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13 ⌘ 𝖕𝖔𝖗 𝖖𝖚𝖊 𝖒𝖊 𝖔𝖉𝖊𝖎𝖆 𝖙𝖆𝖓𝖙𝖔? ⌘

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"O que você teme, senhora?", ele perguntou. "A gaiola", disse. "Ficar atrás das grades, até que o hábito e a velhice me façam aceitá-las, e todas as chances de fazer grandes feitos estejam além da lembrança e do desejo. (Eowyn) – J.R.R. Tolkien

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No meio da madrugada, ela acordou sentindo um cheiro estranho e se assustou quando percebeu que a biblioteca estava cheia de fumaça. Havia um aglomerado de seres em um dos corredores e ela conseguia ouvir a voz de Maeline gritando.

— Fiquem longe da área dos laboratórios — ela gritou uma e outra vez — por favor, mantenham distância para a sua segurança.

— Maeline, o que está fazendo aqui? — Archie perguntou com preocupação em seus olhos — Você deveria estar descansando!

— Eu senti o cheiro de fumaça, Archie — ela se explicou sem deixar de dar suas ordens para os demais curiosos — Não pude deixar de vir aqui e ver o que estava acontecendo.

— Não há motivo para preocupação — Archie disse carinhosamente — já informei Conway e ele está buscando ajuda.

— Você sabe o que causou tudo isso? — ela perguntou.

— Não tenho certeza — Archie olhou primeiro para Maeline e depois para Adie que havia chegado há pouco tempo — destruíram as medicações.

Aquelas palavras ecoaram no ar, e todos compreenderam o seu significado. Sabotagem.

— Imaginei que poderia ter sido algo assim... — Maeline falou baixo, não querendo admitir o óbvio em voz alta — De qualquer jeito é melhor manter distância, como tinha muitos materiais lá, não sei se é seguro entrar.

— Vamos ficar longe até a ajuda chegar e verificar como está o local — Archie passou as mãos pelas costas de Maeline e a distanciou um pouco da fumaça também.

— Não — ela se desfez do abraço — Faltam apenas algumas horas para amanhecer Archie, logo as pessoas vão chegar para trabalhar e não poderão utilizar este laboratório. Isso significa mais atrasos.

— Você não deveria se preocupar com isso agora. O mais importante é garantir a segurança de todos aqui — Archie retrucou bufando — E você lembra o que Declan disse na reunião? Essa foi a resposta do Lorde Dawain... Não faz mais sentido manter essas horas excessivas de trabalho e ficarmos todos exaustos.

— Acha que Declan vai enfim...

— Acredito que não temos mais outra saída. A partir de agora, será cada reino por si... — Archie suspirou.

Adele escutou a discussão dos dois com o coração apertado. Apesar de ela ter xingado e ficado de mau humor, era certo que Declan não havia ficado parado.

— Você espera que eu volte a dormir sabendo o que está acontecendo aqui? — Maeline perguntou enfim emburrando.

— Eu entendo a responsabilidade que temos — Archie tentou falar calmamente — mas é horrível ver vocês se sobrecarregando com trabalho e tentando resolver tudo sozinhos... caramba, você e o Conway são idênticos nessa parte. Vocês não vão aguentar por muito mais tempo se as coisas não mudarem.

— Archie tem razão — Adele enfim falou — vamos nos concentrar em resolver apenas o mais urgente agora e depois você deve voltar a descansar.

— Vamos cuidar dessa fumaça primeiro — Maeline respondeu com um sorriso fraco.

Adele não esperou, ela correu abrindo janelas e portas para dissipar rapidamente a fumaça. Depois, eles moveram as mesas da parte dos fundos para locais mais arejados, mantendo-as longe dos laboratórios para que, quem chegasse para trabalhar, pudesse fazer isso sem problemas. Já estava amanhecendo quando eles terminaram. A equipe que foi verificar o laboratório já tinham terminado e Maeline e Archie foram conversar com eles.

Assim que os dois voltaram, encontraram Adele parada no mesmo lugar.

— O que eles falaram? — Adele perguntou ao vê-los se aproximar.

— Não há dúvidas que foi proposital — Maeline falou aparentemente mais calma — mas felizmente não tinha nada tóxico lá que pudesse prejudicar a saúde de alguém. Depois que organizarmos as coisas, o laboratório já estará livre para uso novamente. Mesmo assim, os estragos foram grandes. Perdemos muitos materiais e instrumentos, assim como os suprimentos que iríamos mandar para o Centro de Infectados.

— Isso é muito ruim — Archie suspirou — acho que no fim, não mudou em nada tentar resolver pacificamente.

— Não — Adie sorriu tentando acalmar os ânimos do amigo — acho que Declan estava certo por tentar resolver pacificamente. Por mais irritada ou frustrada que eu tenha ficado, eu entendo o posicionamento dele.

— Eu vou organizar uma lista com o que precisamos para deixar o laboratório funcional de novo — Maeline falou parecendo ainda cansada — E terei que falar com Conway sobre os estragos.

— Pode deixar que eu falo com ele — Archie se prontificou — veja o que podemos fazer com o que sobrou.

Adele e Maeline entram no laboratório cansadas e imediatamente começam a limpar tudo. Adele por um momento admirou Maeline, que sem dúvidas tinha muitas tarefas e responsabilidades, mas nunca hesitava e nem reclamava em ajudar com outras coisas.

Enquanto elas limpavam de maneira silenciosa, Adele sentiu Conway chegando. Ela nem precisava olhar em sua direção para saber que era ele. Por um momento, ela sentiu seu estômago se retorcer nervosamente. Eles tinham brigado ainda naquela noite e ela não sabia nem mesmo como se portar perto dele.

Ele olhou o laboratório e suspirou cansado.

— O que iremos fazer agora, mestre? — Maeline pergunto tristemente.

— Acredito que você já saiba a resposta, mas perder os medicamentos que fizemos para o Centro de Infectados é o que mais me preocupa. Vou avisá-los que esse carregamento vai atrasar e que precisaremos de mais tempo para fazer tudo de novo.

Conway falou de forma calma e controlada, mas dava para perceber o quanto estava frustrado com tudo aquilo. Adele suspirou, ela não conseguia nem mesmo manter a raiva que sentia dele intacta.

— Eu vou verificar as escalas e ver se consigo encontrar alguém para começar a trabalhar nos suprimentos novamente.

— Não precisa, pode deixar que eu cuido disso — ele respondeu para ela fazendo Adele parar momentaneamente. Ele iria cuidar de todos os medicamentos sozinho? — Deixe os pesquisadores continuarem seus trabalhos, eles não podem parar.

— Mas mestre, você já tem responsabilidades demais — Maeline abriu mais os olhos.

— Eu vou dar um jeito nisso — ele seguiu — Não são coisas complicadas de produzir, acho que posso fazer tudo com o que ainda temos aqui. Só me avise quando tudo tiver organizado e o laboratório puder ser utilizado novamente.

Ele saiu sem dar a chance de Maeline dizer mais nada e nem sequer olhou para Adele no tempo que passou ali. Se ele se mantinha distante antes, agora Adele tinha certeza de que ele realmente a queria longe. Talvez não gostasse dela, o que seria normal, afinal, todos eles tinham motivos de sobra para odiarem os seres humanos.

Ela suspirou ao se reconhecer nele. Ele queria fazer todo o trabalho sozinho, assim como ela foi durante a sua vida inteira. Não aceitava ajuda, assim como ela havia recusado ajuda de sua irmã diversas vezes e não descansava nunca, assim como ela vivia levando seu próprio corpo ao limite.

— Ah, Ash — ela sentiu um nó na garganta — como eu sinto a sua falta.

Ela entendia o Conway, isso era um tipo de egoísmo típico de algumas pessoas, mas agora que ela estava de fora, vendo claramente o próprio defeito sendo espelhado através dele, ela se fazia a mesma pergunta: afinal, qual era o problema em dividir o trabalho com os outros? Eles realmente eram tão arrogantes e orgulhosos a um ponto de não confiar na competência dos outros para fazer as tarefas?

— Espero que o mestre consiga fazer esses medicamentos a tempo — Maeline falou olhando para a porta já vazia — eles são bastante importantes para o Centro. Não é o tipo de coisa que podemos deixar atrasar.

Adele sabia, aquela era a oportunidade de ela mudar e tentar mostrar para Conway o quanto eles estavam errados. Se ela havia sido teimosa durante tanto tempo para ser arrogante, então ela seria teimosa o suficiente para arrumar essa falha grotesca que ela havia encontrado em si.

As duas se concentraram na limpeza do laboratório e levaram algumas horas até arrumarem tudo. Quando estavam prestes a terminarem, Archie apareceu, pela janela como sempre.

— Maeline — ele falou em um suspiro — eu não queria te tirar daqui, mas temos um problema na biblioteca. Alguns pesquisadores estão reclamando que não encontram alguns livros e notas.

— Deve ser porque trocamos as mesas de lugar — Adie resmungou ainda terminando de limpar um pequeno canto do lugar.

— É sério? — Maeline finalmente se irritou — eles não podem resolver isso sozinhos? Organizar o laboratório é nossa prioridade.

— Eles estão começando a acusar uns aos outros de roubar pesquisas — Archie suspirou.

— Não dá para acreditar nisso — ela jogou o pano na pia com força — como eles podem agir assim quando temos tantas outras coisas para nos preocupar?

— Você pode ir lá resolver isso, Maeline — Adie falou ao notar que Maeline não iria se tranquilizar se não fosse — eu termino de organizar as coisas aqui, não falta muito agora.

— Tem certeza? — ela perguntou mostrando todo o desanimo caindo sobre o seu corpo.

— Claro — Adie sorriu — pode deixar comigo.

— Eu estou começando a ficar cansada de ter que me preocupar com coisas tão banais — ela resmungou — vou lá dar uma bronca nesses idiotas, não se assuste se você ouvir gritos.

— Fique calma, Maeline — Archie deu um sorriso nervoso e levou as duas mãos para frente sem saber se tentava acalmá-la de outra maneira.

— Eu sempre estou calma, Archie — ela berrou — já estou de saco cheio de ter que manter a calma sempre. É ridículo ver adultos causando confusões por coisas tão bobas!

Adie viu admirada Maeline sair bufando e batendo os pés do laboratório e Archie, que parecia preocupado, seguiu seus passos sem falar mais nada.

Adie sorriu ao perceber o quanto os dois pareciam se dar bem, mas tirou isso rapidamente da cabeça ao lembrar que precisava manter a limpeza dali.

Poucos segundos depois, ela pode ouvir a bronca de Maeline em quem estava criando confusão. Maeline era sempre gentil e controlada, e Adie chegou a rir por ver ela perdendo a calma daquela maneira, mas o fato dela estar sempre tão disposta a ajudar e nunca dizer não, era o que fazia com que ela ficasse sobrecarregada de tanto trabalho. Sem dúvidas não era uma má ideia começar a colocar limites.

Adele ficou tão absorta em seus trabalhos que quando notou o perfume de Conway ali dentro, ela precisou se segurar para não cair.

— Como está indo o trabalho aqui? — ele perguntou.

"Agora ele fala comigo?" — ela mordeu a língua para não responder o que queria. Se levantou com raiva, pronta para responder, mas ao ver o rosto dele tão abatido, sentiu como a vontade de dar qualquer resposta malcriada sumiu repentinamente.

— Quase pronto, você já pode começar a trabalhar se quiser.

— Obrigado por ajudar a organizar o laboratório — ele falou calmamente — eu posso cuidar das coisas agora.

Adie respirou fundo.

— Eu posso ficar e ajudar — ela falou, mas já sabia qual seria a resposta dele — quanto antes terminarmos isso tudo, melhor.

— Não precisa — ele respondeu o que ela já esperava — eu posso fazer as coisas mais rápido, você pode voltar para o seu trabalho.

— Não sei se você sabe — ela voltou a tentar respirar calmamente para controlar a raiva que voltava aos poucos — mas meu trabalho é inútil enquanto eu não olhar para a cara dos doentes e produzir esses medicamentos é urgente, não é? Controlar os sintomas pode ser a diferença para que alguém sobreviva.

— Sim, é por isso que eu vou cuidar disso pessoalmente — ele falou fazendo-a respirar fundo de novo. Ele estava fazendo tudo de novo.

— Eu posso ajudar.

— Mas eu posso fazer isso melhor e mais rápido — ele jogou no ar.

— É isso então? — ela berrou — você acha que eu não sou competente o suficiente para ajudar, é isso? Por quê? Por que eu sou humana e você um elfo? Por que você pode fazer as coisas mais rápido? Ou por que eu não trouxe uma cura milagrosa para isso do jeito que você queria?

— Não foi isso que eu disse — ele também aumentou a voz — Por que você não pode simplesmente seguir as minhas ordens?

— Porque você não é meu dono! — o berro que ela deu fez Conway dar um passo para trás — porque eu estou cansada desse lugar, porque eu estou cansada de você e da sua maldita mania de não aceitar ajuda! Porque eu sei como é estar no seu lugar por mais que você não acredite nisso! Pare de ser arrogante! Por que raios você simplesmente não aceita nenhuma ajuda?

— Quem disse que eu não aceito ajuda? — ele falou também irritado — eu aceito ajuda — ela cruzou os braços e fechou a cara — eu aceito ajuda as vezes..., mas não tem necessidade nessa situação, você não precisa atrasar seu trabalho ou suas coisas por causa disso.

— E isso não vai atrasar o seu trabalho? — ela falou vários tons abaixo do que na vez anterior.

— Eu consigo dar conta de tudo sozinho — ele bufou.

— Nem você acredita nisso — ela falou ainda mais irritada.

— Desculpe interromper — Archie entrou sem graça — mas acho que vocês iriam gostar de saber que todo mundo na biblioteca consegue ouvir vocês discutindo. Maeline já gritou o suficiente hoje e parece que Adele quase explodiu as cordas vocais, acho que não precisamos de mais escândalos por hoje, mesmo que o espetáculo esteja sendo gratuito.

— Você precisa de alguma coisa, Archie? — Conway se virou de maneira raivosa para o feérico.

— Sim, recebemos uma mensagem do Centro de Infectados perguntando sobre os suprimentos. Parece que chegaram mais doentes e precisam receber o próximo carregamento o quanto antes, então eu sugiro que aceite ajuda e resolva esse problema.

— Não dá para acreditar — Conway falou forte de novo — eles têm pedido uma quantidade absurda de coisas e ainda querem nos apressar? Não teríamos esse problema se eles não consumissem as coisas tão rápido e se a ganância dos humanos não causasse incêndios nos laboratórios! Será que nenhum de vocês tem um mínimo de noção?

— Eu tenho noção de que temos várias pessoas aqui que estão exaustas e mesmo assim estão tentando fazer o melhor possível — Archie arqueou uma sobrancelha e encarou Conway, era a primeira vez que Adele via Archie realmente enfrentar Conway, mas também era a primeira vez que Adele via Conway ser injusto — E por mais que você seja incrivelmente bom no que faz, até você tem limites. Você não pode fazer todo o trabalho sozinho.

— Eu posso resolver mais algumas coisas sem problemas, Archie! — ele continuou.

— Ah, é mesmo? — Archie cruzou os braços na frente do corpo — E quando foi a última vez que você dormiu direito ou fez uma refeição decente? O que vai acontecer se o Mestre desse lugar desmaiar de exaustão? Quando foi que você começou a deixar a raiva te dominar a ponto de dizer coisas tão cruéis para alguém que nem sabe se vai poder ver a família de novo? Quando foi que você passou a negligenciar a empatia a ponto de gritar com alguém que não tem nada a perder aqui, mas que segue tentando incansavelmente ajudar seres na qual ela nem faz parte? Quando foi, Conway... me diz quando foi que eu comecei a perder o meu amigo?

— Eu... — Conway olhou para Adele, não havia desculpas para o que ele tinha feito e ele sabia.

Quando foi que ele começou a deixar aquele sentimento todo esmagar sua consciência?

— Eu me preocupo com a forma como você age as vezes — Archie suspirou por fim — Você está se perdendo e eu estou vendo meu amigo se perder sem eu conseguir ajudar. Então se você ainda tem algum apreço pela minha amizade, aceite a ajuda e resolva o problema dos suprimentos.

Adele olhou para Conway, seu coração estava apertado e ela estava machucada. Ele falara coisas horríveis e ela não podia negar, mas no fim, ela também havia feito o mesmo. Ela sabia que ele estava sob pressão e sabia o quanto era difícil trabalhar daquela maneira. Todos estavam tensos e o cansaço não deixava ninguém raciocinar direito.

Ela esperava que Conway fosse reclamar com Archie e insistir em fazer o trabalho sozinho, mas aparentemente ele não tinha como argumentar e apenas suspirou derrotado.

— Está bem... — ele falou baixo — Eu sinto muito pelo que eu falei... Eu só estou um pouco... — ele parou, parecia chateado e triste — Vamos começar logo com isso.

— Ótimo — Archie falou, mas não sorriu e nem deixou seu semblante menos duro — Eu vou avisar a Maeline que a Adie vai trabalhar aqui com você hoje.

Assim que Archie saiu, ele começou a separar os instrumentos e matérias que iriam precisar. Adele não sabia como agir perto dele depois do que acabara de acontecer. A única interação que tiveram foi quando dividiram as tarefas e então, passaram várias horas em silêncio.

Adele como sempre, se perdeu no seu trabalho, mas hora ou outra ela olhava para Conway. Ele parecia terrivelmente mal, não só fisicamente como espiritualmente. Ele estava provavelmente esgotado por passar tantas noites sem dormir.

Ela fixou seus olhos nele, pensando na saúde dele e em seguida tentando entender o motivo de ele parecer odiá-la tanto. Seus pensamentos voaram, mas voltou para a realidade quando percebeu que ele tinha parado de trabalhar e estava olhando para ela.

— Você vai fazer o seu trabalho ou vai ficar só me encarando? — ele perguntou em um suspiro.

Definitivamente ele não gostava dela, mas ela não sabia se isso era uma característica dele com os humanos, uma antipatia pessoal, ou simplesmente o resultado do estresse e da privação de sono.

— Você está deixando suas infusões aquecerem por muito tempo — ela falou baixo, mas não havia raiva em sua voz — você está cansado, Conway, sei que não cometeria esse erro. Está indo quase no mesmo ritmo que eu.

— Nada está funcionando como deveria — ele suspirou — estou afundando e levando todos comigo... E ter você aqui do meu lado deixa tudo isso pior...

— Por que me odeia tanto, Conway? — Adele finalmente perguntou — Por que faz tanta questão assim de demonstrar seu ódio a cada segundo que passa?

Contra qualquer expectativa de Conway, ao invés de Adele gritar, ele viu os olhos da jovem marejarem. Ele não a odiava, o que sentia era tão intenso que o assustava. Elfos não se entregavam mais de uma vez, ele tinha que ser cuidadoso..., mas vê-la com os olhos chorosos foi demais para ele. Ele a afastava, não podia tê-la por perto, não enquanto seus sentimentos praticamente o dominavam.

Por um momento ele detestou a conexão de almas dos elfos. Por que tudo tinha que ser tão intenso? Se ele a tivesse, aquela sensação passaria, mas se ele a tivesse e ela o deixasse, ele sofreria para sempre a perda dela, até ficar louco e sabia disso.

Ele se levantou sem responder para alcançar os frascos na outra mesa, mas parou de repente e precisou se apoiar na bancada para não cair.

— Você está se sentindo bem? — ela perguntou tentando alcançá-lo.

— Droga... — ele murmurou ao sentir o corpo fraco, mas mesmo assim reagindo a simples aproximação dela.

— Você deveria se sentar, ou vai acabar desmaiando.

— Eu estou bem, só preciso de alguns minutos — ele falou buscando qualquer lugar para se sentar.

Adele via claramente que ele não estava bem, mas aparentemente era orgulhoso demais para admitir que até ele tinha limites.

— Posso pelo menos te examinar para saber se não está com a pressão baixa? — ela perguntou, mas já sabia a resposta.

— Não precisa — ele falou deixando transparecer um certo pânico, que deixou Adele intrigada.

— Então, vou informar a Maeline e ao Archie que você... — ela iniciou, porém o pânico dele pareceu intensificar.

— Não! — ele arregalou os olhos — Definitivamente não!

Como ele explicaria para seus amigos que não queria que ela o examinasse sem parecer um completo idiota? Eles conheciam os elfos e sem dúvidas iriam desconfiar dos motivos de Conway e se preocupariam. Definitivamente não era aquilo que ele queria.

— Não conte a eles sobre isso — ele falou forçando o maxilar.

— E o que você pretende fazer, então?

— Já disse que está tudo bem — ele apoiou o rosto nas mãos — eu só preciso de alguns minutos.

— Isso está começando a ficar ridículo — ela sussurrou as palavras — Quer que eu só fique olhando enquanto você passa mal? Não tem cor nenhuma no seu rosto... — ela resmungou — não posso nem mesmo fazer o que eu estudei para fazer agora?

— Eu vou ficar bem — ele suspirou — pare de se preocupar.

— Você comeu alguma coisa hoje? — ela perguntou, ela não iria dar o braço a torcer só porque ele estava cansado e mal-humorado.

— Eu tomei...

— Só tomou aquele tônico de guaraná? — ela perguntou impressionada, não era à toa que seu corpo estivesse colapsando e não era de se admirar que seu humor estivesse péssimo — Isso não é comida, e tomar tanto desse jeito só vai te prejudicar! Você precisa cuidar melhor de você mesmo.

— Já chega disso — ele estava começando a ficar mais irritado e ela podia notar isso — só me deixa continuar trabalhando em paz.

— Não — ela falou e ele automaticamente olhou para ela — se eu deixar você continuar a trabalhar assim, o próximo a incendiar o laboratório será um elfo e você não vai mais poder culpar só os humanos. Então acho melhor você parar por aqui e ir dormir antes que você mesmo comece a causar problemas.

— Por que você é tão teimosa? — ele forçou o maxilar.

— Porque eu sou idêntica a você — ela sorriu de maneira um pouco estranha — nunca reparou nisso? Se você não for descansar agora mesmo eu vou chamar a Maeline e o Archie para te arrastarem até o seu quarto.

— Não vou deixar você envolver os dois nisso — ele vociferou.

— E você vai me impedir como? Vai correr atrás de mim? Você não consegue nem mesmo ficar de pé, eu poderia ir pulando com a única perna que eu tenho que nem assim você me alcançaria... Vai dormir, ou eu realmente vou atrás deles.

— Está bem — ele concordou a contragosto — só não conte nada a eles, não quero que eles fiquem preocupados por nada.

Ele saiu do laboratório meio relutante, mas ela ficou feliz que pelo menos ele havia concordado em descansar. Ela por sua vez, continuou trabalhando por mais algumas horas até o anoitecer e como havia prometido para si mesma, ela organizou os materiais e instrumentos que estava utilizando e decidiu seguir seu próprio conselho e depois de muito tempo, ela foi dormir na sua cama.

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