Um presente do passado
ALGUM LUGAR DA POLÔNIA ORIENTAL, PRÓXIMO A FRONTEIRA COM A OCIDENTAL- 15/02/1940
-BASE DE RESISTÊNCIA ANTIFASCISTA
HARRY
A ideia de deixar um homem para trás é aterrorizante. Mas com a guerra, aprendemos que às vezes o discurso clichê de que ''ninguém fica para trás'', é falho. Ninguém, nunca, quer deixar um companheiro para trás, é cruel. No entanto, às vezes simplesmente não temos escolha, e alguém fica para trás. Ontem, o meu amor ficou, mas não há dúvidas que eu irei atrás dela, aquele discurso pessimista não se aplica ao nosso caso. Afinal, ela não é apenas uma companheira de guerra, e sim minha parceira que eu quero para a vida toda.
Nunca conheci o amor, logo, não ouso dizer que amo a Elena, porque de verdade eu não sei. No entanto, sei que estou apaixonado, e que fiz uma promessa a ela, e eu sempre cumpro as minhas promessas.
Não sei explicar como nossa relação, seja ela de amizade como ela diz, ou como mais que amigos, como eu digo, evoluiu tanto, em uma espaço tão curto de tempo. É engraçado, convivo com minha família a anos, e nunca me senti conectado a eles, e muito menos tendo intimidade com algum deles. Já com algumas pessoas, bastam alguns momentos e pronto, parece que somos conhecidos de longas datas. E Elena é uma dessas pessoas.
Assim que Lena salvou a minha vida, e me pediu para fugir, me senti angustiado, não consegui pensar direito. Na hora ela conseguiu ser racional, diferentemente de mim, que só quis agir pelo emocional. E é exatamente essa inteligência dela, que me deixou bobo por ela, que mulher! Literalmente salvou a minha vida. Agora é a minha vez de salvar a dela.
''Está muito quieto Harry, o que aconteceu naquele cativeiro em? Cortaram suas bolas?'' Pergunta Steven, meu parceiro de equipe e amigo, sentando-se ao meu lado.
''Cala boca, já disse que não aconteceu nada demais. Só estou quieto, porque não tenho nada de interessante para falar, e você deveria ir cuidar da sua vida.'' Respondo em tom sério, mas logo começamos a rir.
''Senti sua falta seu babaca.'' Diz Steven me dando uns tapas no ombro.
''Também cara, mas confesso que a companhia que eu tive nesses tempos, é espetacular, e bem melhor para as vistas do que você.'' Respondo a ele rindo.
''Sabia que tinha mulher no meio. Vamos lá Harry, pode falar da mulher que te deixou com esse sorriso bobo na cara.'' Diz ele, puxando um cigarro do bolso, e logo me oferece um, que eu aceito de bom grado.
''Elena __só de dizer o nome dela, um sorriso involuntário surge no meu rosto__, ela é russa, cuidou de mim, quando meu avião caiu.'' Acabo por fim, resumindo a história para o meu amigo.
''E ela é gostosa?'' Pergunta Steven, com o olhar voltado para a fumaça que sai de sua boca.
''Isso não é da sua conta, seu filho da puta.'' Digo um pouco alterado, arrancando mais risos do babaca do Steven.
''Pela sua resposta ciumenta, imagino que ela seja bem gostosa.'' Diz ele ainda rindo, e eu logo o acompanho.
''Quem me dera se ela fosse só uma mulher bonita. Mas não, por mais que ela seja fodidamente bonita por fora, não foi isso que me prendeu a ela. Ela tem um jeito único, não sei explicar. Ela é diferente de todas mulheres que eu já me envolvi, sei lá, ela só é ela, transparente, não esconde o que sente, e tem sempre uma opinião definida, mexeu comigo.'' Me abro com meu amigo, soltando a fumaça do meu cigarro.
''Caralho, ta apaixonado mesmo. E cadê essa mulher que te deixou como a marica dela?'' Pergunta Steven empolgado.
Steven e eu, somos amigos a um bom tempo. Nos conhecemos antes da guerra, época de escola ainda. Nossa amizade, é uma das melhores, fomos juntos para faculdade também, mas ele cursava física, o cara é um gênio. No entanto, nunca falei com ele sobre mulheres, ao menos não sobre a personalidade delas. Não por falta de confiança, mas sim porque nunca ocorreu mais do que sexo com as mulheres que eu já me envolvi. Então, óbvio que Steven está interessado em saber mais da Elena, o cara não vai perder a chance de me zoar.
''Está na casa em que fiquei preso. Ela infelizmente ainda é uma prisioneira, que decidiu voltar para aquela merda de lugar, para salvar meu pescoço do avô doido dela.'' Respondo um pouco nervoso, só de pensar na Lena, naquele lugar de bosta, sinto meu estômago revirar. Aquele avô dela é um psicopata, e a avó uma omissa, logo juntamente culpada.
''Que merda mano. E como vai ser agora? Estamos partindo para França.'' Diz Steven, me lembrando da nossa próxima missão.
''Não irei, não posso sair daqui. Não sem ela.'' Digo a ele, o qual me olha com um olhar assustado.
''Como assim porra? Vai se fuder Harry! Você acha mesmo que o capitão vai liberar você, para ir atrás de mulher?'' Diz Steven um pouco irritado.
''To cagando para que o capitão irá dizer. Não vou sair da Rússia enquanto não tiver a Elena comigo.'' Respondo decidido.
''E como o gênio pretende fazer isso? Porque, pelo o que eu entendi, o avô dela quer te matar, e você que ir sozinho para o território dele? Que tipo de droga você usou?'' Pergunta Steven revoltado.
''Você não entende cara. Eu fiz uma promessa, a qual estou determinado a cumprir.'' Digo igualmente irritado.
''Beleza, suponhamos que você seja o salvador da pátria, e consiga atravessar todo esse caminho sozinho, sem ser capturado por nazistas ou soviéticos, e recupere a garota. Para onde você vai levar ela? Para França com a gente? Soube que lá está ótimo para passar as férias.'' Responde meu amigo, carregado de ironia.
''Não pensei nisso direito. Mas provavelmente iria levá-la para algum lugar do Reino Unido, ouvi alguns soldados comentando, que muitas crianças estão sendo levadas para lugares seguros, como a Escócia.'' Falo para ele um pouco pensativo.
''Escócia? Seu avô racista tem uma casa lá não tem?'' Pergunta ele em um tom persuasivo, já imagino aonde ele quer chegar com esse papo, mas só afirmo com a cabeça.
''E sabe quem está lá nessa casa? Sua futura noiva, com seus futuros sogros, e com seu avô, que mais uma vez eu digo: seu avô racista.'' Diz Steven carregado de sarcasmo, mas sei que está falando sério.
''Concordo com você quanto ao meu avô, mas vamos discutir isso outra hora. Quero saber, como você sabe de tudo isso?'' Pergunto a ele um pouco confuso. Por que caralho, ele sabe da vida da minha noiva?
''Bom, considerando que eu namoro a morena mais fofoqueira de Londres, e que temos nos comunicado por cartas, antes de eu cair nesse buraco cheio de nazista, eu diria até que estou bem informado.''
''Amanda, claro. Única pessoa do mundo, que odeia mais meu casamento, do que eu próprio.'' Respondo a ele, que ri e completa:
''E também odeia seu avô. Pode falar fragmento errado de Mackenzie, minha namorada é maravilhosa.'' Diz ele com um sorriso apaixonado, só de se lembrar dela. Eles namoram desde o início da faculdade, ela fazia direito junto comigo, logo também sou amigo dela.
''Eu diria que sim, mas aí eu lembro que ela escolheu você como namorado, logo a credibilidade dela diminui um pouco.'' Respondo, tirando uma da cara dele, que apenas me mostra o dedo do meio, e me manda tomar naquele lugar.
''ATENÇÃO PELOTÃO K, EQUIPE 13, ENTRAR EM FORMAÇÃO, AGORA'' Grita, o sargento Robson.
Assim, que fui separado de Elena, corri por um tempo entre as árvores, e me escondi. Voltei ao local, para pegar minha mochila e rádio. Então, assim que entrei em contato com minha equipe, dois soldados vieram ao meu encontro, e me levaram até onde meus outros companheiros de guerra estavam. Aqui é uma resistência antinazista, tem soldados aliados da França por aqui também, e alguns soviéticos, que são contra o regime Stalinista, mas a grande maioria são poloneses, que possuem uma estratégia de guerrilha fora do normal, e que não estão dispostos a abandonarem seu país, para irem se refugiarem em outro lugar. Acho que aqui, sendo antinazista, é bem vindo.
Apenas meu pelotão entra em formação, temos no máximo aqui uns 30 homens.
''Como já sabem, recebi ordens diretas de Londres, para embarcamos para França hoje ainda, provavelmente Paris será tomada logo, então precisamos do quanto de soldados possíveis, para fechar a fronteira. E fomos convocados, para levar aqueles poloneses aqui presente, que queiram ir, também. Partiremos hoje no final da tarde. Descansar.'' Diz o sargento Robson, com cara de poucos amigos e logo se retira.
''Tenho que dar um jeito de ficar por aqui mesmo.'' Resmungo para mim mesmo, mas é claro que Steven com sua audição apurada, escuta.
''Bom, se você ficar, eu também fico.''
''Nem fudendo, jamais pediria isso para você. Você irá junto com o pelotão para França.'' Respondo seriamente.
''Não lembro de ter pedido sua permissão Mackenzie. Mas de qualquer forma, qual a diferença de matar nazista aqui na Polônia, do que lá na França? Em?'' Indaga ele.
''Nenhuma.'' Digo suspirando, afinal ele tem razão.
''Na verdade tem sim. Aqui eu tenho meu amigo comigo.'' Diz ele dando tapas no meu ombro.
''Beleza, só temos que sumir na hora da chamada. Eles não ficaram esperando por dois soldados.'' Falo para meu amigo, que apenas concorda com a cabeça.
Conforme as horas passam, o horário de partida aproxima-se, então eu e Steven nos acomodamos perto de soldados, que parecem ser da Ucrânia, ou algo do tipo, enfim não faço ideia. E logo caímos no sono, o qual não durou muito tempo, pois logo fomos acordados por homens, que eu não faço ideia a qual exército pertencem, pois além de não usarem uniformes, estão gritando com a gente, em um idioma que não imagino qual seja.
Assim, nos levam para fora do acampamento, e dois homens se aproximam.
''Soldados britânicos! Interessante, falaram que a última tropa partiu a menos de duas horas. Ou vocês seriam alemães infiltrados?'' Pergunta o homem de estatura de no mínimo um metro e noventa centímetros, com cara de poucos amigos, que ainda possui uma cicatriz enorme na cara, o que o torna ainda mais assustador.
''Não senhor! Não! Pelo amor de Deus, não. Apenas nos afastamos do nosso pelotão porque não queríamos ir para França. Por favor, acredite em mim, não somos nazistas.'' Responde meu amigo, mais emocionado que o normal, recebendo um revirar de olho do nosso interrogador.
''Então são piores que alemães, estou de frente com desertores?'' Pergunta ele em um tom ameaçador, e antes que eu possa responder, Steven novamente sai na frente, e diz:
''O que? Não. Não senhor, não somos desertores, amamos nossa pátria, fazemos tudo pela coroa. Mas tivemos que ficar na região por forças maiores.'' Diz meu amigo desesperado.
Steven não funciona sobre pressão. Nunca funcionou. Quando éramos adolescentes , e aprontavámos algo em casa, e meu avô desconfiava, ele já nos entregava até mesmo antes de meu avô perguntar o que estávamos fazendo.
''E que forças seriam essas?'' Pergunta o homem. Apenas olho para Steven e faço um sinal negativo com a cabeça.
''Ajudar no próximo ataque de guerrilha.'' Diz Steven rápido. Minha vontade é de dar uns socos na cara dele agora. Que ideia de merda a dele.
''Interessante, então o que estavam fazendo aqui com pelotão B-133, sendo que hoje o ataque será do soviéticos aqui presentes?'' Indaga o chefe do grupo, que pelo sotaque forte do inglês, imagino que seja da Austrália.
''Já estávamos indo ao encontro deles senhor. Permissão para sair.'' Levanto e digo, antes que Steven nos arrume mais problemas.
''Permissão concedida. Hoje vocês estão sob a liderança de Mark, sorte de vocês.'' Respondeu ele, fazendo sinal com a mão, e dois soldados se aproximam, nos orientando o caminho, até os nossos próximos companheiros de guerrilha.
''Seu filha da puta burro! Você tem noção, que podemos morrer hoje?'' Repreendo Steven, assim que saímos da vista do capitão australiano.
''Não vou me desculpar não. Você preferia que eu falasse da sua preciosa Elena a eles?'' Pergunta ele de maneira convencida a mim.
''Vai se fuder''
Andamos um pouco mais, e chegamos em algum lugar na área, meio escondido, por conta das árvores. O lugar é como se fosse uma trincheira, mas com teto, que por conta da neve, estava camuflado. Ao adentramos, os soldados que estavam nos acompanhando retornaram pelo caminho que viemos. Olho para Steven, o qual entra antes mesmo de ser convidado.
No local, ocorria uma pequena reunião, a qual por conta do idioma, eu não entendia nada. No entanto, pelos mapas ali presente, e rabiscos no chão, era fácil notar, que eles estavam repassando o plano de ataque. Até o momento, estamos sendo ignorados, o que por si só é ótimo, mas como um filha da puta sem sorte que sou, logo, um grupo de soldados se aproximam, tentam iniciar uma conversa, e Steven até tenta improvisar algo, mas nenhum de nós sabemos merda nenhuma de russo. Assim, o grupo faz um gesto com a mão, pedindo para nós esperarmos, e se retiram, logo voltando com um homem. Homem esse, que estava minutos atrás, delegando sobre o plano de ataque no centro da sala.
''Olá camaradas, sejam bem vindos a resistência antifascista. Eu sou Mark, um dos comandantes do plano de hoje, e como fui informado, vocês são os britânicos, que se perderam do pelotão que deram baixa para França hoje, correto?'' Pergunto o homem, que não deve passar dos 50 anos de idade, tem um barba grande, algumas cicatrizes no rosto, mas diferente dos outro até agora, não tem um olhar maldoso.
''Sim, senhor. Queríamos nos juntar a resistência daqui.'' Responde Steven, enquanto eu só concordo com a cabeça.
''Muito bem, não irei questionar suas razões. Quanto mais homens dispostos a matar nazistas, melhor. Bom, como sou um dos poucos fluentes em inglês aqui, irei repassar o plano com vocês.''
Passamos os próximos minutos discutindo, e decorando nossas posições durante o ataque. O plano era basicamente uma emboscada, para um pelotão de alemães, o qual tinha no grupo dois agentes do alto escalão da Alemanha, assim nossa missão, era explodir os dois. E para isso tínhamos vantagens, o território. Mark esclareceu que a região é habitada por ele e seus colegas faz anos, então tínhamos certa vantagem, além do ataque do surpresa.
Assim, após o esclarecimento do plano de ataque. Mark nos levou ao alojamento, o qual tinha casacos, e outras vestimentas camufladas, todas brancas, para se confundir com a neve. Disse que poderíamos deixar nossos pertences ali, pois todos eram de confiança. No entanto, quando abaixei para guardar meu uniforme do exército britânico, Steven bate o braço na minha mochila, fazendado com que alguns pertences caiam. Logo, todos no ambiente, me ajudam a recolher os pertences, e Mark muda o olhar quando segura a foto dos pais de Lena, que havia caído também.
''Onde conseguiu essa foto rapaz?'' Pergunta ele com um olhar frio. Penso antes de responder, não sei se devo dizer sobre Lena, e se ele for aliado do avô dela? Puta que pariu, mais uma vez fico sem reação.
''Responda.'' Grita Mark, se aproximando mais de mim.
''Eu devia saber, devia ter escutado Rick, vocês são espiões do Governo e seus colegas fascistas não é mesmo?'' Diz o homem, de modo alterado, já tirando uma arma da cintura e apontando na nossa direção. De imediato, eu e Steven levantamos nossos braços em rendição.
''Não senhor, não somos espiões. E muito menos estamos do lado dos fascistas.'' Respondo com a respiração alterada, sentindo o cano da pistola na minha cabeça.
''Então por que caralho você está carregando uma foto antiga minha e da minha esposa? Ambos banidos da Rússia.'' Diz ele um pouco mais calmo, mas ainda ameaçador.
''Senhor, essa foto não me pertence, apenas acabou ficando comigo. Ela pertence a minha namorada, quero dizer, quase isso, uma amiga que eu gosto, digamos.'' Respondo a ele um pouco confuso.
Reparo melhor agora que, quando Elena me mostrou essa foto pela primeira vez, foquei muito no retrato, e Mark se parece muito com o que foi registrado no passado.
''Como assim? Que namorada rapaz?'' Pergunta Mark, abaixando a arma, e me olhando com o olhar curioso. Imagino, que ele não fez a associação ainda, mas quando digo o nome dela, a emoção chega.
''Elena, senhor. Ou só Lena.'' Respondo calmamente, enquanto os olhos do homem se enchem de lágrimas, e ele acena negativamente com a cabeça, murmurando várias vez:
''Não, impossível. Ela está morta. Que tipo de brincadeira é essa rapaz?'' Pergunta Mark, com a voz já tremula, e o mesmo se senta no chão.
''Não senhor. Bom, pelo menos a Elena que eu conheci, está vivíssima.'' Digo me sentando ao lado dele, e procuro na minha mochila o retrato realista que fiz dela, e logo lhe mostro. Assim que Mark, pega o retrato das minha mãos, ele se desaba em lágrimas.
''Igual. Ela é igualzinha a mãe dela, linda.'' Murmura ele.
''Sim, ela é uma mulher extraordinária. Suponho então, que o senhor seja o pai dela, certo?'' Pergunto a ele, que só confirma com a cabeça, parecendo ainda estar anestesiado com a informação de que sua filha está viva.
''Sim. Me chamo Mark Murray, pai dessa moça incrivelmente bonita.'' Diz ele sorrindo enquanto encara o retrato.
''Como se chama mesmo britânico?'' Pergunta Mark, esfregando os olhos com as mãos.
''Harry, senhor.''
''Por favor, me acompanhe. Quero saber como, quando e onde você se encontrou com minha filha.'' Diz ele se levantando, e indo em direção a uma porta, que imagino que seja seu escritório.
''Sente-se Harry. Já perdi mais de vinte anos, então serei direito. Onde está minha filha?'' Perguntou ele sério.
''Nos conhecemos em uma área perto de Vilnius. Acabei caindo na região de avião, e Lena me achou. No entanto, acabei virando prisioneiro do avô dela, Jhon. Conforme os dias se passaram, me aproximei muito de sua filha, obviamente escondidos de seu avô. Então decidimos em fugir, mas tivemos problemas no caminho. Então ela acabou sendo levada de volta.'' Solto a respiração ao terminar de resumir a história para Mark.
''Então ela está na casa dos avós?'' Pergunta ele, em um tom desacreditado.
''Bom, imagino que sim. Para onde mais a levariam?''
''Você não conhece Jhon, meu rapaz. Aquele homem, possui a mesma índole, que Hitler, Stalin, Mussolini, e mais todos os outros caras ruins que você conhece.'' Diz ele se levantando, e acendendo um charuto.
''Se você sabe que ele é tão ruim assim, porque deixou sua filha sob os cuidados dele?'' Acabo por fim perguntando, pois não faz sentido.
''Infelizmente, só soube sobre as atividades extracurriculares dele, há menos de quinze anos.'' Responde ele suspirando.
''E porque não foi atrás dela assim que soube? Aquele lugar que ela viveu durante a vida interia, é a porra de uma prisão.'' Digo a ele, com o tom de voz alterada.
''Porque eu não sabia que ela estava viva porra. Eu e minha esposa, recebemos a notícia que ela morreu com menos de dois anos de idade. Tenho até hoje a carta que recebi de Louisane, a alguns anos atrás, quando a revolução já tinha se concretizado. Assim, não tínhamos o porquê voltar para lá, sendo que a nossa menina, já tinha partido.'' Diz Mark, com as lágrimas nos olhos novamente.
Ficamos conversando por horas, Mark até adiou para amanhã nossa missão de ataque aos nazistas. Ele estava mais preocupado em saber detalhes de sua filha, e eu não poupei os detalhes, disse tudo que sabia. E ele também me confidenciou algumas informações perante ao avô de Elena, assim também contei a ele, que estou sendo procurado por Jhon, mesmo sem saber os motivos concretos.
Parece que a mãe de Elena, morreu a alguns anos atrás, a mando de Stalin. Eles por serem camaradas e amigos de Trotsky, foram assim como os outros aliados, perseguidos por anos, e infelizmente a mãe de Lena, foi pega em algum avante da guerrilha, e fuzilada. Assim, sem nenhum sentido mais na vida. Mark se voluntariou, para fazer parte da resistência antifascista, afinal, ele não tinha mais nada a perder mesmo.
De qualquer forme, após nossa longa conversa, apenas uma coisa ficou clara. Eu e ele, juntos, iriamos ir atrás de Elena, nem que para isso, passemos por cima de seu avô Jhon.
Oii, como vocês estão?
Desculpe pelo atraso, estava com alguns probleminhas, além de estar um pouco desanimada com a história.
Espero que gostem, e comentem o que acharam. (Não sei pq ainda tento, ninguém fala cmg aq kkkk mas ok)
Até semana que vem, bjs.
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