Capítulo 18 - Consequências dos erros
Esse capítulo possuí 3507 palavras.
Boa leitura 💙
O nervosismo percorria todo seu corpo, não conseguia manter-se quieto, não quando ela estava naquele cômodo e ele trancado ao lado de fora, ele era seu marido, era seu dever estar ao seu lado, não importasse a situação pela qual ela estivesse passando, não conseguia parar quieto, andava em círculos como um touro preso, seus olhos não deixavam a porta por nenhum instante, seu coração estava tão apertado que parecia que estava sendo esmagado.
— Vai acabar fazendo um buraco, calma! — Adamanto falou preocupado, fazendo-o bufar.
— Vai à merda! — rosnou fazendo-o suspirar.
— Poseidon, eu sei que está nervoso, mas não vai ajudar se passar mal! — Adamanto falou com paciência.
Sentiu-se levemente culpado por agir assim com o irmão, mas era impossível controlar seu gênio naquele momento, tudo que pensava era na esposa desfalecida em seus braços.
— Adamanto tem razão, assim vai acabar tendo um enfarte! — Hades falou com seriedade.
— É que está demorando demais, só quero saber como ela está! — resmungou alto chamando a atenção do sogro.
Os olhos amarelos mantinham-se fixados nos seus, sentia a fúria vinda dele, não poderia condená-lo, afinal era a sua filha, mas ele não teve culpa alguma, aquilo estava alimentando sua raiva, Odin não permitira que ele ficasse ao lado de sua própria esposa.
— O que foi? — perguntou não aguentando o olhar superior em sua direção, era irritante ser olhado assim.
— Saiba que ela voltará para Asgard! — Odin falou assustando-o.
Não!
Ela não poderia deixá-lo, era sua esposa, sua metade, seu amor, como ele poderia permitir que a levassem para longe dele?!
Errou e sabia disso, mas não queria pagar esse preço, preferia mil vezes morrer do que perdê-la.
— O quê? — perguntou incrédulo.
— Eu sei muito bem o que fez! — Odin rosnou chamando a atenção dos demais.
— Odin pare com isso, Poseidon não teve culpa! — Adamanto o defendeu.
Pelo olhar lançado em sua direção, sabia muito bem do que ele estava falando, não era sobre a ninfa, era sobre o que ele dissera para Alissa antes, o deus sabia sobre a briga de ambos, a consequência disso apareceria naquele momento, sua esposa deveria ter falado que agora o casamento era um mero contrato, com isso Odin teria todo poder para levá-la para longe, com a raiva que ela estaria dele, claro que ela iria.
— Odin-
— Ela não precisa morar com você para manter um casamento de fachada, não vou arriscar a vida da minha filha! — o deus rosnou assustando os deuses presentes.
Sentiu um enorme aperto em seu peito, que estava deixando-o tonto, não seria capaz de viver sem ela, mal conseguia aceitar aquelas palavras, tão duras quanto as que ela dissera, não poderiam manter um casamento de fachada, não com tudo que passaram.
— Não é um casamento de fachada! Alissa é minha esposa e não sairá de casa! — falou entredentes.
Os olhos amarelos de seu sogro faiscaram em sua direção, encarou de volta, não estava disposto a perder a esposa, não depois de tudo.
— O que está acontecendo? — Zeus perguntou confuso.
— O seu irmão disse com todas as letras o que minha filha significava em sua vida, apesar de aparecer ser uma mulher forte, ela é mais sensível do que parece, a culpa por ela estar desacordada é dele! — Odin falou com fúria.
A culpa atingiu em cheio seu ser, claro que ele era culpado, levara suas emoções além do limite e sabia disso, a gota d'água fora ser flagrado com a maldita ninfa, arrependia-se de não tê-la matado antes, por conta dela que isso estava acontecendo!
— Odin, isso foi uma briga de casal, não pode decidir por ela! — Hades falou em sua defesa.
Sua culpa aumentou ao ver seus irmãos voltados contra Odin, os três olhavam com fúria para o deus nórdico, procurando protegê-lo de algo que era sua própria culpa.
— Posso, afinal ela é minha filha! Não apenas isso, ela deixou bem claro que não o queria mais, estou errado? — Odin perguntou ácido.
A respiração ficou presa em sua garganta, com a raiva que ela estava dele, era óbvio que iria preferir ir embora com o pai, acabara a perdendo, apenas o pensamento o sufocou, vê-la partir era como arrancar um pedaço de sua própria alma.
Como sobreviveria sem ela?
Sua presença era contagiante e alegre, colorira sua vida, tudo se tornou mais fácil e mais belo com ela ao seu lado, como poderia permitir perder isso?
O médico saiu pela porta chamando a sua atenção, os deuses o rodearam para perguntar ao mesmo tempo, o estado dela, irritado entrou no quarto sendo seguido pelos demais junto do médico.
Ela estava sentada sobre o sofá, seu rosto estava sereno e tranquilo, ao ver toda a movimentação que estava em sua volta, soltou um pequeno sorriso que fez seu coração acelerar, a felicidade combinava com sua face, observou ela percorrer os olhos por cada deus até chegar em si, no momento em que os olhos encontraram-se, seu sorriso morreu, a mágoa tomou conta do seu rosto, ela virou para a outra direção, evitando olhar em seus olhos.
Fora impossível conter o aperto em seu coração, sentiu uma dor tão profunda que nem ao menos conseguia mensurá-la, jamais sentiu nada assim.
Uma mão fora colocada em seu ombro, não precisou olhar para saber que era Adamanto, apesar de tudo que fizera contra ele, seu irmão ainda estava ali, demonstrando todo seu apoio.
— Alissa, não precisa ficar com raiva dele, Poseidon não teve culpa do que aconteceu — Afrodite tomou a frente chamando a atenção dela.
— Hum? — ela perguntou incrédula.
Sentiu um pouco de mágoa da desconfiança dela para consigo, jamais deu indicativos de traição, pelo contrário, sempre demonstrara que ela era a única em sua vida, se fosse em outro momento, brigaria com ela por conta disso, mas não era momento para isso, sua saúde era o que importava.
— Kendra usou um encanto de desejo para compelir ele a ir até ela, o encanto foi forte o suficiente para distraí-lo criando uma miragem, isso embaralhou sua mente, ela usou esse colar, seu poder é imenso, ele não a beijou de forma consciente — Afrodite fala com calma mostrando-lhe o colar, ela o pegou em dúvida, mas não poderia mentir sobre a magia que emergia dele, ainda mais para ela que sabe muito bem a assinatura dos poderes da ninfa.
ꕥ🔱
O alívio acalmou seu coração, ao menos um pouco, saber que ele não tinha a traído era um balsamo para seus sentimentos, mas isso não amenizava o resto, estava perdida, não sabia como seria a partir daquele momento.
— Isso não importa agora! O que você tem? — Poseidon perguntou aflito, atraindo seu olhar para sua direção, o deus estava tão nervoso que sua mão tremia ligeiramente, nunca o vira daquela forma.
Era justo esconder dele isso?
Antes dele passar por aquela porta estava segura de seus passos, seguiria para Asgard e viveria sozinha, não precisaria dele, afinal ela tinha a sua família, sabia que teria toda a ajuda necessária, mas observá-lo daquela maneira, saber que ele não tinha a traído, mudara tudo, não poderia esconder isso dele, a menos que ele não quisesse, se fosse assim, viveria a sua vida e ele nada teria com ela.
Suspirou profundamente antes de estender a mão em sua direção em um sinal claro para ele vir ao seu encontro, ele aproximou-se timidamente, era engraçado vê-lo daquela maneira, pegando sua mão trêmula, sorriu minimamente levando-a até seu ventre, observou as engrenagens de seu cérebro trabalhando em alta velocidade.
— O quê? — ele perguntou incrédulo.
— Parabéns, papai! — falou doce fazendo-o sorrir, nunca vira aquele sorriso em sua face.
O deus caiu de joelhos em sua frente assustando-a momentaneamente, sem deixar de sorrir colocou a testa na sua.
— Gravida? — ele perguntou com os olhos marejados, jamais o vira daquela forma, balançou a cabeça em afirmação.
Sentiu os braços dele a rodearem por completo, soltou um pequeno grito quando ele a pegou no colo, a mão sem deixar o ventre, seu olhar em sua direção era de completa devoção, sua atitude doce a deixou animada e esperançosa sobre o futuro.
— Eu... nos... obrigado! — ele falou com a voz embargada, ficou assustada de vê-lo assim.
O deus parecia se segurar para não chorar, sem conter os atos, abraçou-o com carinho, sendo retribuída de maneira igual, ali em seus braços sentiu todo o amor que ele negava em alto tom.
As vozes se misturaram pelo cômodo, ouviu os deuses comemorarem, estava tão concentrada no marido que esqueceu que tinha outros no ambiente, soltou-se levemente, olhando para eles, viu seus irmãos virem em sua direção junto a seu pai.
— Parabéns minha filha, não sabe a alegria que eu estou! — Odin foi o primeiro a falar pegando-lhe pela mão, sorriu meiga em sua direção ocasionando em um sorriso em resposta.
— Um sobrinho! Me deixa tão feliz — Thor fala fazendo carinho em sua barriga, ocasionando um olhar ciumento de Poseidon.
— Ou uma sobrinha, espero que puxe tudo de você! — Loki diz empurrando Thor para dar carinho em sua barriga.
— Meu Deus sem disputá-lo! Sem brigas! — fala dando-lhe um beliscão fazendo-o resmungar.
— Concordo, aliás, tem muita gente aqui! — Poseidon fala sério.
— Não foi o que eu quis dizer Poseidon! — fala revirando os olhos, não acreditaria que ele iria ser protetor agora, quando o deus foi retrucar, Hades apareceu ao seu lado, tomando-lhe a mão com um enorme sorriso no rosto.
— Parabéns aos dois, o bebê vai ser muito amado, estou muito feliz de ser tio! — Hades falou com a voz emocionada, fazendo-a sorrir.
— E bem disputado, aliás concordo com Loki, espero que puxe tudo de você, pois, outro ser igual ao meu irmão... coitado do mundo! — Adamanto fala sorrindo ouvindo Zeus concordar com um olhar gozador.
Olhou debochada para Poseidon que se contentou em revirar os olhos, ficando com o semblante fechado em direção aos irmãos, estes que estavam mais preocupados em zoá-lo que com sua cara brava.
— Mas Poseidon tem razão, somos muitos aqui e é um momento a dois, deve está cansada não, Alissa? — Hades pergunta gentilmente.
Gostaria muito de negar, pois, sabia o quão doida sua família ficaria, mas era impossível, principalmente ao sentir como se acabasse de sair de uma luta, estava esgotada, tanto física como emocionalmente.
— De fato estou, ainda me sinto tonta — fala começando a levantar chamando atenção do rei dos mares que se pôs a seu lado, o deus a colocou sobre o sofá com tanto cuidado como se ela fosse quebrar.
— Espera, tem algo errado que fez você desmaiar? — Poseidon perguntou aflito.
— Sim, tem! — fala deixando-o visivelmente agoniado, o deus virou-se com raiva para o médico, como se ele fosse o causador do seu mal-estar.
Sentiu uma leve raiva se apossar de seu ser, mesmo que ele não tivesse culpa pela "traição", ainda era culpado pelo restante!
— Parece que o nome da minha doença é Poseidon, você irritou-me além do limite! — fala sarcástica, o deus ficou momentaneamente sem palavras.
— Poseidon pode nos dar licença? Quero falar com minha filha a sós! — Odin diz olhando seriamente em sua direção.
— Não, eu quero falar com a minha esposa, agora, quero que todos saiam! — o deus falou sério.
Observou o rosto irritado de seu pai, apenas assentiu para que ele fizesse o que Poseidon queria, precisava conversar com o deus, eram casados e ele era o pai de seu filho, no momento, precisavam conversar.
Odin suspirou irritado antes de sair com os outros deuses, quando a porta fora fechada dando-lhes privacidade, olhou para o deus em questionamento, o deus suspirou diversas vezes como para tomar coragem, não parecia saber como iniciar a conversa.
— Não vai embora! — ele falou alto assustando-a.
— O quê? — perguntou confusa.
— Eu errei, fui um idiota, mas não vai embora! — ele admitiu fazendo-a arregalar os olhos.
Ele admitir seu erro não fora o que mais a chocou, mas sim a ansiedade em sua fala, como se quisesse firmar que realmente não queria vê-la longe.
— Por que não quer que eu vá? — perguntou intrigada.
— Nós seremos pais, quero fazer isto com você, a minha esposa e a única mulher que existe para mim — ele falou nervoso.
"A única mulher que existe para mim", aquela simples frase ocasionou efeito totalmente ao contrário que ele queria, pois, ainda se lembrava dele frisando que não a amava, as duas vezes que o viu sozinho com a maldita ninfa, os olhos nos dela, atitude esta que ele não possuía nem com seus próprios irmãos, seu sangue, então por que Kendra era especial?!
— Eu sou a única mulher que existe para você? — perguntou sarcástica.
— Alissa, não trai você, jamais faria isso, afinal porque faria isso se a única que quero é você? — o deus perguntou rendido a surpreendendo.
— Não precisa falar essas coisas! — falou nervosa, o deus segurou com firmeza seu rosto em direção ao dele.
— Preciso, pois tem que saber que a mulher da minha vida é você! — ele retrucou emocionado.
— Disse com todas as letras que não me amava! — resmungou desvencilhando-se dele.
— Eu menti, acredite em mim, eu te-
— Não quero ouvir! Não precisa mentir apenas para mim não afastá-lo dessa criança, jamais faria isso! — falou rapidamente saindo de perto dele.
Não acreditava que o deus diria mesmo aquelas palavras, o que teria mudado?!
A gravidez?
Não o queria por conta do filho, queria e merecia ser amada por ela, não iria permitir que isso acontecesse dessa forma, por mais que amasse ele, não seria feliz dessa maneira.
— Alissa-
— O tempo de vocês acabou, Poseidon nos dê licença! — Odin fala abrindo a porta interrompendo o deus, quando ele foi retrucar Hades apareceu puxando-o pelo braço.
— Ótimo, pois preciso falar com você irmão! — Hades fala arrastando-o para longe.
ꕥ🔱
Soltou-se bruscamente do irmão, sabia que ele não tinha culpa, tinha se metido apenas porque ele brigaria com seu sogro, isso causaria em uma desavença maior com Alissa.
As lágrimas escorreram por sua face, apressou os passos para longe, não conseguia acreditar que estaria perdendo-a por orgulho, parou no final do corredor, colocou a cabeça contra a parede, sentia seu coração apertar, estava totalmente perdido.
Como poderia ter sido tão idiota?
Não poderia perdê-la, ela era a luz que iluminava seu mundo, ele era totalmente sem cor antes dela aparecer em sua vida, não queria e não poderia perder isso. Durante toda a sua existência, tinha apenas um vasto caminho isolado, este que era totalmente culpa sua, sempre afastara a todos, inclusive sua família, estar sozinho evitava que esses sentimentos preenchessem seu ser, mas quando a conheceu, fora impossível não estar tomado pela sua presença, não fora resistente contra ela, pelo contrário, desde o primeiro momento que a viu, sentiu como se algo os puxasse, mas decidira deixar seu ego dominá-lo.
Tantas oportunidades que perdera, sabia que ela era sua, assim como era dela, desde que a olhou nos olhos, sentira isto, mas preferiu ignorar e agir como sempre, colocando o orgulho na frente, comandando suas ações, e o que isto o levou?
— Ela vai ficar extremamente frágil agora, por mais que não tenha traído ela, você pontuou para ela horas antes que não a amava! — Hades fala cuidadosamente.
— Eu sei! — falou derrotado atraindo o olhar surpreso de seu irmão.
— Hades, eu sei que a magoei, não sei se um dia ela irá me perdoar, não consigo pensar que ela não teria desconfiado de mim se eu fosse sincero com ela, quando a vi desmaiar na minha frente me senti impotente como nunca, sempre pontuei ser um ser perfeito e não consegui protegê-la! — falou chorando, o ato chocou o irmão, nunca em toda sua vida chorou na frente de ninguém, nem mesmo dele.
— Poseidon! — Hades fala assustado, abraçando-o carinhosamente.
— Estou perdendo ela! — falou em desespero.
A imagem dela indo embora se fez em sua mente, fazendo-o soluçar, o ato deixou Hades mais preocupado, pois este aumentou o abraço, deixando-o chorar em seus braços como se fosse uma mera criança.
— Não é verdade, cometeu um deslize, apenas precisa fazer com que ela escute você, seja sincero para com seus sentimentos, deixe o orgulho de lado! — Hades falou com suavidade.
— Não sei o que fazer, irmão! — falou tentando conter as lágrimas.
— Essa é a segunda vez em toda vida que escuto me chamar de irmão — Hades comenta sorrindo, fazendo-o sorrir em meio ao choro.
— Poseidon, abra seu coração para ela! — Hades falou simplesmente.
Era isto, teria que ser honesto em questão de seus sentimentos, era hora de engolir o orgulho, ou acabaria a perdendo para sempre.
— Vou conquistá-la novamente! — falou determinado secando as lágrimas.
— Seja paciente, pois ela não vai esquecer isso tão cedo — Hades pontua ganhando um aceno em resposta.
— Meus parabéns, irmão, você merece a felicidade que está tendo — Hades fala alegre, deixando-o sozinho.
Fora impossível controlar o sorriso, não conseguia se conter, pensar que tinha uma metade sua, crescendo no ventre da sua esposa, da mulher que amava o deixava nada nuvens.
ꕥ🔱
Após a saída do marido, olhou com seriedade para seu pai, não seria uma conversa fácil, sabia bem disso, ele não concordaria com sua decisão, ela mesma não acreditava, ainda estava magoada com ele, mas queria acreditar em suas palavras, não queria que seu filho nascesse em uma família quebrada.
— Traindo ou não você volta para Asgard! — Odin ordena sério, fazendo-a suspirar, nunca desobedeceu seu pai antes.
— Não — falou com coragem ocasionando em um espanto nele e nos irmãos.
— Eu não perguntei, estou anunciando que vai voltar para Asgard! — Odin falou novamente com a voz mais dura.
— Não vou! — falou firmemente.
Aquele fora o momento mais difícil de toda sua vida, pois ver o rosto incrédulo de seu pai, assim como o medo em seus olhos, era doloroso demais.
— Como não? Você mesma disse que ele não a ama, precisa de uma gravidez tranquila Alissa, não vou permitir que meu neto sofra! — seu pai fala indignado.
— Entendo e o amo por isso, mas não vou voltar para Asgard, por favor entenda! — falou deixando seu pai ainda mais bravo.
— Poseidon não vai mudar, ele não ama você e se ele disser que ama será apenas pelo bebê! — Odin grita atraindo, fazendo-a olhá-lo com mágoa.
Seus olhos ficaram marejados na hora, tinha consciência disso, doía pensar que nunca seria verdadeiramente amada por ele, que os sentimentos que ele quase confessou fora apenas por sua gravidez.
— Eu sei disso! — falou com a voz embargada, fazendo seu pai suspirar arrependido.
— Querida, desculpa por isso, tudo que quero é protegê-la, pense no seu bebê, vai precisar de uma gravidez tranquila e duvido que ele ofereça isso a você — Odin fala suavemente.
— Estou pensando nele, não sou mais aquela garotinha papai, não voltarei e não vou admitir que fale comigo como se eu fosse uma criança, vou voltar para casa com meu marido — falou firme fazendo-o suspirar irritado.
— Asgard é sua casa! — Odin rosnou com fúria.
— Eu sei, mas diga-me gostaria de ter ficado afastado de minha mãe durante a sua gravidez ou de Jörd quando ela estava gravida de Loki e Thor? — perguntou com seriedade fazendo-o bufar.
Era errado frisar este ponto, estava pegando pesado e sabia disto, mas queria que ele entendesse seu ponto, sabia que não seria fácil a convivência com Poseidon, aliás, nunca fora, mas agora diferia, existia outro ser que dependia deles, precisava ao menos tentar.
— Pai, não é o momento para brigarem por isso e Alissa tem razão, aceite sua decisão — Thor se intromete ganhando um olhar feroz do pai.
— Estaremos de olho naquele peixe-dourado! — Loki falou concordando com o irmão.
— Sempre pode me visitar, mas não vou sair do lado do Poseidon, não fique bravo por isso, por favor! — pediu chorosa.
— Se ele a fizer sofrer, vou matá-lo, quero deixar isso bem claro! — Odin fala resignado, fazendo-a sorrir abertamente.
— Vai ter que encontrá-lo antes de mim, pois eu mato primeiro! — fala fazendo-os rirem alto.
Uma leve batida fora ouvida tirando-os de seu momento, família, o deus apareceu com o rosto vermelho e inchado, o que a deixou intrigada.
— Vamos para casa? — ele perguntou com a voz ligeiramente trêmula.
— Antes preciso reforçar uma coisa! — Odin falou chamando a atenção para si.
— Sobre? — Poseidon perguntou aflito.
— Alissa está indo contra minha vontade, fique bem claro que qualquer sinal errado seu, vou matá-lo lentamente, vai desejar nunca ter nascido! — Odin fala com raiva.
— Não será preciso me ameaçar, não pretendo fazê-la sofrer, eu... eu não sou um imbecil completo ao ponto de perder um ser como ela! — Poseidon respondeu com seriedade.
Os irmãos olhavam em choque para o deus, não conseguia acreditar no que ele falara, só poderia estar sonhando!
— Acho bom, tome jeito garoto, orgulho não leva a lugar algum! — Odin falou fazendo-o sorrir fraco.
Seu pai virou-se para si, percebeu que ele tinha um brilho em seu olhar, ele teve exatamente a resposta que queria, isso a deixou mais aérea.
— Se cuide, qualquer coisa que precisar, só nos chamar! — Odin falou abraçando-a com carinho, circulou os braços apertando-o mais, saber que tinha o carinho dele, não tinha preço.
Jord é uma jotun fêmea, na mitologia escandinava casada com Odin (sendo uma das consortes do deus) e mãe de Thor.
Na minha história ela e mãe de Thor e Loki, ambos tem diferença de dois anos de idade com Loki sendo mais velho.
Jord
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro