30 ⌘ 𝕯𝖊𝖚𝖘𝖆 𝖃 𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓𝖎𝖔 ⌘
PERSONAGENS INSERIDOS NESSE CAPÍTULO:
╭═────═⌘═────═╮
⌘Danu/Dana/Anu/Ana: Deusa mãe, deusa da natureza⌘
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
⌘Professor Yakumo: Youkee⌘
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
"Um traidor pode trair a si mesmo e fazer o bem que não pretende." – J.R.R. Tolkien
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
— Conway? Ouviu isso? — um dos elfos que o acompanhavam chamou sua atenção, mas o único que Conway fez, foi correr em direção a um som que o deixou com o coração completamente descontrolado.
— Adie... — foi o único que ele sussurrou antes de desaparecer no meio das árvores.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
— Alguém ajude — Maeline chegou carregando milhares de objetos junto ao vento que sua velocidade proporcionava.
— Maeline? — Neil chegou rapidamente onde ela estava sendo seguido por Conn.
— Nos encurralaram — ela falou sem perder tempo — Kieran nos encurralou, estão atrás de Adie, Archie ficou, mas são muitos inimigos...
— Avise todos que você conseguir — Conn falou apressado — nós iremos na frente... vamos seguir o som.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
Quando Conway chegou, Archie já havia derrubado 5 dos homens que lutavam contra ele, ainda havia mais três homens de pé.
Três flechas voaram de onde Conway estava acertando a perna de cada um, uma seguida da outra. Quando ele pousou no chão, seus olhos brilhavam de maneira assassina.
— Onde está Adele? — a voz de Conway saiu grossa e imponente.
— Eu não pude salvá-la — Archie falou caindo de joelhos no chão — Droga! Eu não consegui salvá-la!
— Maldito — um dos homens, ainda com a flecha cravada na perna, tentou acertar Conway com a espada, mas a fúria do elfo era tão grande que em segundos, outra flecha já havia cravado em sua cabeça.
— Para qual direção foram? — Conway perguntou olhando para Archie.
Ele não culpava o amigo, sem dúvidas Archie havia feito o possível para proteger Adie, mesmo assim, a raiva na sua voz fez Archie encolher um pouco.
— Seguiram a trilha, foram rumo ao forte do Lorde Gawain.
Conway acenou com a cabeça e sem expressar qualquer sentimento, ele chutou um por um dos homens posicionando-os de braços abertos no chão e cravou suas flechas nas mãos e pernas de cada um, prendendo-os no solo para que não escapassem e sumiu na mesma direção que Archie indicou.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
— Archie! — Neil gritou ao ver o feérico se levantando — Droga, o que aconteceu?
— Isso foi obra do Conway — Conn olhou para as flechas prendendo os homens — Para onde ele foi.
— Em direção ao forte do lorde Gawain — Archie respondeu baixo — levaram a Adie.
— Eu irei atrás dele — Conn falou controlando o que sentia — Neil, busque mais homens para levar os prisioneiros. Archie, assim que levarem eles, vá ao encontro de Declan e avise o que aconteceu, leve Maeline com você, não sabemos se Declan está na capital ou nos campos de batalha, cada um irá para um lado. Só garantam que a mensagem irá chegar o mais rápido possível.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
As horas seguintes foram tensas.
Conway avançava rapidamente pela trilha que levava ao forte do Lorde Gawain, seus sentidos aguçados como os de um verdadeiro elfo rastreador não perdia o mínimo detalhe a sua volta, ele resgataria Adie, não pararia antes de conseguir fazê-lo. Cada passo o aproximava do confronto iminente e da esperança de resgatá-la.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
Enquanto isso, Archie partiu em direção aos campos de batalha e Maeline rumou para a capital dos elfos.
O vento soprava com força, impelindo Maeline em direção ao seu destino com rapidez, acelerando sua viagem. No entanto, uma visão inusitada interrompeu seu percurso...
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
No campo de batalha, Declan liderava suas tropas com coragem e estratégia. Ele estava determinado a vencer o reino humano e proteger o seu povo, e foi nessa situação que Archie o encontrou.
— Declan, há problemas — Archie começou a falar...
Declan escutou o relato com atenção, sua expressão se tornava mais sombria a cada palavra. Ele sabia que não podia abandonar suas responsabilidades no campo de batalha, mas também não podia ignorar o perigo iminente que Adie enfrentava.
— Archie, eu confio em você para levar minha tropa até a entrada do forte, irei até o acampamento, tenho um pressentimento horrível quanto a isso, espere o meu sinal para fazer qualquer coisa.
E em pouco tempo Declan estava indo rapidamente rumo ao acampamento.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
Já era noite quando Conn voltou para o acampamento se sentindo frustrado. Ele não encontrou sinal de Conway e nem de Adie, mas achou uma velha cabana que possivelmente tinha servido de esconderijo para Kieran ao longo do dia.
Os prisioneiros estavam de joelhos no meio do acampamento, e mesmo feridos, seguiam com a pose orgulhosa de um guerreiro, aquilo apenas irritou a Conn.
— Não o encontrou, não é? — Neil suspirou ao ver Conn voltar sozinho.
Conway era extremamente rápido e Neil entendia a frustração de Conn.
— E as equipes? — Conn perguntou ao ver o acampamento quase vazio já.
— Ainda não voltaram — Neil falou.
— Conseguiu fazê-los falar alguma coisa? — Conn perguntou ao notar que Neil era praticamente o único capaz de lutar que havia ficado para trás.
— Ainda não — Neil suspirou, mas algo chamou sua atenção. Ele apertou os olhos tentando ver algo além de Conn — Aquela é a Adie? Aquela com a Maeline?
Quando Conn se virou, ele segurou a respiração. Parecia a Adele, mas havia uma coisa diferente, a moça que seguia ao lado de Maeline, possuía as duas pernas inteiras e a mostra. E em seus olhos, havia um brilho assassino que fez até mesmo Conn recuar dois passos.
— Aquela não é a Adele — ele falou com a voz baixa — e aquele ao lado, é o professor Yakumo.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
Quando Declan chegou pelo lado oposto, ele parou o cavalo próximo a Conn e Neil, já tendo avistado seu amigo ao longe.
— Declan — o professor tinha a voz hostil, a ameaça retumbou no ouvido de todos fazendo-os arrepiar — deixe-me perguntar diretamente: aonde está a minha filha?
A presença do professor era esmagadora. Assim como Neil e Conn tinham ouvido diversas vezes antes, ele tinha a presença de um verdadeiro demônio.
— Nós não sabemos ainda — Declan não enrolou com a resposta.
— E quem vai saber me responder isso? — o professor Yakumo não se dignou a olhar para mais ninguém.
— Aqueles homens estavam com quem a levou — Conn respondeu no lugar de Declan e assim que o professor olhou para Conn, ele sentiu um frio percorrer toda a sua espinha.
A presença imponente do professor Yakumo e sua aura sinistra eram inegáveis. O olhar gélido que ele lançou em direção a Conn e Declan fez com que o ambiente ficasse carregado de tensão. O professor estava determinado a encontrar sua filha, Adie, a qualquer custo, e ele não mediria esforços para isso.
— São humanos, Yakumo. Existe um tratado, não se esqueça. Demônios não podem ferir humanos — Declan falou se aproximando um pouco mais — você sabe que não pode fazer nada aqui, você não pode usar o seu dom neles. Iremos resolver isso...
— Eu não posso fazer nada contra essa escória — Yakumo falou calmamente — mas felizmente tem alguém aqui que pode — ele olhou para a filha ao lado — Aisha... faça-os falar... te dou 5 minutos, se nenhum falar, irei esquecer essas malditas regras.
— Uma abençoada por deusas e a outra por demônios... — Declan falou ao dar espaço para que Aisha passasse — suas filhas são bem peculiares, Yakumo.
— Eu não te culpo, Declan — Yakumo falou ignorando o comentário do amigo — mas não posso dizer o mesmo de você, Danu — os olhos do professor seguiram para além das árvores — por que não aparece ao invés de ficar espreitando? — Danu não apareceu — Eu mandei aparecer maldita!
Assim que suas palavras saíram, Danu foi arrancada de sua ocultação por um comando imperioso de Yakumo. Ela apareceu diante deles, vestida com folhas e flores que se transformavam em roupas conforme ela se materializava. Seus olhos brilhavam com a sabedoria própria da deusa, mas também com um toque de resignação diante da autoridade do professor.
— Não use o seu dom comigo, demônio — ela falou forçando o dente pela dor terrível que aquele comando a causou.
— Então não fique espreitando igual um verme, deusa — Yakumo a olhou de cima.
— Yakumo, você sempre soube que eu não interferiria diretamente nas questões dos mortais, a menos que fosse absolutamente necessário — Danu disse com sua voz carregada de calma e poder natural — Eu estou aqui para preservar o equilíbrio da natureza e não posso tomar partido em conflitos humanos.
— Mas você não se opôs a arrancar uma mortal do seu próprio mundo e lançá-la aqui como uma marionete, certo? — Yakumo a encarou, e a deusa recuou dois passos — Qual é, deusa? Pensou que eu não descobriria seu envolvimento nisso tudo? Imagine minha surpresa ao voltar para casa e encontrar minha filha desaparecida, minha frustração ao ter que recorrer à Rainha Carmesim e ao Rei Milenar para buscar pistas do ocorrido, e minha fúria ao notar vestígios da sua magia lá... consegue imaginar minha ira?
— A Rainha Carmesim virá? — o medo na voz da deusa foi perceptível, para todos ali.
— Felizmente para você, Declan é meu amigo, e foi apenas por isso que a Rainha Carmesim atendeu ao meu pedido de não intervir. Agora, responda-me, por que você fez isso?
— Meus filhos estavam sofrendo — ela tentou se defender.
— E agora é a minha filha que está presa — Yakumo se aproximou de maneira autoritária.
— Não se aproxime, Youkee — ela falou enlaçando as mãos do professor com algumas raízes — Sabe que não podemos lutar aqui. Uma destruição em massa não é a saída para isso.
— Não sei quem é você, se é deusa, demônio ou só uma idiota qualquer — Aisha falou olhando diretamente para a deusa — solte o meu pai agora, e pai... temos que encontrar Adele, deixe suas brigas para depois...
— Deixará sua filha torturar seres humanos para isso? — a deusa perguntou indignada — vejo a falta de semelhança entre as duas, extremamente parecidas por fora, mas inegavelmente diferentes por dentro.
— Cala a boca — Aisha revirou os olhos — acha que conhece a Adie ou a mim?
— Não tem medo de enfrentar uma deusa, humana? — Danu perguntou olhando-a.
— Não tenho — Aisha respondeu — o que você vai fazer? Me atacar? Para o seu azar, eu conheço os mistérios de Himura... quer me parar, essa é a sua chance.
Após falar isso, o olhar de Aisha recaiu sobre os prisioneiros caídos no chão.
— Sabe qual é a parte boa de entender de medicina? — ela perguntou aos homens caídos — além de salvar vidas, eu também sei como fazê-los sofrer sem matá-los. Então eu aconselho que falem antes que seja tarde demais...
Danu ficou parada, ela sabia que não podia interferir, assim como Yakumo sabia disso também.
Conn e Neil pareciam prender a respiração. No fim, eles não esperavam que o famoso professor Yakumo fosse na verdade um demônio e não esperavam ver uma humana, tão parecida a Adie, ser também tão fria a ponto de não temer os deuses.
— Sabem o que é isso? — Aisha tirou uma seringa de sua bolsa — isso é uma seringa, essa agulha irá entrar no braço de vocês injetando algo que chamamos de adrenalina, irei usar isso apenas para evitar que vocês desmaiem ou durmam, combinado?
Após ela inserir o medicamento, bastou dois minutos com uma arma de choque e um saco plástico para que abrissem a boca.
— No forte do lorde Gawain tem uma praça central — um homem falou já caído — irão levá-la até lá para um pronunciamento público.
— Se estiver mentindo, eu volto aqui para te capar e te fazer engolir, entendeu? — Aisha falou com o rosto próximo.
— É tudo o que sabemos, eu juro — ele falou ainda tremendo e ela se levantou.
— Conseguiu a sua resposta, Yakumo — Declan se virou para o amigo — Não posso dizer que sou a favor do seu método, mas tenho uma dívida consideravelmente alta com você. O que pretende fazer agora?
— Cadê o outro elfo? — Yakumo perguntou olhando para Neil e Conn — são quatro irmãos, um está nos meus aposentos de Himura, e o outro?
— Deimos está com você? — Neil perguntou arregalando os olhos — Deimos está vivo, então?
— Deimos está vivo e está bem — Yakumo respondeu — agora responda a minha pergunta, aonde está o outro?
— Conway está atrás de Adele — Neil respondeu ainda tentando se recuperar do choque de saber que Deimos estava bem.
— E por que só ele está atrás dela? — Aisha perguntou.
— Porque... — Declan começou, mas engoliu em seco ao ver o olhar inquisidor do seu amigo — olha Yakumo, não tínhamos como saber que isso aconteceria...
— Espero que isso não seja obra sua, Danu — Yakumo rosnou em direção a deusa.
— É o destino deles — ela respondeu — ninguém prevê essas coisas, nem mesmo eu.
— E como ela está em relação a isso? — Yakumo perguntou tentando ocultar o nó que se formou no seu estômago.
— Eu prefiro que ela te fale sobre isso — Declan encerrou o assunto.
— Ele irá encontrá-la — Yakumo afirmou — se essa é a situação, deixaremos Adele nas mãos de Conway e nós iremos para a praça, vamos causar uma distração e acabar com essa guerra sem sentido antes que eu mude de ideia e faça o que eu realmente quero.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
Conway tinha passado por uma casa abandonada, sentiu o cheiro do sangue dela ali. Kieran sabia que Conway poderia segui-los se ela sangrasse e duvidava que o humano fosse burro a esse ponto. Eles tinham escolhido um caminho diferente e difícil apenas para despistá-lo, então Kieran não correria o risco de deixar que Adele sangrasse ali, logo, aquele cheiro quase insignificante, só poderia dizer que Adie estava fazendo isso de propósito.
— Isso aí, Adie — Conway falou ao se colocar de novo em movimento — não desista.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
— Vamos para a praça Central — Declan decretou — minhas tropas estão próximas.
— Eu irei me retirar — Danu falou se afastando, sem tirar os olhos do Professor, mas Yakumo sorriu de maneira sinistra para ela.
— Não irá a lugar algum, deusa — Aisha falou ao lado de seu pai — não agora que eu estou tão perto de salvar o Deimos... sabe, minha irmã é muito valiosa para mim.
— Pode realmente salvá-lo? — Maeline, que até então estava encolhida pelo medo, se aproximou com uma esperança vívida nos olhos, assim como todos os outros irmãos pareceram ter no mesmo momento.
— Não só posso, como vou — Aisha falou firme — mas não poderia fazer nada sabendo que falhei com a minha irmã. Portanto, deusa, você virá junto. A colocou nessa encrenca, ela nem acreditava nessas coisas e você a trouxe sem deixá-la optar. Não imagino o tamanho do sofrimento dela ao ficar sem os tratamentos nesse tempo que esteve aqui. A sequestrou e a deixou a própria sorte.
— Eu não sabia que ela estava doente — Danu falou com a voz quebrada — Não teria feito tal coisa se eu soubesse.
— Não deveria ter feito mesmo se soubesse — Aisha rosnou — minha irmã tem vontades próprias e só para que saiba, ela teria aceitado vir se você tivesse contado a situação para ela. Não existe coração melhor que o de Adie e agora irá ajudá-la, irá ajudar a trazer a minha irmã de volta.
— E se eu me recusar? — a deusa perguntou — se eu me recusar irá descontar isso em Deimos?
— Óbvio que não, não pense que eu sou tão mesquinha a esse ponto — Aisha revirou os olhos — mas há um meio de você ajudar mesmo que não queira.
— Yakumo, você não se atreveria... — Danu encolheu o corpo.
— Sim — Yakumo a cortou — pela minha filha eu me atreveria a qualquer coisa.
— Danu — Declan abaixou a cabeça em uma reverência — fez tudo porque queria nos salvar e eu serei eternamente grato. Agora eu te peço, ajude-nos a salvar aquela que nos ajudou sem medir esforços.
Danu olhou para os olhos ansiosos de seus filhos. Ela não podia interferir diretamente em guerras assim, mas o olhar suplicante deles e a cabeça baixa de cada um a convenceu muito mais do que as ameaças de Yakumo, apesar de internamente ela ter entrado em conflito por um medo latente de uma briga contra o demônio a sua frente.
Aisha conseguiu as informações de que precisava, embora não da maneira que agradasse a maioria. Agora, o grupo estava preparado para se dirigir à praça central, e o futuro de Adie estava atrelado a isso.
╰═────═⌘═────═╯
╭═────═⌘═────═╮
Conway sabia que Adie não estava fazendo isso por acaso. Ela estava deixando um rastro sutil para que ele a encontrasse. Era um gesto de coragem e determinação que o fazia admirá-la ainda mais. Ele não podia e não queria perdê-la.
Apesar do caminho difícil, ele não desistiu e não parou para descansar. Qualquer segundo perdido a mais poderia ser uma chance a menos. Ele se lembrava da determinação dela ao salvar o elfo ferido e a cada lembrança, ele murmurava seu nome, como se fosse uma prece silenciosa.
╰═────═⌘═────═╯
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro