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4 - Votos sagrados

— Eu não sabia que Talia tinha uma irmã mais nova. — Layla puxou o capuz do manto sobre a cabeça, avançando pela escuridão da cidadela ao lado da mulher que a escoltava.

— Meia-irmã. Sou bastarda. Minha existência não é muito mencionada. Me chamo Pauline. — Ela se encostou ao muro do beco, gesticulando para que Layla a imitasse. Esperaram até que os vigias se afastassem. — Por que minha irmã não está com você?

Os nós se fecharam na garganta de Layla.

— Sinto muito. Ela...

— Foi a escolha dela. — Apesar da rigidez do semblante, Layla captou o tremor lacrimoso na voz de Pauline. — Venha. Estamos quase chegando. Minha casa fica logo ali.

— Você sabe por que Talia se arriscou a me ajudar?

— Tem algo a ver com a rainha, sua mãe. Mas Talia sempre guardou segredos. Isso é tudo o que sei.

— E por que você está me ajudando?

As nuvens saíram da frente da lua, e os raios pratas destacaram o queixo marcado de Pauline.

— Porque são poucos nobres que estão dispostos a pagar o preço que você pagou para proteger o povo de algo sombrio e desconhecido. Sim, Talia me contou. Acho que, um dia, você será uma rainha formidável.

— Meu pai revogará meu direito ao trono depois disso.

— Talvez sim, talvez não. Mas o povo de Rovina não se esquecerá.

Havia fagulhas de esperança nas palavras de Pauline. Layla fitou o céu, a lua, pedindo para que fosse capaz de honrar toda aquele confiança. De que pudesse dar às pessoas de Rovina uma chance de se protegerem do que quer que estivesse destroçando gargantas e sugando sangue e vida.

Elas atravessaram a cidadela cautelosamente; cada sombra as fazia reduzir os passos e as respirações. Em pouco tempo, o comércio de Rovina e ostentosa arquitetura da cidade real se transformou em bairros e vilarejos mais simples.

— Houve mortes aqui na sua região, Pauline?

— Seja lá o que esteja matando as pessoas, até agora se concentrou nos campos, nas casas próximas às florestas e nas fazendas. Ainda não chegou nas partes urbanas do reino.

Mas poderá chegar.

Layla engoliu em seco e seguiu Pauline para dentro de uma casa pequena; uma típica arquitetura das regiões pesqueiras e operárias.

Assim que a porta se fechou às suas costas, ela soltou o ar.

— Pronto. Estamos seguras agora, princesa.

Layla olhou em volta. A casa era simples, mas aconchegante. Na lareira, o fogo crepitava, espantando a friagem da noite. Não havia sinais de que outras pessoas viviam ali, além de Pauline.

— Se meu pai me encontrar aqui, ele vai te castigar ou te prender. Ou até mesmo... — Não conseguiu concluir a frase.

— Você não será encontrada. Talia tinha certeza disso quando me pediu o favor. Fique tranquila. Quando o feiticeiro virá te buscar?

A ideia do casamento e de viver até o fim da sua vida no castelo de Ciáran caiu como um véu gelado sobre o sangue.

Um acordo é um acordo, pensou em sua mãe. E eu o honrarei até o fim.

— Em quatro dias. Tenho que esperar por ele na ponte do rio.

— Certo. Te ajudarei com o que for preciso. — Pauline retirou o manto, gesticulando para que Layla ficasse à vontade. — Vou pegar um pouco de sopa para você, Alteza. Deve estar faminta.

Layla queria dizer que ela não precisava usar título formais. Mas o cansaço e o luto por Talia foram maiores do que a força da voz. Sentou-se em frente ao fogo da lareira, o peito trêmulo, e encarou as labaredas dançantes até adormecer e sonhar com os olhos escuros do feiticeiro.


******************


Um misto de alívio e ansiedade se amarrou sobre o coração de Layla com o passar dos dias.

Os guardas não a encontraram, embora tivesse consciência de que estava sendo procurada por toda a cidadela. Evitava sair da casa de Pauline e orava todas as noites para que os deuses abrandassem o coração de seu pai e cuidassem da alma de sua mãe.

No despertar do quarto dia, a inquietação havia lhe dado olheiras.

Quando o sol fosse engolido pelas montanhas, ela já estaria no castelo de Ciáran. Como esposa do feiticeiro. E as incertezas da nova vida a faziam andar de um lado para o outro, escovando os cabelos.

— Minha irmã... — Pauline começou, os lábios franzidos enquanto se sentava em uma cadeira da cozinha. Vestia preto por luto à Talia. — Ela era curandeira. Ela chegou a conversar com você sobre... As coisas que uma mulher deve esperar de um casamento?

Com as bochechas levemente purpureadas, Layla fez um aceno negativo com a cabeça.

— Você pode me contar?

— Tenho a mesma experiência que você nesses assuntos mais íntimos, princesa, e quase nada de conhecimento, se comparada à Talia, mas há algumas coisas que sei.

— Conte-me o que sabe, por favor.

Pauline contou com calma e paciência. Não eram muitas informações. Mas alguns detalhes foram suficientes para fazer o rosto de Layla arder mais do que as brasas da lareira.

Perto das horas que antecediam o pôr-do-sol, Layla se banhou em uma antiga banheira de águas mornas. Pauline a ajudou com os cabelos e com alguns óleos perfumados. Também passou um pó em seu rosto que minimizou as olheiras fundas.

— Tenho um vestido — Pauline falou, abrindo a porta do armário. A peça branca e perolada, com rendas delicadas, fez Layla suspirar. — Não é digno de uma princesa, mas...

— É maravilhoso. Muito obrigada por tudo, Pauline.

Ela se vestiu e parou diante de um espelho de moldura de bronze. Estava bonita, elegante e apresentável. Não fazia ideia do que poderia agradar ao feiticeiro, por isso, decidira focar na aparência.

Você consegue. Por seu povo. Você consegue.

— Ah, você está tão linda, Alteza! — Pauline suspirou, juntando as mãos em frente ao corpo.

— Será que ele vai gostar?

— Será um tolo se desprezá-la. — Pauline se aproximou, e Layla viu que ela trazia algo embrulhado nas mãos. — Talia me pediu para entregar isso para você, caso... Caso ela mesma não conseguisse fazê-lo.

— O que é?

Ela abriu o tecido de veludo, revelando um fino colar de prata, com um pingente brilhante no formato de uma lua crescente.

— Este colar pertencia à rainha.

As pálpebras de Layla tremeram. Seu pai havia dado fim em todas as joias e roupas de sua mãe um dia após a morte dela. Não restara nada para ela guardar de lembrança.

— Era da minha mãe? Como...?

— Talia e a rainha tinham seus próprios segredos. Apenas prometi para minha irmã que te entregaria o colar.

Embaída de uma emoção latente, Layla apanhou o colar e o vestiu; a sensação era de estar recendo um beijo suave de sua mãe.

— Muito obrigada — sussurrou. — Muito obrigada mesmo.

Pauline limpou as lágrimas dos cantos dos olhos e suspirou.

— É melhor nos apressarmos, princesa. Você não quer se atrasar para o seu próprio casamento, quer?

— Não é tradição uma noiva se atrasar?

A mulher soltou um risinho fraco e preocupado.

— No seu caso, é melhor não arriscar. Há chances do seu pai enviar guardas para o local?

— Eu não contei onde me encontraria com o feiticeiro. Falei sobre o acordo, sobre o preço... E então meu pai surtou. Não tive uma oportunidade para dizer sobre o local onde Ciáran estaria esperando por mim. No fim, foi melhor assim.

— Compreendo. Vamos. Serei sua testemunha.

— Obrigada de novo. Não serei capaz de agradecer tudo o que fez por mim nesses últimos dias, Pauline.

O toque gentil dela em seu rosto fez Layla semicerrar os olhos.

— Eu apenas espero que você seja feliz.

Eu também.

Juntas, elas deixaram a casa de Pauline, usando capas e capuz que disfarçavam seus corpos e ocultavam seus rostos, tomando caminhos pouco movimentados. O sol alaranjava-se no céu, anunciando a proximidade do fim daquele dia. Durante todo o percurso até a ponte de mármore, Layla segurou o pingente de lua, como se estivesse segurando a mão de sua mãe.

O som forte da correnteza do rio ficou mais alto.

A ponte de mármore ostentosa ia de uma margem à outra; as pedras brilhando sob o toque do sol.

Sobre ela, Layla viu Ciarán a esperando.

Aproximou-se do feiticeiro no mesmo instante em que ele se virou para ela, os olhos adquirindo um brilho de surpresa e admiração. As bochechas de Layla coraram. Ela o cumprimentou com um aceno de cabeça.

De súbito, o olhar de Ciáran resfriou. Layla temeu que ele reprovasse Pauline ou o vestido. Mas, então, ele soergueu a mão, tocando o rosto dela, onde o rei aferira; um toque cálido que a fez se arrepiar.

— Presumo que seu pai não apoiou sua decisão, princesa?

— Ele é contra este casamento. Mas minha palavra ainda é minha. — Layla ergueu o rosto, os cabelos encaracolados balançando com o vento. — E vou honrá-la até o fim, como prometi, contanto que você também mantenha a sua parte do acordo.

Ciáran curvou o canto esquerdo da boca.

Nas luzes remanescentes do dia, ela conseguiu enxergá-lo melhor do que na noite em que ele aparecera em seu quarto sob a chama fraca de três velas. Uma pele clara, com linhas que saíam dos olhos ônix, onde a mandíbula firme se destacava. Os cabelos dele eram ondulados, só que mais castanhos escuros do que preto. Tinha ombros largos e braços fortes, marcados pelas mangas arregaçadas da camisa de linho escuro.

Ali, sobre a ponte e o sol poente, ao som feroz da correnteza selvagem, ele parecia mais belo do que ela se lembrava.

— Nunca descumpri um acordo, princesa. — Ciarán abaixou a mão, mas a sensação dos dedos dele permaneceu ali, como um formigamento sobre o machucado. — Quer dizer os votos sagrados primeiro?

Ela lançou um olhar de confiança para Pauline e anuiu, ordenando em silêncio para que sua voz saísse firme e sem nenhuma hesitação.

— Neste dia e nesta hora, sob o testemunho dos homens e da natureza, de livre vontade, me entrego a você como sua esposa, prometendo honrá-lo até o fim da minha vida.

— Neste dia e nesta hora, sob o testemunho dos homens e da natureza, de livre vontade, me entrego a você como seu marido — Ciáran segurou a mão esquerda de Layla e colocou uma delicada aliança de ouro em seu dedo anelar —, prometendo honrá-la até o fim da minha vida.

Layla mirou a aliança; a vermelhidão poente do céu refletia na joia.

Estava feito. O acordo fora selado. E não podia mais voltar atrás.

— Vamos? — Ele estendeu o braço para ela. — Logo anoitecerá. E, nas atuais circunstâncias, não é seguro ficar perambulando pela escuridão.

— Você tem uma carruagem nos esperando?

Ciáran abriu um sorriso enigmático.

— E quem disse que precisamos de uma carruagem?

E, a segurando pela cintura, estalou os dedos no ar; e eles desapareceram quando o último raio de sol brilhou.

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