Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 1 - Indesejada - 1953

A mulher de cabelos longos e escuros me encarou no escuro. A névoa cobria sua face. Eu só consegui enxergar a silhueta e pequenas nuances da escuridão dos seus cabelos e de um batom vermelho nos lábios, assim como o vestido, também vermelho.

— Eu não me arrependo.

Acordei assustada. A luz do sol, vinda de fora, iluminava aquele quarto apertado através da janela de madeira.

A casa do meu pai era grande. As paredes grossas, grandes portas de madeira e muitos cômodos. Ele e sua esposa, Maria, dormiam no maior quarto. Meus irmãos, Caetano e Antônio em quartos grandes. Como eu não era filha legítima de Silvino, dormia em um quarto pequeno que ficava próximo da cozinha. Maria disse certa vez que aquele era o quarto da empregada.

Como o dia já raiara, levantei-me da cama. Vesti-me e fui ao banheiro, tão distante do meu quarto. Eu gostava de me lavar ao acordar e, portanto, caminhei até o poço para pegar um pouco de água.

A fazenda em que eu morava era pequena. Atravessei a varanda larga, cercada por um parapeito baixo, desci os dois degraus dispostos em frente a pequena passagem vazia no parapeito e caminhei o amplo espaço de grama verde e brilhante.

De longe, podia ver a plantação de milho. Algumas galinhas andavam no gramado, ciscando longe de seu galinheiro. Alguns homens trabalhavam na plantação. O nosso cavalo, Trovão, um mangalarga castanho, estava dando trabalho para um funcionário do meu pai para lhe colocar as rédeas, tentando morder o homem e dando coices no ar. Aquele cavalo era rebelde e difícil. Eu o adorava.

Alcancei o poço. Ele ficava isolado, longe da casa, da plantação e do estábulo. Joguei o balde amarrado à corda dentro dele e puxei o balde cheio, colocando toda a minha força em meus dois braços.

— Deixa que eu ajudo, Rosinha. — Ouvi aquela maldita voz atrás de mim e soltei o balde com tudo. Um som alto reverberou quando o balde cheio caiu na água.

— Eu faço isso todos os dias, Josué. — Respondi de maneira seca. Josué trabalhava para o meu pai há mais tempo do que eu era nascida. Ele estava sempre por perto. E seus olhos estavam sempre sobre mim. Certa vez, o peguei escondido, me observando nadar no rio com poucas roupas. Eu pensava estar sozinha no bosque nessa ocasião. Desde então, passei a ter medo daquele homem.

— Deixa eu ajudar. Pequenininha assim, não dá conta. — Ele se aproximou ainda mais. Eu não consegui me mover.

— Não. — Foi tudo o que consegui dizer. Mas Josué não obedeceu. O homem passou por mim. Meu peito doeu e meus pulmões me sufocaram.

Josué puxou a corda com facilidade. Ele era alto e forte. Sem dificuldade, segurou a alça do balde com uma mão, desfez o nó que o prendia à corda e me entregou.

Segurei a alça com as duas mãos, sentindo os meus braços pesados e trêmulos. Os olhos de Josué caíram sobre mim com aquele olhar que eu não gostava.

— Eu levo para você. — Prontificou-se.

— Não. — Tentei me afastar o mais rápido possível, cambaleando com aquele balde. O homem não respondeu nada, apenas me encarou ir embora.

Alcancei o banheiro mais uma vez e tomei aquele banho de todas as manhãs. Lavei os meus cabelos cheios e escuros, lavei meu corpo, esfreguei as solas dos meus pés e tirei toda a sujeira que poderia estar em mim. Tentei me secar e ousei pegar um pouco do leite de rosas de Maria e passei em meu pescoço. Vesti-me com um vestido limpo e voltei ao meu quarto para tentar pentear os cabelos. Desfiz os nós, mas eles continuaram bagunçados em suas ondas volumosas.

Ouvi batidas fortes na porta. Era Maria.

— Anda logo, menina! A casa está imunda! Já faz uma semana que você não faz nada aqui! — Ela não me deu bom dia, apenas vomitou aquelas palavras. Por um momento, calou-se. — Eu já disse para não usar o meu leite de rosas! — Falou entredentes e fechou a porta bruscamente diante do meu rosto.

Não vi Silvino naquela manhã. Nem meus irmãos. Toda aquela manhã foi permeada pelo intenso trabalho braçal de limpar aquela casa e encerar o chão. E quando pensei que poderia respirar, Maria me intimou a ajudar no almoço.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro