Midoriya estava sentado no pátio comendo seu lanche, era um momento raro de estar sozinho e não ter ninguém lhe incomodando pedindo conselhos ou algo do gênero. Seus amigos haviam ido até a cantina comprar um lanche e o esverdeado preferiu ficar no pátio comendo seu sanduiche.

Além do fato de estar fugindo de Bakugou a todo custo, desde a entrada, o loiro não saia do seu pé, algumas pessoas até estranharam o fato do loiro estar tão próximo de Midoriya e não tentar machuca-lo ou algo do gênero.

– Midoriyaaaa!! – Alguém lhe chamara animado fazendo com que o esverdeado olhasse para atrás.

– Olá, Kaminari! Como posso ajuda-lo? – Abrindo um sorriso gentil para o loiro com um estranho raio preto desenhado em seu cabelo, com seus olhos cor de mel que beiravam ao dourado.

– Eu sei que é chato, mas por favorrrr!!! Me ajuda a conquista a Jiro!! Eu sei que ela é a mulher da minha vida! – Juntava as mãos fazendo uma suplica ao esverdeado.

– Já conversamos sobre isso – Reparando no fio do loiro, ele estava ligado não só a outra pessoa, como um rapaz, um moreno do 2° ano, Hanta Sero. Como poderia dizer que ele nunca conseguiria nada com a morena, que por coincidência estava ligada já a outra mulher, conhecida como Momo.

– Ah, me ajuda vai Midoriya! Você ajuda todo mundo, você é ótimo em dar conselhos e formar casais, não custa nada me juntar com a Jiro – Fazendo um bico.

– Kaminari eu formo casais compatíveis, quando falo que você e ela não são deve ser porque não são – Falou dando uma risada fraca, pior era que Jiro havia lhe pedido ajuda recentemente para conquistar Momo ele rapidamente ajudou já que gostava muito de ver outros casais felizes. Por ver ambas juntas no intervalo imaginou que a amiga havia conseguido se declarar e ser correspondia – Olha, lhe contarei um segredo, mas precisa me prometer não contar a ninguém!

– Eu prometo!! – Falou animado se aproximando do esverdeado para ele lhe contar o segredo.

– A Jiro – Mas antes que pudesse finalizar viu que Bakugou se aproximava, junto com um ruivo que era amigo dele, Eijiro Kirishima, um rapaz bem simpático que tinha seu fio ligado a uma garota veterana do 2° ano, Mina Ashido, adorava aquela garota já que a mesma era muito divertida – Eu preciso ir, me desculpa.

– Mas o segredo?! – Vendo o esverdeado se levantar rapidamente e praticamente correr, olhou pra trás já entendendo o motivo, seu amigo havia chegado – Que droga Bakugou!! Midoriya tava quase me contando a porra de um segredo pra conquista a Jiro e tu chega e caga tudo!!

– Ah meu, que droga! Eu ia aproveitar que ele estava aqui pra pergunta sobre a Ashido – Se lamentou já que fazia um certo tempo que estava afim de sua amiga de infância e veterana.

– Tsi – Bakugou estava incomodado, não queria ver o esverdeado correr, queria ter conseguido falar com o mesmo – Eu falo com ele, aproveito e pergunto o que ele ia lhe dizer – Começando a andar na direção do esverdeado.

– Claro, vai ameaçar ele? Vou ficar com uma ótima imagem com o Midoriya, aí que ele nunca mais me ajuda – O Loiro reclamara, mas fora ignorado pelo amigo que passou reto.

Enquanto Midoriya praticamente corria para ficar o mais longe possível do loiro, ele nem prestou atenção quando bateu em alguém, quase caiu se a pessoa não tivesse lhe segurado a cintura para impedir a queda. Quando foi ver em quem tinha trombado ficou surpreso de ver Todoroki.

O garoto era bem popular, entretanto ele nunca dera muita bola para as garotas do colégio. Mesmo possuindo uma cicatriz em um dos olhos, não perdia seu charme afinal era dono de olhos heterocromáticos além do fato de ter o cabelo em duas cores, completamente naturais, branco e vermelho, algo excepcionalmente raro.

– Aconteceu alguma coisa? Parecia bem nervoso correndo – Perguntou o bicolor um tanto preocupado.

– Nada de mais – Midoriya coçava a cabeça um tanto envergonhado.

O garoto fez um sorriso triste ao ver o fio do amigo, a cada dia que passava ele ficava mais fraco e acinzentado, sabia o que aquilo queria dizer. A pessoa na quão o bicolor estava ligado estava próxima da morte, o peito de Midoriya doía ao ver aquilo, era uma sensação horrível presenciar o fio ficar cinza.

Perdera as contas de quantas vezes chorou no meio da rua ao ver a cena do fio se enrolando todo e logo um pedaço ficar completamente cinza e sem vida, aquilo era de mais para seu coração, ainda mais na situação atual que estava bem mais sensível pelo fio quebrado.

Todoroki não merecia aquilo, era um garoto tão gentil e carinhoso, não teve tempo te conhecer a pessoa amada, apenas na próxima vida teria essa oportunidade isso se o destino não fizesse aquilo novamente. Rezava para que fosse diferente em outra vida.

– Midoriya, estou preocupado está muito abatido – Falou o bicolor vendo a palidez do esverdeado, ele só não sabia que o motivo era ele próprio.

– Eu... estou bem, devo ter ficado tempo demais sob o sol agora estou um tanto tonto – Mentira, queria tentar pensar em outra coisa, mas aquele fio ficava se enrolando cada vez mais em sua frente lhe dando uma agonia – Eu...e-eu preciso ir – Falou gaguejando, seu corpo tremia ao ver o que estava prestes a acontecer em sua frente novamente.

– Não vou deixar ir, você está tremendo. Céus, me diga como posso lhe ajudar – Colocando a mão carinhosamente no rosto do esverdeado, que tremeu com o toque quente em seu rosto.

– Não ouviu? Ele falou que precisa ir – Bakugou falou frio encarnado os dois a sua frente, sentia um enorme ódio em ver o bicolor próximo ao esverdeado, na realidade sempre teve ciúmes dos dois próximos.

– Agora entendo o motivo, estava fugindo dele não é Midoriya? – Todoroki falava irritado, odiava quando o loiro se aproximava do esverdeado com o propósito de machuca-lo – Não vou deixar que toque nele!

– T-Todoroki... E-eu-u – Falava gaguejando, não conseguia desviar o olhar do fio, ele começou a enrolar mais e fazer uns estalos , o fio se esticava por completo e voltava a ficar todo embaralhado, viu a cor começar a sumir.

Bakugou começou a notar o olhar que o esverdeado fazia, era terror e pavor, então notou que o mesmo estava olhando fixamente para um ponto. Bem próximo de Todoroki, pensou rapidamente ser algo com relação ao fato dele conseguir olhar Akai Ito, não entendeu o motivo de todo aquele desespero mas sentia que precisava tirar o esverdeado de lá o mais rápido possível.

Então, simplesmente puxou o corpo do menor para si e empurrou o bicolor. Para lhe dar tempo para que corresse com o esverdeado e entrasse no armário de vassouras, por sorte não havia ninguém no corredor, senão certamente teriam impedido o loiro de arrastar o menor pela escola.

Midoriya começou a chorar e se abraçar, seu corpo tremia. Ainda tinha a visão conturbada do fio, ele estava morrendo, era como se visse um animal agonizando antes da morte. Sentiu seu corpo ser abraçado, não se importou muito por ser o loiro no momento, então apoiou a cabeça no peito dele enquanto chorava baixinho.

– Seja lá o que você viu, já passou – Falou tentando acalmar o esverdeado que tremia.

– O fio... – Falava encarando a parede do armário de vassouras.

– O que tem o fio daquele bastardo? – Se afastando um pouco para encarar o rosto abatido do esverdeado, mas sem solta-lo de seu abraço.

– Morreu... –Falou baixinho sem encarar o loiro, não podendo ver o olhar de choque do mesmo – A alma gêmea dele... morreu.

Bakugou ficou pasmo com aquilo, então o esverdeado conseguia ver até mesmo quando o parceiro morria? Céus, aquilo deveria ser horrível, não era para menos o garoto estar tão abatido assim, se perguntou quantas vezes aquilo poderia já ter ocorrido e ele estar sozinho.

– Ele vai ficar sozinho pra sempre? – Perguntou um tanto inseguro.

– Ele nunca vai encontrar a alma gêmea, só conseguira ser feliz com pessoas iguais a ele, mas não da mesma forma que seria com sua alma gêmea – Se afastando do loiro e enxugando suas lágrimas – Obrigado por me tirar de lá, eu não teria suportado ver até o final, venho acompanhando todo esse sofrimento há meses.

– Quero que seja sincero, se Todoroki se declarasse para você, corresponderia? – Bakugou sabia que o bicolor parecia gosta muito do esverdeado, era questão de tempo até o mesmo se declarar. Como sabia que Midoriya jamais ficaria com alguém que estivesse ligado a outra pessoa, certamente não se importaria de tentar algo com o mesmo já que ele não tinha mais alguém a se ligar.

– Que eu me lembre, eu não preciso dar satisfação da minha vida à você – Ficando surpreso pela pergunta, não esperava que o loiro chegasse aquela conclusão tão rápida, nem ele mesmo havia pensando na possibilidade de corresponder ao amor do amigo. Sim, ele sabia que o mesmo tinha um certo carinho demasiado e afeto, sua amiga havia lhe informado que era questão de tempo para uma declaração.

– É, no momento que envolve você!! Não vou deixar que a porra daquele bicolor fique com você – Falou rosnando para o esverdeado que lhe encarou feio.

– Não temos mais nenhuma ligação Bakugou, o que acha que vou fazer? Correr para os seus braços e lhe perdoar? Só por um pedido de desculpas? – Fazendo um sorriso de deboche – Um pedido de desculpas não é o suficiente pelo que me fez passar nesses 6 anos!!

– O que quer de mim então? Eu faço, quer que eu me humilhe pra porra da escola toda? Que fique de joelhos? Não estou ligando muito pro meu orgulho, eu só quero voltar a ficar próximo de você, já disse pra me dar uma chance para que eu possa mostrar meus sentimentos! – Falou soltando um suspiro e passando as mãos no cabelo – Eu só quero uma chance, Deku.

– Bakugou, apenas pare com isso – Fazendo um sorriso triste – Não quero ver repetir o que vi durante esses 6 anos, quantas chances eu não dei? E você simplesmente pisou e riu da minha cara de ingênuo? Quantas vezes não escutei essas palavras e eu idiota cai? Para no fim sair mais machucado.

– Por favor, Izuku. Eu prometo compensar tudo que já lhe fiz, por favor eu me imploro! – Falou com uma voz triste, vendo o esverdeado balançar a cabeça.

– Estou cansado de falsas palavras, já não acredito mais em você, então gostaria que parasse de me incomodar – Falou passando pelo loiro e abrindo a porta, logo a fechando deixando o loiro sozinho.

– Eu vou te mostrar!! – Falou socando a parede enquanto apertava o outro punho – Não vou desistir da gente!!