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"Não devemos nos questionar porque algumas coisas nos acontecem e sim o que podemos fazer com o tempo que nos é dado." (O Senhor dos Anéis) (Nota: Adaptação livre de trechos de O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (2001))

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Quando a reunião retomou, todos pareciam mais tranquilos, inclusive Adele. Anna estava silenciosa, mas ofereceu um sorriso cálido para Adele mesmo assim.

— Adele — Declan chamou, interrompendo seus pensamentos — você poderia nos contar um pouco sobre sua condição? Se não se sentir confortável, não há necessidade, mas gostaríamos de saber se há algo em que possamos ajudar.

Adele soltou o ar lentamente, ela não queria ser tratada diferente, mas se ela tinha ficado "ausente" por seis dias, ela sabia que não tinha muitas alternativas.

— O que eu tenho se chama Nevralgia pirexial, ela causa dores intensas nos nervos, acompanhadas de febre alta e fadiga. Às vezes, nessas crises eu tenho sensibilidade à luz e perda temporária de sensações nas extremidades do corpo, como pernas e mãos. Essas crises podem durar apenas algumas horas, dias e até semanas. Por conta da febre alta posso ter delírios e muitas vezes fico em estado semiconsciente, na grande maioria das veze eu só lembro da dor e da suposta "prisão" que meu corpo me coloca. Não existe cura para isso, a única coisa que eu faço é controlar os sintomas, sem esse controle os surtos tendem a piorar e a serem mais frequentes.

— E você vai... quero dizer — Archie engoliu em seco, tentando terminar a pergunta — você vai morrer?

— Archie! — Conn chamou sua atenção arregalando os olhos.

— Está tudo bem, Conn — Adele falou baixo — se estou falando disso, vai ser melhor que eu fale claramente tudo.

Conn olhou para ela com uma expressão triste, nenhum deles sabia como lidar com aquilo de verdade e a Anna, que era a única que conhecia a doença, parecia mais ausente que todos, em algum sofrimento interno que só ela saberia dizer o que era.

— A doença em si não vai me matar — Adele falou calmamente — mas não cuidar dos sintomas sim, isso sim pode me causar complicações e ocasionalmente essas complicações podem matar. As chances de eu morrer por isso são as mesmas de eu ser atropelada enquanto caminho por algum lugar.

— E o que podemos fazer para te ajudar? — Maeline perguntou já sem nenhum medo na voz.

— Se voltar a acontecer, o único que eu preciso é que me deitem e tentem controlar a minha febre, mas se não puderem, apenas me deixem deitada em um canto qualquer...

— Como assim te deixar em um canto qualquer? — Anna se levantou com o humor novamente alterado — não podemos fazer isso...

— Anna... — Declan a sentou de novo para que ela ficasse calma — Adele, o que mais você precisa?

— Se me deixarem fazer alguma medicina natural com as plantas daqui, já iria me ajudar. Não preciso de nada mais do que isso.

— Conway disse que ainda queria a sua ajuda — Declan falou e para a sua surpresa, Adele sorriu com aquilo, mas tentou disfarçar — Anna prefere que você descanse, mas e você? O que você quer fazer?

Conway, após sair de perto de Adele, de fato falou isso para Declan, pois se lembrava do brilho nos olhos da moça quando ele pediu ajuda pela primeira vez e olhando para ela naquele momento, tentando esconder o sorriso, o fez ter a certeza de que havia tomado a decisão correta ao pedir aquilo para Declan. Ele precisava de ajuda, Adele queria ajudar e além do mais, aquilo parecia deixá-la feliz.

— Eu ainda quero ajudar, pelo menos até encontrarem uma solução para que eu volte para casa — Adele falou firme.

— Tem certeza? — Anna perguntou, pareceu ficar um pouco mais triste com a decisão de Adele, mas não se opôs.

— Sim — Adele falou calmamente — irei perder mais da metade da minha vida me contorcendo de dor em uma cama enquanto tento lutar internamente com uma maldita febre que não vai me deixar nem ficar acordada direito. Então pretendo aproveitar o tempo que eu realmente tenho de vida e nesse momento, o que eu quero fazer é ajudar no laboratório.

A certeza de que um ser humano tinha a vida curta era algo presente na vida de cada um ali e de certa maneira isso não afetava nenhum deles, mas a mortalidade de Adele de repente caiu como um banho de água fria em todos os presentes. Talvez porque ela estivesse próxima a eles, talvez porque ela parecia disposta a viver bem mesmo que fosse por pouco tempo... ou talvez porque de fato todos haviam gostado dela. Não importava o motivo, para todos foi difícil a ouvir dizer sobre seu tempo de vida, mas ao mesmo tempo, foi admirável vê-la tão determinada. Alguns chegaram a se perguntar como seu pai Yakumo, um ser imortal, conseguia conviver com a dolorosa verdade de que não a teria sempre ao lado...

— Agora, se me permitem — Adele continuou — soube que vocês precisam saber exatamente a maneira como eu vim parar aqui, e já que estou me abrindo por completo, não vejo motivos para não contar isso também...

E assim Adele o fez, narrou quase no automático tudo o que a havia levado a encontrar as pedras... desde a noite em que sua irmã a havia cuidado com dores e febres, até a traição e a falta do seu pai, contou como ela encontrou as pedras e o bilhete que havia junto, falou aos detalhes da memória que ela teve após a névoa rondar seu quarto e da mulher que ela ajudou ainda criança dizendo que ela havia encontrado o que estava procurando. Contou como foi a sensação de que apenas a sua alma sobrevoava tudo e contou até mesmo algumas cenas que viu fazendo alguns abrirem um pouco mais os olhos e contou que tudo parou apenas quando ela começou a cantar para si mesma na intenção de se acalmar.

Todos já conheciam o resto, e pareciam conter a respiração. O ambiente estava tenso, mas ninguém se atreveu a dizer uma palavra. Adele não tinha escondido nada, nem mesmo um detalhe e, talvez na tentativa de dissipar a tensão ou já perturbado pelo silêncio, Archie fez uma pergunta:

— O que significa aquilo que você estava cantando? Era algo como "There once was a Magical Elf. Who lived in a Rainbow tree" — primeiro Adele ficou impressionada com a perfeição que Archie havia falado uma língua que ele nunca havia nem sequer ouvido, mas depois ela sentiu o rosto esquentar com a gargalhada alta que Anna soltou.

— Eu sinto muito... — Anna falou ainda tentando controlar a crise de risos que ela estava tendo.

— O que foi que eu disse? — Archie abriu a boca ao perguntar isso, ato que fez Adele sentir ainda mais vergonha — O que significa?

— É... quer dizer... — Adele tentou falar, mas a vergonha era realmente grande — é só uma canção infantil... não é nada demais.

— Mas agora eu quero saber — Archie falou sem conter o riso também — quero saber o que está fazendo a Anna se contorcer de tanto rir.

— Não... — Anna disse, ainda segurando o riso — não... é melhor não entender..., mas que coincidência, uma música tão apropriada para a situação...

— Ah, qual é? — Adele resmungou — meu pai cantava essa música, eu só lembrei dela na hora para me acalmar...

— E eis aqui você agora em um lugar cheio de elfos — ela riu ainda mais — droga... desculpa, parei... não se preocupe, não irei traduzir isso.

O clima melhorou, mesmo aqueles que não entenderam, acabaram rindo também e pouco tempo depois, Declan resolveu finalizar aquilo. A história de Adele era interessante, mas aquilo tudo significava que a deusa Danu a havia escolhido ainda criança e ele soube naquele momento que ele não seria capaz de ajudar a jovem a voltar para casa, ele teria que esperar pela deusa, mas não sabia como contar isso para Adele.

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Após a reunião acabar, Adele rapidamente se dirigiu para o laboratório e sem esperar, pegou a lista de medicamentos que precisavam ser feitos e começou a trabalhar. Era um alívio poder fazer alguma coisa na qual ela se sentia capaz, que mal viu o tempo passar.

— Oi, Adele — Maeline chegou cumprimentando-a de novo — Olha, sobre a reunião... eu sinto muito.

— Não se preocupe com isso — Adele respondeu sinceramente — eu entendo o receio de vocês, agora me fala... você não parece muito bem, aconteceu alguma coisa?

— Ah, não — ela tentou se desculpar — eu só estou tendo poucas noites de sono ultimamente, o trabalho tem se acumulado e estou tendo dificuldades para fazer tudo, mas eu vou ficar bem, não se preocupe. Caramba, você já terminou essa lista?

Maeline olhou admirada para a caixa que Adele estava fechando.

— Sim — Adele sorriu — os medicamentos já estão embalados e prontos para serem enviados para a Unidade de Infectados.

— Eu nem sei como agradecer — Maeline sorriu sinceramente — obrigada por cuidar disso... e aproveitando, eu gostei da sua... — ela apontou para a prótese de Adele.

— Prótese — Adele indicou a palavra e riu — obrigada, pelo menos assim eu posso me aproximar de vez em quando. Será que eu posso ler as pesquisas que já fizeram? Quero tentar ter alguma ideia do que possa ser essa doença.

— Claro, vem... eu te mostro onde ficam.

Assim que Maeline mostrou onde estavam, Adele se pôs a trabalhar. Ela lia e relia as análises das amostras que recebiam da Unidade de Infectados e tentava encaixar as peças lendo sobre toda a anatomia de cada ser dali. Ficou vidrada ao estudar as funções dos corpos dos elfos e dos feéricos, mas também estava intrigada com diversos outros seres. Apesar da semelhança com o corpo dos humanos, era inegável o quanto o corpo deles pareciam superiores aos dela.

A partir desse dia, ela ia pela manhã cuidar da casa do seu pai, que pouco a pouco começava a ganhar vida nova e depois ia para o laboratório, passando longas horas pesquisando e revisando em livros sobre tudo o que ela tinha acesso que poderia ajudá-la. Os sintomas simples davam um vasto leque do que poderia ser, mas uma amostra de sangue chamou sua atenção. Pensar na doença que invadiu sua cabeça podia ser tanto uma boa notícia como uma notícia ruim, mas como ela já havia previsto, ela teria que fazer uma análise em algum paciente. O trabalho começou a se tornar bastante exaustivo e repetitivo e não apenas uma, mas quase todas as noites, ela dormia em cima da escrivaninha.

Conway chegava e ela já estava ali, quando ele ia embora, ela seguia ali, muitas vezes já adormecida. Ele todas as noites, cobria ela com uma manta, mesmo com a vontade que ele tinha de simplesmente levá-la até o quarto.

O trabalho era exaustivo e repetitivo, mas ela era teimosa o suficiente para seguir ali estudando.

Ela passava horas e horas de pesquisa seguidas e conversava com todos os pesquisadores para tomar notas. Era impressionante como apesar de ninguém ver um real progresso ocorrendo, ela parecia confiante de que chegaria na solução.

Adele tentava conversar com todos, dizendo que era assim mesmo que funcionava, mas começou a se frustrar quando viu tanta gente desanimando.

Oito dias se passaram, e até mesmo Adele começou a desanimar. Não porque acreditasse que não conseguiria solucionar aquilo e sim porque sabia que podia, mas ninguém mais havia tocado no assunto de ela ir para o Centro de Infectados, muito menos haviam tocado no assunto de ela voltar para casa.

Ela começou a se sentir bastante frustrada com tudo e mesmo assim tentava se manter otimista na frente de todos, principalmente de Maeline, que era sem dúvidas uma das mais ocupadas dali. Cada dia Maeline parecia mais cansada.

Adele resolveu que ficar ali encurvada nos livros não estava mais resolvendo, talvez dar uma volta ajudaria.

O lugar estava agitado como sempre e ela queria falar com Declan de novo. Adie sabia que precisava ir até o Centro, estava disposta a isso.

— Adele, oi — Maeline a tirou de seus pensamentos — está precisando de alguma coisa?

A feérica tinha os olhos pesados e sem brilho, sua postura estava encurvada, seus movimentos lentos e sua expressão facial fatigada. Assim que ela acabou de falar ela bocejou e por um momento pareceu ausente. Os sinais de seu esgotamento físico e mental eram visíveis. Por um momento Adele ficou irritada, aquilo não precisava estar acontecendo, mas depois ela repensou... claro que estaria, independente de tudo, o trabalho seria pesado.

— Line, você tem certeza de que está tudo bem? — Adele perguntou preocupada.

— Não se preocupe, é só falta de sono — Maeline respondeu.

— Você não pode dizer que "é só falta de sono", a falta de sono é prejudicial — Adele falou e de repente se sentiu no corpo da sua irmã, repetindo o mesmo sermão que a sua irmã repetia para ela — Você precisa tirar um tempo para descansar, não vai conseguir aguentar se continuar assim.

Uma onda nostálgica percorreu seu corpo e lágrimas subiram aos seus olhos. Ela queria loucamente escutar as broncas da sua irmã de novo.

— Eu sei — Maeline disse — Vou tentar dormir um pouco assim que resolver algumas coisas. Você está bem?

— Não se preocupe — Adele sorriu segurando as lágrimas — foram apenas algumas lembranças...

— Quer conversar? — Maeline perguntou compreensiva.

— Não — Adie sorriu — não se preocupe com isso.

— Como está indo o trabalho de pesquisa? — Maeline perguntou tentando mudar de assunto ao ver a expressão abatida que Adie ficou.

— Em geral não estamos fazendo muito progresso... — Adele deu de ombros — mas eu já sabia que isso iria acontecer.

— O Lorde Gawain não vai ficar feliz com isso.

— Que inferno — Adele falou brava — quem se importa com que esse imbecil quer ou não? Querem progresso, me deixe ir até o Centro de Infectados.

— Adele... — ela falou baixo, como se quisesse compartilhar um segredo — você... não, deixa para lá.

— Não deixo não — Adele falou ainda mais brava — poderíamos estar fazendo muito mais progresso se eu somente pudesse mexer a droga do corpo até lá.

— Olha, eu concordo com você, mas... — ela parou de novo.

— Fala logo — Adele revirou os olhos já cansada daquilo — estou tentando ajudar, mas parece que está difícil isso.

— O lorde Gawain tem os recursos financeiros e materiais que nós não temos para seguir com esse lugar funcionando e no fim sempre acabam conseguindo fazer as coisas da forma como querem. Declan não tem alternativa... se ele tentar alguma coisa, será uma clara afronta e possivelmente uma possível guerra irá estourar.

— E o que isso tem a ver comigo ir ou não? — Adele cruzou os braços.

— Estamos esperando autorização — ela soltou e em seguida tapou a boca com as duas mãos.

Apesar da raiva, e para o espanto de Maeline, Adele suavizou a expressão. Ela não era idiota, ela sabia que os homens eram gananciosos e sem dúvidas arriscar uma guerra naquela altura não era a melhor saída. Maeline piscou algumas vezes tentando entender o fato de Adele não ter gritado de vez.

— Eu entendo — Adele suspirou — acho que eu deveria voltar ao trabalho, então. Eu posso ter uma ideia do que é, se Conway autorizar, podemos fazer as medicinas de acordo com o que eu acredito que seja e esperarmos para ver se temos bons resultados.

— Obrigada — Maeline sorriu fracamente — eu sei que a situação não é ideal, mas estamos fazendo o melhor possível com o que temos.

— Eu sei disso — Adie respondeu tranquilamente — não é culpa de vocês.

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