Akai Ito
Depois de toda aquela confusão, Midoriya e Bakugou se dirigiram para o mercado, o loiro fez questão de ir segurando a mão do menor que sorriu com o ato do maior que parecia um tanto animado por estar andando daquele jeito. Quem visse a cena jamais imaginaria o loiro fazendo algo do gênero ainda mais com aquele animo.
Midoriya pegou tudo que precisava para a semana, não poupou nada já que sabia que a grande maioria das coisas seriam levadas pelo loiro, no momento o maior não se importava muito de ser usado para tal ato. Ficava até um tanto feliz com isso de se ver sendo útil, além do fato de poder usar aquilo como desculpa para almoçar ou passar a tarde na casa do esverdeado nos demais dias.
Bakugou se sentia eufórico, já não se lembrava a última vez que tinha se sentindo assim. Mas ele lembrava no fundo, ele se lembrava que ele era assim todos os dias quando pequeno, quando ainda tinha o esverdeado ao seu lado e quando ele saiu de perto sua vida ficou vazia e escura como se estivesse faltando algo. Era horrível, não soube como aguentou todo aquele sentimento por tanto tempo.
Mas as coisas estavam diferentes, o loiro ficou observando Midoriya olhar cada produto para conferir a validade antes de colocar no carrinho. Sentia um alivio e uma sensação gostosa em seu peito invada-lo por estar próximo do mesmo novamente, ainda mais pelo beijo que tiveram minutos atrás, se sentia uma nova pessoa e não faria o mesmo erro novamente, faria de tudo para que Midoriya permanecesse ao seu lado.
Depois que Midoriya terminou de pegar todas as coisas que precisava, se dirigiram ao caixa, Bakugou ajudou o esverdeado a colocar as compras nas sacolas e pegou as mais pesadas deixando as mais leves para o mesmo, que sorriu agradecendo a gentileza do loiro.
Foram andando de volta pra casa, comentando sobre o almoço já que Midoriya havia perguntando para o maior o que ele queria comer já que almoçariam juntos. Bakugou não tinha muita preferência estando ao lado do menor já era muito gratificante a ponto de querer algo.
Quando chegaram na casa do esverdeado Bakugou fez questão de ajudá-lo a preparar o almoço já que não queria ficar jogado no sofá esperando o mesmo fazer a refeição. Midoriya logo aceitou, fazendo com que ambos os rapazes ficassem na cozinha preparando a refeição.
Parecia até algo que eles faziam todos os dias, Bakugou tinha um sorriso pequeno no rosto, aquilo lhe fazia lembrar os momentos quando pequeno quando ele e Izuku ajudavam suas mães em algumas refeições era um tanto nostálgico se lembrar daquilo.
Mas vendo o esverdeado preparar as coisas com tanto cuidado não fazia ele querer ficar com os pensamentos antigos, e sim pensar no futuro. Queria ver o esverdeado fazendo refeições com a sua ajuda, ajuda-lo a carregar as sacolas pesadas de volta para casa, já não conseguia mais imaginar sua vida sem o esverdeado.
Era pedir demais para que aquele fio nunca se juntasse com outro? Sabia que no momento que seu fio achasse outra pessoa Midoriya o largaria, pois jamais roubaria a felicidade de outra pessoa e isso magoava o loiro, ele não queria terminar nunca com o esverdeado. Muito menos vê-lo partir em algum momento, faria de tudo para que ficassem sempre juntos independente daquele fio maldito.
Estava tão ocupado pensando naquelas coisas que acabou apertando com demasiada força um tomate que explodiu em sua mão fazendo com que ele ficasse completamente sujo, escutou uma risada baixa próxima, fazendo com que não se irritasse pela situação. Já que adorava ver os sorrisos do menor.
– Vá até o banheiro limpar isso – Disse o esverdeado voltando a fazer seus afazeres.
O loiro foi já sabendo onde o cômodo ficava, já que passou a maior parte da infância na casa do esverdeado. Rapidamente entrou e abriu a torneira, pegou um rolo de papel higiênico para utilizar o papel e retirar qualquer vestígio que havia ali de tomate. Depois de finalizado passou um pouco a toalha para que sua camisa não ficasse tão molhada e acabasse por pegar um resfriado.
Quando saiu do banheiro escutou um barulho de algo caindo lhe chamando atenção, um pouco mais a distante a sua esquerda um livro estava caído no chão. Estranhou o fato já que não havia nenhuma estante por ali perto, o pegou e leu a capa "Fio quebrado" abriu os olhos em choque ao ler aquele nome, aquilo de fato era possível? Talvez fora aquele livro que fizera o esverdeado romper o fio, com as mãos um tanto tremulas ele começou a folear procurando algo útil.
Mas as folhas estavam em branco, não havia nada. Aquilo já estava lhe deixando desesperado por qual motivo o esverdeado teria um livro em branco com aquele título. Quando chegou na última página viu que ela possuía uma página toda escrita, estranhou muito aquilo mas resolveu ler e ficou completamente surpreso.
Existe um jeito de arrumar o que foi desfeito
Trazer de volta o que é de direito
O fio novamente feito
Bakugou tremeu lendo aquele pequeno começo, ele poderia então juntar seu fio ao Midoriya novamente, abriu um sorriso de orelha a orelha e correu com o livro na mão para que o esverdeado lesse e visse o que tinha descoberto. Chegou tão animado que simplesmente puxou o esverdeado para longe da pia que olhou um tanto atordoado o loiro.
– Olha o que eu achei Izuku! Olha, aqui diz como faz pra nosso fio ficar ligado novamente – Dando o livro na mão do esverdeado que encarou confuso.
– Não tem nada escrito nessa página – Disse vendo a página em branco a sua frente.
– Como não?! Eu estou lendo, eu acabei de ler – Pegando o livro e vendo que o texto ainda estava lá – Ainda está escrito aqui! Por qual motivo não quer ler? Não quer voltar a ter seu fio junto ao meu, é isso? – Aquilo fez um bolo formar em sua garganta, será que o esverdeado queria tanto se livrar de si, depois de todo o progresso que tiveram nos últimos dias, ainda mais depois do beijo.
– Kacchan, não é isso, eu realmente não consigo ler nada –Tentando acalmar o loiro que ainda lhe encarava um tanto atordoado – Isso é muito estranho, você chegou a ler o resto do livro?
– Não, o livro está em branco – Vendo o olhar em choque do esverdeado, que logo mudou a página para ver se era verdade.
– Eu estou vendo várias páginas preenchidas – Comentou olhando página por página.
Então Midoriya parou e ficou encarando aquele livro, seria possível que de alguma forma apenas o portador do Akai Ito pudesse ler aquele livro? Mas então por qual motivo o loiro conseguia ver algo escrito que ele não conseguia, inúmeras perguntas passavam pela sua cabeça.
– Eu consigo ver todo o livro e você apenas o final. Qual o significado disso? – Comentou sem desviar o olhar da página em branco.
Bakugou ficou encarando e tentando pensar no que poderia ser, devia ter algum sentido naquilo tudo. Então uma ideia, um tanto doida passou pela sua cabeça, mas tinha até que um certo cabimento devido a situação atual.
– E se você não foi o primeiro a quebrar o fio? E se alguém conseguiu antes e fez esse livro com o intuito de ajudar o próximo caso desejasse quebrá-lo – Comentou recebendo atenção do esverdeado.
– Poderia ser possível, ainda mais pelo fato de que quando se quebra um fio o Akai Ito é passado pra outra pessoa – Vendo o loiro ficar um tanto surpreso, ele não tinha conhecimento daquilo – Mas isso não explica o motivo de você enxergar a última página.
– Me dê aqui o livro – Pegou o livro e tirou uma foto da página que apenas ele conseguia ver e mandou para Kirishima, perguntando se o mesmo conseguia ver algo. Espero alguns minutos e depois recebeu a resposta do mesmo ficando um tanto confuso – Ele falou que também não consegue ver.
– E se a pessoa que escreveu isso tinha ligação com o Akai Ito? Se de alguma forma o portador que quebrou o fio de algum jeito conseguiu recuperar o laço deles? Vendo isso o parceiro achou uma boa ideia fazer o mesmo, escrever algo no livro, fazendo com que caso algum parceiro do Akai Ito quisesse reatar o laço conseguisse realiza-lo!! – Falou com um sorriso, aquilo era simplesmente genial fazia completamente o sentido um livro que podia tanto ajudar os portadores a pararem de sofrer como os parceiros caso tentassem recuperar o amor do portador.
– Deixa eu terminar de ler então – Disse voltando a ler o texto.
Diga aquele que amas o que sente
Mostre para ele que será presente
Se quer juntar o laço, fique contente
Amarre–o junto e se declare, diga o que sente
O portador precisa ser amado, você não pode ser ausente
Cuide dele, não perca esse sentimento tão ardente
Bakugou então colocou o livro na mesa deixando o esverdeado confuso, pegou os dois fios que estavam ainda soltos e os amarrou com um nó bem cego o apertando bem forte como se aquilo pudesse ajudar. Pegou as mãos do esverdeado que ainda não entendia muito a situação.
– Eu amo você Izuku, eu amo você desde pirralho, mesmo não sabendo o que era aquilo na época, eu entendo agora que lhe amava e não conseguia enxergar um futuro sem você. Sei que errei e fui um babaca, mas sofri a cada dia da minha vida pelas coisas que te fiz, mereci cada sofrimento e dor que passei ao tentar me afastar de você – Disse com um sorriso caloroso para o esverdeado que lhe retribuiu – Eu amaria você mesmo sem fio, mesmo sem destino, pois não conseguia imaginar tendo alguém do meu lado compartilhando minhas vitórias e conquistas que não fosse você.
– Kacchan – Falou sentindo seus olhos se encherem de água.
– Eu morria de ciúmes sempre que via seu sorriso sendo direcionado à outra pessoa, eu morria aos poucos ao ver sua expressão triste ao me ver fazendo algo de ruim. Eu precisava tê-lo de volta para mim, eu iria fazer o impossível para que tudo voltasse ao normal, me contentaria tendo apenas sua amizade, contanto que você ficasse ao meu lado para sempre – Aproximando os rostos para que suas testas ficassem próximas – Meu coração se quebrou quando eu vi aquele beijo, mesmo sabendo que foi forçado, imaginei que alguém já tinha lhe beijado e sido retribuído, um gosto amargo ficou em minha boca e quando percebi já tinha socado aquele cara. Eu amo você Izuku, eu amo cada qualidade e defeito seu.
– Eu amo quando você coça o nariz e fecha os olhos depois de espirrar, eu amo como você sempre se suja comendo sorvete, mesmo fazendo o maior esforço para que não acabe se sujando. Eu amo quando você acaba tropeçando no nada e acaba rindo por se achar um desastrado – Escutando os soluços baixos do menor – Eu amo quando você reclama que odeia geografia, amo essa sua vontade de querer ajudar a todos, me comove ver alguém tão maduro e sincero como você, disposto a colocar a felicidade dos outros em primeiro lugar, como você sempre fez comigo a infância toda.
– Mesmo você colocando sua felicidade de lado, saiba que eu farei de tudo para vê-lo feliz, me esforçarei cada dia para que veja o quanto eu te amo. Irei compensar todos os anos que me mantive longe de você, vou te mostrar como é a felicidade que você tanto luta para conseguir mostrar as outras pessoas –Soltando as mãos do esverdeado que estavam um tanto trêmulas, com uma das mãos começou a limpar cada vestígio de lágrima do rosto do menor e com a outra segurou a cintura com delicadeza o puxando um pouco para perto – Eu te amo tanto Izuku, tanto que chega a doer não conseguir transmitir tudo o que sinto.
O loiro então deu um selinho no esverdeado e viu o mesmo sorrir e logo lhe abraçar forte, escutou próximo ao seu ouvido vários "Eu te amo", fazendo com que seu coração batesse forte, estava sendo retribuído e aquilo não poderia ser melhor, tinha ganhado o dia. Não tinha finalmente recuperado sua razão de viver naquele momento, todo o esforço tinha valido a pena, só ficava irritado por não ter feito isso antes, poderia ter passado mais tempo com seu pequeno se não tivesse sido um completo babaca quando mais novo.
Meio relutante Bakugou se afastou, começou a andar para atrás fazendo com que o esverdeado não entendesse de início, mas quando viu que o loiro encarava o local aonde costumava ficar o fio viu um olhar de choque do mesmo e lagrimas em seus olhos.
– Eu não estou mais vendo! – Disse com um sorriso enorme – Me diga que deu certo, por favor!
Midoriya colocou a mão na boca e soltou um soluço, na sua frente ele via um fio ligando ele ao loiro novamente, mas o fio não estava mais vermelho estava dourado! Tinha lido sobre isso naquele livro do fio quebrado, aquele fio só aparecia em casos muito raros. Eram fios que jamais possuíam nó ou que desbotavam, eram fios perfeitos, algo muito raro, Midoriya nunca tinha visto um.
Seu silêncio estava incomodando um pouco o loiro que temia o pior, se aproximou do esverdeado vendo ele agora retirar a mão da boca e abrir um sorriso lhe encarando, fazendo com todo o nervosismo e medo sumissem rapidamente.
– É tão lindo Kacchan, eu nunca vi um fio tão bonito – Disse vendo o loiro lhe abraçar – Eu te amo tanto.
– Eu também te amo, eu nunca mais vou perder você. Nem nessa vida, nem em nenhuma outra!! – Disse puxando com delicadeza o queixo do parceiro e dando um beijo lento cheio de sentimentos.
Bakugou sabia que estariam ligados para sempre em todas as vidas seguintes, não poderia ficar mais feliz com aquela notícia, agora estava ligado ao seu pequeno para sempre e em toda nova vida que fosse renascer, ele encontraria Midoriya e se apaixonaria. Ficaram ali trocando juras de amor e carinho, não poderiam estar mais felizes com a volta da ligação do fio.
Na mesa o livro estava aberto, um vento fez com que a página fosse virada e uma frase em dourado aparecesse. Um pequeno texto que não poderia ser lido por ninguém, apenas estava ali em letras douradas
O amor é algo poderoso e que jamais terá fim... espero que pare de quebrar seu fio, meu querido portador.
Pois seu parceiro sempre volta para resgata-lo e ama-lo, pois não deixarei que tenha um futuro ruim.
Espero que seja feliz meu querido amigo, que em suas próximas vidas esse fio jamais perca seu tom dourado.
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