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Uma ponte coberta

Quando amanheceu, Davi e Antônio reuniram os seus pertences, comeram algumas bananas e se prepararam para seguir viagem. Davi estava mais quieto que o habitual.

— Tudo bem aí, Davi?

Ele fez que sim de modo pouco convincente.

— Então tá! Vou achar um canto para esvaziar a bexiga.

Davi girou os olhos pelo lugar com timidez. Ainda estava constrangido pelo que aconteceu entre ele e Rafaela na noite anterior. Ela havia dormido a poucos metros da fogueira, então devia estar por perto. Seus pertences continuavam lá. Ele caminhou até o lugar e deixou uma sacola com as últimas maçãs que possuíam.

A luz do dia revelou as feições das pessoas que viviam no acampamento. Eram cinco: Rafaela, dois idosos e duas crianças. A garota e os adultos se preparavam para trabalhar no campo, Davi soube, reconhecendo o ritual de amarrar panos na cabeça. Aprendera a mesma coisa repetindo o gesto do pai para proteger a nuca contra queimaduras solares.

As crianças do grupo se ocupavam com outra coisa. Embrulhavam folhas em varetas de bambu, prendiam um fio com fitas de um lado e um barbante do outro.

— Descobriu alguma coisa? — perguntou Antônio.

— Não. O que será que os meninos estão fazendo?

— Pipas, ué. Nunca brincou disso?

Davi fez que não.

Os dois deixaram o acampamento sem despedidas. Em poucos minutos já estavam na estrada seguindo para a antiga capital.

— Eu achava que não veríamos ninguém vivendo por aqui — disse Davi. — Pensei que chegaríamos no endereço do sábio, encontraríamos ruínas, pegaríamos os livros que Dona Nair recomendou e pronto. Pelo visto teremos surpresas.

— Pois é. Não achei que veríamos carpinchos vivendo fora de cidades-fantasma. Não são confiáveis. Já ouvi comerciantes reclamando de terem sido enganados por eles. A minha mãe disse que carpinchos são saqueadores que não respeitam costumes civilizados e por isso não devem fazer parte do plano da governadora.

— Como sabe que essas pessoas são carpinchos? Parecem gente normal, como nós.

— Você tá brincando? Eles roubaram aquela moça da motocicleta e nos ameaçaram com uma faca!

— Pegaram algo para comer, eu acho. E nos deixaram dormir com eles mesmo não nos conhecendo.

— Não sei. De qualquer modo precisamos ter mais cuidado daqui pra frente.

Era cedo, mesmo assim o céu começou a escurecer, indicando a Davi que uma tempestade se aproximava. Grato pelo chapéu que o prevenia do sol e do sereno, sentiu-se desprotegido ao ter que amarrá-lo na mochila devido ao vento.

Não havia onde se abrigar, ao redor apenas pastos abertos, sem bosques ou estruturas cobertas. Não era seguro esperar a chuva embaixo de alguma das poucas árvores que vez ou outra tocavam as margens da estrada, então continuaram. O vento dobrava o esforço para caminhar e os dois se olhavam, parecendo crianças com medo de chuva.

— O que vamos fazer, Davi?

— Precisamos continuar!

A chuva os atingiu. Continuaram avançando, torcendo para que a tempestade fosse embora, por um milagre. Quanto mais rezavam, pior ela ficava.

— Temos que parar! — gritou Antônio com a água da chuva escorrendo por seu cabelo.

— Não podemos! Perderemos horas aqui. Já devemos ter passado da metade do caminho, vamos em frente!

Antônio seguia Davi, quase encostando a cabeça nas costas dele para se proteger do vento, até que por alguma razão pararam.

— O que foi?

— Acho que a chuva encheu o córrego e a água cobriu a ponte que deveria estar aqui! — gritou Davi, girando o rosto para os lados tentando encontrar uma passagem.

— Meu Deus! E agora?

— Não sei! Precisamos olhar o mapa, mas tenho medo que ele esteja encharcado.

Antônio tinha lágrimas nos olhos, visíveis apesar da chuva.

— Calma, Antônio, vai ficar tudo bem. Vamos andar pela margem até encontrar outra ponte.

— Pra que lado?

— A correnteza desce pra lá. — Davi apontou para a esquerda. — Então vamos subir. No alto os rios ficam mais rasos.

Fizeram como Davi disse e abandonaram a estrada. Seguiram ao lado do córrego por um tempo e não encontraram ponte alguma.

Davi parou e ficou observando a correnteza.

— Aqui o canal fica estreito, olha — disse com a voz ofegante.

Antônio olhou para o córrego desanimado e esperou Davi completar o que estava pensando.

— Acho que a gente consegue pular!

O córrego ficava mais fundo no ponto em que a borda se estreitava. A correnteza passava por baixo sem desfazer as beiradas de terra como na maior parte da margem.

— Eu não consigo, Davi!

— Nós vamos conseguir! Eu vou primeiro, aí você joga as mochilas pra mim e pula.

— Vamos continuar, Davi, por favor! Em algum momento vai ter uma ponte.

— Antônio, pode ser que a gente caminhe o dia inteiro e não encontre uma ponte. Essa parte do córrego é a nossa melhor chance de atravessar. Já estamos atrasados, pense em como os seus pais ficarão preocupados se não voltarmos amanhã.

Davi entregou a mochila para ele e depois caminhou para a beira do córrego tentando descobrir qual era o limite em que a terra não cedia. Quando sentiu confiança, se afastou, correu e saltou. O seu corpo ficou no ar por menos de dois segundos e pousou em segurança do outro lado. Antônio arremessou as mochilas para ele e depois olhou a correnteza abaixo.

— Agora é sua vez! É só pegar impulso e pular. Eu te seguro assim que chegar desse lado.

Antônio fechou os olhos.

— Eu não sei nadar, Davi.

— É só pular, você consegue!

Antônio se afastou, correu até a beira e pulou. O seu corpo atravessou de uma margem a outra, mas quando o primeiro pé tocou a terra, o chão cedeu. Davi esticou-se para alcançá-lo e sentiu a mão do amigo lhe fugir pelos dedos. Antônio agarrou seus pés e os dois desequilibraram. Caíram no córrego levados pela correnteza.

Davi se debateu tentando manter a cabeça para fora da água. Gritou por Antônio, que havia perdido de vista. Conseguiu alcançar a margem, mas não tinha em que se segurar. Escutou Antônio chamando por ele e se virou. Enquanto procurava, bateu a cabeça em um tronco que flutuava. O seu corpo afundou, as pernas encostaram no chão. Aquela parte do rio não era funda, por isso se empurrou para a superfície. Tomou fôlego e continuou sendo arrastado. Gritou por Antônio, sem ouvir resposta. A sua cabeça latejava, sentiu-se desorientado, não sabia há quanto tempo havia caído na água. Um galho se enroscou em sua calça. Davi se agarrou a ele e, puxando, conseguiu rastejar para fora.

— Antônio! — gritou, engatinhando para o pasto.

Tateando a cabeça encontrou um galo, pouco acima da nuca. Levantou-se e olhou para a margem. Não sabia quão longe estava de onde haviam caído.

Pensou em Antônio, no desespero que viu em seus olhos quando o chão cedeu. Arrependeu-se de ter insistido que pulassem. Voltou para perto da margem refazendo o caminho, mas não havia sinal de seu amigo.

Atrás dele algo chamou sua atenção. Alguma coisa estava vindo da direção oposta ao córrego, escondida no pasto que o rodeava. Um cão latiu, liderando outros a atacarem. Havia quatro deles e Davi correu assim que os viu, mas os animais se aproximavam depressa.

Ele não olhou, mas sabia que os cães o alcançariam a qualquer momento. Pensou em pular no córrego para despistá-los, mas preferiu subir em uma árvore. Correu para uma delas, que parecia ser alta o bastante, pulou, apoiando um pé no tronco, e se agarrou no primeiro galho. Os cachorros chegaram segundos depois, latindo, rosnando e tentando pegá-lo. Não conseguiram.

A árvore tinha uma altura surpreendente. Davi se ajeitou, olhou os cães abaixo e não pôde acreditar que fora capaz de subir tão alto. Torceu para que os animais desistissem logo e para que Antônio estivesse a salvo.

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