você não vai conseguir nada nesse estado – passou o polegar por seu rosto para limpar a lágrima solitária – Relaxa, ou eu vou te beijar de verdade dessa vez.

– Você não teria essa audácia – Diana murmurou.

– Eu não pagaria pra ver – ele sorriu e se aproximou ainda mais, até seus narizes se tocarem – Eu tô aqui com a mão na sua nuca, seu rosto pertinho do meu... Se for pra te aquietar aqui, eu beijo sem problema nenhum.

– Já tem traidores demais nesse restaurante, eu não serei mais uma.

– Ótimo, porque eu não quero ter que te beijar nessa situação caótica – soltou sua nuca e se afastou – Mas por favor, me ouve e não vai até lá.

– Eu não vou, prometo – forçou um sorriso e pegou o celular – Mas eu não vou deixar de fotografar.

– Talvez eu tenha uma ideia melhor. Por favor, não levanta a bunda dessa cadeira até eu voltar.


Gael pegou o celular da mão dela e se levantou sem medo de ser visto. Caminhou até o garçom parado próximo a mesa dos dois que se beijavam e trocavam carinhos distraídos e perguntou onde ficava o banheiro masculino, mesmo com uma placa de madeira indicando. O homem uniformizado indicou e o tatuador agradeceu, enrolando para seguir até o toalete. Voltou com um sorriso e devolveu o aparelho de Diana, que no mesmo instante foi até o rolo de câmera e viu um vídeo gravado disfarçadamente e a quantidade de fotos que o rapaz tirou daquela traição de Maurício e Fernanda.


– Como você conseguiu isso?!

– Você não pode ser vista, mas eu sim – deu de ombros – Eu acho que você já tem provas o suficiente da infidelidade desses grandessíssimos filhos da puta.

– Eu... eu nem sei como te agradecer – Diana encolheu os ombros.

– Não precisa agradecer – chamou o garçom e pediu a conta – Acho que você já viu o suficiente por hoje. Vamos embora enquanto eles ainda estão distraídos.

– E se eles forem para mais algum lugar depois daqui?

– Você sabe o único lugar onde eles podem ir... Você realmente quer lidar com isso?

– Tem razão, vamos embora.


Diana insistiu para pagar a conta, mas Gael fez questão de dividir. O valor não foi tão exorbitante quanto esperavam, mas cada um precisou desembolsar pouco mais de cem reais. O tatuador pediu para ela vestir sua jaqueta na hora de sair para não ser reconhecida, mesmo sabendo que Maurício estava ocupado demais com a boca de Fernanda. Ela aceitou e os dois saíram abraçados fingindo ser um casal.

Durante todo o caminho de volta Diana ficou de olhos fechados, sentindo as lágrimas escorrerem e o capacete a sufocar. Gael evitou falar qualquer coisa, mas percebeu que ela repetia números e mais números enquanto abraçava forte a sua cintura. O rapaz estacionou em frente ao prédio e a advogada agradeceu por tudo antes de virar as costas para ele não ver os olhos inchados que o capacete até então escondia.


– Diana, espera – ele a chamou antes que ela fechasse o portão – Você não deveria ficar sozinha. Por que não chama alguma amiga?

– Amiga, Gael? – riu com escárnio – Meus únicos amigos são você e a Rita.

– Sei que a Rita te distrairia mais, mas eu posso subir se você quiser.

– Você já fez demais por mim hoje – deixou o portão aberto, voltou até ele e apoiou a mão em seu peito – Obrigada por tudo.

– Eu posso ir comprar sorvete pra você tomar o pote inteiro igual naqueles filmes de romance que a Isa adora – deu de ombros.

– Você não vai desistir, não é mesmo? – sorriu.

– Não – retribuiu o sorriso – Onde eu posso deixar a minha moto?

Eu tenho tanta dó da Diana ter que ver tudo isso :(

Pelo menos ela teve o Gael ao lado dela pra ser sua razão quando tudo que ela queria era voar no pescoço dos dois.

Aliás, deixe aqui seus xingamentos pra esses dois desgraçados que são o Maurício e a Fernanda! kk

É isso, espero que tenham gostado do capítulo, de longe foi um dos que eu mais gostei de escrever, apesar dos acontecimentos...

E Gael vai subir no apartamento da Diana... será que vai rolar algo?? 👀

Ah, só pra constar, FOGO NOS TRAIDORES!

Até semana que vem!

Beijinhos ♥

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro