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Xxx Último do dia, vários pontos também, me avisem dos erros, comentem o que estão achando please. Enjoy xxX
Autora Pov
– Arrumou a minha mala? – Rodrigo perguntou ao entrar no quarto do casal.
– É claro, querido. – Hariany respondeu com um pequeno sorriso e se aproximou dele, que não recuou.
– Então eu já vou.
– Tome cuidado na viagem e por favor, não fique com qualquer mulher. - Hariany tomou o rosto do marido entre as mãos e depositou um pequeno beijo no seu queixo, depois com um sorriso divertido.
– Não prometo nada. - Sua voz foi ríspida, mas fraca.
Rodrigo nega a si o quanto ama a mulher a quem fez tanto mal. Ele se torna estável com Hariany, ele se torna diferente e vive em outro mundo. Mas esse mundo fora corrompido por uma descoberta: Star. E gradualmente, guardava o que sentia por Hariany. Aos poucos se tornando o Rodrigo que deixou um corpo sem vida sob ela, enquanto lentamente uma hemorragia ia aumentando e o sofrimento se tornava ídolo para ela. Ele não era bobo e nem inocente, gostava de se deleitar nos pensamentos sobre Emily; sobre o que fez a ela. Também amava as súplicas de Brunna em sua cabeça, vulnerável e grávida. Ele gosta. Não se arrepende pelo tempo que fez Bia conhecer seus desejos carnais e até gostava de lembrar de seus gritos, berros, choro e sofrimento.
Mas quando se lembrava do que fez com Hariany, seu coração gelado sentia algo se apertar. Um dos seus capangas já tinha tentado obrigar sua esposa a ter relações sexuais com ele, mas morreu no instante em que quase conseguiu o êxito. Rodrigo lembrava com nitidez a fúria do que viu, a dor que sentiu e o ódio que o consumindo. Tanto é que nesse dia se ironizou, pois, antes de Hariany conquistá-lo, ela era um objeto de prazer para os melhores. Ela nunca quisera sofrer ou se deitar com eles, mas quando não era drogada ou amarrada, ela era debilitada. São marcas que não se comparam com o que sua irmã e seu amor passaram.
– Onde está Bia? - O coração de Hariany gelou, mas respirou e sorriu delicadamente.
– No quarto, assistindo séries. - o informou.
– Quero me despedir dela. – Rodrigo avisou, já se movendo para o quarto da filha. Hariany foi atrás, atenta a qualquer ação dele.
...
O sol invadiu a mansão, e incomodou os olhos de Ludmilla que logo sentiu uma dor terrível nas costas. Abriu os olhos e bateu a sua cabeça três vezes, na madeira. Dormiu sentada e encostada na porta do quarto de Brunna. O dia de ontem não fora bom e as coisas pegaram fogo quando ela pisou o pé em casa. Brunna a destratou e bateu diversas vezes no seu ombro. Correu da mulher, a xingou e bateu a porta do quarto com força. Ela havia insistido por horas para que a outra conversasse com ela, disse que não sairia dali e assim o fez. Depois de um banho, roupas limpas e analgésicos, se sentou na mesa da cozinha saboreando um café forte. Não demorou para ver sua esposa entrando no cômodo. Ela sorriu para si ao vê-la descalça e com pouca maquiagem. Brunna se sentou na cadeira que estava encostada na ponta da mesa branco rústica. Observou os olhos de Ludmilla e sentiu arrependimento. Talvez a única coisa que precisava seria os braços dela a envolvendo.
– Desculpa. - Sussurrou.
– Você não tem que se desculpar. - Ludmilla disse segura mudando de cadeira, sentando ao lado da esposa e oferecendo a sua xícara com café. A mesma tomou a xícara em suas mãos e bebericou.
– Forte e amargo. – Resmungou produzindo em Ludmilla um pequeno riso. Ela acariciou a maça do rosto da esposa, com as costas de sua mão esquerda.
– Conte somente quando tiver vontade. Eu espero… Só não tente me manter distante. - Ludmilla falou baixo e sentiu a mão de Brunna tomar a sua apertando-a levemente e tirando ela de seu rosto.
– Porque? - Ela desejava saber com todo o ser. Porque a outra não se manteria distante de uma mulher que não conseguia deixar os filhos viverem em seu ventre. Se sentia com uma praga.
– Fiquei um dia fora e o mundo desmoronou. Eu te deixei vulnerável e sozinha, quando aquele canalha apareceu. Novamente não estava ao seu lado… Seus olhos estão embargados com tristeza e eu nem sei o que aconteceu… De novo. - Ludmilla confessou apreensiva.
Brunna se levantou e sentou de lado em seu colo, como se fosse uma criança novamente. Cruzou as pernas e sentiu as mãos dela envolverem a sua cintura. Olhou em seus olhos e sentiu uma onda de emoções percorrerem seu corpo. Lágrimas sem aviso, embaçaram sua visão que só voltou mais limpa quando elas se desmancharam sobre seu rosto.
– O médico disse que foi espontâneo… Ele não estava se desenvolvendo direito e… Com a adrenalina liberada ,quando Rodrigo tentou me bater, colaborou para o meu organismo… Se livrar dele… - Tentou dizer, baixo e suave, porém suas palavras eram carregadas com uma dor que já conhecia.
– Você? - Ludmilla perguntou olhando para os olhos dela.
– Sim… Mas não era seu filho e eu tinha medo… Dúvidas… Eu queria que fosse seu, eu juro, mas não era. - Brunna se levantou e passou as mãos nos longos cabelos. Fungou e fechou os olhos.
Esperava ouvir a fúria de Ludmilla, talvez tapas ou a tentativa de força-la… A reação que teve quando descobriu que ela tinha um amante. Quando ela contou e jogou na cara dela tantas coisas. Respirou fundo e sentiu braços a envolverem, um beijo em sua testa a fez abrir os olhos. A abraçou com tamanha força e chorou baixo, enquanto escondia seu rosto na curva do pescoço de Ludmilla.
– Você será mãe… Calma… Tudo vai passar… - Ludmilla tentou reconfortá-la e então, ela sai de seus braços.
Com uma expressão desesperada, uma de suas mãos correu até sua barriga enquanto a outra tampa sua boca. Lágrimas voltaram com força e ela balançou a cabeça negando a afirmação da esposa. Tirou a mão da boca e encostou seus dedos em sua têmpora direita, balançando a cabeça fortemente.
– EU NÃO QUERO MAIS SER MÃE… - Gritou, apertando suas mãos em sua barriga e sorriu fraco por poucos segundos.
– Brubs…
– NÃO, MEU AMOR… EU NÃO VOU SER! NÃO QUERO! NÃO VOU SUPORTAR PERDER MAIS UM FILHO… NÃO… DEUS NÃO DEIXE EU GERAR OUTRO CRIANÇA PARA PERDÊ-LO MESES DEPOIS… ELES NEM VINHERAM AO MUNDO… LUDMILLA, MEU VENTRE É AMALDIÇOADO… - Brunna gritou encostando a testa no ombro da esposa.
A mesmo a acalmou sem dizer nenhuma palavra. Sangrou por dentro ao ouvir suas dores e desejou ter o poder de arrancar a dor dali. Ou mesmo sentir por ela. Indiretamente seu coração doeu tanto ao saber que sua mulher perdeu mais um filho. Sim, não era seu mas bastava ser de Brunna para amar a criança que estivesse crescendo dentro dela.
…
Um sorriso grande se formou nos lábios do idoso que recebeu o abraço da neta com grande gratificação. Ludmilla sorriu mais uma vez ao ver o avô, depois de algum tempo, seu irmão de alma, tomou a posição em que ela estava a segundos atrás, abraçando o avô.
– Demorou muito em me ver, filha… – Carlos disse com receio.
– Eu te liguei pelo menos duas vezes nessas semanas que passaram, vovô. - Ludmilla o lembrou.
– Ligou? - Ele deu um pequeno riso e se dirigiu a cadeira de balanço branco, que Emily mandou para ele no início do mês.
– Já consegui a Vilma de volta. – Carlos acrescentou, arrumando a boina verde escura antiga em sua cabelo. Porém se atrapalhou, com o braço que doeu ao ser tão esticado.
Ludmilla sorriu com a afirmação de seu avô, de certa forma ele entendeu. Carlos sabia que sua neta já reconquistou o coração da esposa.
– Emy pediu para te dar isso… – Marcos mostrou uma caixa de madeira branca com detalhes pretos e azuis, no centro da tampa as iniciais do casal. “ M & E ”, em uma letra cursiva gravada no tom dourado.
– O que é? - Carlos perguntou enquanto Marcos o ajudava a abrir a caixa.
– Sua gravata e um pedido. - Marcos falou baixo, sorrindo e fitou o idoso que considerava seu avô.
– Só vejo a gravata… - Carlos resmungou, logo arrumando a armação de seus óculos no rosto. Marcos e Ludmilla riram. A gravata era azul escuro, com listras diagonais acetinadas.
– Emy quer que você entre na igreja com ela… Você sabe… Ela gosta muito de você, vô. - Marcos disse com sinceridade.
Era impossível que o pai de Emily entrasse com ela na igreja, pois ele foi terrivelmente assassinado seis meses depois que Hariany viajou para a Itália, na época que a jovem ainda estava se recuperando das feridas deixadas por Rodrigo, teve a dor de ter seu pai morto com quarenta facas e a mão amputada. Uma morte dolorosa.
– Ela quer que eu… - Carlos gaguejou. Lágrimas caíram de suas pálpebras enrugadas, como uma criança, sorriu feliz e deu pequenos risos.
– A pequena Ferreira… - Disse lembrando de Emily com 8 anos, da época que a conquistou com pirulitos e chocolates na visita que fez para neta na cidade, quando sua Vilma ainda estava viva e ao seu lado, o bajulando sobre para que lado devia pentear o cabelo e o fazendo usar creme de amêndoas na pele que nunca ficava ressecada.
– Viremos te buscar, você tem que provar o terno. - Ludmilla interrompeu as memórias do avô.
...
Pomeriggio caffè, está razoavelmente vazio. Um rapaz, alto, dos olhos translúcidos acompanhou com o olhar Hariany chegar e se sentar em uma mesa no centro no lugar. A mulher encontrou o olhar dele e sorriu sorrateiramente, fitou ele se aproximar com um cardápio plastificado.
– Eu disse que te seguiria. - Bruno disse observando com carinho a mulher.
– Não acredito que deixou seu Café Greco, em Roma. Você tinha me dito que sua vida era aquele lugar. - Hariany o observou, e suspirou.
– Você fugiu de mim, lembra?
– Se Rodrigo te ver… Você pode não ficar com uma cicatriz e sim morrer. - Hariany avisou, se lembrando do tiro que ele levou por ela… Por eles.
– Eu… Podemos matá-lo… Levaremos Bia… Depois pegar o nosso…
– Cala a boca. - Hariany o interrompeu, observando com fúria seus olhos.
– Porque?
– Bruno… Eu morro se Rodrigo sonhar com isso. Só cuide dele e… definitivamente você é um inconsequente. - Hariany bufou e sentiu o toque das mãos do italiano em seu rosto.
– Per. Eppure ci sono persone Che guardano me … (Para, ainda tem gente me vigiando…) - Hariany o advertiu e ele obedeceu, retirando as mãos do rosto dela.
– Vou correr o perigo. Sou o novo chef da sua irmã, sabia? - Bruno a informou.
– Como?
– Pensei que ela era você… Com o cabelo disfarçado e tudo mais. - Ele disse rindo de si. Hariany pegou o cardápio da mão do italiano, e observou seus olhos. Olhou para a porta e reconheceu um homem grande entrando no Caffè.
Bruno percebeu e disfarçou, ele sabia que era um dos homens que vigiava Hariany quando Rodrigo estava fora da cidade.
–Idiota. - Murmurou e sorriu. Os olhos de Hariany perguntavam algo à Bruno.
– Sapete dove trovarmi. Rocco va bene se volete sapere. (Você sabe onde me encontrar. Rocco está bem caso queira saber.) - Ele falou baixo mas ela entendeu perfeitamente. Hariany sabia que ele estava bem, afinal, é Bruno quem cuida dele.
– Avere una buona scelta, la mia principessa. (Tenha uma boa escolha, minha princesa.) - Ele disse sorrindo e se afastando da mesa, pegou outro cardápio e pediu para uma garçonete levar para o homem. Conhecido como Cão.
– Italianos… - Hariany sussurrou e se permitiu rir divertida. Ele veio atrás dela e isso com certeza fez seus olhos brilharem mais.
Minutos. Muitos minutos se passaram até que Hariany assumiu uma expressão insegura. Seus olhos estavam percorrendo o andar de uma morena, elegante e linda. Ela não pode deixar de sorrir ao ver os traços da pouca maquiagem dela, com os lábios em tom de rosa escuro e o blush acentuado nas maças do rosto. Emily, linda, rosada e surpreendente, como sempre.
– Como pode ser tão linda? – Hariany murmurou para a morena, que se acomodou na cadeira a sua frente.
– Olha quem pergunta. - Emily olhou um pouco envergonhada, mas se sentindo bem com a forma familiar daquela pergunta.
– O que queria? - Perguntou Hariany que horas atrás atendeu a ligação dela, que insistiu em vê-la sem o Rodrigo por perto.
– Ninguém pergunta sobre essas cicatrizes e hematomas não? - Emily ignorou sua pergunta, dando atenção a pele de Hariany que estava amostra. Deslizou delicadamente a ponta dos dedos no braço dela, que em segundos o retirou, quebrando o contato dos dedos no braço dela.
– Não.
– Desculpa.
Hariany deu um pequeno sorriso e minutos se prosseguiram em silêncio. Mas o silêncio entre as duas não era nada constrangedor ou desconfortável, mais parecia uma identificação visual que ambas faziam.
- Você vai no meu casamento sem aquele monstro, certo? - Emily perguntou mostrando o que tem atingido ela.
– Ele não é um monstro. – Hariany repreendeu. Ele é um demônio, pensou ela completando seu raciocínio.
– Me responde. - Ela disse em um tom autoritário.
– Não. Ele está viajando. - Hariany a avisou, receosa. Olhou pelo lugar que estava mais cheio e encontrou o olhar atento do Cão de seu marido. Respirou fundo.
– Hariany… Eu sei que você sofre com ele…
– É só isso? - Hariany interrompeu ela, com a voz grave. Cão estava de olho e Emily não se responsabilizava pelo o que diria. Era a Emily. Ninguém no mundo deveria entender o grande fator lógico. Ela não conseguiria mentir completamente para a morena.
– Não me trate assim.
– Perdono. (Perdão - italiano ) Se é só isso, eu já vou. Encontro você daqui a três dias… - Hariany suspirou e encarou os olhos negros dela.
- Ele é realmente seu futuro… - A última frase cortou um tanto a loira. Afinal, ambas sabiam o que tiveram e ninguém podia comparar ou julga-las.
Somente elas sentiram e foi Emily quem deu um fim. E isso doia depois de anos… chegou a pensar que foi sua escolha quem levou Hariany para os braços de Rodrigo. Por longos momentos isso tem voltado em sua mente. Ela fez a escolha certa?
(..)
A lareira elétrica da sala de estar, demonstra as chamas virtuais e bem reais. O sistema de aquecimento está em uma temperatura média, pois o dia não estava realmente frio. Ludmilla só queria arranjar um tipo de aconchego para ela. Na frente da lareira, tinha um colchão com muitos travesseiros encostados no sofá. Ao lado duas xícaras grandes de chocolate quente com marshmallow. Brunna estava com a cabeça descansando no ombro dela, com um sorriso, olhando para a lareira que quase nunca é ligada. Observando as chamas que lhe davam uma impressão muito real. Estavam ali por mais ou menos duas horas, conversando sobre qualquer coisa. Ludmilla só saiu de seu lado para fazer as xícaras de chocolate com marshmallow, que decidiram esperar esfriar um pouco.
– Seu novo chef ligou. – Ludmilla a informou deixando transparecer em sua voz uma surpresa.
– O que ele queria? - Ela perguntou escondendo um riso interno. O tom da voz de sua esposa, pareceu um show de humor. Ela achou engraçado.
– Vamos começar do princípio? DESDE DE QUANDO VOCÊ TEM UM NOVO CHEF? - Ludmilla perguntou e ela finalmente deu gargalhadas, levantando a cabeça e fitando os olhos dela. Delicadamente ela entrelaçou seus dedos nos de Ludmilla. Para ela isso foi uma bomba em seu coração. Quer dizer, Brunna finalmente a escolheu?
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