14 | onde temos desconforto
— Missouri City —
Atualmente
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Ninguém sabe se dizer quem que chegou naquele quarto mais rápido, se fora Makayla ou Joel. Mas, nenhum dos dois demoraram mais de um minuto para vestir roupa e atravessar o corredor até onde o filho estava.
— Ei, como você está, meu amor?
May se ajoelhou ao lado da cama, pegando na mão do filho que ainda se encontrava um pouco gelada. Os lábios dele estavam roxos, esbranquiçados. Mostrando todo o índice de que ele não estava bem. Os fios de cabelo suados colados na testa, os olhos fundos e o curativo no ombro. Tomás nunca havia passado por aquilo antes, porém, mesmo assim se forçou a dar um sorriso genuíno para a mãe.
— E aí, amigão. — a voz de Joel soou baixa e fraca, ele também se pôs ao lado da mãe da criança. Levou a mão direita até ficar acima da de May, que segurava a do filho — Tanto para um dia tranquilo, hein?
Tommy deu uma pequena risada, contraindo o rosto logo em seguida ao sentir a pontada no ombro.
— Eu não me lembro de quase nada. — fungou o mais novo — Só dá Ellie chorando.
A menina estava no canto do quarto observando a cena da família e revirou os olhos ao ser citada.
— Tinha caído terra nos meus olhos, otário. Eu não estava chorando. — fingiu ser durona. Mas havia indícios em seus olhos vermelhos.
Ellie deslizou pelo quarto até estar ao lado do mais novo, como os dois mais velhos. Ela havia sido a única que não tinha saído dali em momento nenhum, não queria o deixar sozinho. E Ellie sabia o quão difícil era para Makayla e Joel ver o filho naquela situação, por isso tinha decidido ser ela a o acompanhar.
A maneira que ver um filho naquela situação pesava para Joel e Makayla, era um pouco diferente. Pois, para a mais nova era a primeira vez que quase perdera um filho. Não tinha nenhuma noção de como seria sua vida sem ele, era como ter chegado no fim da sua existência. Ela não sabia qual era o sentimento, apenas podia supor tal coisa. Agora para Joel, ele sabia sobre tudo aquilo e mais um pouco. Joel havia passado por aquilo, ele tinha perdido sua filha. Ele sabia como era ser destruído dia após dia com a perda, tinha noção de como era acordar no meio da noite suando frio presos nas lembranças de quando sua criança cabia em seus braços.
Não existe uma palavra que defina pais que perderam seus filhos. Pois, não há existente nenhuma palavra na face da terra que consiga descrever tal dor.
Então, Joel compreendia. Ele sabia como era cada parte, cada vírgula e cada pesadelo após perder um filho. Por isso, quando vira Tomás naquela situação, saiu de controle. O medo predominou cada parte de seu corpo, o pavor e o desespero dançaram por suas veias. Não suportaria perder outro filho... Não quando todo o inferno continuaria o perseguindo para sempre.
A única razão por ter conseguido lidar tão bem com a crise de pânico de Tomás, não fora por que Sarah também tinha, — apesar dela também ter tido algumas pequenas crises quando mais nova. Mas, a razão específica por ele ter conseguido, fora por que isso vinha acontecendo com ele a mais de uma década. Joel não suportava a ideia de não ter controle sobre as coisas a sua volta, e isso o apavorava muito. Era o tipo de sensação que ele não desejaria a ninguém, nem ao seu pior inimigo. Era desumano.
Joel não queria ficar naquela pequena comunidade, queria encontrar Tommy de uma vez. Mas, como fazer isso quando seu filho está machucado e se recuperando? Não tinha como. Tomás estava com a clavícula fodida, até conseguir recuperar ia levar algum tempo.
Por isso, os dias começaram a se passar arrastados. Os pesadelos de Joel começaram a piorar, acordava suando frio no meio da noite, sonhava com os sonhos que tinha com Makayla antes de a encontrar, sonhava com a morte de Sarah e agora ficava sonhando com a imagem de Tomás ensanguentado em seus braços.
— Bom dia, Joel. — a voz irritante de Daniel soou nos ouvidos do mais velho.
Ainda não tinha amanhecido, devia ser quase cinco e vinte da manhã. Porém, Joel novamente não havia conseguido dormir. Mesmo com Makayla ao seu lado. Ele se levantou mais cedo, deixando ela descansar e saiu para fora. O objetivo era tomar um copão de whisky, mas não achou a garrafa. Então, teve que continuar com o café amargo.
— Bom dia.
Respondeu de volta, mal humorado. Acima da mesa tinha uma pequena folha, onde estava rabiscado algumas vezes a flor tão bem conhecida por ele. Mesmo já sabendo que Makayla estava viva e segura ao seu lado, seu subconsciente não parecia conseguir entender isso. Então, ele continuava tendo os sonhos, porém dessa vez a perdendo de outras maneiras. Por isso, estava ali, desenhando a figura que tinha se acostumado a desenhar a tantos anos.
Daniel encheu o copo de café e deu uma volta por trás de Joel, notando o desenho.
— É a tatuagem da May? — bebericou o café, observando a figura — Está bem parecido.
Joel fechou a cara, irritado.
— É só uma flor qualquer. — a maneira que seu tom de voz sairá, apenas mostrou que não era aquilo.
Daniel sabia que Joel não gostava dele, afinal o Miller já havia deixado isso bem claro. E tinha boas razões para isso acontecer, primeiro que fora ele quem fez o parto de seu filho, que esteve presente nos primeiros dias de vida dele, segundo ele sabia muita coisa sobre Makayla. Coisas essas que deixa Joel puto. Coisas essas que não tinha nenhuma necessidade de ser descobertas.
— Bom dia. — a voz suave de Makayla soou pelo ambiente, adentrando o refeitório.
Os cabelos estavam despenteados, as bochechas vermelhas e os olhos um pouco amassados. Daniel respondeu o bom dia de volta, dando um beijo na bochecha dela.
Joel continuo com a cara fechada.
— Bom dia. — repetiu a mais nova, passando os braços ao redor do pescoço dele em um abraço por trás, já que ele estava sentado — Não ouvi você saindo.
O médico observava a cena a sua frente e Joel se deu conta disso, por isso olhou em sua direção lançando um olhar tão firme como alguém que estava prestes a cometer um crime hediondo.
Makayla estalou um beijo em sua bochecha.
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— É o seguinte, — Joel começava a instruir Ellie — mantenha as mãos firmes, como eu já te disse.
A mais nova soltou um resmungo chato, pois não aguentava mais todas aquelas instruções. Joel estava a ensinando como usar um rifle de uma maneira correta, e no dia anterior tinha sido a pistola.
— Eu não gosto de rifle. Eu detesto rifles.
Ellie praguejou, apoiando os olhos na mira da arma. Joel revirou os olhos, apoiando as mãos sobre as dela, para a conduzir melhor.
— Quem disse que fazemos só as coisas que gostamos? — contrapôs ele — E o rifle é seu melhor aliado quando estiver um pouco fora de alcance.
— Igual quando você estava bancando o super herói com a May, aquele dia? — brincou ela, com um sorrisinho provocativo. Atirou e errou o alvo.
Joel revirou os olhos novamente. Ter paciência não era lá muito seu forte.
— Exatamente como aquele dia. — recarregou o rifle novamente — Deu muito certo.
— Aposto que você tava se cagando todo. — assegurou a mais nova — Bom, pelo menos a gente lá embaixo estava.
Joel balançou a cabeça em negação, ajeitando a arma mais uma vez na posição correta.
— Presta atenção.
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Quando o dia fora chegando ao fim, Joel já estava exausto e a única coisa que ele queria era um banho. Tinha um corte feio na sua testa, pois quando Ellie tinha ido tentar recarregar o rifle sozinha, acabou por bater com a arma na testa de Miller.
Ele começara a fazer algumas estratégias nesses dias enquanto permanecia aqui. Preenchia seu dia com diversos afazeres, apenas para não pensar no pior que poderia estar acontecendo com Tommy naquele momento. Era sempre assim, e por enquanto estava funcionando, até claro na hora de dormir.
Enquanto caminhava até o quarto, Joel passou pelo quarto do filho, o vendo dormir serenamente.
— O que foi isso? — Makayla reprimiu o sorriso ao ver o corte acima da sobrancelha dele.
Joel soltou um suspiro pesado, se sentando na beirada da cama.
— Acho que a Ellie fez de propósito.
Sua voz saia em um tom chateado e cansado. Makayla mantinha um sorriso pequeno nos lábios, satisfeita por ver a maneira como ele estava se esforçando com a mais nova.
— Acho que o plano da vida dela é me matar em poucos meses. — resmungou Joel — O que não vai demorar muito, se continuar assim.
Agora Makayla gargalhou, apoiando as duas mãos sobre os ombros dele. Joel riu também, pois a risada dela era contagiante. May fazia-o se lembrar de como era estar vivo, depois de ter estado morto por tanto tempo.
— Vem aqui. — ela levantou a cabeça dele pelo o queixo, após ter pego o kit de primeiros socorros.
Makayla começou a passar a pomada sobre o ferimento do mais velho, enquanto Joel se apoiava segurando a cintura dela. Seus dedos permaneciam firmes ali, enquanto tentava reprimir a careta. A pomada ardia pra caralho.
— Vamos ir embora amanhã. — ela quebrou o silêncio.
Joel elevou as sobrancelhas sem entender, tornando a dor se instalar mais forte no machucado. Aquele não era o planejado, iriam embora só quando Tomás se recuperasse 100%. E isso ainda não tinha acontecido, afinal só tinham se passado alguns dias. Vários, na verdade, para Joel.
— Temos que encontrar o Tommy. — passou mais uma camada de pomada com cuidado — Eu sei que você tá preocupado com ele, desculpa ter te prendido aqui todos esses dias.
— Você não me prendeu aqui. Porra. — Joel xingou, ao sentir novamente a pomada arder — Ele também é meu filho.
Makayla parou de passar a pomada sobre o machucado, pensando na cicatriz que ficaria ali naquele lugar. Os olhos achocolatados de Joel Miller analisaram seu rosto, esperando alguma resposta.
— Isso atrasou nossos planos. — May balbuciou baixo.
— Eu sei. — Joel puxou ela para seu colo, enrolando os braços ao redor de sua cintura — Ellie e Tomás vão ficar bem. E eu tenho quase certeza de que Tommy...
— Não precisa mentir. — Makayla o calou, roubando um selinho — Você não tem certeza de nada.
Joel tentou reprimir o pequeno sorriso que queria crescer em seus lábios. Ela me conhece tão bem, foi a primeira vez que pensou tal coisa.
— E vamos ficar bem. — May se levantou do colo dele em prontidão — Temos sorte do tiro não ter sido na perna ou no coração.
Joel deu um olhar irritado e debochado.
— Sorte tem é eles de continuarem vivos. — trovejou — Eu ia acabar...
— Tá, tá, tá, Sargento. Entendido.
Makayla fingiu uma reverência, gargalhando com as próprias palavras, entrando no banheiro para tomar banho. Sendo seguida pelo mais velho logo depois.
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Quando o dia amanheceu, Ellie já estava com sua mochila mais a de Tomás prontas ao seus pés. Por isso quando Makayla e Joel entraram no refeitório, a mais nova quase soltou uma frase eufórica, pois assim como Joel, Ellie não aguentava mais ficar ali.
— Coloquei gases e curativos extras na mochila do Tomás. — Daniel comentava para Makayla, enquanto guardava algumas latas de ensopado na mochila dela — O ferimento tem que ser limpo de 12 em 12 horas, se não...
— Pode acabar infeccionado. — Makayla completou a frase, balançando a cabeça em concordância — Pode deixar, Dan.
Foram duas semanas naquele lugar, o suficiente para começar a nevar. Ellie e Tomás estavam empacotados, com toucas sobre as orelhas e blusas grossas de frio.
— Fica bem, Makayla. — Daniel a puxou para um abraço — Espero que nós vejamos outra vez.
May deu um sorriso de lado. Joel observava a cena com braços cruzados, pigarreando.
— Vamos sim.
Ela desfez o abraço. Mas, tinha quase totalmente certeza de que nunca mais tornaria a ver aquelas pessoas novamente.
— E parabéns pelo noivado, Dan. — continuo a frase, fazendo Joel arquear as sobrancelhas — O Lucas realmente é um cara de sorte.
A expressão no rosto de Joel fora impagável. Mas, perfeitamente notada por Ellie e Tomás. Por isso, quando já estavam do lado de fora começando a caminhada, Ellie não conseguiu se conter.
— Nossa, Joel. — sua voz dançava na ironia — Você ficou quase quinze dias sentido ciúmes de alguém que dava em cima de você descaradamente e não percebeu.
Ele revirou os olhos, apertando os dedos sobre a arma em sua cintura.
— Como se sente sendo patético? — Ellie fez um microfone falso com as duas mãos, levando até o rosto do mais velho.
Joel deu uma batidinha nas mãos dela, ignorando o comentário. Mas, era dessa maneira que ele realmente se sentia. Patético.
— Queria ter ficado? — May perguntou ao filho.
Ambos estavam andando lado a lado, um pouco mais a frente de Joel e Ellie.
— Não. — negou, balançando a cabeça — Temos que encontrar o tio Tommy e levar a Ellie para os vagalumes. Não vou deixar ela fazer isso sozinha, mãe.
Os olhos de Makayla se encheram de lágrimas, pois aquela foi a primeira vez que pensou em como seria Sarah. Se ela agiria daquele modo com Tomás, da mesma maneira que ele agia com Ellie. Nunca iria saber, pois não tinha como. O sonho de Sarah sempre havia sido ser irmã mais velha, e o sorriso que cresceu em seus lábios quando Makayla falou para ela naquela noite, — seria algo que ela jamais esqueceria.
— Você sabe que Joel estava com ciúmes de você, não é? Com o tio Daniel. — balbuciou Tomás, baixo o suficiente apenas para a mãe ouvir.
May arqueou as sobrancelhas.
— Como assim?
— Nossa, mãe. — Tommy soltou uma risada fraca, sentindo a pontada em seu ombro.
— Desculpa, querido. Eu tinha outras coisas pra me preocupar, — revidou ela, sorrindo com a criança — tipo com meu filho quase morrendo.
Makayla o abraçou com força, ganhando uma careta em troca do mais novo.
— Aí. — choramingou, levando a mão até o ombro.
— Te machucou? — Makayla parou os passos na hora, apoiando as duas mãos sobre o ombro dele.
— O que foi? — Joel gritou, um pouco mais atrás, acelerando os passos. Preocupado.
Achou que Tomás estava perto de desmaiar mais uma vez. Achou que o curativo tinha soltado. Achou que o machucado tinha pego uma infecção por conta do clima gelado. Joel juntou todas as possibilidades ruins ao mesmo tempo, e junto com todos os pensamentos, veio o medo absoluto. Ele o cobriu em desespero, acelerando seu coração de forma brusca.
— Eu tô brincando com a sua cara. — Tomás soltou uma risada gostosa, ganhando cor em suas bochechas.
Ellie o alcançou, dando um tapinha falso no braço dele. Makayla também se acalmou.
Porém, não Joel.
Apenas o pensamento de algo ruim ter acontecido foi o suficiente para ele ceder. O ar começou a faltar em seus pulmões, e suas pernas perderam a força. Joel enterrou os joelhos na neve de uma vez, caindo firme. Apenas o barulho do choque, foi o suficiente para atrair a atenção dos outros três.
— Joel?! Joel?! — Makayla foi quem correu até ele, se ajoelhando ao seu lado.
— Mãe? — a voz de Tommy soou preocupada.
Makayla fez um sinal com a mão para que os dois se mantivesse afastados.
— Joel?! — levou as duas mãos ao redor do rosto do mais velho, vendo a maneira que ele hiperventilava.
Notou na hora o que estava acontecendo. Era um ataque, daquele que Tomás teve a algum tempo atrás. Apenas por estar tocando em seu corpo, Makayla era capaz de sentir como o coração dele estava acelerado.
— Joel. — repetiu seu nome mais uma vez, dessa vez calma — Você está com dor? — suas mãos o tocavam no rosto — Não consegue respirar?
As pupilas dele estavam dilatadas, porém, Joel conseguiu mover os olhos para os dela. Makayla manteve o contato visual, calma.
— Tudo bem. Tudo bem, Sargento. — acariciou as bochechas dele, arrepiando um pouco por conta da barba — Vamos contar até dez. Respirando fundo.
Mas, Joel não quis contar até dez. Ele sentiu sua garganta se fechar, como se prendesse o choro e o desespero ali dentro. Ele não precisava contar até dez. Os olhos pacíficos de Makayla eram suficientes.
Ele a puxou de uma vez, chocando o peito dela contra o seu. Joel afundou o rosto em seu pescoço, sentindo o perfume do shampoo que ela havia usado naquela manhã. Joel Miller inalou profundamente aquele cheiro, ele respirou fundo. Concentrado.
🏹
Makayla sabia que Joel estava com problemas sérios para dormir. Mas, agora depois de ter presenciado aquela cena, sabia que ia muito mais além daquilo. Joel estava com crise de ansiedade e de pânico. E Makayla não sabia como o ajudar. Isso a desesperava.
Tinha diversos motivos e razões para aquilo estar acontecendo, mas ela não conseguia chegar em consenso nenhum.
— Isso é uma usina hidrelétrica. — explicou Joel a Tomás, que havia acabado de perguntar.
Haviam andando por horas, e estava quase anoitecendo. Era a primeira vez que as crianças vinham algo parecido com aquilo. Tinha muita água.
— Ela usa... hã... O movimento da água e transforma em energia. — continuo a explicação.
— Como ela faz isso? — dessa vez quem indagou fora Ellie.
— Olha, eu sei o que é, mas não sei como funciona.
Makayla deu uma risada fraca ao ouvir a resposta.
— Cara, — a voz de Ellie soou decepcionada — podia ter inventado.
Joel revirou os olhos, chegando na beirada da água.
— Como vamos passar? — Tomás perguntou.
O mais velho olhou em volta, notando um pedaço grande de paleta. Joel pulou na água, sentindo os poros de seu corpo quererem parar de funcionar. Estava muito gelado e ele teve que se segurar para não ser levado para longe, junto a pouca correnteza que continha ali.
Ele levou a paleta até a ponta, equilibrando com cuidado.
— Tomás, primeiro. — indicou para o filho, que olhou para aquilo com as sobrancelhas arqueadas — Vamos, não temos tempo.
Não parecia seguro, mas era o que tinha. Joel atravessou Tomás, demorou quatro minutos, depois voltou e atravessou a Ellie, mais quatro minutos e por fim Makayla, mais quatro minutos. Quando ele se ergueu para fora da água, estava congelando. Pelo menos estavam na entrada da usina, e conseguiriam por sorte acender uma fogueira.
— Trabalho em equipe. — Ellie levantou a mão direita em um hi five, sendo acertada pela mão de Joel.
Joel passou doze minutos embaixo de água. E quando chegou nos portões que levava até a entrada, ouviu o barulho perfeitamente conhecido de armas se engatilhando.
— Nem pensem em dar mais um passo. — uma voz agudo e estridente soou do andar de cima — E manda a mulher abaixar a arma.
Makayla apontava a pistola para cima, sentindo os nós de seus dedos perfeitamente gelados.
— Makayla, abaixa a arma.
Ela relutou ao seguir a ordem do mais velho, porém cedeu. Abaixou a arma e levantou as mãos para cima, deixando Ellie e Tomás atrás de si.
— Espero que estejam perdidos.
— Só estamos tentando passar. — refutou Joel, tentando manter a calma.
— Passar para onde? — a mulher indagou novamente, ainda com o rifle apontado para eles.
— Tá tudo bem. — outra voz soou abafada lá de dentro. O barulho dos portões sendo aberto ecoou por toda a redondeza, Makayla se pós mais a frente das crianças, pronta para o ataque — Conheço ele. Esse aí é meu irmão.
Então, o rosto conhecido e mais velho de Tommy foi a primeira coisa que Joel viu a sua frente, de uma vez.
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