Capítulo 5

Esperando na Janela

Deitada na minha cama escutando música no fone de ouvidos, no meu quarto eu posso tudo sem meus pais para me regrar. Olho para o teto e as palavras da Lorena ecoam na minha mente: "Grávida, como assim? Foi só uma vez e nunca mais, só após casar. Foi um deslize? Foi, mas não caio no mesmo erro. É que o Tomás me deixa fora do ar, seus olhos me desconcertam..."

E ele, por que será que não ligou e não retornou minha mensagem? Veio minha mãe e fez um aceno na minha mão, retirando-me daquele pensamento:

— Abaixe esse som, menina, que vai estourar seus tímpanos. Quer ficar surda? Que hino é esse para você estar escutando neste volume?

Respondi rispidamente, estávamos brigadas e dava um gelo nela:

— Tá?! — abaixei o volume, nem prestando atenção na música que tocava em uma estação de rádio aleatória que escolhi.

— Vai à igreja hoje? — perguntou minha mãe, agora com um tom de voz mais doce.

Então pego meu travesseiro e viro para o outro lado da cama, respondendo com um sonoro:

— Não! Estou com dor de cabeça, naqueles dias — disse assim (estava nada, mas foi a melhor desculpa que colaria).

— Vamos, Lara, a Lorena também vai... Pense aí, filha — e foi saindo dona Neide para se trocar, e eu?

Aumentei novamente o som, mesmo assim foi possível escutar a campainha tocar. Era a Lorena. Minha mãe voltou ao quarto pedindo para ir recepcionar ela, não quis:

— Fale que estou no banheiro.

Por sorte minha mãe não insistiu. Ela falou:

— Então prepare a sua mensagem. Lembre-se que o culto especial da juventude é na quarta-feira.

Sim, lembrei ser eu a pregadora daquele dia e esta seria a segunda mensagem da minha vida. Agora sozinha, minhas preocupações voltaram. Levantei ligeiramente das cobertas e corri para o computador. As duas lá embaixo estavam saindo, eu escutei até a Lorena me dar tchau. Se eu estivesse ido, iria ficar ouvindo ela falar sem parar do seu noivado, e estava sem paciência para isso.

Olhei para o celular, novamente, na esperança de ver uma mensagem de texto ou até mesmo uma ligação do Tomás. E nada. Fui à janela olhar na esquina, vai que vejo ele... cada coisa que passa na mente da gente... Nada.

No celular, disco o número, agora tomo coragem, vou ligar... Apertei. Um, dois, três e... desesperadamente desliguei:

— Esquece, pense na mensagem.

Foi o que fiz. Radicalizei e desliguei o celular e fui para frente do computador. Depois daquela passeada pela rede social voltei para a mensagem. Escrevi no site de pesquisa: "Mensagem para jovens." Fui na terceira busca, o tema da mensagem era bem interessante: "Esperar". Dei uma folheada na página e vi ser boa. Liguei a impressora e imprimi, três páginas.

Deitei novamente na minha cama e comecei a estudar. Olhei para o celular, não resisti, liguei novamente, vai que ele liga... Levantei, fui novamente à janela olhar o horizonte na esperança de ver o Tomás. Voltei a deitar, lia e relia a mensagem para fixar bem, e tentar esquecer o meu deslize de sábado. A mensagem era perfeita e o sono foi chegando. Eu fui me entregando e logo dormi...

#No próximo capítulo a Lara terá uma conversa com seu pai, ou melhor, com o Pastor que é também o seu pai. Gostaria que os leitores utilizassem de empatia, ou seja, colocassem no lugar da Lara, tentassem sentir o que ela esta sentindo agora... Não percam os próximos capítulos :)

Se o livro crescer, e leitores encontrar a culpa é das ➝ ☆ ★ ☆ ★ ☆ ★ contribua com a sua :)

Se o livro crescer, e leitores encontrar a culpa é das ➝ ☆ ★ ☆ ★ ☆ ★ contribua com a sua :)