Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

4 ⌘ 𝓒𝓸𝓷𝔀𝓪𝔂 ⌘

╭═────═⌘═────═╮

"Nada como procurar quando se quer achar alguma coisa. Quando se procura geralmente se encontra alguma coisa, sem dúvida, mas nem sempre o que estávamos procurando." – J.R.R. Tolkien

╰═────═⌘═────═╯

╭═────═⌘═────═╮

No dia seguinte ela acordou cedo, o sol entrava pela janela destacando os tons suaves e naturais da decoração ao redor de si.

Colocou um vestido de seda fina e fluida, em um tom verde suave que Zilda havia deixado para ela. O tecido era delicadamente bordado com padrões de flores em tons de ouro e prata. O vestido tinha mangas leves e abertas, apesar de serem longas. A saia do vestido parecia fluir suavemente ao redor de Adele, que estranhou a leveza da roupa e se sentiu estranhamente desconfortável.

Pegou a sandália de couro macio com tiras trançadas que subiam até as suas pernas e ficou ali, tentando saber o que faria, se tentava colocar a outra sandália em sua prótese mecânica ou não. No fim optou por usar as duas, mesmo que tivesse que fazer uma certa gambiarra para colocar na perna mecânica, mas se não a usasse, ficaria levemente pensa e mesmo que não lhe desse problemas instantaneamente isso, ela sabia que com o tempo poderia ocasionar dores desnecessárias.

Olhou para o teto enfim encontrando as lanternas artesanais penduradas que iluminaram o quarto no dia anterior.

Olhou com atenção para os cristais pendurados nas janelas que captavam a luz do sol, criando padrões brilhantes que dançavam pelas paredes. Era sem dúvidas um lugar que parecia mágico. Não era um sonho.

— Quero voltar para casa, mas como posso voltar se não sei nem ao menos onde estou? — a paz do lugar a envolveu. Pensar nas ruas sujas e no céu cinza do seu lar não a ajudaram, mas no fim, aquele era o seu lar e ela precisava voltar.

"Bem que eu podia passar uns dias de descanso por aqui", ela pensou e riu da ideia, como se ela pensasse realmente ser possível. Pensou na sua tese e suspirou, ela tinha estudado tanto para no fim, não saber se iria conseguir ou não terminar, ficar ali certamente a faria perder um bom tempo.

Ela pegou sua perna já com a sandália e se lembrou da pequena fada do dia anterior. Ela tentaria arrumar algo para substituir sua prótese, mas infelizmente, no momento era aquela que ela tinha. A colocou com cuidado, colocando cada peça no lugar certo para que os nervos artificiais pudessem se encaixar bem e saiu do quarto, afinal não adiantava ficar ali trancada, esperando que o caminho rumo a sua vida surgisse milagrosamente na sua frente. Ela não tinha escolhas, e ela sabia.

O castelo era imenso, algo que ela mal havia notado no dia anterior, toda a decoração era parecida a de seu quarto. Grandes cristais pendurados ajudavam na iluminação dançante e natural de todos os ambientes. Em alguns cantos havia pequenas fontes de água adicionando uma melodia serena ao ambiente. Era possível ver elementos naturais em todos os lados, como galhos entrelaçados e pedras lisas, mas tinham detalhes ainda mais incríveis perto dessas fontes.

Sem dúvidas era um espaço que refletia a conexão profunda dos seres dali com a natureza e sem dúvidas era um bom refúgio de paz e harmonia.

Tentando manter a calma naquele imenso castelo, ela resolveu sair pelo mesmo lugar que ela havia entrado no dia anterior. Não tentou disfarçar, se os elfos eram tão bons quanto rezavam as lendas, tentar se ocultar só a faria fazer papel de boba.

Ninguém tentou impedi-la apesar de ser nítido todos os olhares curiosos para ela. Quando ela saiu, se deparou com uma paisagem extremamente bonita, ela sabia que existia paisagens daquele jeito, mas nunca havia tido muito tempo para conhecê-las. Apesar de se irritar com a situação, ela não podia negar que era bom poder ver um lugar daqueles.

Ela caminhou, caminhou e caminhou. Entrou na floresta e chegou a um lago se sentindo exausta. Sua vida sedentária não estava sendo de grande ajuda ali. Apesar de ela estar sempre trabalhando e sempre ocupada, ela não podia dizer que os exercícios físicos faziam parte da sua rotina. Ela se sentou de frente para o lago e pegou seu cantil de água, um cantil que a pequena fada Zilda havia deixado com ela no dia anterior... cantil, sem dúvidas ela não estava acostumada com aquilo. Ela queria tanto poder tomar um pouco de café... talvez até mesmo um chá gelado.

Ela ficou ali, perdida em pensamentos quando viu um elfo do outro lado do rio. Ele era terrivelmente bonito. As lendas não estavam enganadas, era difícil até mesmo respirar perto deles. O que será que ele estaria fazendo ali? Ela ficou observando-o se abaixar e ver algumas plantas. Parecia entretido e nem parecia haver reparado nela ali. Ela suspirou, talvez devesse ir ver se ele queria alguma ajuda. No fim, ela não havia se apresentado para ninguém, apenas havia fugido como um rato assustado e se trancafiou no seu quarto mesmo com o convite para que se juntasse a eles durante a janta. Não que não fosse assustador estar ali, mas sem dúvidas seria melhor conhecer alguém e poder fazer alguma coisa enquanto buscavam uma solução para o problema dela. Apesar de se sentir péssima, ela estava determinada a não se deixar dominar pela tristeza por muito mais tempo.

Adele sempre havia sido mais tímida do que sua irmã, isso não dava para negar. Ela se sentia desconfortável ao precisar conhecer alguém novo e costumava desfrutar do seu tempo sozinha. Havia sido daquela maneira até Dário chegar há 4 anos na sua vida. Pensar em Dário fez com que a pequena melancolia dentro dela crescesse ainda mais. Apesar da raiva que sentia dele e de ter certeza de que não voltaria com ele, ela sentia a tristeza apertar ao lembrar que haviam passado bons momentos juntos.

Quando sua cabeça voltou para o presente, ela percebeu que não havia tirado os olhos do elfo e que ele por sua vez, a olhava de maneira intensa. O azul dos seus olhos era visível até mesmo daquela distância. Por um momento ela recuou, mas quando foi dar um segundo passo para trás, ela sentiu como se uma força invisível a impelisse ir até ele. A última vez que havia sentido algo daquele tipo, foi quando colocou o colar da deusa Danu no pescoço, colar que ela tentou tirar para voltar para casa, mas ao ver que não funcionava, apenas voltou a colocá-lo.

Como se estivesse em um pequeno transe e sem de fato lutar contra a vontade enlouquecedora, ela deixou seus passos darem a volta no pequeno lago até perto dele. Os olhos dele a acompanharam por todo o caminho, ele parecia estudá-la de maneira profunda e isso fez seu coração disparar a um ponto de retumbar em seus ouvidos.

Os olhos do elfo transmitiam uma serenidade impossível de descrever, ela parou a alguns passos de distância dele. A aura mística que o envolvia a fez parar de respirar momentaneamente e mesmo que ela não quisesse seguir olhando, seus olhos simplesmente não a obedeciam.

— Oi — ela conseguiu falar com o seu sotaque carregado e a voz falha. A língua gaélica não era difícil para ela, seu pai a havia ensinado quando era ainda muito nova, assim como diversas outras línguas que ela sabia falar, mas uma coisa era falar, outra coisa era falar com naturalidade e sem sotaque uma língua que não fazia parte do seu cotidiano.

Ao olhar para o elfo, ela lembrou de seu pai falando que aquela era a língua deles fazendo-a rir das crenças bobas dele. Oras, ele era um historiador, deveria saber que aquilo não existia e ela tinha claro na cabeça que ele apenas queria enganá-la. Após isso, ficou impressionada que sua irmã acreditasse naquela história mesmo depois de tantos anos. No fim, a errada era ela, a única que precisou ver para acreditar havia sido ela, e mesmo naquele momento, com um elfo na sua frente, ela seguia sem conseguir aceitar.

— Oi — ele respondeu, mas não parecia que seguiria a conversar, apesar de seguir olhando para ela.

Depois de um longo tempo em silêncio, ela conseguiu desviar o olhar.

— Sinto muito — ela falou baixo — não sei o que deu em mim. Você deve estar ocupado. Eu já irei embora.

Ela virou o corpo, decidida a não olhar mais tempo para ele. Seu coração batia tão rapido que parecia que ela havia corrido uma maratona imensa.

— Você entende sobre medicina natural e plantas? — ele perguntou quando ela já estava completamente de costas para ele.

A voz dele preencheu o ouvido dela como uma doce melodia e quando ela se virou para responder, seu olho azul singular a fez prender a respiração. Ela queria responder, mas sua voz simplesmente não saía. Sua boca abriu levemente e novamente nada saiu de sua garganta.

"Nossa mãe acreditava na cura natural, Adie" — Ash uma vez a havia dito quando ela praguejou por algum chá que queriam que ela tomasse para controlar suas dores e ela havia estudado as propriedades das plantas apenas por isso, se a sua mãe acreditava, então era o suficiente para ela. Qualquer coisa que tinham, havia começado com algo tirado da natureza e Adele sempre havia amado a natureza por isso, apesar de não ser o suficiente para realmente controlar os tremores e dores que sentia. Apesar de sua lógica e de saber que muitas vezes outros tipos de processos eram necessários para a cura de diversas doenças, a base de tudo aquilo, era sem dúvidas a mãe natureza.

Sem perceber, ela tinha aberto um sorriso tão largo pela lembrança que mal cabia em seu rosto. O elfo a sua frente arqueou uma sobrancelha ao ver a reação dela.

— Você está bem? — ele perguntou tirando-a de seus pequenos devaneios.

— Oh — ela fechou rapidamente o sorriso nostálgico em seu rosto — eu sinto muito. Eu entendo das plantas e medicinas naturais de onde eu venho, não saberia te responder se sei algo daqui, mesmo assim aprendo rápido. Precisa de ajuda?

— Estamos precisando de ajuda nos laboratórios... estamos... bem — ele olhou para o outro lado, talvez não querendo dizer o que de fato estava acontecendo — estamos com problemas e precisamos de toda a ajuda possível.

— Entendo — ela falou também evitando olhar para ele, só assim que ela poderia seguir conversando sem sentir estar em uma montanha russa — eu posso ajudar. Se existir algum livro com registros sobre as plantas daqui eu posso tentar estudar um pouco antes.

— A maioria das coisas você pode pegar na prática, mas se isso irá nos ajudar, existem alguns livros sobre isso na biblioteca do castelo e temos muitas plantas que necessitamos no jardim logo atrás.

— Tudo bem — ela respondeu e se virou — eu vou para a biblioteca então...

— Adele — ele a chamou de novo e Adie sentiu o frio na barriga aumentar — obrigado.

Ela virou somente metade do corpo para ele e sorriu.

— Pode me chamar apenas de Adie — ela respondeu, ela nem mesmo havia perguntado seu nome, mas se sentia incapaz de seguir ali com ele sem bancar a idiota de novo — nos vemos logo então...

— Conway — ele completou, como se estivesse adivinhando o que ela queria — me chamo Conway.

— Nos vemos logo então, Conway — ela sorriu uma última vez e saiu dali.

╰═────═⌘═────═╯

╭═────═⌘═────═╮

Enquanto Adele caminhava lentamente até o imenso castelo novamente, tentando dissipar os olhos intensos de Connway, ela olhou para uma pequena caixa de madeira, que parecia ser uma pequena caixa de correio caída e resolveu que talvez pudesse voltar ali para arrumar aquilo em algum momento. A poucos passos dali, havia uma pequena colmeia de abelhas que pareciam também agitadas com alguma coisa.

Seu humor estava perceptivelmente melhor e ela mal havia se dado conta de que tudo parecia mais leve para ela.

— Vocês não parecem estar indo muito bem também, não é? — ela olhou com certa pena para a confusão de abelhas perto dela — eu entendo vocês.

Aquela parte do jardim estava extremamente malcuidada, o que contrastava imensamente com o resto da paisagem e aquilo pareceu extremamente cruel e triste para ela. O terreno parecia de uma velha casa abandonada. Seus olhos percorreram as janelas e as paredes da casa. Algo naquele lugar parecia terrivelmente familiar. Ela se deixou levar para perto da porta, que abriu de maneira ruidosa, mas sem dificuldade.

— Vejo que encontrou um belo tesouro — Declan falou atrás dela fazendo-a saltar de susto — Perdão, não quis te assustar.

— Tudo bem — ela falou apoiando as mãos no joelho tentando se recompor — o que você quis dizer com eu ter encontrado um tesouro?

— Seu pai usou essa casa por muito tempo — Declan abriu o restante da porta — ele cuidava muito bem dos jardins e de tudo o que tinha ao redor. Ele sempre foi um homem inteligente e por ser um grande amigo de confiança, eu o deixei ficar aqui.

Adele olhou com os olhos curiosos para Declan que apenas sorriu ao abrir mais uma das janelas.

— Sei que quer saber mais sobre isso e ficarei feliz de poder te contar — ele respondeu — me admira que não saiba de nada para ser sincero.

— Acho que ele já tentou me falar — Adele admitiu a contragosto — e eu sempre respondi que era para ele parar de inventar histórias, que eu já era crescida o suficiente para escutar esse tipo de coisa... — Adele olhou para baixo de maneira triste — que patética eu fui...

— Eu não te culpo — ele falou de maneira sincera — é um traço da raça humana serem céticos. A lógica humana está programada para rejeitar o que foge a compreensão, e isso se intensifica quando o ser humano faz parte de um universo onde ele é um dos que está no topo entre os seres inteligentes.

— Você pode me contar um pouco mais sobre o meu pai?

— Sem dúvidas — ele sorriu novamente e se dirigiu até a porta — me encontre depois do jantar. Irei conversar com você e com mais alguns... se quiser, pode ficar com a casa, mas acho que ela não está boa para morar mais.

Adele sorriu de maneira aberta. Sem dúvidas não era um bom lugar para se viver, mas olhar para a casa que seu pai havia passado tanto tempo, assim como Declan dizia, a fazia se sentir mais próxima a ele.

— Acho que eu posso deixá-la habitável de novo — ela respondeu com um sorriso imenso.

Declan apenas acenou com a cabeça e saiu, deixando-a sozinha com os seus pensamentos.

— Certo — ela falou animada — pelo menos agora eu tenho um bom objetivo aqui. Tenho uma colmeia que precisa ser salva... Vamos limpar essa bagunça — ela falou para si mesma.

E ao invés de seguir para a biblioteca como havia dito que faria, ela pegou um ancinho velho que encontrou e começou a varrer as folhas secas do jardim.

As horas se passaram e quando ela acabou, ela sorriu satisfeita apesar de estar cansada.

— Assim está melhor — a voz dela falando em sua própria língua era sem dúvidas uma das poucas coisas que ainda parecia fazer sentido em sua cabeça e esse sentimento fez com que ela seguisse falando em voz alta — Ok, Adele. Hora de sujar as mãos de biomédica e acordar aquele espírito de paisagista.

Enquanto ela ia tirando plantas mortas e vendo o que ainda podia ser salvo, ela suspirou. Fazia anos que ela não se sentia de fato livre. Fazia tempo que nada mais do que seus estudos e os problemas de suas teses rondavam sua mente e de repente, cuidando de um jardim que precisava ser salvo, ela se sentiu tranquila. Se não fosse pela preocupação que ela sentia pela irmã e pela falta que ela sentia do pai, talvez ela pudesse se ver morando em um lugar daqueles.

Ao se aproximar de um banho de pássaro feito de pedra, ela sentiu um cheiro extremamente ruim, sem dúvidas um bicho tinha morrido ali. Quando ela olhou para dentro viu um pássaro morto, com uma lesão próximo aos olhos. Apesar do cheiro, o pássaro não parecia ter morrido há muito tempo.

— O que é isso? — ela se abaixou, mantendo uma distância segura do pássaro, e mesmo assim tentando ver melhor.

Ela se abaixava e tentava ver de todos os ângulos, sentindo a vontade irracional e perigosa de mexer no pássaro sem os cuidados necessários para aquilo.

— Ah, aí está a senhorita — Conn apareceu tão silencioso quanto Declan ainda mais cedo e da mesma maneira que ocorreu com o Declan, ela também se assustou com Conn — Ah, sinto muito te assustar. É um prazer te conhecer formalmente agora.

— Am... prazer — ela falou sentindo o corpo tremer um pouco — Precisa de alguma coisa, senhor...?

Ele riu.

— Me chamo Conn e por favor, nada de me chamar de senhor — ele fez um gesto qualquer com a mão.

— Então não me chame de senhorita — ela deu de ombro, fazendo Conn rir um pouco mais alto — prefiro que me chame só de Adele, ou Adie.

— Adie? — ele perguntou confuso — Adie também é seu nome?

— Vocês não abreviam nomes aqui? — ela perguntou se virando novamente para o pássaro morto.

— E por que faríamos isso?

— Onde eu vivo, é um costume. Abreviamos ou damos apelidos para quem temos mais contato ou somos mais chegados.

— Então eu não poderia te chamar de Adie, é isso?

— Bom, eu acabei de te autorizar, então tecnicamente você pode — Adie esticou o corpo.

— Isso é confuso — ele deu de ombros — mas tudo bem. Prazer Adie. O que exatamente você espera encontrar nesse pássaro?

— Ele parece ter morrido tem pouco tempo. Apesar de morto, as secreções nos olhos dele são bem visíveis. Pensei em Psitacose ou Clamidiose. Não sei como o corpo de vocês funciona, mas se existir algum ser tão frágil quanto os seres humanos para contrair doenças, seria interessante dar uma olhada nos pássaros.

Ele a olhou com a curiosidade aguçada primeiro e depois apertou um pouco mais os olhos.

— Você entende de doenças? — a pergunta dele veio tão repentina e com uma súplica implícita tão aparente que fez com que Adie ajeitasse completamente o corpo e se virasse com curiosidade para ele.

— Se a doença for relacionada a humanos, sim — ela respondeu se sentindo levemente estranha — mas não acho que eu seria de grande ajuda para vocês...

— Por favor, nos ajude — ele não a deixou terminar, fazendo-a abrir um pouco mais os olhos — por favor...

— É a segunda vez que escuto esse pedido hoje — ela falou um pouco sem graça — o que exatamente está acontecendo aqui?

Conn primeiro mordeu a boca de maneira nervosa e se movimentou, depois ele soltou o ar e se controlou.

— Nossa terra está doente e os seres acima dela estão morrendo.

— Eu... eu não conheço a fisiologia de vocês... — ela se sentiu nervosa, não porque ela não pudesse tentar estudar, mas porque a situação a deixava ansiosa, não queria que ninguém colocasse expectativas em cima dela. Como ela poderia ajudar seres que até pouco tempo atrás ela nem mesmo acreditava que existiam?

— Por favor — ele pegou na mão dela de maneira suplicante — por favor, ao menos tente.

— Tudo bem — ela suspirou tentando não focar tanto os olhos em Conn. Era terrivelmente difícil não se hipnotizar por eles — eu posso ver o que eu consigo fazer enquanto não consigo voltar para casa.

— Perfeito — ele falou animado — irei falar com o Conway então...

— Não precisa — Adie o cortou — ele foi o primeiro a me pedir ajuda...

— Ele te pediu ajuda? — o assombro na voz de Conn foi notável, mas Adie preferiu não comentar nada sobre aquilo, ela apenas acenou. Vendo que ela não falaria mais nada, ele resolveu seguir com o assunto — O que pretende fazer com essa casa? — Conn falou parecendo muito mais animado do que quando havia chegado.

— Quero recuperá-la — Adie olhou para a paisagem — Declan falou que a casa havia sido do meu pai, e eu bem que consigo ver sinais dele por aqui.

— O Yakumo é certamente um ser invejável, eu gostaria de conhecê-lo melhor, assim como Declan — Conn admitiu.

— Um ser... — Adie sorriu de maneira triste — Para mim ele sempre tinha sido um ser humano normal e agora... agora eu nem sei o que ele é de verdade. Ele não é meu pai de sangue. Ele me adotou quando eu tinha apenas 1 ano...

O clima pareceu pesar drasticamente, mas ela forçou um sorriso tenso.

— Eu acho que estou precisando descansar, podemos voltar para o castelo? — ele olhou para ela, notando que a animação dela havia praticamente sumido e acenou.

— Sim, logo a janta será servida — ele repetiu o que já havia dito — Espero que dessa vez possamos ter a sua companhia.

— Acho que eu iria preferir um chá — ela riu — mas acho que eu preciso comer de vez em quando, né?

— Chá? — ele perguntou e ela o olhou admirada enquanto andavam.

— Vocês não sabem o que é chá? — ela abriu um pouco mais os olhos ao vê-lo negar — infusão com ervas?

— Ah, uma infusão, sim — ele finalmente entendeu — mas você está doente?

— Sem dúvidas será um longo tempo aqui... — ela suspirou e falou em sua própria língua para que ele não entendesse, mas depois seguiu falando com ele — não estou doente, mas eu gosto de tomar chás, principalmente se colocarmos mel para adoçar.

— Mas por que você adoçaria uma infusão? — ele voltou a perguntar confuso e dessa vez ela apenas riu.

— Vamos voltar — ela balançou a cabeça — qualquer dia eu faço um pouco para você experimentar.

— Obrigado, eu acho — ele fez uma careta como se o simples ato de tomar uma infusão fosse algo que nunca houvesse se passado pela cabeça dele.

Na volta para o castelo, Adie foi lembrando de quando ela cismou de que queria aprender sobre apicultura. Talvez ela pudesse fazer algo no mesmo estilo na casa do seu pai, assim ela sempre teria um pouco de mel para adoçar seu curto período ali, pelo menos era isso que ela esperava, que fosse um período curto e que não desse tempo nem dela resgatar um mínimo da casa que ela havia conhecido. Lembrou do seu pai dizendo que se ela prestasse atenção nas abelhas, ela seria capaz de ouvir as abelhas cantando em harmonia, assim como todo o ser vivo deveria ser.

— O sol está se pondo — ela falou cortando novamente o silêncio — é um crepúsculo muito bonito.

— Fica mais bonito se for visto das montanhas, você deveria considerar ir até lá para ver algum dia.

— Com certeza farei isso — e novamente ela torceu para que ela não tivesse nem tempo de ter essa oportunidade.

╰═────═⌘═────═╯

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro