Era sábado e Midoriya estava sozinho em sua casa, sua mãe havia viajado para visitar sua avó que morava no interior, estava precisando de ajuda já que estava um tanto doente e com isso não poderia administrar muito bem sua pequena loja. Como a mãe do esverdeado sabia que o mesmo sabia muito bem se virar, ela viajou sozinha e deixou o menor sozinho na casa.

Deixou dinheiro para que o esverdeado pudesse comprar comida ou algo caso fosse necessário. Já era 12h e Midoriya estava ficando com um pouco de fome, olhou a cozinha inteira vendo que não tinha nada pronto para comer, pensou então em sair para o mercado e comprar uma mistura e algumas porcarias para a semana. Já que era o tempo que sua mãe ficaria fora, isso é claro se não houvesse algum contratempo.

O problema era que Midoriya não queria carregar peso, evitava sempre que possível, sua pressão era um tanto baixa naquele tempo seco e calorento, então andar com sacolas um tanto pesadas embaixo do sol não era lá uma boa ideia. Acabaria estragando suas compras, suspirou pensando no que fazer, não queria ficar comendo fora, pois, a noite não teria o que comer. E ficar comendo durante uma semana macarrão instantâneo não era a melhor opção.

Seu celular vibrou e tocou uma melodia, lhe informando que havia numa nova mensagem. Pegou o celular vendo quem havia lhe mandando uma mensagem.

Bakugou: Tá afim de fazer alguma coisa hoje?

Viu a mensagem e uma ideia passou pela sua cabeça, não custava nada tentar. Ele estava um tanto desesperado e a ajuda havia aparecido, okay que ele não esperava pedir aquele tipo de coisa para o loiro.

Midoriya: Eu ia ao mercado comprar algo pra preparar o almoço, não quer ir comigo?

Bakugou está digitando...

Bakugou: Carregar as sacolas...

Midoriya: Aham D:

Midoriya: Eu vou ficar a semana toda sozinho, eu aproveito e já compro tudo pra semana...

Bakugou: Okay, vou me arrumar, em 20 minutos eu chego. Mas vou almoçar com você!

Midoriya deu um leve riso com aquilo, as coisas estavam praticamente iguais quando eles eram pequenos, poderia dizer que estavam até melhor. O esverdeado ficava feliz em ter o loiro de volta, mas também ficava triste já que não conseguia esquecer o que sentia tendo o mesmo tão próximo de si.

O que faria quando o laço do outro finalmente encontrasse alguém? Ficaria sozinho em um canto chorando novamente? Queria ser capaz de afastar o mesmo, mas era o loiro aparecer com aquela expressão derrotada e triste dizendo inúmeras coisas que o esverdeado logo cedia. Nunca conseguiu aguentar ver o loiro triste, o que dificultava e muito sua situação.

Tentando esquecer esses pensamentos, subiu para o quarto para trocar de roupa. Colocou uma mais leve já que estava muito calor, uma regata, bermuda e chinelos. O mercado não era tão longe, então não havia uma necessidade de calçar um tênis, colocou um boné para que sua cabeça não ficasse muito quente, pegou sua carteira e o dinheiro que sua mãe lhe deixara. E um sache de sal, sim, ele tinha um sache de sal igual aqueles de restaurante. Sempre andava com um caso sua pressão caísse muito.

Viu a hora no relógio e preferiu já esperar o loiro lá fora, já que faltava apenas 5 minutos para o mesmo chegar. Sabia que o loiro era pontual então já começou a fechar a casa. Saiu da mesma, a trancando e indo até seu portão, aquele portão era quase uma luta diária para fecha-lo, ele vivia emperrando sua mãe só enrolava para pedir que arrumassem aquele negócio.

– Precisa de ajuda? – Comentou uma voz atrás de si, assustando o esverdeado e o fazendo se virar um tanto tenso.

– Shindo... – Falou o esverdeado em um tom baixo – Como me encontrou?

– Tenho meus meios, você vem comigo – Falou o moreno puxando o braço do menor que o puxou de volta.

– Me solta, eu já falei que não vou ficar acompanhando você atrás do seu verdadeiro amor! As coisas não funcionam assim, pare de procurar – O esverdeado falou firme, mesmo que estivesse com um certo medo.

Shindo era o garoto que sempre lhe arrastava pela cidade em busca de sua alma gêmea, não sabia como o rumor havia chegou tão longe, mas o moreno um ano mais velho, não parava de lhe atormentar e lhe arrastar para todos os cantos. Já perdera a conta de quantas vezes fora arrastado.

– Sabe, eu estava pensando sobre o motivo de não querer ficar andando comigo a procura do meu verdadeiro amor – Falou se aproximando do esverdeado, fazendo com que o mesmo andasse para atrás e sentisse o portão nas costas – Será que o cupido gosta de mim e não quer que eu ache alguém? Sabe, devia ter me falado isso antes, me poupava o trabalho de tanta procura.

– Não fale besteiras, eu não gosto de você. Só não gosto de ser arrastado pela cidade, não sou obrigado a lhe ajudar – Falou o esverdeado ficando com medo do moreno que estava mais próximo, a ponto de seus narizes se tocarem – Se afaste!

– Não, eu sei que gosta de mim, mas é tímido demais para falar – Shindo segurou os dois braços do esverdeado fazendo com que o mesmo tentasse se soltar e afastar o moreno de si, mas era inútil já que o mesmo era bem mais forte.

O moreno então fez com que a distância que ambos tinham acabasse, selou os lábios com o do menor que ainda sim tentava inutilmente sair do aperto do moreno que parecia não se importar. Midoriya sentiu os olhos arderem, sentia as lágrimas caindo em seu rosto, logo sentiu uma mordida em sua boca, o moreno estava tentando forçar um beijo, antes que pudesse abrir viu o moreno ser acertado por um soco e cambalear para o lado.

– Filho da puta !! – Gritou uma voz conhecida fazendo com que o esverdeado olhasse para o lado e visse o loiro – Encosta nele de novo que eu te mato!!

– Tsi, qual a porra do seu problema garoto? – Perguntou o moreno fuzilando o loiro com o olhar – Não vê que está atrapalhando.

– Atrapalhando o caralho, você tava forçando o beijo! – Disse rosnando e se aproximando do moreno – Vaza daqui antes que eu acabe com a sua raça, seu bostinha, se eu lhe ver mais uma vez procurando Izuku, eu acabo com você.

– Quem é você pra achar que pode falar isso pra mim? – O moreno estava bem irritado.

– Sou o namorado dele seu babaca, então vaza daqui antes que eu termine o serviço – Ficou encarando o moreno até que o mesmo desse uma última olhada para o esverdeado e saísse.

Bakugou esperou o mesmo sair do campo de visão para relaxar, acabou falando o que não devia para ajudar o esverdeado. Se sentiu ruim em mentir que o mesmo era seu namorado, não queria que fosse mentira, mas a situação fez com que ele agisse antes de falar. Ele se virou para conversar com o esverdeado e se desculpar pela mentira, mas quando se virou sentiu o corpo do menor lhe abraçar desesperado.

– Eu fiquei com tanto medo... Tanto medo – O esverdeado o abraçava com força, enquanto soluçava molhando a camisa do loiro.

– Está tudo bem, ele já foi, ele não vai voltar a mexer com você – Falou com uma voz calma tentando tranquilizar o menor que parecia bastante assustado, fez um leve carinho no cabelo do menor, sentindo o corpo relaxar aos poucos – Não vou deixar que ele volte a lhe incomodar.

– Não me deixe sozinho Kacchan – Falou o esverdeado ainda abraçado ao loiro que ficou em choque com aquela frase.

O loiro ficou encarando o esverdeado, seu coração bateu mais rápido e um calor em seu peito fez com que ele abrisse um sorriso, há quanto tempo não escutava aquele apelido vindo naturalmente do esverdeado? O abraçou com força, colocando sua cabeça sobre a do menor, não deixaria que ninguém machucasse seu pequeno.

– Nunca mais vou deixa-lo sozinho Deku – Falou usando o apelido do esverdeado.

Midoriya se afastou um pouco e encarou o loiro, que delicadamente limpou qualquer vestígio de lágrimas no rosto do menor. Percebeu que havia um boné no chão próximo ao portão, sabia que o esverdeado usava boné para sair em dias muito ensolarados, foi até o portão e o pegou bateu no boné para retirar o pó e voltou a colocar na cabeça do pequeno que lhe deu um sorriso breve.

Quando o loiro olhou melhor o menor percebeu que o mesmo possuía uma ferida na boca, apertou um dos punhos irritado, o moreno havia mordido a boca de Midoriya para forçar mais ainda o beijo. Por reflexo colocou a mão sobre o machucado vendo o esverdeado lhe encarar e voltar a começar a chorar, fazendo com que o loiro não entendesse aquela mudança repentina.

– O que foi, está doendo? – Perguntou o loiro preocupado olhando o esverdeado negar com a cabeça enquanto, suas lágrimas desciam em maior quantidade.

– Eu não aguento mais... – Falou fazendo com que o loiro não entendesse.

Então o esverdeado fez algo que Bakugou jamais pensaria que pudesse acontecer tão cedo, sentiu as mãos do menor puxarem seu pescoço e sentiu os lábios encostarem nos seus em um leve selinho. Bakugou pediu passagem com a língua que foi rapidamente aceita pelo esverdeado.

Bakugou levou as mãos na cintura do menor, lhe puxando para mais perto enquanto sua outra mão segurou os cabelos esverdeados. Seu corpo estava quente e seu coração batia sem controle, não podia estar mais feliz em ter Midoriya em seus braços lhe beijando, mesmo que o menor estivesse chorando fazendo o beijo ficar um tanto salgado.

Ambos se separaram um anto ofegantes, Bakugou encostou a testa na do esverdeado que fechou os olhos e segurou com força a camisa do loiro como se não quisesse que ele saísse e o abandonasse, Bakugou abraçou o corpo, deixando seus corpos mais próximos.

– Não aguento mais passar um dia ao seu lado sem fazer nada – Falou Midoriya se manifestando – Eu tentei, eu tentei tanto te esquecer, mas quanto mais tempo eu passava ao seu lado, mais eu me apaixonava novamente. Não ligando pelas consequências que isso me traria.

– Estou com vontade de lhe beijar há dias Deku, pare de lutar contra esse sentimento, eu disse que lhe faria feliz – Falou o loiro dando um leve beijo na testa do esverdeado – Deixa eu te fazer ficar mais apaixonado, me deixe ama-lo, não vou deixar que a porra de um fio decida minha vida. Eu te amo e não é um fio que vai mudar isso.

– Kacchan... – O esverdeado abriu um sorriso fraco, e com sua mão puxou o rosto do loiro para mais um beijo.

Midoriya já não se importava mais com as consequências, ele só queria aproveitar o momento e ficar ao lado daquele loiro que tanto amava.