Talvez não tenha sido certo deixar tudo para trás e me refugiar na casinha do interior dos meus avós. Mas, cara, eu precisava muito desse tempo. Lá no meu apartamento eu não podia gritar nem pular e aqui... poxa, aqui eu me sinto tão... leve.

Os gritos aqui se perdem facilmente na imensidão esverdeada, são conduzidos pela brisa fresca e ofuscados pelos raios vívidos do sol.

Aqui eu posso vestir meu suéter marrom, usar toucas nada elegantes, mas bastante aconchegantes, e extrapolar no chocolate quente.

Meu coração anseia por mais tempo nesse paraíso simplório aos olhos daqueles que não conseguem apreciar um momento de inspira, respira, inspira, respira.

Uma pena ter, em algum lugar do meu cérebro, o saber de que uma hora terei de partir. Alçar voo para longe desse autointitulado ninho, por mim afagado e por tanto tempo idealizado.

Oh, cérebro, eu te imploro! Não permita que eu esqueça dos cheiros, das texturas, dos sabores, das vistas e dos amores enquanto eu caminhar pelas inescrupulosas ruas do distante.

E assim me vou.

Em um descontente voo.

Pela imensidão dos céus ao som de uma melodia suave composta por uma bela moça que possui nome de flor.