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CAPÍTULO 2

Aquele dia começou como qualquer outro. Já era minha segunda semana na Double Coffee e eu poderia dizer que peguei o jeito de trabalhar lá. Thomas me mostrou um pequeno galpão atrás da cafeteria onde eu poderia guardar minha bicicleta, assim não correria o risco de a roubarem. Aprendi a aceitar que Noreen não é muito aberta com estranhos, e nem com conhecidos, pelo que percebi.

Estava tudo sob controle, até que ouvi o ronco de uma moto que parou na frente da cafeteria.

Um garoto alto de cabelos escuros que vestia uma estilosa jaqueta de couro preta entrou pelas portas do estabelecimento, fazendo o sino encostado nelas tocar. Com a cara fechada e as botas de headbanger, era um perfeito clichê.

Me apressei em ir atendê-lo quando notei que Thomas estava ocupado com outra mesa.

— O que vai querer? — perguntei levantando o bloco de anotações e posicionando a caneta no papel.

O desconhecido mascava um chiclete de forma irritante. Ele olhou para mim e sorriu de um jeito que faria qualquer garota derreter, eu estava tentada a seguir essa linha de raciocínio, mas me segurei.

— O que você sugere — olhou para o crachá preso à minha blusa e completou — Britt?

Me esforcei para agir da forma mais normal que pude e não o corrigi quanto ao meu nome, era irrelevante de qualquer forma.

— O cappuccino é muito bom — falei apontando com a caneta para a imagem da bebida no cardápio.

Ele olhou na direção e deu de ombros.

— Então pode ser.

Anotei seu pedido e coloquei meu nome na comanda para ganhar a gorjeta, uma forma que a cafeteria encontrou de ser justa com os funcionários. Larguei o papel na mesa e estava pronta para sair quando o moreno voltou a falar.

— Vanilla? Eu preferia Britt — disse em seu melhor tom de gozação, voltando a mastigar o chiclete audivelmente.

— E eu preferia que você tivesse mais educação e jogasse fora essa droga de chiclete — retruquei sem pensar.

Xingar os clientes não era a melhor maneira de me manter naquele emprego, mas não consegui evitar. Aquele garoto estava se tornando irritante, e eu não era paga para aguentar isso.

O garoto arqueou as sobrancelhas surpreso, mas não pareceu se ofender.

— Onde conseguiu essa belezura? Se meteu em uma briga? — perguntou apontando para seu rosto no exato local onde eu possuía minha cicatriz.

— Não é da sua conta.

Me virei e saí de lá antes que começasse a discutir com ele. Não seria nada legal receber uma reclamação por brigar com os clientes.

Entreguei o pedido para Noreen, que rapidamente começou a preparar o café, e apoiei os cotovelos no balcão de atendimento para esperar.

— Ele vem aqui quase toda semana.

Olhei para a garota surpresa por ela estar falando comigo.

— O motoqueiro?

Concordou com a cabeça.

— Sempre pede uma xícara de café preto e uma fatia de torta de limão. Me impressiono que hoje tenha sido diferente.

Franzi o cenho e virei a cabeça na direção do garoto. Ele parecia distraído mexendo no celular, mas levantou o olhar quando percebeu que eu o encarava. Rapidamente voltei minha atenção a Noreen.

— Sabe o nome dele? — perguntei calma, tentando não parecer interessada.

— Já ouvi alguns dos seus amigos o chamando de Daley. Deve ser seu sobrenome — ela respondeu dando de ombros e colocou a caneca de cappuccino em cima de uma bandeja.

Peguei o pedido do tal Daley e caminhei até sua mesa tomando o cuidado de não derrubar a bebida no chão. Me surpreendi quando ele pegou a caneca antes mesmo de eu a colocar sobre sua mesa.

O garoto viu minha expressão atônita e apenas deu de ombros.

— Só evitei que você derrubasse o café em mim.

Revirei os olhos e coloquei a bandeja embaixo do braço.

— Vai querer mais alguma coisa? — perguntei já começando a me estressar.

— Seu número de celular — respondeu com o mesmo sorriso inebriante de minutos atrás.

Ri sem graça.

— Em seus sonhos — respondi antes de me afastar para atender outra mesa.

Daley só podia estar tirando com a minha cara. Devia achar engraçado brincar com a novata, como se estivéssemos em um daqueles filmes água com açúcar em que o protagonista é pago para conquistar a estranha do colégio e acaba se apaixonando por ela. A minha vida estava longe de ser um filme, e eu não tinha tempo para essas besteiras.

Enquanto trabalhava, desviei o olhar para o garoto algumas vezes. Ele parecia entretido demais no celular para notar alguma coisa ao seu redor. Não pude evitar pensar no que teria acontecido se eu tivesse dado meu número, certamente teria rido e me chamado de otária por acreditar por um segundo que alguém como ele iria querer sair comigo.

Suspirei enquanto recolhia algumas xícaras de uma mesa vazia e fui para a cozinha deixá-las na pia. Quando voltei, o garoto não estava mais lá. O ronco de sua moto na frente da cafeteria evidenciou que partira.

Naquele dia teria aula de matemática financeira. A matéria em si era péssima, mas a professora a fazia ficar divertida de vez em quando.

Descobri que tinha quase todas as cadeiras em comum com Bethany, inclusive a daquele dia. A loira passara a sentar sempre do meu lado e acabamos começando uma amizade. Ela até que era divertida e um pouco parecida comigo. Nós duas gostávamos de How I Met Your Mother, por exemplo.

— Por favor, vai na festa de amanhã comigo — ela implorou.

Bethany tentava me convencer a ir em outra festa do time de futebol americano. Aqueles caras realmente não estavam na faculdade para estudar.

— Eu não sei, Beny. Não gosto muito de festas, prefiro ficar em casa estudando.

Ela não se deu por vencida.

— Entra comigo. Se você não gostar, deixo que volte para casa — propôs.

Percebi que não conseguiria fazê-la desistir dessa ideia, então apenas concordei em acompanhá-la. Tinha certeza de que eu não aguentaria dez minutos lá, então não teria muito com o que me preocupar, meus livros estariam em casa esperando.

Os minutos foram passando e quando percebi a aula já tinha acabado.

Esperei Bethany guardar suas coisas e saí da sala com ela. A garota falava sobre um episódio da nossa série preferida que eu já tinha assistido, mas compartilhava de sua empolgação.

— Eu ainda não superei a maldição do Blitz — falo rindo.

"Aw man!" — Bethany imitou o personagem, me fazendo faltar ar de tanto rir.

— Foi a pior imitação que eu vi na minha vida.

Eu ainda tentava recuperar o ar quando notei um garoto ruivo vir em nossa direção. Era meu primo, Douglas.

Quando meus pais morreram, passei a morar com os McCaffrey, meus tios por parte de mãe. Douglas era filho único e não se importou muito quando fui para sua casa, nós até criamos uma certa amizade, por assim dizer. A maior parte do tempo eu não o via, pois ele ficava trancado no quarto tocando bateria, mas durante as refeições conversávamos um pouco.

— Oi, Doug — o cumprimentei estranhando sua presença lá.

Douglas ainda estava no colégio, último ano para ser mais preciso. Não fazia sentido ele ir para a UP, a menos que quisesse falar comigo.

O garoto ruivo sorriu para mim, mas sua expressão mostrava que algo estava errado.

— Oi, Nilla. A gente pode conversar? — perguntou e olhou para Bethany.

Ela entendeu o recado, Doug queria conversar a sós comigo.

— Eu te vejo amanhã — a loira disse me dando um rápido abraço antes de ir para longe.

Me despedi de minha amiga com um sorriso e então voltei minha atenção para o ruivo.

— O que houve? — perguntei deixando clara minha preocupação.

Douglas era alto, esguio e péssimo em esconder seus sentimentos. Era perceptível que algo estava errado, seu rosto repleto de sardas evidenciava isso.

— Preciso da sua ajuda.

Arqueei as sobrancelhas um tanto surpresa.

Ele batia o pé no chão nervoso, como se estivesse com vontade de ir ao banheiro. Eu não duvidava.

— O que você fez?

Eu já esperava por algo como "um mafioso a quem devo dinheiro está atrás de mim" ou "engravidei uma garota". A última certamente era a mais improvável, Doug travava só em se aproximar de alguém do sexo oposto. No entanto, era uma possibilidade.

— Vai ter um festival de talentos aqui na UP em dois meses.

— E daí? — questionei não entendendo aonde ele queria chegar.

— Eles permitem inscrições de menores de 18 anos. Eu queria participar, mas preciso da autorização de um responsável — explicou.

— Por que não pede para os seus pais? — falei como se fosse óbvio, e era.

— Minha mãe disse que não vai assinar se minhas notas não melhorarem e meu pai concorda com tudo o que ela diz.

Eu já havia entendido o que ele queria de mim.

— Você quer que eu assine a autorização.

Ele concordou.

— Tia Bertha não vai gostar disso — adverti.

— Por favor, Nilla — implorou juntando as mãos frente ao rosto — Você sabe que meu sonho é ser baterista. Esse festival pode ser a porta de entrada para o início da minha carreira.

O garoto não ia sossegar enquanto eu não aceitasse, então decidi que o mais sensato a se fazer era dar a ele o que queria, mesmo que fosse contra sua mãe. Só esperava que ela não descobrisse tão cedo.

— Tudo bem, eu assino.

O sorriso no rosto de Doug foi impagável. Ele não conseguiu conter sua felicidade quando me abraçou com força.

— Valeu, Nilla. Você é a melhor.

Dei tapinhas em suas costas para que se afastasse ou eu não conseguiria mais respirar.

Ainda tremendo de felicidade, Doug me largou.

— Mas que fique claro o meu posicionamento. Eu não concordo em mentir para a sua mãe, então se ela descobrir sobre sua inscrição vou dizer que me obrigou a assinar.

Ele parecia contente demais para discutir comigo.

— Sem problemas. Quando ela descobrir, o festival já vai ter acontecido.

— E eu tenho outra condição — disse após pensar em algo que poderia me beneficiar — Você vai ter que ir à Double Coffee uma vez por semana até o dia do festival.

Ele franziu o cenho em minha direção.

— Eu ganho gorjeta a cada cliente que atendo — esclareci.

Se era para ajudá-lo, queria pelo menos receber algo em troca. Ganharia uma boa gorjeta no final do mês se Douglas aparecesse lá toda semana e pedisse um café.

O garoto concordou sem reclamar, sabia que se fizesse isso eu poderia me recusar a assinar sua autorização.

— Precisa de uma carona? — ele por fim ofereceu.

Douglas tinha um Ford Taurus Wagon marrom que ganhou de presente dos pais quando finalmente tirou a carteira, após quatro tentativas. Ele só o usava para ir ao colégio, mas era melhor do que pedalar uma hora como eu fazia com minha bicicleta rosa.

— Acha que minha bicicleta entra no porta malas?

— A gente dá um jeito.

Aceitei a carona de meu primo e logo estávamos voltando para casa em sua perua.

No rádio, Doug sintonizou em uma emissora local. Uma música que eu nunca tinha escutado na vida começou a tocar.

— Essa música é muito boa — falei após ouvir os primeiros segundos dela e aumentei o volume.

A voz suave do cantor era inebriante. Ela se tornava levemente rouca nas notas mais graves, o que dava à letra um tom sensual.

— É do Bloomed.

— Quem? — questionei.

— Um garoto aqui de Portland. Ele ficou famoso no Youtube, mas ninguém conhece sua verdadeira identidade. Loucura né?

— É mesmo — concordei.

Deixei Douglas focar sua atenção na estrada, mas não abaixei o volume do rádio.

Embora o nome artístico fosse estranho, Bloomed sabia compor uma boa música e ainda por cima tinha uma bela voz. Cada nota parecia me tocar de uma forma diferente. Os acordes do violão me arrepiavam, principalmente quando a letra parecia se juntar perfeitamente a eles. A música, que depois descobri se chamar "Lighthouse Girl" falava sobre um garoto que se sentia perdido, não sabendo encontrar mais seu ponto de partida, até que conheceu uma garota que serviu como um farol, o levando a descobrir seu caminho. Me perguntava se Bloomed realmente se sentia daquele jeito, perdido.

Entretanto, eu não compartilhava de sua opinião. Uma garota não poderia fazer tudo o que ele descreveu na música, era impossível mudar alguém naquela magnitude. Certas pessoas nunca mudam e, embora difícil de aceitar, é a verdade. Se Bloomed se sentia perdido e sem direção, eu sugeria a ele uma bússola.

Oi, pessu.

Esse foi o segundo capítulo de HTYT.

Ainda está sem emoções, mas é para vocês conhecerem um pouco melhor a Vanilla.

A partir do terceiro capítulo as coisas vão começar a melhorar, não se preocupem.

Enfim, espero que estejam gostando.

beijos,



Vi Mello

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