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31 ⌘ 𝖆 𝖇𝖆𝖙𝖆𝖑𝖍𝖆 ⌘

PERSONAGENS INSERIDOS NESSE CAPÍTULO:

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⌘Boann: Deusa da fertilidade e dos rios⌘

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"A guerra deve acontecer, enquanto estivermos defendendo nossas vidas contra um destruidor que poderia devorar tudo; mas não amo a espada brilhante por sua agudeza, nem a flecha por sua rapidez, nem o guerreiro por sua glória. Só amo aquilo que eles defendem." – J.R.R. Tolkien

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Quando Adie abriu os olhos, ela estava em um lugar escuro, suas mãos estavam amarradas para trás e seu corpo estava gelado. Sua roupa cheirava a suor, seu cabelo estava pegajoso e seu corpo inteiro doía.

Ela mal conseguia se lembrar do trajeto até aquele lugar, mas sentia seu coto ainda mais dolorido, já que havia feito diversos cortes ali na esperança de que alguém a encontrasse. Conforme eles paravam, e depois que a amarravam, ela usava a própria prótese para se cortar sujar qualquer parte e depois tentava recolocar sua prótese... para a sua sorte, suas mãos eram sempre amarradas para frente, facilitando seu doloroso trabalho.

Adie tentou focar a visão, mas não conseguia, não havia nenhum foco de luz presente ali para ela, mas o lugar cheirava a mofo.

O fato da sua mão estar amarrada para trás, indicava que eles haviam chegado em seu destino e aquilo a apavorou, mas ela não tinha forças para gritar, ela mal tinha forças para levantar a cabeça. Ela tinha febre, sabia que tinha, seu seus olhos ardiam e ela sentia irritações em algumas partes da pele. Um arrepio percorreu seu corpo ao se dar conta do que poderia ser aquilo...

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Quando Conway chegou ao forte, ele o encontrou quase vazio, mas captava sons de soldados vindos da praça central.

Passar pelos muros da cidade humana não era de fato algo difícil de fazer, mas entrar no forte sem dúvidas seria uma tarefa árdua, mas era para dentro daquelas pedras que o cheiro do sangue de Adie o apontava.

Ao olhar para cima, ele viu uma pequena janela, seria difícil chegar ali sem ser notado. Resolveu olhar ao redor, parou algumas vezes ao ver alguns escassos guardas para matá-los de maneira silenciosa. Ele não era adepto a matar, mas ninguém entrava em uma guerra pensando em poupar seus inimigos e ele mataria quem fosse preciso para salvar Adele, ele tinha plena certeza daquilo. O forte era grande e ele começou a ficar ansioso ao notar que nada poderia ajudá-lo a subir, pelo menos foi assim até que ele virou uma das esquinas. Seus olhos brilharam.

Na suave luz do início da manhã, um lago se estendia sereno diante dos seus olhos. A superfície do lago era um espelho líquido, refletindo o céu em tons suaves de azul e rosa pálido. As árvores que o rodeavam projetavam suas sombras na água, criando um jogo de luz e sombra dançante.

Ele agradeceu mentalmente a mãe natureza e por algum motivo pensar em Danu o deixou triste, algo havia acontecido a Danu, e ele sentia isso já fazia algum tempo.

A brisa matinal estava fresca e leve, carregando consigo o aroma de flores e plantas aquáticas que cresciam nas margens. Os primeiros raios de sol começaram a romper o horizonte, pintando o céu de tons dourados e alaranjados, e as aves começaram a despertar com seus cantos melodiosos.

Conway foi envolvido por uma paz estranha, ele sabia que precisava se apressar, mas a paz que ele sentia o fez ficar uns segundos a mais olhando para o lago.

Ele era um dos pilares daquelas terras, aquele que representava a água, e ao sentir aquela paz, também pôde sentir a magia da natureza envolvendo-o.

Foi então que, de repente, ele percebeu uma presença sublime emergindo das águas. Uma figura de beleza e majestade inigualáveis, uma deusa de cabelos longos e vestes fluidas, surgiu do rio. Seu sorriso irradiava serenidade e poder. Seu nome, Boann, ecoou em sua mente como um sussurro. A deusa que dera origem ao seu dom.

Boann exalava uma aura de força e ternura, e seu olhar parecia penetrar profundamente na alma dele, sua conexão com a água pareceu preencher ainda mais o seu ser. A deusa o estava abençoando.

Ao se aproximar de Conway, ele abaixou a cabeça, reverenciando-a. Boann por sua vez estendeu a mão em direção ao lago, e as águas responderam ao seu toque, dançando em movimentos graciosos. Era como se a própria deusa estivesse moldando o curso da água com sua vontade.

— Eu estarei com você, filho de Danu — a voz da deusa saiu melodiosa, hipnotizando o ouvido de Conway — Confie no poder que eu cedi a você.

Antes que Conway pudesse responder, a própria água o levou para a janela, antes inalcançável para ele.

A sala que Conway entrou parecia abandonada, estava escura e úmida. O som de uma goteira pingando chamou a sua atenção, fazendo-o se virar.

O lugar estava desolado, nas paredes havia teias de aranha e o ar estava carregado com o cheiro de mofo.

Os olhos de Conway se adaptaram rapidamente ao local, fazendo-o arfar ao ver uma figura franzina e fraca, presa a correntes exatamente no local onde havia a goteira.

O corpo esquelético do ser fazia com que fosse difícil identificar quem estava ali.

— Elfo da água — Conway o escutou, a voz extremamente baixa e fraca, talvez pela falta de comida — Eu estava esperando a sua chegada.

— Irei te tirar daqui — Conway sussurrou, aquilo era terrível, Conway não conseguia imaginar o que aquele homem poderia ter feito para merecer tal castigo.

Quando Conway se aproximou, pode notar o formato de dois pequenos chifres e dos olhos em fendas felinas do homem. Um feérico.

— Por que te prenderam? — Conway perguntou, ele sabia que precisava se apressar para salvar Adele, mas era impossível ver alguém sofrendo sem o ajudar.

— Sou um Ornitólogo — o feérico respondeu com sua voz quase sumindo por completo — Os pássaros estão doentes, cuide dos pássaros para que as vidas não sejam prejudicadas.

— Nós já sabemos — Conway suspirou — Tentou alertar alguém, por isso está aqui?

O feérico acenou com a cabeça.

— Irei te tirar daqui — Conway repetiu o que já havia dito, mas a mão esquelética do feérico o parou.

— Eu não tenho salvação — ele falou com um fio de voz e depois assobiou uma melodia fraca, mas constante.

Um pequeno pássaro surgiu pela janela, trazendo um pedaço de fruta no bico e se aproximou sem medo do feérico.

— Olá, amiguinho — o feérico acariciou o pequeno pássaro e pegou a fruta — não irei mais precisar disso. Obrigado pela ajuda, meu papel aqui acabou.

O pássaro soltou um piado triste, como se fosse um lamento, fazendo o coração de Conway apertar mais.

— Não fique triste — o feérico consolou seu pequeno amigo — está vendo o jovem elfo aqui ao lado? Ele é o pilar que carrega o elemento da água, é notável a benção de Danu e de Boann nele. Guie-o para o seu destino, pode me fazer esse último favor?

O pássaro soltou mais um lamento triste e se esfregou fazendo uma leve carícia no rosto do feérico ali preso.

— Eu sabia que podia contar com você — o feérico sorriu e suspirou uma última vez.

— Eu irei te tirar daqui — Conway falou baixo, mesmo sabendo que a vida já havia abandonado o corpo do prisioneiro — Irei te levar de volta aos seus.

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Assim que Conway se levantou novamente, ele se dirigiu para uma porta velha, que não estava trancada e aparentemente nem precisava, já que havia dois guardas bem-preparados na porta. Apesar do susto inicial, não foi difícil para Conway apagá-los rapidamente.

Enquanto Conway seguia atentamente o pequeno pássaro, fazendo com que sua flecha encontrasse diversos alvos pelo caminho, ele voltou a sentir o cheiro do sangue de Adie e uma pequena voz rouca cantando de maneira triste e lenta.

There once was a Magical Elf. Who lived in a Rainbow tree... There once was a Magical Elf. Who lived in a Rainbow tree... Era uma vez um Elfo Mágico. Que morava em uma árvore arco-íris... Era uma vez um Elfo Mágico. Que viveu em uma árvore arco-íris...

Conway sorriu de maneira fraca, então era isso que a letra significava? Quando eles estivessem bem, ele com certeza falaria sobre essa letra estranha com ela.

Finalmente, ele chegou a uma sala escura e abafada, onde encontrou Adie. Ela estava amarrada a uma cadeira, com a expressão cansada, semiacordada, parecia extremamente doente. Conway agiu rapidamente, manipulando a água daquele lugar úmido de um jeito forte e certeiro para cortar as cordas que a prendiam.

— Conway — Adie sussurrou seu nome com um grande esforço — você me encontrou.

Conway sentiu seu rosto molhado, não sabia se eram lágrimas ou suor, mas sentiu a temperatura extremamente elevada de Adie. Ela estava ardendo em febre.

— Estou aqui, Adie — ele respondeu em um murmúrio — Seu elfo mágico chegou...

Ele tentou amenizar a situação fazendo uma leve brincadeira e sentiu um sorriso fraco surgindo nos lábios da moça.

— Eu estou doente — ela falou baixo — peguei a doença Ruborocular.

— Irei te tirar daqui, iremos cuidar de você — ele falou com o coração apertado — Você vai ficar bem, Adie.

— Eu preciso te contar uma coisa — ela falou enquanto Conway a pegava no colo fazendo-a gemer baixo pela dor — qualquer doença é mais perigosa para mim. Minha condição me debilita. Me sinto fraca... me perdoa, mas não acho que poderei cumprir minha promessa.

Ele ouviu, mesmo que quase imperceptível, o medo na voz dela.

— Não vou deixar nada acontecer com você, Adie — ele garantiu — eu prometo. Então não se entregue, ta bom? Irei te tirar daqui e irei te salvar. Só confie em mim.

Ela acenou com a cabeça. Seu corpo estava mole nos braços do elfo e a cabeça pesava. O corpo doía por sua condição. Seu coto doía por conta de cortes infeccionados e seus olhos ardiam pela doença Ruborocular.

Conway seguiu pelo mesmo caminho que havia chegado, a água novamente o envolveu para que descesse e durante o caminho inteiro, Adie murmurava a mesma canção, Conway sabia que ela fazia aquilo mais para mostrar para ele que ela seguia ali, e agradeceu internamente esse último esforço dela.

There once was a Magical Elf. Who lived in a Rainbow tree... There once was a Magical Elf. Who lived in a Rainbow tree... Era uma vez um Elfo Mágico. Que morava em uma árvore arco-íris... Era uma vez um Elfo Mágico. Que viveu em uma árvore arco-íris...

No entanto, antes que pudessem escapar de verdade do forte, uma lâmina foi refletida pelo sol, chamando a atenção de Conway. Kieran estava ali, próximo a eles com sua espada em punho. Seus olhos estavam cheios de fúria.

Conway, depositou Adele, fraca e quase inconsciente debaixo da sombra de uma árvore.

— Você não vai a lugar nenhum com ela! — Kieran rosnou, avançando para o confronto — ela arruinou a minha família.

— Vocês destruíram a própria família — Conway rebateu o ataque do homem — não seja teimoso, não há necessidade de terminar em tragédia. Não são suficientes as mortes que esta terra já presenciou por causa das suas ações?

Mas Kieran não o ouvia, apenas o atacava, sem perceber por um segundo sequer da vantagem que Conway tinha por estar perto do lago.

A luta que se seguiu foi intensa e feroz. Conway empregou sua magia da água para criar escudos e lâminas afiadas feitas de água, enquanto Kieran usava sua destreza com a espada para atacar com golpes rápidos e precisos. Os dois se moviam com agilidade, cada um tentando superar o outro em uma dança mortal. Para Kieran, que estava cego pela raiva, aquilo parecia estar equilibrado. Para Conway, ele ainda torcia internamente para que Kieran apenas parasse e percebesse a falta de vontade do elfo em lutar.

Aquela luta era injusta. Adie se encolheu no solo fazendo Conway entender que o tempo havia acabado. No final, a natureza sempre será mais forte que os seres que nela vivem e usando-a a seu favor, Conway criou uma lâmina de água afiada o suficiente para desarmar e matar o seu adversário.

A batalha tinha terminado, mas as consequências dessa luta mudariam o curso da jornada deles. Kieran estava morto, morreu sem o arrependimento que Conway tanto desejava para ele. Uma grande luta se desenvolvia na praça Central, Conway podia ouvir os sons terríveis da batalha e o ruído que a morte fazia ao levar cada alma.

Com os passos cansados ele se deixou levar para onde Adie estava. Sua respiração estava extremamente fraca, ela estava morrendo.

— Não se entrega, Adie, por favor — Conway pediu enquanto a tirava dali — Por favor, não me deixe. Prometemos ficar juntos, então não desista...

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Enquanto Conway resgatava Adele, a praça central do forte do Lorde Gawain estava mergulhada na tensão enquanto os dois grupos se encaravam. De um lado, estava a coalizão de elfos e feéricos, cada um com suas habilidades únicas e determinados a acabar com a ameaça que o Lorde Gawain representava.

Do outro lado, posicionado em formação de batalha, estava o exército humano leal ao Lorde Gawain. Eles empunhavam espadas brilhantes, com armaduras reluzentes e rostos determinados, prontos para proteger seu líder e seu domínio a qualquer custo.

A praça silenciou por um momento, como se o mundo inteiro estivesse esperando o primeiro movimento. O vento soprou suavemente, agitando as bandeiras e estandartes que flutuavam acima das cabeças dos soldados humanos, uma mostra do seu orgulho e algo completamente irracional para os seres do outro lado.

— Yakumo — Declan o chamou baixo, mesmo sabendo que Neil e Conn ouviriam — Somos amigos, não quero o mal para você. Fique de fora dessa briga, proteja a sua filha. Sabe que não pode ir contra os seres humanos.

— Declan, como você mesmo disse, somos amigos. Não posso deixar que morra tentando resgatar a minha filha. Devo fazer algo.

— Então faça — Declan sorriu — Fique de fora, para que possa ficar com ela quando tudo isso acabar.

Yakumo estreitou os olhos, mas acabou suspirando.

— Como quiser — ele se deu por vencido.

— Eu irei ajudar — Danu falou para o espanto dos dois — foi a minha escolha que a trouxe.

— Sabe quais os riscos isso acarretaria para você, não sabe? — Yakumo perguntou, mas havia um imenso rancor em sua voz.

— Sim — ela falou tranquilamente — no desespero de salvar os meus filhos, negligenciei os sentimentos de um ser humano, que também tem um pai. Negligenciei sua história e fui ingrata com aquele que nos socorreu muito mais do que uma única vez. Devo pagar pelo meu pecado.

Yakumo apenas acenou, ele não iria estender aquela conversa, mas estava grato. Ele não precisava expressar isso em voz alta para que ela soubesse.

— Danu — depois de um minuto de silêncio Yakumo resolveu falar — Apenas aguarde, muito em breve Deimos voltará para casa.

Danu acenou com a cabeça e após gritos de encorajamento vindo das tropas humanas e um silêncio denso vindo da parte dos elfos e feéricos, que mantinham suas flechas apontadas para as tropas inimigas, a batalha enfim começou.

Os elfos, ágeis e graciosos, atacaram com flechas precisas que cortavam o ar em direção ao exército humano. Os feéricos, mestres dos elementos, invocaram ventos, chamas e raízes que se erguiam do chão para desequilibrar os soldados.

Danu, entoou palavras desconhecidas para todos e a terra respondeu ao seu chamado, fazendo com que a própria praça tremesse. Plantas se ergueram e envolveram os soldados, criando uma barreira natural.

Era uma luta injusta, mesmo assim os humanos lutavam com coragem, avançando com suas espadas. O Lorde Gawain liderava seu exército, empunhando sua própria espada também atacando todos aqueles que se interpunham em seu caminho. Seu objetivo era apenas um: Declan, o elfo que sempre estava acima de qualquer outro ser daquele lugar.

Era impossível, os humanos sabiam, nada se comparava com a agilidade e união dos seus inimigos.

Em meio a batalha, Declan viu Lorde Gawain se aproximando. Os olhos do elfo se estreitaram e seu sorriso saiu carregado de tristeza. Talvez uma batalha entre os dois fosse realmente inevitável, mas antes que o lorde realmente chegasse perto, uma flecha certeira atravessou o peito do homem, e em seguida uma outra cravou na sua cabeça, tirando toda a honra que o lorde teria em uma luta.

Conway, que havia deixado Adie no chão novamente, acabou rapidamente com mais uma vida e o rancor nos olhos dele fez Declan estremecer.

— Ele não merece uma luta honrada — Conway murmurou, e apesar de improvável, Declan pareceu entender.

Finalmente, após um confronto intenso e selvagem, o exército humano iniciou sua retirada. Com a morte do Lorde Gawain, seus guerreiros não viram outra alternativa senão baixar suas espadas como um gesto de submissão.

Apesar da vitória, ninguém queria comemorar. Os olhos de todos os seres se voltaram para onde Conway havia sentado. Ele chorava, e ao lado dele, Adie parecia enfim descansar.

— Não... não... não.... Adie! — Aisha, que viu a luta de canto com o seu pai enfim correu, parecendo desesperada.

Quando ela chegou, o rosto de sua irmã não tinha cor, seus olhos pareciam fundos e ela tinha perdido tanto peso que mal parecia a mesma pessoa. Ela não respirava.

— Não, Adie! — Aisha praticamente se jogou em cima da sua irmã — Não desiste! Que inferno, nada de desistir! Eu não te permito desistir!

— Ela está morta — Conway falou baixo — Eu não pude salvá-la.

— Ela não está morta! — Aisha gritou de novo — Droga, me ajuda.

Conway não contestou, apenas obedeceu no automático. Aisha mostrou como ele tinha que manter a massagem cardíaca enquanto Yakumo abria uma fenda.

Aisha correu e voltou, com um monte de humanos vestidos de brancos, parecendo assustados enquanto carregavam uma espécie de cama com rodas e uma máquina estranha.

— Eu estou ficando louco — um homem tremeu visivelmente.

— Nada de ficar assim agora, depois você surta — Aisha gritou — Pai, ajuda!

— Salvem a minha filha — foram as únicas palavras proferidas por ele, e como se estivessem enfeitiçados, a equipe médica passou a trabalhar.

Isso foi como se fosse uma alavanca, tiraram Conway com cuidado de cima de Adie, Conn e Neil foram amparar o irmão que tremia, mas seguiram vendo, hipnotizados a cena que se desenrolava na frente de cada um. Algo novo, fora da realidade, mas aquela equipe de humanos agia com precisão, em uma sincronia perfeita colocando-a na maca.

Aisha não pensou antes de correr atrás da sua irmã.

— Conway — Yakumo o chamou antes de passar por ele — venha conhecer o mundo dela. Te trarei de volta depois.

Conway primeiro olhou para Declan, que acenou e sem emitir uma única palavra, se deixou ser guiado pelo professor.

Do outro lado da fenda, Conway viu um corredor branco e um vidro, Yakumo parou na frente do vidro fazendo Conway olhar para dentro também.

Era uma sala de emergência movimentada e repleta de equipamentos, o monitor cardíaco de Adie emitia um som frenético.

— Ela vai ficar bem? — Conway perguntou com a voz falha, não querendo demonstrar toda a esperança que ele colocava em tantos humanos.

— Eu não sei — Yakumo admitiu — sinto um laço muito forte entre vocês, nunca havia visto uma compatibilidade tão forte.

— Eu a amo — Conway admitiu — faria qualquer coisa para que ela ficasse bem.

— Inclusive a deixaria aqui se essa fosse a melhor decisão? Abriria mão dela, Conway?

— Se essa for a solução para que ela viva bem, sim — a dor de falar essas palavras pareceu quebrar Conway no meio, mas ele não havia mentido.

Do lado de dentro da sala, ele pôde ouvir um médico gritando: "Desfibrilador, agora!" Enquanto uma enfermeira posicionava os eletrodos no peito já todo exposto de Adie. Todos se afastaram quando a energia foi liberada, fazendo o corpo dela se contrair.

Conway não esperava sentir uma dor tão grande, mas assim que o corpo dela se contraiu, ele dobrou o corpo sem ar.

Em seguida, um médico começou a realizar compressões torácicas vigorosas, enquanto outro inseria um tubo de intubação para garantir a ventilação adequada. Uma enfermeira administrava medicamentos intravenosos, enquanto uma terceira verificava o monitor, buscando qualquer sinal de recuperação.

— É doloroso, não é? — Yakumo falou com a voz triste ao ver que Aisha estava entre a equipe de dentro do hospital. Uma menina de apenas 19 anos, prodígio e que não deveria estar ali por ter envolvimentos com a paciente em questão, mas era teimosa o suficiente para nunca abandonar a irmã — essa dor que você sente pode ser pior do que qualquer dor física. Mesmo assim, ela tecnicamente não é real.

— Mas dói como se fosse — Conway seguiu abaixado, olhando para baixo, sentindo os olhos molhados ainda.

— Vou te contar a história dela, Conway...

Enquanto Yakumo contava sobre o resgate milagroso de Adie quando ela ainda era uma criança, o tempo passava lentamente. A equipe médica persistia em seus esforços incessantes e, após longos minutos que pareciam intermináveis, o monitor indicou a retomada do batimento cardíaco. Adie então começou a respirar com dificuldade e a tossir, voltando aos poucos à consciência.

Os olhos de Adie passaram por todos os cantos, ela não entendia nada, mas buscava incansavelmente um par de olhos azuis e quando ela olhou para o lado, momentaneamente, antes de um dos médicos se colocar novamente na frente dela, ela o viu e sorriu de maneira fraca, mas perceptível para Conway.

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Yakumo olhou para o alívio do elfo e sentiu o peito apertar, sua filha estava salva, ele estava feliz, mas preocupado.

— Venha — Yakumo o chamou — Venha conhecer a realidade dela.

Pacientemente Yakumo mostrou a loucura da cidade, mostrou o trabalho de Adie e das diversas fotos dela e de sua irmã nos jornais. Adie e Aisha salvando alguém, Adie Aisha ajudando em catástrofes, Adie e Aisha estudando em laboratórios... as irmãs imparáveis. As irmãs gêmeas inseparáveis... e uma foto que chamou atenção de Conway, apesar de ser uma foto combinada, não deixava de ser impressionante aos olhos dele: muitos seres humanos, de braços dados, fazendo uma muralha humana na frente de uma floresta e do outro lado, máquinas que derrubariam aquelas árvores e homens armados, pronto para atirarem em quem estava no caminho e naquele meio, Adie também estava.

— Ela me esqueceria? — Conway perguntou ao notar que não podia fazer aquilo com Adie, ele não poderia separá-las. Adie era, de um jeito diferente, mas não menos importante, um pilar para aquele mundo assim como ele era para o seu.

— Eu duvido muito — Yakumo foi sincero — Irá desistir dela?

— Eu jamais desistiria dela — Conway falou ainda olhando para a foto dela e de sua irmã, sorrindo em um laboratório — mas seria muito cruel tirá-la do seu lar. Ela está em casa agora... ela sabe que você pode levá-la se ela quiser, não sabe?

— Sim, ela sabe, mas não irá me pedir. Você sabe o motivo?

— Ela não aceitaria uma solução pela metade — Conway respondeu baixo.

— Exatamente, isso pode demorar muito mais do que você imagina, ou pode nunca acontecer. Mesmo assim irá esperar por ela?

— Sim, mesmo sabendo que ela pode nunca mais voltar para mim, irei esperar por ela.

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