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Xxx Bom dia raios de sol! Como puderam ver, essa fic tem muitos flashback's, por isso eis o meu aviso:

- Este capítulo contém cenas pesadas, com insinuações de ato sexual sem consentimento.
- É importante para o desenrolar da história, mas se não quiserem ler, não leiam.
- O próximo capítulo também será um flashback, então quem quiser ler direto o próximo entenderá a narrativa da mesma forma.

Enjoy. xxX

Brunna Pov

Flashback On

– Você engordou, Bru? - Ludmilla me perguntou na defensiva. Eu ri nervosa.

– Agora eu posso me encher de bacon, presunto e frango frito o quanto eu quiser… Faz é reclamar. - Fiz bico, pegando um travesseiro e escondendo minha barriga. Estava sentada na nossa cama, olhando-a se vestir e apreciando ela.

Ela tinha que ir embora no horário de sempre, eu tinha que ir ao médico e ver meu filho na telinha daquela tv. Quer dizer, nosso filho. Estava nervosa e com medo dela descobrir que fiz uma inseminação pra fazer uma surpresa a ela, mas cada dia ficava mais difícil. Estou com três meses e meio… Sabe. Eu enfrentava todo dia na minha mente uma guerrilha do que fazer, e como contar a ela. Ontem voltei no assunto “filhos” e a sua resposta mexeu comigo, ela disse que daqui alguns anos queria me ver radiante grávida com um filho nosso. Daqui alguns anos. E não daqui alguns meses.

– Você vai na Emy certo? Hoje ela saiu do colégio hiper chateada. - Ludmilla quis saber e eu confirmei com a cabeça.

Emily não sabia e não desconfiava, ela estava tão vidrada nos próprios problemas. Tem sido difícil a rotina no colégio, as pessoas zoavam dela e falavam coisas do tipo “Ela deu pro Marcos e fica se fazendo de coitadinha”. É triste como as pessoas tem tendência a estupidez, ninguém sabe e nenhum deles viu o que ela passou e sentiu pra abrir a boca e julgar. Eu tinha uma sede tão grande de fazer Rodrigo pagar por tudo que ele fez. E ele iria pagar. Ele fica na espreiteira, me observa a duas semanas e o idiota pensa que eu não vejo. Pintou o cabelo, agora era loiro e colocou lentes de contato. Pra mim ele é um franguinho de luxo, uma dragqueen para ser mais exata. Ninguém desconfiava e eu não iria contar pra ninguém.

– Fique bem. E volte cedo para cá, vou ligar do serviço e te verificar. - Ludmilla falou me abraçando e beijando minha têmpora. Sorri. Ela queria me proteger.

– São cinco horas da tarde, tenho certeza que dou conta de chegar ás sete em casa amor. - Respondi olhando em seus olhos. Como eu amo seus olhos, ela me beijou diversas vezes e saiu.

Peguei um colete e coloquei por cima da blusa soltinha que vestia. Olhei atenta no espelho, não queria que ninguém soubesse. Mas para o meu azar a Juliana sabia. Ela me pegou vomitando no banheiro três vezes, mas só me perguntou uma única vez e tudo que disse foi “Não conte”. Peguei um canivete embrulhei-o em um paninho e guardei entre meus seios. Não ficou estranho, pois a blusa escondia bem minha barriga e tudo. Sai do prédio procurando ele pelo olhar, cumprimentei uma senhora e pude localizar ele. Sorri vingativa. Caminhei tranquila até o prédio do consultório médico. Entrei em um elevador com uma mulher grávida segurando a mãe de uma menina, eu acho que a pequena tem três anos. Meu sorriso foi fraco, mas sincero e meigo. Fiquei no andar do obstetra e ela continuou no elevador, tive consciência que veria o pediatra! Só podia ser! Logo que entrei na sala de espera, encontrei Juliana e me irritei. Eu lhe disse que não queria que ela me acompanhasse, porque pra mim não é real ainda e sabe eu tenho medo. Muito medo. Não consegui ficar brava com ela, porque de algum modo era ela meu apoio.

– O que está fazendo aqui? - Perguntei me aproximando.

– Vim te dar apoio. - Ela sorriu meiga. - Você precisa da minha ajuda, e eu vou te ajudar… Nossa, a minha blusa realmente ficou linda em você. Ludmilla falou algo? -

– Sim, me perguntou porque de me vestir assim. Eu disse que estou tentando ficar com cara de casada. - Falei baixo, mas Juliana me ouviu e riu.

– Que bom. - Respondeu, me olhando carinhosamente.

Me direcionei ao balcão e resolvi o que tinha que fazer. Depois me sentei do lado de Juliana, fiquei encarando uma mãe que o filho ficava falando da irmã. A barriga dela estava grande, me lembrei de Emy e o quão linda ficou com a barriga dela. Sete meses. Senti as mãos de Juliana tomarem a minha, segurando firme e a olhei. Olhos castanhos, ela me transmitia segurança e era bom sentir isso. Sabe, sentir-se segura. Ainda sou o porto de Emy, então não
poderia fraquejar… Por ela. Meu nome foi chamado, e antes de ir olhei para Juh que sorria pra mim com muita facilidade. Sai do consultório com os olhos vagos, e a mente cheia. Deixei Juliana me acompanhar até a esquina da rua do consultório. Depois segui sozinha, não queria que ele visse ela e se interessasse. Andei atenta para casa, abri a porta e verifiquei todos os cômodos com o canivete na mão. Ninguém. Só pude respirar quando tomei um banho e recebi a ligação da Ludmilla. Eu menti dizendo que Juliana tinha me sequestrado no caminho, falei que estava tudo bem e sentei na cama. Fiquei pensando em tudo e de ouvido atento a qualquer barulho. Minhas mãos suavam. E o toque do celular me assustou. Olhei o visor, Emily. Olhei para todos os lados do quarto, confesso que estava paranoica… Mas eu sabia que ele me queria. Ele me marcou, fui eu que bati nele com a meia. Respirei fundo e atendi a chamada.

Ligação On:

– Eu o vi. - Emy falou com a voz trêmula.

– O que? - Fingi não entender. Então ouvi um barulho e ela gritou. Me assustei, pulando fora da cama.

– Emily, ta tudo bem? - Perguntei um tanto desesperada.

– Pode respirar fundo… Foi só o abajur. Bru… Eu vou morrer. Rodrigo voltou. LOIRO, VOLTOU LOIRO E DISFARÇADO. - Ela sussurrou e quase gritou a última parte. Meu coração acelerou.

– Eu não vou deixar nada te acontecer. - Prometi. Uma parte de mim dizia que ele não a queria mais. A vítima da vez sou eu. Eu sei. Ouvi ela chorar, e meu coração apertou.

– Emy se acalma, agora. -

– Não consigo… - Sua voz falhou e o celular avisou que ela encerrou a chamada.

Ligação Off

Liguei desesperada para o Marcos. Ele cuidaria de Emily, o avisei do que fazer e do que não fazer. Ele concordou e disse ir no exato momento para socorrer ela, afinal aquilo não faz bem para o bebê.

Fiquei muito nervosa, tomei um calmante e fechei a porta. Ludmilla trabalharia a noite toda, e eu ficaria sozinha em casa. Abracei o travesseiro dela, tinha cheiro do shampoo que ela usa… Amêndoas. Sorri. É uma menina, eu sei que é. Fechei os olhos e imaginei o bebê. Teria os cabelos loiros como o meu, e teria os olhos da Lud… Os olhos que tanto amo. Minha mente escureceu aos poucos, e peguei no sono. Mãos estavam acariciando minhas coxas e apertando minha bunda. Só podia ser Ludmilla Sorri e abri os olhos. Meu coração parou. Olhos cristalinos me encaravam e senti pânico percorrer pelo meu corpo, porque só agora senti meus pés amarrados. Segurei o choro, eu tinha razão. E me assusta ter razão. A mão direita dele tampava a minha boca com força. E a mão livre apertava o interior das minhas coxas. O meu Deus! Uma onda de nojo veio em mim.

– Fique em silêncio e não vai sair tão machucada quanto a deliciosa Emily. - Falou calmo e minhas mãos finalmente agiram ao comando da minha mente, segurei a mão que apertava a minha mandíbula.

– Calma docinho. - Doce. Doce demais, a sua voz. Quis vomitar. Ele tirou a mão da minha mandíbula e nada disse. O olhei furiosa. Aquele rosto em breve não vai ficar tão perfeito. Senti a sua boca morder minha coxa, e coloquei minha mão esquerda na sua cabeça tentando parecer incentivá-lo.

– Safadinha. - Consegui, senti chupões distribuindo na minha coxa e sua mão avançar para acariciar minha intimidade por cima do short. Segurei minha respiração, iria surtar… Só Ludmilla me tocava de forma tão íntima, e mesmo assim nunca usava um vocabulário chulo desse. Lentamente passei a mão no meu seio, apertei devagar e ele percebeu. Ele desceu a retaguarda. Sorri. Sua língua começou a fazer círculos na coxa e eu senti uma dor enorme… Ele me furou? Arregalei os olhos e ele me olhou sorrindo. Fingi um gemido. Então ele continuou. Tirei o canivete mais discretamente possível dos seios e escondi debaixo do travesseiro.

– Vamos brincar… bonequinha. – Ele começou a desamarrar meus pés.- Achei que precisaria, mas você é tão safada que gosta. - Ele se virou de costas, sentando na cama para conseguir desamarrar.

Sorri pra mim mesma. Peguei o canivete na mão, e com todo nojo, raiva e desejo de vingança, enterrei nas suas costas… Quatro vezes seguidas. Sangue espirrou na cama e em mim. Ouvi o grito estridente do homem e ele cair no chão. Terminei de desamarrar meus pés e corri em direção da porta da sala. Eu tinha que sair dali. Senti meus cabelos sendo puxados para trás. Soltei um grito, mas ele bateu com força a minha cara da parede da sala. Muita dor. Eu senti muita dor. Eu vacilei! Fui jogada no chão, e ele começou a esmurrar minha cara. Seu peso está na minha cintura, e um outro tipo de desespero desencadeou-me. EU TENHO UM BEBÊ CRESCENDO EM MIM. O MEU DEUS.

– ESTOU GRÁVIDA… POR FAVOR… - Gritei pausadamente. Então ele parou, e encarou meus olhos.

– Melhor ainda. - sussurrou. Perdi a noção do tempo que passei ali, sentindo grande dor a cada pancada e tive a certeza do que Emily sentiu. Lágrimas corriam pelos meus olhos, e sussurrava “Não faça isso… Meu bebê” a cada segundo. Ele não ligou. Mas depois de horas, cansou. Estava ensanguentada e com dor por todo a corpo. Ele se levantou me xingando. Eu tinha armas pontiagudas escondidas pela casa. Eu sabia, então me preparei. O que ele não fazia ideia, é que eu sou forte… Mais forte que a maioria das garotas. Virou de costas, então ele vacilou. Meu corpo foi preenchido de raiva e vingança de tal força que não sentia mais dor. Ela foi neutralizada, meu foco era único: matar ele. Eu quero matá-lo. A essas horas, poderia ter perdido meu filho mas não… Eu acho que não. Ele estava enlouquecendo sozinho. Me levantei, quebrando o abajur da sala na sua cabeça e corri como se nada mais importasse. Claro, com o canivete na mão. As ruas estavam quase vazias, queria gritar por socorro para as poucas pessoas que vi mas nada saia. Eu gritava em pensamento. Olhei pra trás, e o demônio do Rodrigo estava perto. Apertei o passo, mas me dei conta que não adiantaria. Senti ele perto, então segurei firme o canivete na minha mão e me virei rasgando aonde minha mão ia… Ele caiu de joelhos do chão, então um carro passou e pude ver que fiz um corte muito grande no rosto dele. Ia da lateral da cabeça até perto da boca. Mas ele revidou, monstros parecem ser feitos de aço. Senti uma lâmina me perfurar, não pude identificar se foi no meu útero pois o sangue foi muito e minhas lágrimas correram pelos os meus olhos. Com a pouca força que me restou, empurrei ele e tomei sua faca. Ele tentou lutar, mas eu também o machuquei.

– PELA EMILY, POR MIM E POR TODAS QUE VOCÊ JÁ ABUSOU… - Gritei, e perdi as contas de quantas vezes enterrei a faca na sua barriga. Só parei porque um homem me empurrou e me deu um tapa no rosto.

– Assassina. - Rosnou.

– Por favor… Me ajuda… Meu bebê. – foi tudo que eu consegui pronunciar.

– PEÇA AJUDA PRO DIABO. ASSASSINA. - Gritou. Me levantei com dificuldade, identifiquei aonde estava, virei a rua e pude ver um hospital na esquina. Me arrastei até lá. Não suportava mais. Ao chegar na porta, meu corpo foi tomado pela a enorme dor e tive a certeza que morreria ali. Mas em parte estava feliz, um monstro morreu também então no final valeria a pena. Ou não? A escuridão tomou conta de mim.

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