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CAPÍTULO 1

    Minha vida teria sido muito mais simples se eu não tivesse conhecido Peter Daley, mas o destino não quis facilitar para o meu lado. Ele pensou que unir duas pessoas completamente opostas seria uma boa ideia. Bem, estava errado.

E agora, não consigo tirar esse garoto da cabeça, coisa que nunca pensei que aconteceria comigo. Não pretendia gostar de alguém tão cedo, principalmente um playboy metido a músico. Era o primeiro tipo de cara que eu cortaria da minha lista de pretendentes, se tivesse uma, é claro.

Se eu me apaixonei? Definitivamente a resposta é sim.

Desde o início sabia que ia dar errado, no entanto insisti mesmo assim. Afundei naqueles olhos azuis cristalinos que tanto me lembravam o mar, e não emergi. Ele segurou minha mão, quando eu só queria ser livre. Mas liberdade não combinava com ele.

E tudo o que aconteceu, foi mais difícil do que você pensa.

Desde que entrei no curso de economia da Universidade de Portland, sabia que teria que percorrer um longo caminho. Literalmente, pois ela ficava a trinta minutos da minha casa indo de carro e uma hora de bicicleta. A segunda opção era o meu meio de transporte, infelizmente.

Consegui um bom emprego na Double Coffee, uma cafeteria perto da UP. Eles pagavam bem, mas ser uma garçonete não era meu trabalho dos sonhos. No entanto, bastava para saldar a mensalidade da faculdade, meu foco naquele momento.

Eu poderia me orgulhar de ser uma das poucas garotas que pagam sua própria faculdade aos dezenove anos, mas preferia poder gastar meu dinheiro com coisas fúteis, como maquiagens e eletrônicos. Aliás, eu precisava urgente de um celular novo ou não sobreviveria ao século XXI.

Tive sorte em conseguir o emprego, minha experiência no mercado de trabalho se equivalia a zero. E o lado bom era que a cafeteria não ficava muito longe da UP. Eu poderia sair do trabalho, almoçar nas redondezas e depois ir direto para a aula. É tão fácil que me faz questionar se não estou esquecendo de algo.

Aquele seria meu primeiro dia na Double Coffee e na universidade. Eu não precisava dizer que estava ansiosa, era perceptível pelas minhas mãos suadas que esfreguei a cada cinco minutos na calça jeans enquanto pedalava até a cafeteria. Se eu cometesse alguma gafe, seria eternamente martirizada por ela. Todos dizem que a primeira impressão é a que conta, então não seria eu quem contrariaria isso.

A cafeteria era em uma casa de madeira com grandes vitrines nos dois lados da porta. Três degraus levavam à varanda composta por algumas mesas e cadeiras que naquele dia estavam vazias por conta do mau tempo. Devia ser um bom lugar para ficar no verão.

Tirei meu gorro do pescoço antes de passar pela porta de entrada. Uma lufada de ar quente se chocou contra meu rosto e o tilintar de um sino indicou minha chegada. Pelo menos o ambiente estava aquecido, foi o que constatei.

O lugar estava vazio, o que já era esperado por ser às sete da manhã. As cadeiras estavam sobre as mesas e o balcão de atendimento com algumas caixas em cima, provavelmente ainda organizavam tudo antes de abrir para o público.

Havia duas pessoas lá dentro. Um garoto de cabelos crespos rebeldes, corpo magricelo e um jeito de andar estranho; e uma garota de pele alaranjada com os cabelos negros presos em duas tranças nas laterais da cabeça. Ambos vestiam o uniforme do estabelecimento, uma camiseta branca de botões e uma calça lisa preta coberta pelo avental da mesma cor. Foi o garoto quem se aproximou de mim.

— Você é a novata? — questionou.

Ele segurava uma vassoura na mão e se apoiou nela enquanto esperava minha resposta.

Li no crachá metálico preso em sua camiseta o nome Noreen. Aquele certamente não era um nome masculino, então me perguntava por que seus pais decidiram chamá-lo assim.

"Noreen" percebeu minha expressão confusa e olhou para a mesma direção que eu.

— Ah, eu peguei o crachá errado de novo — falou desprendendo-o da sua roupa.

— De novo? — perguntei surpresa.

Imaginava quantas pessoas já haviam reagido como eu quando leram o suposto nome dele.

— Me chamo Thomas. Ela é a Noreen.

Thomas se virou e apontou para a garota que estava atrás do balcão arrumando os doces à venda.

Agora fazia sentido.

— Eu preciso te dar seu uniforme. Vou lá buscar.

Enquanto Thomas estava longe, aproveitei para dar uma melhor visualizada no lugar que trabalharia nos próximos anos, ou pelo menos enquanto não encontrasse um emprego melhor. Até que não seria tão ruim, só precisaria anotar e entregar pedidos. O que teria de difícil nisso?

— Espero que as roupas sirvam — o garoto falou voltando do que imaginei ser a despensa da cafeteria — Seu crachá ainda não ficou pronto. Se importa de usar o da antiga atendente?

Pelo visto eles gostavam de trocar os crachás naquele lugar.

— Tudo bem.

Eu realmente não me importava se fosse algo temporário. Não era como se fosse fazer muita diferença para os clientes qual era meu verdadeiro nome. Só seria a garota que servia os cafés deles.

— O banheiro está ali.

Peguei as roupas das mãos de Thomas e segui para onde ele indicou ser o banheiro. Era um cômodo pequeno, mas limpo. Os azulejos cor-de-rosa deixavam claro que aquele era o banheiro feminino, fora as flores pintadas por toda a extensão da porta.

Depois de vestir a nova roupa, parei de frente para o espelho. Eu precisaria prender o cabelo que naquele momento estava escondendo a parte esquerda do meu rosto.

— Faz cinco anos, Vanilla. Não tem mais porque esconder — falei para meu reflexo.

Com um suspiro, passei as mãos por de trás da minha cabeça e levantei meus cabelos para fazer um coque. Era sempre um problema, pois os cachos nunca me obedeciam, mas com um pouco de esforço e dedicação consegui colocá-los no lugar.

Saí do banheiro confiante, ou pelo menos foi o que pensei parecer.

Thomas sorriu para mim e eu senti que seu olhar estava focado na cicatriz, mas ele não falou nada.

— Quer me ajudar a abaixar as cadeiras? Nós vamos abrir daqui a pouco.

Concordei acenando com a cabeça e fiz o que ele pediu.

Em menos de dez minutos, tudo estava em seu lugar e os clientes não demoraram a aparecer. A maioria eram jovens de mochila ou bolsa que certamente decidiram parar para comprar um café antes de ir para a faculdade. Eu teria feito a mesma coisa se não trabalhasse lá.

Atendi as pessoas como Thomas me orientou, com um sorriso no rosto e perguntas diretas. Recebi alguns olhares estranhos, como era de se esperar, mas para um primeiro dia considerei que me saí muito bem.

Chegando perto da hora do almoço, fui para trás do balcão e tirei meu avental e crachá. Estava cansada de tanto caminhar de um lado para o outro, mas o salário no fim do mês faria valer a pena. Fora que eu poderia ficar com os doces do dia anterior que não foram vendidos, me livraria de gastar um bom dinheiro com comida.

— Nada mal para um primeiro dia.

Me virei na direção da voz que até então não tinha escutado. Era a verdadeira Noreen.

— Ah, obrigada — respondi um pouco sem jeito, não era acostumada a receber elogios.

Continuei encarando a garota esperando que ela fosse falar mais alguma coisa, mas não aconteceu. Noreen pegou a bolsa de cima do balcão e rumou para fora da cafeteria.

Dei de ombros e peguei minhas coisas também.

— Quer que eu te espere fechar? — sugeri para Thomas, que estava trancando a porta da despensa.

Ele se virou para falar comigo, mas acabou deixando o molho de chaves cair. Depois de recuperá-lo, trancou de vez a porta.

— Não precisa, eu já estou acostumado a ser o último.

— Certo. Então... a gente se vê amanhã?

Thomas concordou.

Me dirigi à porta e saí de volta ao frio de Portland. A sorte era que não estava chovendo, mas o vento gelado não era nada convidativo. Precisei soltar o cabelo e vestir meu casaco por cima do uniforme que acabei esquecendo de tirar.

Minha bicicleta continuava onde eu havia a deixado, no estreito corredor entre a cafeteria e outra loja que não sabia o que vendia. Teria que arrumar outro lugar para deixá-la, lá ela poderia ser roubada por qualquer um que a visse e se interessasse. No dia seguinte falaria com Thomas sobre isso, pois naquele momento precisava mesmo comer alguma coisa. Meu estômago rugia desesperado por comida.

Montei em minha bicicleta rosa bebê e coloquei o capacete branco com borboletas na cabeça. Era infantil e eu sentia vergonha de usar, mas comprei de uma vizinha por um preço bom demais para recusar. Eu podia até ser ridicularizada pelas outras pessoas, mas pelo menos tinha meu próprio meio de transporte.

Perdi alguns minutos pedalando pelos arredores da universidade até encontrar um restaurante que me chamou a atenção. Era uma construção alaranjada de um andar com uma pequena placa amarela escrito Drunken Noodle e o desenho de uma lagosta. Deixei minha bicicleta encostada na entrada, torcendo para que não a roubassem, e entrei no local.

Minha primeira impressão foi a de entrar em um bar do século passado. A bancada parecia ter mais do que a minha idade e as mesas eram as mais simples encontradas no mercado. Até mesmo o balcão das xícaras tinha seu diferencial, era um reboque de bicicleta vermelho feito de metal. O cardápio estava escrito em uma lousa negra pendurada sobre o bar.

Lendo minhas opções foi que percebi, era um restaurante tailandês. Basicamente tudo continha frango, não que fosse um problema, eu até que gostava. Algumas comidas eram esquisitas, como curry com manga, mas fora isso achei o cardápio bem interessante. Eu poderia comer lá mais vezes.

Sentei em um dos muitos lugares desocupados, o restaurante não estava cheio naquele dia, e larguei minha mochila na outra cadeira. Um atendente não demorou para aparecer.

— Bem-vinda ao Drunken Noodle o que vai querer para o almoço?

Ele era bem mais velho que eu, diria que estava na casa dos quarenta pelos fios brancos que começavam a surgir em meio ao castanho. Claramente fazia alguns dias que não via um barbeador, mas tinha um olhar simpático que me fez sorrir.

Dei uma rápida e inútil olhada no cardápio em cima da mesa antes de responder. Uma mania sem sentido, mas que nunca me largou.

— O G2 — falei o código do prato.

O homem concordou com a cabeça e anotou em seu bloquinho antes de se afastar para atender outros clientes.

Aproveitei a espera para ler novamente onde seriam minhas aulas e quem eram os professores. De todas as aulas, a que mais me chamou a atenção foi História Econômica Geral, com o professor Samuel Davies. Sempre fui fã de história durante o colégio, o que muitos consideravam incomum, mas eu claramente fugia dos padrões.

Alguns minutos depois o mesmo atendente de antes voltou com meu pedido. Agradeci e não esperei para devorá-lo.

Era a melhor carne de porco que eu havia comido na minha vida, e os rolinhos de ovo também eram um espetáculo. Eu definitivamente voltaria para comer esse prato mais vezes.

Após pagar a conta, que foi mais barato do que eu esperava, voltei a subir na minha bicicleta. Se até aquele momento ela não fora roubada, naquele dia eu não teria mais que me preocupar com isso.

Pedalei até a universidade, que não era muito longe, mas precisei parar para pedir ajuda. Eu não sabia onde ficava meu campus.

— Oi — falei me aproximando de uma garota que estava indo na mesma direção que eu — Sabe me dizer onde fica o Franz Hall?

— Claro, é o prédio central. Se você seguir reto e entrar na primeira estrada de pedras, ela vai te levar lá.

— Obrigada — agradeci e voltei a pedalar.

Exatamente como ela disse, entrei na primeira estrada de pedras que terminava em um círculo do mesmo material cercado por um gramado incrivelmente verde. Outra estrada levava em um edifício de três ou quatro andares com enormes janelas de vidro. Parecia uma mansão e não um prédio universitário.

A entrada era magnífica, a porta formava um arco de vidro e a construção inteira era feita de tijolos laranjas. Eu não reclamaria de estudar naquele lugar, não mesmo.

Deixei minha bicicleta no bicicletário não muito longe da entrada do prédio. Torcia para que as pessoas vissem e pensassem que ela estava presa. Eu precisava comprar um cadeado o quanto antes.

Com o capacete embaixo do braço e a mochila nas costas, entrei no Franz Hall.

Dentro, escadas compunham as laterais levando para o subsolo e o primeiro andar, o centro era um espaço aberto e sem móveis. Minha sala ficava no andar de cima, foi o que constatei ao olhar novamente para minha grade horária. Subi as escadas e me deparei com várias portas amarelas numeradas. Entrei na que teria aula naquele dia.

Algumas pessoas já estavam lá dentro. Não era uma sala muito grande, cinco fileiras de mesas com um corredor no meio subiam como degraus até o fundo. Na frente, um quadro branco e uma pequena mesa destinada ao professor que ainda não chegara.

Sentei na segunda fileira.

Conseguia ouvir os murmúrios das pessoas, mas realmente não me deixei prestar atenção no que diziam, era melhor ficar na minha. Tirei meu caderno e meu estojo de dentro da mochila e os coloquei em cima da mesa, queria estar preparada para quando o professor chegasse.

Naquele dia teria Contabilidade e Análise de Balanço. O nome não era bonito, mas eu esperava que a matéria fosse.

Conforme o tempo passava, mais pessoas entravam na sala. Não demorou muito mais para o professor chegar, e quando o fez fechou a porta atrás de si avisando que ninguém mais entrava lá.

Robert, como lembrei ser seu nome, era mais velho do que eu imaginava. Se eu dissesse que tem mais de sessenta anos, não estaria mentindo. Seu cabelo branco e rosto enrugado evidenciavam isso, fora o jeito corcunda de andar.

O professor largou sua pasta e as pilhas de papel que carregava na mão em cima da mesa, tirou o sobretudo que vestia e pegou um pincel de quadro branco. Quando pisquei, ele já tinha escrito o nome e o e-mail no quadro. Virado para a turma, começou a falar.

— Bom dia, turma. Me chamo Robert Emery e sou o professor de Contabilidade e Análise de Balanço. Sei que o nome pode assustar, mas eu garanto que não é tão ruim assim. O que vocês vão aprender ao longo dessas aulas é basicamente a análise das demonstrações financeiras e indicadores, assim como as funções da contabilidade e balanço patrimonial. Não entenderam?

Ele pareceu já saber a resposta, pois começou a explicar o que havia dito antes.

— O objetivo da Análise das Demonstrações Financeiras é oferecer um diagnóstico sobre a real situação econômico-financeira da organização, utilizando relatórios gerados pela contabilidade e outras informações necessárias à análise, relacionando-se prioritariamente a utilização por parte de terceiros.

Anotei com afinco cada palavra dita pelo professor temendo perder alguma informação importante. Quando me matriculei no curso de economia eu sabia que nem tudo seria as mil maravilhas, alguns conteúdos realmente não me agradariam, mas era da minha futura profissão que estávamos falando. Eu precisava saber tudo que os professores dissessem e mais.

— Você está entendendo alguma coisa?

Virei a cabeça para olhar quem me chamou. Era uma garota loira sentada ao meu lado.

— Mais ou menos — respondi — Estou tentando anotar tudo para depois rever em casa.

— Ah sim. Faz sentido.

Sorri para ela e voltei a olhar para o professor, mas ela novamente me chamou a atenção.

— Sou Bethany — falou estendendo a mão.

— Vanilla.

Apertei a mão dela e a mesma sorriu.

— Como o sorvete?

— Como o sorvete — confirmei.

Nós duas rimos.

Robert virou em nossa direção com um olhar que poderia matar uma pessoa. Preferi voltar a prestar atenção no que ele dizia, não estava afim de levar sermão no primeiro dia de aula, e pelo visto nem Bethany, pois ela abriu o caderno e começou a fazer anotações.

Em duas horas de Contabilidade e Análise de Balanço consegui perceber que essa seria a matéria que eu menos ia gostar. Conforme o professor falava, minha única vontade era a de levantar e voltar para casa.

Aguentei a tortura até o final e, quando ele disse que a aula chegou ao fim, suspirei aliviada e me direcionei para fora da sala pronta para pegar minha bicicleta e ir embora.

— Ei, Vanilla.

Parei de andar e vi que Bethany corria ao meu encontro.

— Pode me chamar de Nilla — sugeri.

Era como meus poucos amigos da época do colégio me chamavam.

— Tudo bem. Nilla então — ela sorriu — Os garotos do time de futebol americano vão dar uma festa hoje na fraternidade deles. Queria saber se você não quer ir comigo, tenho receio de chegar lá sozinha e não conseguir me enturmar.

Aquilo sim era novidade para mim. Nunca era convidada para festas e se fosse, recusava na hora. Aquele dia não seria diferente.

Minha expressão desconfortável denunciou minha resposta.

— Qual é? Vai ser divertido. Podemos conhecer pessoas novas — insistiu.

Neguei veemente a proposta.

— Não sou de sair — respondi ajeitando o cabelo sobre o rosto.

Acho que naquele momento ela percebeu o que eu escondia, o motivo de não querer ir em uma festa, pois na hora sua expressão mudou.

— Ah... tudo bem, então. Mas na próxima você vai comigo em.

— Ok, na próxima.

Sorrimos uma para a outra no clima estranho que se formou, até que Bethany decidiu se despedir e cada uma seguiu seu caminho.

Minha bicicleta estava onde eu a deixei, para a minha felicidade.

Naquele dia eu tinha anotado mentalmente duas coisas. Primeira: ir almoçar mais vezes no Drunken Noodle; E segunda: comprar um cadeado para a bicicleta. Pretendia pôr as duas em prática o quanto antes.

Pedalei para casa com um sorriso no rosto. Aquele dia havia sido melhor do que eu esperava, e torcia para que os outros fossem assim também.

Oi pessoal.

Esse foi o primeiro capítulo de HTYT, espero que tenham gostado.

Vanilla ainda está conhecendo a Universidade, mas pelo visto já conseguiu uma amiga. E o trabalho na Double Coffee não parece ruim. Mas será que tudo continuara sendo as mil maravilhas? Alguém vai roubar a bicicleta dela? Isso a gente descobre no próximo capítulo. 

Beijos,



Vi Mello

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