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13 - Estranho, mas legal

Toque minha pele e me diga o que você está pensando. Pegue minha mão e me mostre para onde estamos indo.
Take my Hand - Dido

O despertador tocou vinte minutos mais tarde naquela segunda-feira, mas Diana não se atrasou. Muito pelo contrário, chegou no escritório antes de Maurício. Seu noivo não demorou a chegar, mas não foi até sua sala pois estava falando ao telefone com o que parecia ser algum cliente. Ela ligava o computador e começava a checar sua agenda quando o homem abriu a porta sem bater.


– Bom dia, princesa – ele sorriu ao abrir, mas franziu o cenho ao olhá-la – O que você fez no cabelo?!

– Bom dia, Mau – ela esboçou um sorriso – É mais fácil dizer o que eu não fiz. Eu decidi não o alisar hoje.

– Ficou... bom – foi até ela e a beijou – Você ainda vai prender ele, né?

– Não, Maurício, eu não vou prender.


Diana não conseguiu esconder sua frustração. Acordou se sentindo confiante e seu noivo acabou com tudo em uma frase. Maurício não parecia perceber quão desnecessário havia sido, apenas puxou a cadeira e se sentou em frente a ela.


– Como foi o seu fim de semana? – ele perguntou relaxando na cadeira.

– Foi normal – Diana deu de ombros – Eu saí com uma amiga, nós jantamos juntas – mentiu – E o seu?

– Jantei na casa dos meus pais no sábado, ontem passei o dia em casa assistindo TV. Estranhei você não ter me mandado mensagem.

– Eu digo o mesmo.


O celular de Diana vibrou sobre a mesa e um sorriso espontâneo surgiu em seu rosto ao ver o nome de Gael na notificação. Maurício continuou sentado a encarando. Tentou espiar sobre as mãos da noiva para ver o motivo daquela feição feliz, mas não conseguiu.


– Bom dia, cantora! Por favor, me manda a nossa foto quando não estiver muito ocupada.

– Quem é? – Maurício perguntou para a noiva, que abaixou o celular.

– Cliente – sorriu – Pode me dar licença, Mau? Preciso começar a trabalhar.


Seu noivo se despediu com um beijo rápido antes de voltar para sua sala. Diana relaxou em sua cadeira e tentou se convencer de que não havia mentido, afinal Gael foi seu cliente durante a breve defesa de Rita na delegacia. Abriu a conversa para poder enviar a foto quando foi interrompida pela recepcionista telefonando para seu ramal avisando que um cliente a esperava na linha.

Já havia passado da hora do almoço e Gael acabava de voltar para o estúdio quando seu celular vibrou. Diana enviou a foto seguida de um pedido de desculpas pela demora, pois seu dia estava muito corrido. Ele abriu a imagem e sorriu ao ver a espontaneidade estampada ali. Juliana – uma das tatuadoras que trabalhava com ele – se aproximou e sentou ao seu lado.


– Que bonita, é sua namorada nova? – esticou o pescoço até o aparelho do rapaz.

– Curiosa! – ele a acusou com um sorriso – Não, é só uma amiga. Aquela que me atropelou, sabe?

– Ah, Gael! Só você pra fazer amizade com quem te atropela! – Juliana deu uma risada anasalada – Vem ver a mina que atropelou o Gael! – ela gritou para o body piercer que estava sentado numa maca distante.

– Belo casal – o rapaz falou ao se aproximar – Aí sim hein Gael, ela é gata.

– Ela é praticamente casada – ele bloqueou a tela do celular – Na moral, não dá pra falar com vocês, vou tatuar um cupido em cada um daqui.


Gael se levantou e foi até a recepção para ver se sua cliente das 14h já havia chegado. A moça estava ansiosa, balançando as pernas nas cadeiras de espera. Seria sua primeira tatuagem e ela havia escolhido marcar ao longo da coluna vertebral as fases da lua, um desenho bem comercial encontrado no Pinterest que não era o tipo de trabalho preferido do rapaz, mas era o que mais lhe dava dinheiro por ter uma maior procura.

O tatuador começou a conversar com a moça para tranquilizá-la, pois seu nervosismo era evidente. Ela contou praticamente sua vida inteira enquanto ele traçava as linhas, que era mãe, recém divorciada e que aquela tatuagem simbolizava as mudanças de fases em sua vida, contando também que trabalhava com assessoria de casamentos, mesmo não acreditando mais no matrimônio e no "felizes para sempre".


– Eu tenho um casamento daqui um mês que tá me tirando o sono, os noivos são bem metódicos e perfeccionistas, até quantidade exata de garçons eles estão exigindo, um a cada duas mesas, champanhe importada...

– Ou seja, ricos.

– Exatamente, ricos – ela revirou os olhos.

– Eles devem estar investindo uma boa grana nesse casamento. Se precisar de garçom, eu trabalho com isso e minha irmã faz uns bicos também.

– Bom saber, já tenho a quantidade desse casamento, mas vou manter o seu contato caso haja algum imprevisto ou até mesmo para os próximos eventos.


Gael agradeceu e a mulher continuou conversando para esquecer da dor. A sessão durou pouco mais de uma hora e meia e no fim ela agradeceu por toda a distração e pela tatuagem na qual ficou apaixonada. Outro cliente o esperava na recepção, então foi apenas o tempo de higienizar a maca para começar mais um trabalho. O dia estava cheio que ele só conseguiu ir embora após anoitecer.

Três dias se passaram e aquela semana estava exaustiva. As aulas das faculdades já haviam voltado e o movimento no bar voltava a ser intenso, mas no estúdio parecia que toda a clientela havia se tatuado na segunda e na terça-feira, pois naquela quinta o lugar estava às moscas. Gael estava sentado na recepção revendo o vídeo dele e de Diana cantando Evidências quando Juliana se jogou ao seu lado cantando a música junto dos dois.


– Como você canta mal – ele riu.

– Ah, é Evidências, a gente não tem que cantar bem, só tem que cantar! É um hino! – ela deu de ombros e olhou para o celular – Sua amiga atropeladora de novo? – sorriu ladino.

– Sim, foi no aniversário da Rita.

– Você nem consegue não olhar pra ela – Juliana deu uma risada e bateu seu ombro contra o dele.

– Você vai começar de novo com isso, Juliana?!

– Assume que nessa loucura de dizer que não quer ela você vai negando as aparências e disfarçando as evidências – a tatuadora gargalhou da própria piada.

– Você é péssima, Ju – ele não conseguiu segurar a risada – Eu já disse que ela é quase casada e eu não tenho o menor interesse nela, nós somos só amigos. Aliás, você não tem nada melhor pra fazer não a não ser me encher?!

– Tenho sim, vou tatuar duas irmãs daqui a pouco. Dois cactos.


Cactos. Essa palavra o levou diretamente para o domingo, quando ele e Diana conversavam sobre plantas e ela afirmava não servir nem mesmo para cuidar de um. Aproveitando que não tinha nenhum cliente na próxima hora, se levantou e pegou sua carteira. Voltou até Juliana só com uma dúvida.

– Você sabe onde eu encontro um cacto pra comprar?

***

Diana estava concentrada em seu computador quando seu telefone tocou. A recepcionista informou que haviam acabado de fazer uma entrega para ela na recepção e questionou se deveria levar até sua sala. A advogada tentou pensar em qualquer pessoa que poderia ter lhe mandado algo, mas não conseguiu encontrar ninguém a não ser Maurício, mas ele costumava entregar os presentes em mãos, nunca deixava para a coitada da Márcia que já vivia atarefada no atendimento.

Ao chegar na recepção, viu um pequeno vaso rústico com quatro cactos iguais e um bilhete dobrado numa folha de sulfite. Diana ficou surpresa com o presente e naquele momento não precisou pensar muito para saber de quem se tratava. Márcia elogiou as pequenas plantinhas e a advogada pegou o vaso e levou para sua sala ansiosa para ler o que ele havia escrito. Ao sentar-se em sua mesa, decidiu ler o pedaço de papel.


"Eu não entendo tanto assim de plantas quanto a minha mãe, mas aqui na floricultura disseram que você tem que regar uma vez por mês e que eles precisam tomar sol de quatro a seis horas por dia. Ah, e converse com os cactos, vai que dá certo né? (Só não vai falar sobre processos e mais processos que aí eles vão cometer suicídio)"


Gael finalizou o pequeno bilhete com o desenho de um cacto e a assinatura de seu nome. Diana sorriu ao terminar de ler, mesmo tendo a certeza de que por melhor que tenha sido a intenção do rapaz, as chances de ela estragar aquelas pequenas plantinhas eram imensas – mas estava disposta a se esforçar para pelo menos durarem até a próxima rega.

Diana pensou inúmeras vezes em agradecer o presente do amigo através de uma mensagem no WhatsApp, mas quanto mais tarde ficava mais ela amadurecia a ideia de fazer isso pessoalmente. Perto das seis da tarde Maurício foi até seu escritório para se despedir e informar que iria até a casa de seus pais para uma visita rápida, e antes que ele sequer pudesse pensar em convidá-la ela disse que também tinha um compromisso. Os dois então se despediram no estacionamento e ela seguiu até seu apartamento para um banho rápido.

Os cactos já estavam sobre a mesinha ao lado do sofá, onde Diana tinha certeza que batia muito sol. Ela vestiu a primeira roupa que encontrou e que não era social demais para um bar como aquele, passou uma maquiagem leve, soltou os cabelos que passaram o dia em um coque apertado e saiu. O local era perto, então em pouco mais de dez minutos ela chegou.

Definitivamente o bar estava mais cheio do que da última vez, mas pela quantidade de gente carregando mochilas ela percebeu que eram universitários. Diana desviou das pessoas até chegar ao balcão, reconhecendo de longe o rapaz de cabelos longos presos em um coque bagunçado e tatuagem no pescoço que parecia atarefado demais. Talvez a decisão de ir até ali em um dia tão cheio quanto aquele não tivesse sido tão boa.


– Doutora Diana dos vinhos! – Bento a chamou, fazendo Gael perceber sua presença – Achei que nunca mais a veria aqui – beijou o dorso de sua mão.

– Boa noite Bento! Sem vinhos hoje – mostrou as mãos vazias – E sem nada alcoólico também – sorriu para Gael, que ainda não havia a cumprimentado por estar atendendo um cliente no balcão.

– Uma Coca-Cola por conta da casa então – Gael piscou para ela ao se aproximar com a lata.

– Obrigada – Diana sorriu – Eu quero uma porção de fritas também, por favor, estou faminta.

– Deixa comigo – Bento entregou a comanda para ela e saiu em direção à cozinha.

– E então, o que te traz até aqui? – Gael debruçou sobre o balcão.

– Você sabe... – estreitou os olhos – Quer dizer então que se eu falar sobre processos com meus cactos eles vão se suicidar? – sorriu.

– Ah Diana, convenhamos que não é o melhor assunto do mundo...

– Com certeza não – suspirou alto – Eu vou conversar sobre... eu não consigo pensar nenhum assunto que não seja deprimente.

– Sobre você dançando Macarena com a minha mãe – riu – Sério, isso era algo que deveriam ter filmado!

– Graças a Deus não tem nenhum registro – juntou as mãos como uma prece.

– O que é uma pena – torceu os lábios – Mas me diz, você gostou dos cactos?

– Eu adorei, são lindos! Eu vim te agradecer e te dizer que vou dar o meu melhor, mas por favor, não me odeie se eles morrerem.

– Diana, é só regar uma vez por mês! Eu vou colocar um lembrete no meu celular pra te lembrar quando for pra regar de novo – riu.


Continuaram conversando sobre os cactos por alguns minutos, mesmo a conversa sendo interrompida vez ou outra por algum cliente pedindo cerveja. Bento trouxe a porção de fritas e ela dividiu com os dois pois era grande demais só para uma pessoa. Gael estava rindo de algo que seu amigo falou quando olhou em direção à porta cheia de gente e seu sorriso morreu. Diana percebeu a mudança repentina no rapaz e ficou curiosa.


– Aconteceu algo? – ela perguntou ao pegar mais uma batata.

– Minha ex-namorada acabou de entrar no bar – ele lançou o olhar em direção a moça para que Diana e Bento o acompanhassem.

– Isso é muito ruim? – Diana ainda olhava para ela.

– Nós terminamos porque ela me traiu. Eu flagrei ela com esse cara aí... E pelo jeito eles continuam juntos.

– Faz tempo? – ela pareceu curiosa.

– Uns quatro anos mais ou menos – deu de ombros – Eu já superei, mas ver os dois juntos ainda me dá raiva, não sou de ferro né?


Os três desviaram o olhar quando o casal começou a andar pelo bar até o balcão. A cara de surpresa da moça ao reconhecer Gael só não foi maior do que a de seu acompanhante. Bento até tentou tomar a frente do atendimento, mas ela foi direto ao ex-namorado.


– Gael, quanto tempo – ela falou tentando esconder a vergonha – Eu não sabia que você trabalhava aqui. Esse é o...

– Não precisa apresentar, eu lembro muito bem – a interrompeu – Em que posso ajudá-los? – abriu o sorriso mais forçado que conseguiu.

– Me vê duas cervejas por favor – ela ficou em silêncio e apesar do barulho dos outros clientes, entre eles não se ouvia nada.

– Vocês querem comer alguma coisa? – Bento ofereceu para quebrar o gelo.

– Por enquanto não, obrigada – ela sorriu para o rapaz e voltou-se para Gael – Sua mãe e suas irmãs estão bem?

– Sim, todo mundo ótimo – Gael respondeu e Diana nunca o havia visto sendo seco daquela forma.

– Eu fico feliz, apesar da dona Cida nunca ter gostado de mim – ela deu um sorriso tímido e continuou tentando manter um diálogo – E você, como anda a sua vida? Já casou?


Aquela pergunta fez Gael revirar os olhos. Ele estava pronto para responder algo grosseiro quando Diana fez algo que jamais pensou que faria. Puxou a mão do tatuador que estava debruçado sobre o balcão e entrelaçou seus dedos nos dele, que a olhou assustado.


– Eu sou a namorada do Gael, prazer, Diana.


Diana estendeu a mão livre para cumprimentá-la formalmente e a moça retribuiu o gesto. A situação já estava desconfortável demais para todos, até mesmo para Bento que só observava a cena com vontade de rir de nervoso. A ex-namorada de Gael deu um jeito de encerrar o assunto e se dirigiu para uma mesa vaga junto de seu namorado e os dois continuaram de mãos dadas no balcão observando o casal se afastar.


– Diana, você é doida! – Gael arregalou os olhos – E se ela conhece o seu noivo?!

– Eu duvido – Diana sorriu – O Maurício tem um círculo de amizades bem restrito e eu a conheceria caso eles fossem amigos.

– Eu não sei nem o que dizer – Bento riu – Mas vocês formariam um casal legal. Estranho, mas legal.

– BENTO!


Os dois praticamente gritaram juntos enquanto o dono do bar os deu as costas para poder rir de como ambos ficaram vermelhos feito pimentões. Eles eram amigos, apenas amigos. Ela estava noiva há anos, ele não pensava em ter um relacionamento sério tão cedo. Diana e Gael não tinham nada em comum, não combinavam em absolutamente nada e pensar nos dois como um casal chegava a ser estranho até para eles. Mas mesmo colocando mil empecilhos, eles continuavam de mãos dadas enquanto viam Bento se afastar.

Olá meus amores! Como estão?!

Espero que tenham gostado do capítulo! Eu amo como o Bento sempre coloca pilha neles hahaha
E a Diana surpreendeu até a mim quando decidiu se passar por namorada dele, não lembro bem como era pra ser esse final, mas definitivamente ela foi além do que eu planejei kkkk

Nos vemos em breve!
Beijinhos ♥

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