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CAPÍTULO 8

       Era sexta-feira a noite, Beny estava em minha casa para nos arrumarmos, a festa seria dali algumas horas. A loira me incomodou o dia inteiro dizendo o quão legal seria esta noite e em como ela estava empolgada. Já eu? Roia as unhas de nervosismo por ter que encontrar Peter, e isso não fazia o menor sentido.

       — Vai usar a roupa que te dei? Se não fizer isso, será uma desfeita comigo — Bethany praticamente me ameaçou.

       Depois de pensar muito no assunto e encarar o vestido várias vezes, decidi que eu não perderia nada em usá-lo. Era só por uma noite mesmo, depois poderia deixá-lo mofando dentro de meu armário.

       — Se eu não usar você me mata — argumentei — Prefiro continuar com meu pescoço intacto.

       — Ainda bem que sabe — ela respondeu enquanto tirava várias peças de roupa de dentro da mochila que trouxe.

       — Veio se arrumar para a festa ou morar na minha casa? — a questionei com as sobrancelhas para cima.

       Se eu fosse contar, diria que Bethany trouxe mais de dez peças de roupa, isso inclui vestidos, saias, blusas e até uma calça. Ela não pareceu entender minha pergunta.

       — Você vai me ajudar a escolher o que vestir. Preciso chamar a atenção do Coby, ele disse que vai estar na festa hoje.

       — Espera aí — falei colocando as mãos na cintura — Você finalmente conversou com ele?

       Aquilo era novidade pra mim. Coby era nosso colega em quem a loira estava interessada.

       Bethany negou com a cabeça, extinguindo minha empolgação.

       — Tive sorte de estar no local e hora certa — falou sorrindo — Escutei ele contar a um amigo na fila do restaurante universitário.

       — É, eu devia ter imaginado.

       Ela resmungou algo inaudível e jogou um body azul marinho em mim.

       — O que acha desse? Talvez combine com a saia preta — falou colocando a tal saia frente ao seu corpo e se olhou no pequeno espelho pendurado na parede.

       — Eu gostei, mas acho um pouco dark demais. Ele nem vai conseguir te enxergar no escuro — opinei.

       Concordando com a cabeça, ela suspirou e procurou por outro conjunto de roupas. Depois de mais duas tentativas, finalmente encontramos o traje perfeito. Era um cropped rosa neon de alcinha e uma saia preta colada repleta de brilho. Bethany ficou deslumbrante, ainda mais depois de se maquiar. Quando chegou minha vez, eu não estava tão segura quanto esperava.

       — Tem certeza que preciso me maquiar? — questionei. Beny já estava com o pincel na mão pronta para me atacar com base e blush.

       — Não vou fazer nada demais, apenas dar um pouco de cor ao seu rosto pálido. Assim você está parecendo a noiva-cadáver — explicou, mas mais pareceu um insulto.

       Respondi com um tapa em seu braço, o que a fez reclamar de dor.

       — Faz logo antes que eu desista — disse por fim aceitando.

       Beny começou passando algo transparente e gelado que eu não fazia a menor ideia do que poderia ser, depois passou para a base e o pó, finalizando com o blush. Reclamei algumas vezes, mas ela não desistiu insistindo que eu ficaria mais linda ainda depois que terminasse. Me olhando no espelho alguns minutos depois eu precisava concordar, estava realmente bonita, mesmo que toda aquela base não fosse capaz de esconder minha cicatriz.

       Decidi deixar o cabelo solto, já havia esgotado toda minha coragem usando aquele vestido e o salto alto. A maquiagem era leve, apenas dava mais vida ao meu rosto, exatamente como minha amiga disse que seria. Completei o traje com uma jaqueta jeans escura que Bethany acabou me emprestando, pois não estava afim de congelar no frio de Portland.

       — Se a gente não beijar algumas bocas hoje, nunca mais vou a uma festa — Bethany falou pendurando sua pequena bolsa de couro no ombro.

       — Você só pensa em garotos — a acusei.

       — E no que mais eu pensaria? — perguntou rindo. Ela era totalmente impossível.

       Se não tivessem batido na porta de meu quarto bem na hora, eu teria respondido poucas e boas para aquela garota. Como por exemplo, que uma mulher não precisa de um homem para ser feliz, e outras muitas frases feministas que viriam a calhar.

       — Estão prontas?

       Era a voz de Doug.

       — Sim — respondi e fui logo abrindo a porta.

       Douglas estava do outro lado vestido como sempre, calça jeans e camiseta estampada, a diferença era que usava gel no cabelo para deixá-lo no que ele acreditava ser mais ajeitado. O garoto abriu a boca ao ver Beny e não fechou mais, precisei beliscá-lo para que voltasse à realidade.

       — Vamos — o empurrei para longe do quarto.

       Descemos as escadas e no térreo encontramos Tia Bertha perto da porta segurando um casaco.

       — Mãe! — Doug reclamou quando ela estendeu o casaco para ele.

       — Está frio lá fora querido. Não quero que pegue um resfriado.

       Escutei Beny tentar esconder o riso.

       — Não sou criança — ele disse pegando o casaco e saiu porta afora batendo com força os pés no chão.

       — Não se preocupe Tia Bertha, eu cuido dele — falei para a mulher.

       Ela sorriu para mim, um sorriso lindo que Douglas teve a sorte de herdar. Tia Bertha aparentava ser mais jovem do que realmente era. Seus cabelos ruivos continuavam quase intactos, com poucos fios brancos, o que era uma tremenda sorte para quem estava atingindo os quarenta anos. Era uma mulher linda e ninguém negava isso, Tio Anton teve sorte em encontrá-la.

       — Se divirtam meninas — ela falou antes de voltar para a cozinha.

       — Pode deixar — Beny respondeu me puxando para fora da casa.

       Douglas já estava dentro do carro nos esperando. Sentamos nos bancos de trás e o garoto finalmente deu partida, nos levando para o endereço que passei a ele.

       O lugar não era muito longe de onde morávamos, ficava a mais ou menos vinte minutos de distância, em um dos bairros nobres de Portland. As casas de lá ocupavam mais do que um terreno e ultrapassavam três andares, eram simplesmente enormes. Eu me sentia uma formiga vendo tudo aquilo.

       Demorou alguns minutos para que Doug encontrasse a casa onde ocorreria a festa, mas tão logo parou a poucos metros da entrada.

       Quando saímos do carro, algumas pessoas também chegavam lá. Pelo barulho que se escutava ainda distante, dava para supor que não viria pouca gente.

       — De quem é a casa? — perguntei para Beny. Ela caminhava do meu lado.

       — Um garoto da administração. Ele é colega do Peter.

       Arqueei as sobrancelhas surpresa com a informação nova que recebi.

       — Peter faz adminstração?

       Ela concordou.

       — Também achei estranho, não combina com ele.

       Na minha cabeça Peter fingia fazer faculdade, mas se fosse para escolher um curso, jamais chutaria administração. Agora fazia sentido Verna ter tantos detalhes sobre o término de Darla e Peter, eles frequentavam as mesmas salas do Franz Hall. Foi ao lembrar disso que percebi que estudávamos no mesmo Hall, talvez tenha sido pura sorte ainda não termos nos encontrado lá. Agora teria que começar a tomar mais cuidado.

       Uma pequena extensão de grama separava a entrada da luxuosa casa e a rua, com um caminho de pedras a cortando. Seguindo aquela estrada chegamos na porta de onde saia o som alto.

       — Nunca entrei em uma casa tão grande — ouvi Doug comentar.

       Eu também não.

       A entrada dava direto no que devia ser a sala de estar, mas no momento estava tomada por adolescentes bêbados. Passamos por eles com certa dificuldade até um arco de madeira que levava onde descobrimos ser a cozinha. Algumas garrafas de cerveja vazias estavam sobre o balcão de mármore junto com copos vermelhos. Beny cutucou um garoto que estava parado na frente da geladeira aberta e levantou três dedos, ele pareceu entender seu sinal, pois estendeu para ela três garrafas.

       — Obrigada — ela agradeceu sorrindo e veio em nossa direção.

       Neguei quando me estendeu a cerveja, mas Doug não perdeu tempo em pegar a sua.

       — A gente não vai beber — falei arrancando a garrafa da mão dele.

       — Ei! — o ruivo reclamou.

       — Deixa o garoto, Nilla. Ele tem quase dezoito mesmo, não faz diferença — Beny o defendeu, fazendo Douglas sorrir excessivamente.

       Revirei os olhos para a cena, mas não protestei mais. De qualquer forma eu não conseguiria ficar controlando ele naquela festa, uma hora Doug teria a oportunidade de beber, então que fosse na minha frente.

       — Mas eu não quero, já falei que não bebo.

       — Essa cerveja é das boas, você vai gostar — Beny garantiu, me surpreendendo.

       — Agora você virou o que? Uma especialista de cervejas? — debochei.

       — Eu só sei apreciar uma boa bebida — ela respondeu dando de ombros — Bebe logo. Se não gostar é só largar no balcão — incentivou.

       — Só um gole — falei em tom sério e tentei puxar a tampa metálica da garrafa, mas ela não saía do lugar.

       Uma mão envolveu minha cerveja e a tirou de mim. A pessoa raspou a garrafa na beira do balcão, fazendo a tampa voar para longe, e me estendeu ela aberta. Fiquei tão focada na cena, que nem percebi quem a fez.

       — Assim é mais fácil — garantiu.

       — Peter — falei finalmente olhando para o rosto de meu "salvador".

       Beny estava ao meu lado praticamente saltando de felicidade.

       Peguei a garrafa da mão dele e dei um grande gole, eu ia precisar de álcool para aguentar aquele garoto. Tão logo a bebida atingiu minha boca, me arrependi, pois tinha um gosto amargo que não me agradou.

       Minha cara de nojo denunciou meus pensamentos.

       — Por que eu não esperava uma reação diferente? — Peter perguntou evidenciando seu sarcasmo, o que me irritou.

       — Por que não cuida da sua vida? — retruquei.

       Me virei para falar com Bethany, mas ela e Douglas não estavam mais lá. Os dois deram um jeito de fugir enquanto eu me mantinha ocupada focalizando meu ódio em Peter.

       — A sua é muito mais interessante de cuidar — respondeu seguido de uma piscada.

       — Não sou obrigada a aturar isso — falei me virando para ir embora, mas ele segurou meu braço, era uma mania pelo jeito.

       — Se veio nessa festa, é porque quer ouvir o que tenho a dizer.

       Olhei para sua mão que me segurava e depois para seu rosto, ele me soltou assim que compreendeu.

       — Tudo bem, você está certo. Fiquei curiosa — admiti — Então trate de dizer logo.

       Coloquei as mãos na cintura esperando que ele começasse a falar, mas o olhar de Peter estava concentrado em outro lugar, mais especificamente meu corpo. Parecia que só agora ele tinha notado como eu me vestira naquela noite.

       — Você está linda, Vanilla Quinn — falou por fim, de uma forma tão sincera que até me surpreendeu.

       Eu não sabia como responder. Havia sido pega de surpresa por Peter Daley e agora meu rosto queimava de vergonha, até o jeito como falou meu nome me deixou desestabilizada.

       — Ã... bem, obrigada — foram as palavras que consegui fazer saírem de minha boca.

       Já estava começando a me sentir desconfortável com seu olhar, eu nem estava tudo aquilo para ele ficar horas encarando.

       — Dá para parar de me encarar? — me manifestei.

       Peter sorriu e pegou minha mão, me puxando para fora da cozinha.

       — Onde está me levando? — questionei confusa — Precisa segurar minha mão? Eu não vou fugir se esse é o seu medo.

       Passamos por entre os convidados da festa, alguns nos observavam curiosos enquanto outros estavam tão bêbados que não deviam lembrar o próprio nome. Peter parecia saber exatamente onde estava indo, pois passamos por um corredor da casa cheio de portas, até pararmos em frente a uma de vidro que dava para a área externa da casa.

       — A gente pode vir aqui? — perguntei com medo de que o dono da casa pudesse brigar com nós.

       — Você se preocupa demais, Vanilla. Relaxa um pouco — provocou sorrindo.

       Eu ia respondê-lo, mas Peter abriu a porta e me puxou para fora da casa revelando um pequeno, porém lindo, jardim. Não tinha flores, pois ainda não estava na época de florescerem, mas em nada tirou a beleza do lugar. Um pequeno caminho de pedras cercado de grama levava a um banco de metal encostado no alto muro que envolvia o jardim, alguns arbustos estavam dispostos na sua extensão. Árvores das mais variadas espécies se espalhavam pelo local dando um aspecto de bosque, era como entrar em um conto de fadas.

       Era lindo e tudo o mais, mas o vento de outono era frio demais para eu suportar apenas com um jaqueta jeans.

       — Peter, eu estou congelando — aleguei abraçando meu corpo em uma tentativa falha de me esquentar.

       Ele me olhou de cima a baixo e adotou uma expressão preocupada.

       — Ah, sim. Me desculpe — respondeu tirando a jaqueta de couro e colocando sobre meus ombros — Eu não esperava que você fosse vir vestida... assim.

       Desviei o olhar para meu vestido e sorri.

       — Nem eu, para ser sincera.

       Aquilo era invenção de Beny.

       — Porque trouxe isso? — o garoto perguntou tirando de mim a garrafa de cerveja que eu segurava.

       — Não sei, estava na minha mão.

       Peter levou a bebida em direção à boca.

       — Não bebe, eu... — era tarde demais, ele já tinha bebido um gole — Coloquei a boca ali — completei.

       — Como se isso fosse me impedir — falou rindo.

       Aparentemente eu estava sendo um motivo de piada para Peter naquela noite, pois cada frase minha o fazia dar risada.

       Ele largou a garrafa na entrada do jardim e voltou a segurar minha mão, me levando pela pequena estrada de pedras. Depois de nos acomodarmos um ao lado do outro no banco, Peter finalmente me contou porque me levou lá, longe de todos da festa.

       — Admito que é difícil falar com você, Vanilla. Parece até que está fugindo de mim — zombou.

       Estávamos próximos demais, e aquilo me incomodava. Enquanto Peter falava, eu só conseguia me concentrar no barulho alto que meu coração fazia. Será que ele conseguia ouvir também?

       — Mas como um bom atleta, eu não desisto fácil de um jogo — continuou.

       Arregalei os olhos ao ouvi-lo dizer aquilo.

       — Então eu sou um jogo para você? — questionei incrédula.

       Ele suspirou parecendo frustrado.

       — É claro que não, pare de levar tudo o que eu digo para o lado literal — retrucou um pouco irritado.

       Como ele queria que eu entendesse aquela frase?

       — O que quero dizer — falou calmo — É que eu não vou desistir de você, Vanilla Quinn.

       O olhar dele sobre mim parecia queimar minha pele. Peter esperava por uma resposta minha, mas o bater de meu coração se tornava cada vez mais alto em meus ouvidos, que eu não conseguia pensar em algo lógico que pudesse dizer.

       Fechei os olhos e respirei fundo tentando controlar minha respiração, quando voltei a abri-los, tomei coragem de encarar o garoto.

       — Você nem me conhece, Peter — garanti — Acha que essa cicatriz é tudo? Meu poço é muito mais fundo do que isso. Quando me conhecer de verdade, vai querer fugir.

       Peter não pareceu surpreso com o que eu dizia.

       — Você me julga como alguém que tem a vida perfeita — seu tom sério me pegou desprevenida — Pensa que não sei o que é fingir estar bem?

       Ele arregaçou a manga do suéter preto que usava naquele dia, revelando algumas tatuagens, entre elas uma rosa. A flor se destoava das outras, que eram desenhos agressivos e de traços rebeldes se comparados com a delicadeza dela.

       — Você queria saber qual era a minha marca, certo? Pois aqui está.

       — Eu... — tentei dizer, mas o garoto me interrompeu.

       — Fiz essa tatuagem há três anos, quando Rose morreu. Era minha irmã mais nova. Naquele dia ela pediu para brincarmos no pátio de casa, mas eu tinha dezoito anos e minha única preocupação era exibir minha moto nova para as garotas da universidade. Deixei que Rose fosse sozinha — ele engoliu em seco antes de continuar — Mas eu não esperava que uma van ficasse sem freio na nossa rua, e que Rose estivesse bem no meio dela.

       Abri a boca para falar, mas nenhum som saiu. Então a garota da foto que vi no instagram de Peter era a irmã dele, e o emoji de rosa simbolizava seu nome.

       — Então sim, Vanilla. Meu poço é tão fundo quanto o seu. Eu rio quando meus amigos zombam da minha tatuagem, dirijo em alta velocidade para extravasar minha raiva e bebo para esquecer por algumas horas que minha irmã morreu por minha causa. Eu sei o que é sentir que os outros não te entendem.

       Eu julguei Peter errado esse tempo todo, e agora me sentia envergonhada por isso. Ele também carregava uma tragédia nas costas todos os dias e se culpava por ela.

       Antes que eu pudesse me arrepender, inclinei para mais perto dele e envolvi meus braços em seu pescoço, o abraçando. Não era um abraço de pena, longe disso. Eu senti que naquele momento nós dois precisávamos de afeto. Peter levou suas mãos à minha cintura, mas não me afastou.

       A raiva que cultivei de Peter se apresentou infundada ao escutar suas palavras tão sinceras. Eu me queixava do garoto que inventei que ele era, ou pelo menos da imagem que pareceu me passar desde o início. Peter Daley era muito mais do que um rostinho bonito, ele tinha marcas dolorosas que só quem as tem é capaz de carregar.

       — Me deixe te conhecer — ele sussurrou com o rosto escondido em meus cabelos, nós ainda estávamos abraçados

       Movimentei a cabeça concordando, não teria como negar esse pedido depois de tudo o que escutei. Peter e eu éramos como um celular com a tela quebrada. Estávamos danificados, mas fazíamos de tudo para continuar funcionando.

       Assim que nos afastamos, um clima estranho se formou. Nenhum sabia o que falar.

       — Ã... quer ir embora dessa festa? — ele sugeriu.

       — Sim, só preciso avisar a Bethany e meu primo.

       — Seu primo? — perguntou confuso.

       — Douglas — tentei lembrá-lo, mas ele negou — O ruivo que estava na Double no dia que a Darla... bem, você sabe.

       — Me agarrou no meio da cafeteria? É, eu lembro — respondeu com um sorriso de canto no rosto, ele parecia estar se divertindo — Pensei que aquele garoto estivesse com a Bethany.

       — Ele bem que queria — falei rindo, mas parei quando percebi que Peter me encarava com uma expressão estranha — O que foi?

       — Acho que eu nunca tinha te visto rir assim antes. Devia fazer isso mais vezes, você fica bonita sorrindo — explicou, fazendo minhas bochechas se colorirem de vermelho.

       Me levantei depressa e desajeitadamente coloquei meus cachos atrás das orelhas.

       — A gente ia embora, né? Então vamos.

       A risada de Peter preencheu o ambiente, mas ele se levantou e voltou a segurar minha mão, dessa vez não contestei.

       Voltamos para onde estava acontecendo a festa. Já era de madrugada, mas quase ninguém havia ido embora. Minha missão naquele momento era encontrar Bethany ou Douglas, tarefa que não seria fácil.

       — Eu vou me despedir de alguns amigos, procura a Bethany enquanto isso — Peter sugeriu.

       — Tudo bem.

       Larguei de sua mão e me afastei, indo em direção às escadas que levavam para o andar superior. Confesso que estava gostando de ficar de mãos dadas com Peter mais do que deveria.

       No andar de cima, me deparei com várias portas que deveriam levar aos quartos e talvez o banheiro. Como estava com um pouco de pressa, comecei a abrir uma por uma em busca de meus amigos.

       As portas trancadas ignorei na primeira tentativa, pois já imaginava o que poderia estar acontecendo do outro lado. Encontrei também vários cômodos vazios que provavelmente não continuariam assim por muito tempo. Estava quase desistindo, quando abri uma porta que dava onde descobri ser o banheiro, e ele não estava vazio.

       — Mas o que... — acabei perdendo a fala com a cena que vi.

       Bethany estava contra a parede de ladrilhos sendo beijada por Doug. Quando ouviram minha voz, os dois se separaram tão rápido que o ruivo acabou batendo com o corpo na pia.

       — Nilla... — Douglas começou, mas não soube como continuar a frase.

       — Vai lá para fora, Doug — falei em tom sério.

       O ruivo não questionou, deixando Beny e eu sozinhas.

       Fechei a porta atrás de mim e voltei a me virar para a loira.

       — Você disse que não tinha interesse nele — a lembrei.

       — Eu sei, é que eu estava bêbada e Doug pareceu tão fofo querendo me ajudar... — tentou se explicar.

       — Beny, ele gosta de você — falei tentando manter a calma — Aquele garoto nunca vai esquecer esse beijo. Não quero que iluda meu primo, pois depois vou ser eu quem vai ter que consolá-lo. Sabe o que vai acontecer se continuar com isso? Você não vai mais poder voltar lá em casa, pois Doug não vai querer nem olhar na sua cara.

       A garota abaixou a cabeça envergonhada.

       — Me desculpe, Nilla — respondeu quase sussurrando — A gente pode esquecer que isso tudo aconteceu? Por favor — implorou.

       — Peter vai me dar uma carona. A gente se vê segunda-feira, não estou com cabeça para me resolver com você agora.

       Abri a porta sem dar tempo que Bethany me respondesse e me deparei com Douglas apoiado na parede batendo o pé no chão nervoso. Me aproximei do garoto e quando o vi abrir a boca, dei um tapa em sua cabeça.

       — Ai! — ele reclamou levando a mão ao local atingido.

       — Idiota — falei antes de sair de lá para procurar Peter.

       Encontrei ele na entrada da casa conversando com Jackson, o mesmo garoto da outra festa.

       — Está tudo bem? — Peter perguntou quando viu eu me aproximar com cara de quem estava prestes a cometer um assassinato.

       — Vamos embora — falei segurando sua mão e o puxei para fora da casa.

       Parei de caminhar quando percebi que não sabia onde Peter estacionou a moto.

       — Por aqui — ele apontou com a cabeça.

       Segui ele na direção que indicou, e logo pude ver a Harley-Davidson parada na beira da estrada.

       — Quer que eu te deixe em casa?

       Neguei.

       — É o lugar que menos quero estar nesse momento — admiti.

       Ir para casa significava encontrar Douglas quando ele voltasse, coisa que eu pretendia evitar por enquanto. Não sabia dizer se estava com raiva ou simplesmente chateada. Eu tinha um forte instinto de proteção em relação a Doug, e não queria vê-lo machucado, principalmente por causa de uma garota.

       Peter pareceu pensar por alguns segundos, até que um sorriso surgiu em seu rosto.

       — Bem, eu conheço um lugar.

       — Então vamos lá.

       Ver Peter sorrindo para mim me fez esquecer por alguns segundos todos meus problemas. De alguma forma aquele garoto estava conseguindo atravessar as barreiras que criei ao meu redor durante tantos anos.



Oii galerinha!

Esse foi provavelmente o capítulo mais longo que já escrevi kkkk quase 4000 palavras, acreditam?

Mas então, tivemos uma mini briga entre Nilla e Beny. Será que elas vão se resolver?

E quanto a Peter que acabou se mostrando totalmente diferente do que Vanilla imaginava?? 

Espero que estejam gostando da história! Não esqueçam de votar e comentar o que estão achando, vai me deixar muitoo feliz <3 <3




Vi Mello

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