Depois do almoço, estava marcado para tirar algumas fotos no CT com o novo uniforme do Flamengo. A Bru não quis me acompanhar, pois ela tinha que gravar e fotografar para alguma publicidade, deixei ela em casa, e fui com o Arrasca para a Gávea.

Assim que chegamos fomos logo em direção a sala onde o ensaio aconteceria.

Além do jogar bola, não existe nada mais cansativo do que fotografar. Todas as vezes que sou cotada para isso, tenho certeza que nasci para jogar futebol e não para modelar. Negócio chato da porra!

Até hoje não sei como a Bru aguenta, muita luz na cara, muita falação e eu não tenho muita paciência pra isso.

Depois de quase duas horas e meia de ensaio, finalmente acabo de tirar essas fotos, mas o Giorgian infelizmente não, aviso a ele que vou esperar ele do lado de fora, e quando eu saio da porta dou de cara com o Gerson e o Marcos Braz.

Ludmilla: E ai caras, como vocês estão?

Marcos Braz: Tô bem, graças a Deus. — sorriu e apertou a minha mão.

Gerson: Eu tô bem, já você eu nem preciso perguntar, né? A Brubru tá ai. — ele deu um sorrisinho e eu ri.

Marcos Braz: Voltou com a Brunna, Lud? — pergunta surpreso e eu assinto.

Ludmilla: A gente resolveu tentar. — ele sorriu.

Marcos Braz: Fico feliz, a Brunna é garota muito gente boa. — assinto com um sorriso.

Ficamos um tempinho conversando, até o celular do Braz começar a tocar e ele se afasta para atender.

Ludmilla: Veio tirar as fotos do novo uniforme?

Gerson: Vou tirar essas fotos não. — franzo o cenho e cruzo os braços.

Ludmilla: Por que não? — ele respira fundo e coça a cabeça.

Gerson: Porque quando as fotos da camisa for para o catálogo da loja e ser estreada em campo, eu não vou estar mais jogando no Flamengo. — olho para ele com os meus olhos arregalados.

Ludmilla: Como assim cara? Vai sair do Flamengo por quê?

Gerson: Recebi uma proposta do Olympique de Marseille.

Ludmilla: Essa ligue 1 querendo roubar nossos jogadores. — ele riu. — Mas à diretoria aceitou? — balança a cabeça em sinal de afirmação.

Gerson: Aceitaram sem nem pensar duas vezes. — levanto a minha sobrancelha e cruzo os braços. — Eles precisam de dinheiro para pagar a contratação do Pedro, e essa proposta do Olympique veio como uma luva. — diz e eu bufo.

Ludmilla: Esse Pedro sempre tá envolvido nas notícias ruins, né? Incrível. — o Gerson gargalha. — Não é só a diretoria mandar aquele cara de volta para Itália? Ele que se exploda, vai comer banco aqui mesmo. — riu.

Minutos depois o Braz sai da ligação e chama o Gerson, provavelmente para resolver essas burocracias.

Ainda não consigo me acostumar com a ideia de mais um dos coringas indo embora.

Fico mexendo no meu celular, curto e comento a recente foto que a minha namorada postou, e depois de uns vinte minutos o Arrascaeta sai da sala.

Deixo o Giorgian na casa dele, e dirijo para minha, chego em casa estranho o silêncio, é quase impossível a casa ficar em silêncio com a Brunna e o Marcos dentro de casa.

Subo para o quarto, e encontro a Brunna deitada na cama, falando com alguém no celular, encosto no batente, cruzo os braços, quando ela me nota da um sorriso e tira o celular do ouvido.

Brunna: Ele acabou de chegar, Lulu. — desencostei da parede e me deitei na cama.

Luane: Sério? — a Brunna assente. — Vou mudar a ligação para chamada de vídeo, aceite ai.  — ela finaliza a chamada normal e liga por facetime. — Falsa! Ludmilla Oliveira você é uma falsa! — Brunna gargalha.

Ludmilla: Oi pra você também Magrela. — sorrio.

Luane: Ai, Ludmilla! Como é que você não me conta que voltou com a Bru, hein?

Brunna: Não tem muito tempo que voltamos não, Lulu.

Luane: Mas mesmo assim, Bru. Esse cara de bunda da minha irmã, me deixou sabendo por instagram de fofoca.

Ludmilla: Para de show Luane, você não virou a Xuxa. — ela mostra o dedo do meio e eu rio.

Luane: Fique sabendo que a mãe tá bem puta com você, porque não contou a ela. — reviro os olhos.

Ludmilla: Eu queria contar pessoalmente, chata.

Luane: Bru, você vai ficar muito tempo ai no Rio?

Brunna: Não sei, provavelmente na semana que vem já vou estar de volta em São Paulo.  — olho para ela e nego com a cabeça.

Luane: Poxa, eu queria te encontrar ai no Rio.

Ludmilla: Lulu, ela não vai semana que vem não. — a Brunna me olha com o cenho franzido e eu sorrio para ela. — Ela vai ficar até a Copa América.

Luane: Sério isso? — pergunta empolgada.

Brunna: Ludmilla! — ela da um tapinha em meu ombro e eu gargalho. — É mentira, Lulu.

Ludmilla: Mentira coisa nenhuma! Ela disse que iria vir para o Rio e não sabia quando voltava.

Brunna: Mas agora eu sei!

Ludmilla: Sabe nada. — escutamos a Luane gargalhar.

Luane: Sem dr casal. — diz e eu rio. — Você deveria ficar até a Copa América mesmo, Bru.

Brunna: Não, Lulu. Tá louca? — diz e eu olho para o cenho franzido. — Falta um mês e meio pra essa copa ai, eu tenho trabalhos em SP.

Luane: Cunhada, você pode trabalhar ai do Rio e pelo o que você me disse você trouxe o Calleb e o Marcos, então não tem nada te prendendo aqui em São Paulo. — a Brunna me olha e suspira. — Fora que vai ser muito divertido assistir a Copa América com você.

Brunna: Eu vou pensar, tá bom? — minha irmã sorri assentindo.

Ludmilla: Mas se você quiser emendar a Copa América para o resto da sua vida não tem problema. — digo e escuto a Luane da um gritinho.

Luane: Depois dessa eu ficava, hein. — gargalho e vejo a Bru ficar vermelha.