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Capítulo 6


Todos nós temos nossas máquinas do tempo
Algumas nos levam pra trás, 
são chamadas de memórias. 
Outras nos levam para frente, são chamadas sonhos.
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Acordo com uma enorme dor de cabeça e vou logo escovar os dentes para tomar um remédio. Desço e encontro minha mãe sorrindo pra mim.

"Parabéns meu amor! Está em todos os jornais a morte misteriosa do Christopher. Você é meu orgulho!" Sorrio e a abraço, essa é a melhor recompensa depois de uma caçada.

"Agora terá uma festa na LT para comemorar a morte dele, espero que fique linda. Afinal, você vai começar a ser mais respeitada ainda e quem sabe encontrará um noivo." Suspiro, eu odeio as festas, é só vários caçadores se vangloriando e competindo por quem tem o filho mais perfeito entre eles. E é onde apresentam as moças de 18 para os rapazes solteiros. Meu aniversário é daqui a um mês e minha mãe já está me pressionando. Bufo, pego uma maçã, um remédio e vou pra faculdade, estranho que ao entrar, muitas pessoas olham pra mim e ficam me encarando. Assisto as aulas normalmente e me preocupo, Sam não veio pra aula e nem me avisou nada. Pego o celular e envio uma mensagem

Sam? Tá tudo bem? Por que faltou?

Espero sua resposta, mas não recebo nada. Fico cada vez mais preocupada, peço licença e saio da sala. Enquanto vou em direção a moto fico olhando o celular com a esperança de receber uma mensagem. Mas acabo esbarrando em um rapaz, o olho e percebo que é o amigo de Raphael, paro para reparar bem nele, é um rapaz muito bonito, tem uma pele morena, um porte atlético, cabelo em corte militar, olhos pretos e um sorriso cativante.

"Desculpa! Estava distraída" ele sorri e põe as mãos nos bolsos.

"Tudo bem, eu também estava. Aurora, certo?" Sorrio de volta. Como um rapaz legal é amigo daquele idiota?

"Isso mesmo. E você?"

"Tyler Sprouse a sua disposição" pego minha bolsa que tinha caído no chão sem eu perceber.

"Bem, já vou indo, tenho que ir atrás de Sam"

"Tudo bem. E a propósito, você dança muito bem e tem um belo corpo." Eu fico estática e não entendo o que ele quis dizer.

"Como assim?" Ele ri nervoso e sinto que vou me arrepender de ter bebido ontem.

"Você e Samanta deram um show ontem, com direito a strip-tease na mesa" Fico em choque e saio correndo em direção a minha moto. Vou para casa de Sam desesperada. Nunca mais eu bebo em toda a minha vida! Aquele idiota não vai nunca esquecer disso, na primeira oportunidade vai jogar na minha cara. Que burra!

Chegando lá vou até seu apartamento e bato na porta.

"Sam?" Ela abre a porta e me puxa pra dentro a fechando rapidamente.

"Estou morrendo de vergonha! E acordei com a voz mais alta ainda. Isso está me enlouquecendo!" Respiro fundo.

"Vamos descobrir logo o que é essa voz" Ponho minha bolsa no sofá dela.

"Está doida? E se for o monstro que você falou?" Ela diz desesperada enquanto caminha de um lado pro outro.

"Relaxa, eu tenho uma arma. Mas não me pergunte o porqu." Ela para e me olha desconfiada.

"Você precisa me contar o segredo que guarda alguma hora, sabia? É estranho. Mas estou com medo. Tem certeza que quer ir?" Eu sento no sofá e fico a observando, vai formar um buraco no chão desse jeito.

"Vamos sim, não precisa ter medo. Quando começar a ouvir a voz a gente vai até ela" Ela para de caminhar e se senta.

"Obrigada por acreditar em mim, minha mãe disse que estou louca. " Eu sorrio

"Tá tudo bem, mas não conte isso para mais ninguém viu? Difícil eles acreditarem."

Ela vem até mim e me abraça do nada. Eu abraço de volta e respiro fundo. Espero que ela continue gostando de mim quando souber da verdade. Continuamos conversando sobre o episódio vergonhoso de ontem até a hora do almoço. Almoçamos e envio uma mensagem para minha mãe avisando que estou trabalhando numa missão e fico deitada junto com Sam esperando-a ouvir algo. Enquanto espero acabo dormindo.

Acordo com Sam se levantando.

"Vó? É você?" Me levanto, tiro a arma do cós da calça e a sigo enquanto ela vai em direção a floresta. Tento não fazer barulho para que ela consiga ouvir com clareza a voz.

"Vó, onde a senhora está?" Caminhamos por um longo tempo até chegar em um lago congelado?! Sam vai em direção ao meio do lago, eu tento ir, mas ele acaba rachando e decido ficar. Observo Sam olhando fixamente pra água. O gelo ao redor dela começa a rachar e eu grito. Ela me olha calmante.

"Não venha atrás de mim, preciso descobrir o que minha avó quer." Depois que ela termina de falar ela cai na água e afunda, começo a ficar preocupada, mas não faço nada. A observo continuar calma enquanto fecha os olhos e passa longos minutos desse jeito. Até que finalmente ela acorda e volta a superfície tremendo de frio. Ignoro o gelo rachando com meus passos e corro para ajudá-la. A tiro da água, tiro minha jaqueta e ponho nela. A levo de volta para sua casa e a coloco na frente da clareira. Ela me olha e sorri fraco com os lábios roxos tremendo.

"Descobriu o que queria?"

"Sim" ela sorri, "mas preciso de um tempo para assimilar tudo e entender o que eu vi" a abraço como sinal de que está tudo bem e ela logo dorme e eu durmo junto com ela.

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