Capítulo 17 - Coração partido
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Boa leitura 💖
A raiva estava por completo dominando seu ser, mas portou-se como a imperatriz que era, afinal títulos era a única coisa que ganhará com seu casamento, sentiu vontade de mandá-lo para longe quando percebeu sua presença ao seu lado, mas não daria esse gosto para ele, era a sua noite afinal, não poderia esquecer-se disso.
— Pelo que fala é fascinante, fiquei curiosa para conhecer — continuou a dar total atenção para Afrodite.
— A ilha é belíssima, possuí excelentes fontes termais, muitos humanos afirmam serem curados por suas águas, não estão de todo errados, afinal ela é abençoada pelos deuses — Afrodite respondeu animada.
Não conteve o semblante alegre, deveria ser uma ilha sublime e tão rica em conhecimentos, havia tantas coisas que não conhecia no mundo humano e tinha vontade de descobrir, a natureza de cada local era uma delas.
— As espécies devem ser esplêndidas na ilha de Ischia! — comentou animada, fazendo a deusa sorrir graciosa.
— Oh?! Sim! Ela possui várias espécies... muito belas — Afrodite fala astuciosa, fazendo-a perceber que a deusa não falava mais da paisagem paradisíaca e sim, dos belos humanos no local.
— Posso imaginar — respondeu divertida.
O olhar de Afrodite brilhava em diversão, deixando-a quase sem graça, pois sentia que a deusa estava fazendo de propósito aquilo.
— Como?! — Poseidon perguntou incrédulo, fazendo com que ambas olhassem para ele.
— Meu querido, os italianos são bem... calientes, atenciosos... tudo que uma mulher sonha! — Afrodite respondeu em malícia.
Não entendeu o motivo dele olhar para a deusa como se fosse matá-la ali mesmo, fato que ela ignorou, pois, sorriu abertamente em sua direção como se estivesse se divertindo.
— Para de falar essas coisas para minha esposa! — ele resmungou irritado, fazendo-a fechar os olhos com raiva.
Sentia vontade de arremessá-lo para bem longe, como ele poderia ter uma ousadia dessa?!
Ele falara claramente que não sentia nada por ela, então não tinha direito nenhum de agir daquela maneira, ela poderia muito bem conversar sobre outros homens com quem bem entendesse!
— Então, Afrodite, deve conhecer muitos lugares, não? — perguntou ignorando por completo a presença do marido, ato esse que fez a deusa sorrir cúmplice.
— Sim, gosto bastante de conhecer lugares novos, posso apresentá-los a você — Afrodite respondeu piscando marota.
Apesar de saber que os lugares que a deusa queria ir, eram completamente diferentes do que gostaria, não era uma proposta de todo ruim, afinal, ela era uma deusa divertida, apostava que teria inúmeras aventuras legais ao seu lado, desbravando o mundo humano, isto se conseguisse deixar Afrodite longe da luxúria.
— Adoraria, nunca fui ao mundo humano, tenho curiosidade de conhecer, para falar a verdade, nunca fui a lugar nenhum — falou num suspiro.
— Não conhece nenhum lugar? — Poseidon perguntou genuinamente curioso.
— Meu pai sempre preferiu me manter segura em Asgard, o máximo que ia era em lago das pérolas que fica na região com meus irmãos — respondeu secamente.
— Podemos ir ao lugar que quiser, posso levá-la para conhecer o mundo — ele falou olhando-a com carinho, não pode conter o revirar de olhos.
Agora ele decidira ser carinhoso?
Isso era o quê? Culpa?
Não esqueceria o que foi dito por ele, o deus fora muito claro, antes do casamento, ambos apostaram quem cairia primeiro, não esperou que fosse perder para ele, mas essa era a verdade, estava apaixonada por ele, já o deus não sentia nada por ela, não contava a atração física, pois ela não era burra, afinal sabia muito bem da sua beleza, normal ele se sentir atraído por ela, mas era apenas isso, atração, isso ele poderia muito bem ter com qualquer uma.
Naquele momento decidiu que por mais que doesse nela, o deixaria livre, para ela não era apenas entregar seu corpo a ele, estava entregando a sua alma, não queria tornar o ato num simples sexo por conta dos hormônios, então que ele fizesse isso com suas amantes, era surpresa que seu casamento durou mais que o esperado, separação não era uma alternativa, então cada um viveria sua vida e pronto.
— Afrodite, podemos combinar de ir nessa ilha, me deixou curiosa sobre o local — falou ignorando-o por completo, fazendo a deusa sorrir com malícia.
— Isso é pela bela espécie humana no local? — Afrodite pergunta marota, fazendo Poseidon engasgar no hidromel que tomava, escutou-o tossindo ao seu lado, mas ignorou-o olhando marota para a deusa.
— Não, pela beleza da natureza! — responde piscando travessa.
— Não sabe o que está perdendo, os humanos sabem serem bons amantes, estão dispostos a nos satisfazer por completo, ao contrário dos deuses arrogantes! — Afrodite retruca olhando diretamente para Poseidon.
— Imagino... — respondeu sorrindo para a deusa.
Seu sorriso morreu ao sentir a mão possessiva do marido em suas costas, Afrodite percebendo a aura do rei dos mares piscou marota em provocação, ato que o deixou mais carrancudo, desvencilhou dele, fazendo-o olhá-la confuso.
— Lorde Poseidon deseja algo? — perguntou friamente assim que Afrodite os deixou sozinhos.
— Mas que porra, para de me provocar! Não me chame assim! — ele retruca bravo.
— É seu nome, aliás é o tratamento de respeito que devemos dar aos... vejamos, nossos sócios? — pergunta debochada.
— Sócios? — ele pergunta olhando-a com seriedade.
— Sim, somos sócios, nosso casamento é um mero contrato! — respondeu friamente, fazendo-o arregalar os olhos.
— O quê? — ele perguntou confuso.
O olhar dele em sua direção a surpreendeu, pois, ele estava verdadeiramente chocado, mas não se apegaria a isto, não após tudo que escutara dele, poderia não conhecer o amor, mas se conhecia e não merecia ser tratada daquela maneira, se ele pensava que agiria daquela forma e tudo estaria tranquilo, estava muito errado.
— Nesta noite, percebi que não devo aborrecê-lo com futilidades, então a partir de hoje, pode fazer o que quiser da sua vida, se quer dormir com uma, duas ou até mil ninfas, pode ir em frente, mas a mim, você não toca mais! — a resposta pareceu o deixar mais indignado.
— Nosso casamento é um mero contrato? Futilidades? Que porra é essa de ninfas?! — ele pergunta com a voz estridente.
— Nosso casamento é um contrato de paz, mesmo assim eu... eu me apa... apeguei a você — respondeu com dificuldade, quase confessou que o amava!
Isto era algo que ele não poderia saber, por mais que não conseguisse proteger seu coração, pois este já pertencia ao deus dos mares, protegeria sua honra, não permitiria que ele pisasse mais que já fizera aquela noite.
— Alissa-
— Eu não posso mais entregar meu corpo a você, mas não posso ser egoísta, então faça da sua vida o que quiser! — falou o interrompendo-o.
Mentiria se dissesse querer que ele fizesse isto, seria horrível vê-lo com outras, saber que elas o tocavam, que possuíam intimidade com ele, mas não poderia mais fazer isto, não quando o amava daquela maneira e infelizmente não saberia separar as coisas.
— Alissa, para com isso! Não pode estar falando sério! — ele falou com a voz ligeiramente trêmula.
— Lorde Poseidon, nunca falei tão sério, não posso exigir nada de você, entendo agora o motivo que pontuava bem o fato de não sentir ciúmes de mim, deuses têm sentimentos não adianta negar, embora eles não consigam entendê-los de imediato, mas agora que sei que não sente isso por mim, não vou mais te aborrecer! — falou com os olhos marejados.
— Não quero ouvir você dizer isso mais! — ele falou incrédulo.
— Como quiser — respondeu fazendo-lhe uma reverência o que o deixou furioso.
Era isso que queria, por mais idiota que fosse, queria que ele fosse ferido, nem que fosse pelo ego, já que era a única maneira de fazê-lo pagar pelo que a fazia passar.
— Alissa, não foi o que eu quis dizer! — ele resmunga indignado, não teve tempo de retrucar, pois, observou seu pai a chamando.
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O seguiu sem dar mais explicações para o marido, por um lado ficou aliviada de sair de perto dele, por outro estava com medo, Odin estava com uma cara séria, ele jamais ficara assim em sua presença, sentia que não seria uma boa conversa. Andou em silêncio ao seu lado, não queria perguntar o motivo de ter sido chamada, sua mente estava fervendo naquele momento.
— Pode enrolar seus irmãos, mas a mim não, o que está acontecendo? — ele pergunta sério, ao chegarem em uma sala vazia, a fazendo suspirar.
Não podia culpá-lo, afinal ele era seu pai, sua tristeza estava nitidamente estampada na face, não tinha nem como negar, mas não era por isso que ele a chamara, ele a conhecia melhor que ninguém.
— Nada, apenas meu marido não me ama e está tudo bem com isso...
Ao falar aquilo uma avalanche de sentimentos se apossou do seu coração, não pode conter a lágrima que escapou ocasionando em um olhar preocupado de seu pai.
— Como assim? — ele perguntou confuso.
— O que acabei de dizer, Poseidon sente nada por mim e fez questão de deixar isso bem claro — falou tentando conter o choro.
— Minha querida, não acredito que seja isso, ele é arrogante demais para admitir, mas todos puderam ver o ciúme dele em relação a você — Odin fala dando-lhe um abraço, ao sentir o carinho de seu pai, não conteve as lágrimas.
— Pai, eu me apaixonei... — falou em meio ao choro.
A dor que preencheu seu coração era alucinante, não sabia que amar poderia doer daquela maneira, sentia tanta culpa por isto, embora não soubesse como poderia se proteger, como não amar alguém?!
— Alissa, parte meu coração vê-la dessa maneira, me dói saber que mesmo sendo um deus, não posso protegê-la de tudo! — ele falou triste, fazendo-a chorar mais.
— Por que dói tanto?! — perguntou chorosa.
— Filha, é assustador pensar em entregar seu coração assim, fica mais assustador quando ele é machucado, mas isso é sinal que o que viveu valeu a pena — Odin falou segurando seu rosto entre as mãos.
— Queria nunca ter conhecido ele! — resmungou fazendo seu pai suspirar pesado.
Por que aquilo teve que acontecer?
Por que era uma alma destinada a ser dele?!
Não deveria sentir isto, era para estar segura com sua família, sendo feliz com aqueles que realmente se importavam consigo!
Sua mente insistia em lembrá-la cada momento, desde a primeira vez que o viu, tão imponente e arrogante, todos os sinais estavam lá, sempre soube que ele jamais a amaria, mas por que ter a certeza disso doía mais?!
— Pode voltar para casa, não irei obrigá-la a cumprir esse acordo! — Odin falou fazendo-a sorrir.
Sabia muito bem que isso implicaria em uma guerra, não era isso que queria, jamais poderia retroceder, ver os humanos sofrerem, assim como os deuses, fora dor que sentiria ao ver seu irmão morto, poderia suportar tudo, menos isto.
— Fiz uma promessa, não retrocederei, pelo bem dos humanos e pelo bem da minha família — falou chorosa.
— Loki jamais se perdoaria se soubesse que está sofrendo apenas para deixá-lo vivo, ele preferiria a morte — Odin falou triste.
— Está tudo bem, ao menos agora sei o que Poseidon pensa sobre mim — falou sorrindo em meio ao choro.
Pelo menos agora conseguiria se proteger, sofrer era uma escolha que não faria, por mais que o amasse, não passaria por cima de seus próprios sentimentos para se rastejar aos seus pés, pois deixaria de ser amor para se tornar uma dependência.
— Alissa, a arrogância dele ultrapassa todos os limites, mas aquele boçal está apaixonado por você e todos podemos ver isso — Odin falou carinhosamente.
— Não quero mais saber disso! — falou teimosa indo em direção a sacada, precisava apenas parar de pensar ao menos um instante.
Ao mirar os olhos para o jardim que continha no Olimpo, não pode deixar de reconhecer aqueles cabelos ao vento, eram tão flamejantes que pareciam iluminar o caminho a seguir, a curiosidade a despertou de imediato.
O que Kendra estaria fazendo ali afinal?!
Com o rosto impassível, deu uma desculpa para seu pai, afinal era estranho a ninfa estar ali em uma festa exclusiva dos deuses, a menos que alguém a tenha convidado, ao pensar nisso a raiva apossou de seu ser, esperava estar errada.
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Utilizando o elemento terra, conseguiu ficar por completo oculta, a ninfa seguia esgueirando-se em um labirinto, quando estava no final pode ver que se tratava de um jardim secreto, o local estava cheio de macieiras e uma linda fonte jazia ao fundo, dando um encanto ao lugar.
Os olhos se arregalaram ao ver o deus dos mares a esperando, sentiu seu peito apertar sem igual, mesmo que tivesse dito a ele que poderia muito bem foder qualquer ninfa, não pensou que ele fosse ser rápido assim!
Um pensamento sombrio cruzou sua mente, se ele já tivesse a chamado?!
— O que quer? — a pergunta do deus a tirou de seus pensamentos, ao olhar em sua direção ficou mais furiosa, ele olhava nos olhos da maldita ninfa!
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Manteve os olhos por longos segundos mirando os da ninfa, aquele era o último local que gostaria de estar, mas preferiu ser discreto, já magoara sua esposa, não queria piorar a situação com a presença da ninfa.
— Poseidon, sempre fui sua preferida, mas não me procura mais, não me diga que ama sua esposa? — Kendra pergunta o deixou irado.
— Isso não lhe diz respeito!
— Duvido que ela faça-o gozar como era comigo — a ninfa falou com malícia.
A temperatura de seu corpo fora aumentando gradualmente, sabia que a ninfa estava usando o elemento fogo contra ele, afinal ela sempre fazia isso quando queria apimentar as coisas entre ambos, mas aquela vez diferia, não estava conseguindo quebrar seu encanto, um cheiro doce preencheu o ar, gemeu alto ao perceber ser o cheiro de sua esposa, aproximou-se da ninfa em um transe completo, ao segurá-la nos braços percebeu que não era Kendra ali, mas sim, Alissa, sua esposa estava completamente nua em sua frente, não conseguiu conter a ereção que se formou, segurando os cabelos dela, puxou-a em sua direção, o beijo saiu com brutalidade, fazendo-a gemer.
— Pensei que teria um pouco de decoro para com suas amantes, Lorde Poseidon! — a voz de Alissa saiu como um trovão, separou-se de imediato daquela em seus braços.
Os olhos arregalaram-se de surpresa ao perceber que beijara a ninfa, Kendra o manipulou, ela sabia que sua esposa estava observando-os, a raiva preencheu seu ser, segurou o pescoço dela em completa fúria, a ninfa se debateu tentando se soltar. Sentiu uma queimadura leve passar pela sua palma, fazendo-o soltá-la, ela aproveitou para fugir, em suas mãos ficou apenas um colar, jogou no chão sem olhá-lo.
O som de passos tirou-o de seu torpor, ficou desesperado ao ver a esposa sair correndo, não poderia deixar que uma farsa dessa acabasse de vez com o casamento de ambos!
— Por favor, espera! — gritou deixando-a paralisada momentaneamente, nunca em toda sua vida falará essa palavra a ninguém.
— Alissa, eu juro a você, não foi nada do que está pensando! — fala rapidamente, fazendo-a virar para lhe olhar.
O desespero estava tomando por completo seu ser, seus olhos estava mais que magoados, sentia que partirá não apenas seu coração, mas sim, sua confiança também, isso o quebrou por completo.
— Claro que não! — ela respondeu ríspida, dando-lhe as costas.
— Por favor, me escuta! — pediu segurando-a pelo braço.
— Deixe-me adivinhar... ela o pegou desprevenido? Temido tirano dos mares foi enganado por uma mera ninfa? O deus entre os deuses? O ser perfeito que não possui defeitos comete tal erro? — ela perguntou em deboche.
— Alissa, me deixa explicar-
— Eu não quero ouvir você! Maldita a hora que te conheci! — ela falou chorando.
Jamais pensou que sentiria tanta dor, mas vê-la quebrada daquela maneira, destruiu seu coração, preferia morrer a vê-la sofrer.
— Não chora, eu... me deixa contar tudo, por favor! — pediu segurando seu rosto entre suas mãos.
— Porque fez isso comigo? — sua voz saiu quebrada fazendo-o arfar.
— Το φως μου-
— Não me chame de minha luz! — ela retrucou interrompendo-o.
Antes mesmo que pudesse pronunciar algo, a viu desfalecer, agiu rapidamente pegando-a no colo, ficou assustado quando sentiu a pele gelada, verificou seus sinais vitais, comprovando que ela estava viva, mas uma impotência sem igual o preencheu ao perceber que não sabia o que estava acontecendo com ela.
— Alissa?!
Utilizando seus poderes, voltou para o castelo no Olimpo, entrou no primeiro cômodo que vira, o alívio o preencheu ao ver um sofá grande, colocou-a sobre ele.
Na porta gritou para que os empregados trouxessem algum médico, o alvoroço chamou a atenção dos demais deuses, o local foi enchendo-se deixando-o mais nervoso, olhando aquela multidão formada a fúria sobressaiu momentaneamente a preocupação.
— Todos fora! — gritou os deuses não demoraram a obedecer.
— O que está acontecendo? — Hades pergunta preocupado.
— Eu... eu... não sei! — falou nervosamente colocando as mãos sobre o peito em desespero, sentia o ar preso.
— Poseidon, acalma, respira fundo — Adamanto falou gentilmente, segurando suas mãos.
Seguiu as instruções de Adamanto, gradualmente a respiração fora voltando ao normal.
— Melhor? — Adamando perguntou fazendo-o acenar.
— Ótimo! Agora desembucha, porque minha irmã está desmaiada? — Loki perguntou furioso.
Nunca vira o deus da mentira com um olhar tão assassino, sentia que ele estava se segurando por um fio, pois sua aura mostrava por completo sua raiva.
— Nós brigamos e- — não pode terminar de falar, apenas teve tempo de desviar do Mjolnir, o martelo atravessou a janela voltando como bumerangue para o deus do trovão.
Odin colocou a mão sobre o braço do filho impedindo-o de fazer um novo movimento.
— O que fez? — Odin perguntou mostrando toda sua fúria em sua aura, momentaneamente sentiu-se sufocado em sua presença, não sabia que o deus nórdico era extremamente forte.
— Não... fiz... nada — falou com dificuldade.
— Odin, controle sua aura, vai acabar matando-o sem saber o que está acontecendo! — Hades falou bravo, fazendo Odin suspirar resignado.
— Não vou perguntar novamente, fale a verdade! — Odin ordenou num rosnado.
— Aquela maldita ninfa mandou um recado por Proteus, fui a seu encontro para mandá-la embora sem fazer alarde, sabia que ela faria algo que pudesse deixar Alissa mal, Kendra usou seus poderes em mim, criou uma ilusão conseguindo me distrair por segundos e Alissa... viu ela me beijando — falou deixando os irmãos de sua esposa com mais fúria, sentia a vontade de matar que vinha de suas auras.
— Coitadinho! Uma mera ninfa conseguiu distraí-lo! — Loki fala entredentes, debochadamente.
Ao ouvi-lo falar daquela maneira, uma raiva apossou-se de seu ser, quem ele pensava ser para tratá-lo daquela maneira?!
Virou com tudo em sua direção, mas ao olhá-lo ficou paralisado, não poderia tocá-lo, Alissa jamais iria perdoá-lo se ferisse seu irmão.
— Poseidon, notou se ela usava algo? — Afrodite perguntou seriamente, entrando no local.
Não conseguia lembrar-se de nada, tudo que vinha em sua mente era o rosto magoado de Alissa e ela inerte em seus braços, negou com a cabeça, a deusa assentiu colocando um colar em seu pescoço, ao olhá-lo novamente o cheiro de Alissa preencheu o local deixando-o aéreo.
— Como previ! — ela fala séria, tirando o colar.
Ao vê-la sem ele piscou em confusão, não entendia o que estava acontecendo.
— Ela usou um encantamento de desejo, um bem forte, por conta disso sentiu a necessidade de vê-la — Afrodite fala despertando sua curiosidade.
— Como sabe? — perguntou assustado.
— Sou a deusa do amor, beleza, fertilidade... desejo, sei reconhecer encantos que usam esses sentimentos, principalmente amor e desejo, senti de longe, segui em sua direção, mas quando cheguei lá, vi você pegando a ninfa pelo pescoço e depois a briga com sua esposa, não quis aparecer, afinal poderia piorar tudo — Afrodite explicou com calma.
— Maldita vadia! — exclamou com raiva, não acreditava que Kendra teve a ousadia de fazer isso consigo!
— O encanto foi forte ao ponto de fazê-lo ir de imediato ao seu encontro, ao chegar mais perto o poder ficou maior, ela usou isso contra você, por isso não conseguiu reagir a ela — Afrodite explica calmamente mostrando o colar, arregalou os olhos ao notar que fora o colar que arrancou do pescoço da ninfa.
— Como ela conseguiu tal feito? — Thor perguntou seriamente, fazendo Afrodite revirar os olhos.
— Ela é a mais forte das ninfas, não é atoa que era a amante preferida de Poseidon, ela é poderosa — a deusa responde olhando-o com malícia.
— Então ele é inocente? — Loki perguntou sem tirar os olhos de si.
— Sim, ele não traiu Alissa dessa vez porque quis — Afrodite falou com calma, mesmo assim os cunhados mantiveram com os olhos atentos para si.
Quando ia perguntar qual era o problema deles, viu o médico chegar junto a Proteus, enquanto sentia uma mão o tirando do cômodo, tentou voltar para junto da esposa, mas a mão pesada não largava seu braço, virou-se com raiva ao ver que Odin o impedia de entrar novamente.
— Ela é minha esposa! — rosnou com fúria.
— Mas é minha filha, precisa agora ser vista por um médico! — Odin retrucou fazendo-o bufar.
— Solta a porra do meu braço! — falou furioso.
— Não me importo se é ou não inocente, não vai entrar até ele examiná-la, pois nervoso como esta vai atrapalhar — Odin fala com seriedade.
A raiva se apossou de seu ser, sentia vontade de matar Odin, mas como faria isso com o pai da sua esposa?!
Soltou-se do deus com brutalidade, precisava manter a calma, não poderia permitir que seu gênio sobressaísse, naquele momento tudo que importava era ela.
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