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1 - O acordo

Layla esperou até que a vela no candelabro se queimasse por completo, deixando seu último suspiro de luz tremeluzir dentro do quarto.

Só assim ela saberia que a hora mais escura e silenciosa da noite havia chegado. Só assim ela saberia que era o momento de fazer o chamado.

Se fizesse aquilo enquanto houvesse sol, criados se movendo pelo castelo e membros da corte nos salões, colocaria tudo em risco.

Quando a chama se consumiu, Layla empurrou as cobertas para o lado e andou até a janela. A noite silenciosa, marcada pelas nuvens felpudas que serpenteavam por entre a lua cheia e o céu cobalto, irradiava uma falsa aura de calmaria.

Mas Layla sabia. Ninguém em seu reino dormia nos braços da serenidade há tempos. Por isso mesmo, a princesa estava disposta a fazer aquilo. A arriscar tudo. Porque já não tinha mais nada para perder.

Acendeu a vela aromática que pegara na dispensa dos curandeiros, deixando que a chama se misturasse com a luz das estrelas.

Apoiando as mãos nas pedras frias do parapeito, murmurou as palavras ensaiadas, e aguardou que o nome viesse até ela.

A vela se apagou.

A brisa deslizou por seus cabelos, soprando um único nome.

Layla inspirou fundo. Chamou pelo nome que o vento sussurrou em seus ouvidos. Três vezes, como as instruções falavam no livro proibido.

Nada aconteceu, e Layla tentou de novo, e de novo, sem ousar gritar muito alto, a veia pulsando na garganta.

— Ciáran. Ciáran. Ciáran.

Nada.

O desespero aumentou.

Layla esfregou os braços; o vento gélido lambia o corpo, arrepiando a pele que ansiava pelo calor da cama.

Será que havia feito alguma coisa errada? A entonação? Será que as velas tinham que ser consagradas primeiro? Talvez a tradução do livro de Talia estivesse errada. Mas ela não tinha mais onde pesquisar. Todo o material sobre as artes ocultas havia ardido nas chamas das fogueiras, anos atrás, um dia após a morte da rainha, sua mãe.

Tentou chamá-lo de novo. Nada. Nada. Nada.

Layla se encostou nas paredes de pedra, olhando pela janela, para a escuridão onde as coisas que atacavam seu povo habitavam. A luz de uma tocha tremeluzia nas paredes, criando sombras fantasmagóricas.

— Se encarar demais as sombras, elas vão te encarar de volta.

Layla se sobressaltou com a voz intrusa, girando, as vestes de dormir esvoaçando ao seu redor.

Ciáran estava encostado no dossel da cama, fitando-a com um sorriso arrepiante. Layla engoliu o receio, pois não tinha o direito de sentir medo. Ela o chamara na calada da noite. Ela invocara o feiticeiro e quebrara a lei mais severa do reino, instituída pelo seu pai.

Somente três velas iluminavam o quarto. A luz pálida e trêmula dava a Layla um vislumbre do feiticeiro. Roupas pretas, de um material elegante e luxuoso. Olhos escuros, mais escuros do que o céu fechado, e cabelos ondulados. Havia uma beleza enigmática ali, que a fez pensar na lua escondida atrás das nuvens.

"Feiticeiros são seres traiçoeiros e ardilosos", a voz de seu pai a cutucou, feito uma advertência, como se soubesse o que ela estava fazendo.

Controlando as batidas do coração, Layla fez um gesto respeitoso para cumprimentá-lo.

— Boa noite.

— Boa noite. — Ele meneou a cabeça, espreitando-a de cima a baixo, a boca levemente curvada. — Ora, está com medo?

— Não, não. Você... Você me pegou de surpresa. — Ela mordeu o lábio, vendo o sorriso dele se transformando em outra coisa, algo que a fez prender o ar. — Obrigada por ter me escutado.

— Conte-me por que me chamou, princesa. Isso não é algo muito comum dentro da realeza de Rovina.

Não, não era.

E Layla temeu que aquilo pudesse ser um empecilho.

Ergueu o queixo; esperava que ele não a notasse tremendo.

— Algo... Algo se move na escuridão da noite, atacando tanto os aldeões quanto os animais. Seus corpos são encontrados sem vida ao raiar do dia, com furos nas gargantas ou com os pescoços estraçalhados.

Ciáran estendeu a mão, roçando-a pela chama fraca da vela.

— E o que quer que eu faça?

— Ajude-me. Meu povo está sofrendo. Alguns passam fome, e outros já perderem familiares e amigos. Sofro com a dor deles.

Os lábios do feiticeiro se curvaram; ele se afastou da cabeceira da cama e se aproximou dela com passos lentos. A pele de Layla arrepiou.

— Os nobres de Rovina não se relacionam com feiticeiros.

— Eu sei. Mas tenho que cuidar do meu povo. É meu dever — ela enfatizou, veemente. — Quero fazer um acordo com você. Li como... Os acordos com feiticeiros funcionam.

Ciáran sorriu, o luar incidindo em seus olhos escuros.

— Então você sabe que haverá um preço.

— Sim. Estou ciente disto.

— E que tipo de acordo você quer fazer comigo?

Ele estava perto demais agora, e Layla de repente percebeu que vestia apenas uma camisola; pouca roupa para se sentir confortável.


— Certo. Extinção interfere nas leis da magia e do equilíbrio.

— Então, quero dar ao meu povo uma forma de combater o que quer que seja que os está atacando. De se protegerem. — Ela ergueu o queixo, disfarçando o incômodo, encarando-o. — Você pode me ajudar com isso?

— Para sua sorte, princesa, tenho conhecimentos que podem ajudá-la. Minha pergunta é: o que você vai me dar em troca, como pagamento?

O desespero martelou no peito de Layla.

— Qualquer coisa — sussurrou, baixo demais.

As nuvens se moveram no céu, e o luar se infiltrou mais intensamente pela janela. Layla piscou; de repente, Ciáran estava diante dela, as mãos em seus braços, segurando-a, o hálito quente roçando seu rosto.

— Qualquer coisa não é algo sábio de oferecer, princesa.

— Mesmo assim, é o que eu ofereço. Se você não me ajudar a parar os ataques, mais corpos serão empilhados na entrada do castelo.

— Conheço as leis de Rovina. — As mãos de Ciáran a libertaram; e Layla só percebeu naquele momento que havia prendido o ar. — O rei não sabe que você está fazendo isso, sabe?

— Não. Ele odeia os feiticeiros. Por isso, os baniu do reino. Perdão, mas ele diria que você é um charlatão, que apenas rouba o dinheiro do povo em troca de poções curativas. — Ela engoliu as palavras, temendo ofendê-lo, mas sabia que precisava ser sincera. — Meu pai tem certeza de que é um animal que está atacando o reino, ou os povos selvagens da floresta. Já organizou caçadas, mas elas nunca deram em nada. Enquanto que eu...

Layla não sabia explicar.

Mas havia algo forte no âmago dela, algo que não sossegava. Era por isso que agora estava ali.

Há algo muito sombrio por trás de cada um desses ataques.

Pelos céus, seu pai a castigaria se soubesse daquilo. Mandaria Talia, a curandeira do castelo, para a fogueira, se descobrisse que a mulher tinha lhe contado as histórias sobre os feiticeiros e sobre as formas de invocá-lo.

— Não estou brincando. Darei qualquer coisa. Um dia, este reino será meu. Posso oferecer joias, ouro, terras, o que quiser.

O feiticeiro silenciou, pensativo, e Layla prendeu o ar.

Após o que pareceu uma eternidade, ele a fitou.

— Tudo bem, princesa. — Houve uma pausa, um suspiro. — Meu preço é você.

Uma onda gelada a invadiu, e ela precisou confirmar o que ouvira.

— Em que sentido eu sou o seu preço?

— Eu lhe darei os segredos para ensinar seu povo a combater o que os ataca, se você fizer os votos sagrados do casamento para mim e vier morar comigo em meu castelo.

Ela quase engasgou, o coração disparando no peito.

— Por quê? Por que o preço é um casamento?

— Porque o que você mais odeia é ser vista apenas como uma joia política. Uma moeda de troca.

O coração falseou no peito.

Não havia armadilhas no olhar dele. Layla soltou o ar com dificuldade. Seria possível que o feiticeiro perscrutasse os liames de sua alma, alcançando o âmago que nem mesmo o duque para quem havia sido prometida em casamento, enxergava?

— É a regra mais antiga do meu povo — ele acrescentou. — O preço é equivalente ao pedido. Para cada desejo, há um pagamento.

Layla se virou e caminhou até a janela, as mãos suadas buscando apoio na pedra. Nem mesmo a brisa fria aplacou o calor enervante. Ela sempre soubera que, como uma princesa, um dia teria que se casar, mesmo sem amor. Céus, estava prometida para um duque. Mesmo assim, quando criança, sonhara com aventuras e com o amor verdadeiro.

Com as histórias que sua mãe contava quando ela era criança.

"Era uma vez, uma terra encantada que foi dividida em dois reinos...".

Já fazia muito tempo que se proibira de sonhar com aquilo, mesmo nas noites em que se debruçava sobre o brilho do luar.

Respirando fundo, encheu a mente com a imagem de sua falecida e amada mãe, e se voltou com o olhar determinado para o feiticeiro.

— Meu povo ficará seguro? Eles conseguirão se proteger?

— Um acordo é um acordo, princesa. Não vou enganá-la.

Por seu povo. Por seu reino. Por seu dever nobre.

Esperava que sua mãe estivesse orgulhosa dela.

— Então temos um acordo. A partir deste momento, sou sua noiva. Irei para o seu castelo quando desejar. Farei os votos. Serei sua esposa.

Uma corrente forte de vento adentrou no quarto, fazendo suas roupas e seus cabelos encaracolados esvoaçarem, as chamas das velas subindo e brilhando como labaredas douradas.

Os olhos dele buscaram os dela; um arco intenso e enigmático.

— Feito, princesa. Quer que eu a leve agora?

— Agora? — Um tremor frio encheu os ossos dela.

— O rei pode se enfurecer com você. — Não era provocação que pairava pela voz de Ciarán, e sim uma curiosidade cautelosa. Ele está preocupado comigo? — Você disse que seu pai não aprova esse tipo de coisa.

— Não, não aprova... Mas... Quero falar com ele mesmo assim. Pedir sua benção. Honrá-lo. Não quero sair às escondidas. Apesar de tudo, ele ainda é meu pai.

Ela não soube ler o que se passou pelos olhos do feiticeiro.

— Certo. Antes do anoitecer do quarto dia, contando a partir de agora, virei buscá-la. Espere por mim no rio, perto da ponte de mármore.

Layla assentiu, entrelaçando os dedos em frente ao corpo. Se seu pai não a matasse ou a mandasse para a fogueira, ela estaria esperando por ele.

Ciáran se aproximou, tocando seu queixo. Os olhos de Layla encontraram o céu escuro das íris dele, um espelho de ônix onde via seu próprio reflexo. A pulsação acelerou de um jeito descompassado.

A boca dele se apertou em uma linha fina, analítica.

— Não tente fazer nenhum truque para quebrar este acordo.

— Não sou alguém que faz truques.

Outro braço de vento infiltrou no aposento, e junto das chamas das velas, o feiticeiro desapareceu.

Ainda em pé, ofegando, Layla fitou a escuridão e o vazio; então suas pernas falsearam e ela caiu de joelhos no chão.

Olá, amores! E aqui estamos com mais um livro ♥

 Desta vez, uma fantasia medieval, com bastante magia, romance e aquele toque único de mistério que amo ♥

Sejam bem-vindos ♥ E obrigada por me acompanharem em mais uma jornada ♥

Como hoje é o dia oficial do lançamento, também postarei o capítulo dois :) Sigam em frente!

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