Acho que te amo
30 DE MAIO DE 1941
''O verdadeiro amor não está nas palavras mas nas ações, e só o amor pode conferir-lhe a verdadeira sabedoria.'' -Leon Tolstoi
ELENA
Estava no refeitório do acampamento juntamente com Lauretta e Luca, quando escutamos burburinhos. Como eu estava de costas, logo não tive visão do que estava acontecendo, mas Lauretta de imediato me alertou que era algo relacionado com Mark...quero dizer, meu pai, ainda não me acostumei com o termo. Apesar desses últimos dias termos nos aproximado bastante, é difícil reparar 24 anos, sei que ambos fomos vítimas dessa separação inesperada e injusta, mas é complicado.
Desse modo, não me contive e olhei na direção da discussão, e foi como se em um piscar de olho meu mundo parasse. Era ele, Harry estava ali, a poucos metros de distância de mim. Desde que soube de sua suposta morte, achei que nunca iria aprender a viver em um mundo no qual ele não fazia parte, foi a pior dor que já senti, carregada de saudades e arrependimentos, como se minha mente não conseguisse processar qualquer outra coisa. O luto simplesmente não passava. No entanto, agora, olhando para ele, tudo foi absorvido, a dor foi substituída pelo alívio, é como se agora eu pudesse respirar direito, mas ainda não sei se isso é real.
Ainda em choque, retiro um dos braços de Luca do meu ombro, e caminho na direção de Harry, não sei nomear qual sentimento me acompanha agora, mas isso não interessa. O que realmente importa é que Harry está aqui, e eu preciso encostar nele só para ter certeza que é real, e não mais uma imaginação da minha mente fértil.
''Harry?́ ́ Pergunto em um sussurro incerto, chamando sua atenção para mim. Assim que ele me nota, ele simplesmente congela, e ficamos assim no que me pareceu ter sido horas, como se fosse só nossa troca de olhares com o tempo parado, ignorando tudo e a todos que estão ao nosso redor.
''Lena?'' Responde Harry quebrando o nosso silêncio, pronunciando meu nome com tanta devoção, do jeito que só ele fazia, e ainda me presenteando com um dos seus lindos sorrisos. Assim, ele se aproxima de mim um pouco inseguro, imagino que é por conta do meu estado de choque. Mas isso, não impede ele de se aproximar mais de mim, me puxando para um abraço, o qual me fez tanta falta.
''Sei que já faz um bom tempo, mas eu voltei, não fazia ideia que você estaria aqui, mas de alguma forma louca, eu acabei voltando para você.'' Diz ele de forma rápida, com suas mãos geladas em torno do meu rosto. Tento processar o que está acontecendo, mas o estado de choque não passa, eu queria gritar que estava feliz em vê-lo e dizer que eu gosto dele de verdade, mas as palavras que saíram foram outras.
''Você...mas...como?'' Pergunto a ele com o cenho franzido.
Harry me encara com um semblante um pouco inseguro. Sei que por minha culpa, provavelmente não é essa reação que ele esperava, mas meu estado de perplexidade insiste em permanecer.
''Sei que faz um tempo, um bom tempo. Mas, porra Elena, eu voltei, estou vivo, e não parei de pensar em você em nenhum minuto nesses últimos meses, sei que parece meio louco, mas na minha mente nós nunca nos afastamos.'' Declara Harry meio desesperado, sei que ele está nervoso, pelo modo que puxa seus cabelos, agora um pouco mais compridos do que da última vez que nos vimos.
''Eu...merda, desculpa. Eu que amo as palavras, mas não estou conseguindo formular uma.'' Solto uma risada nervosa, é como nas primeira vezes que eu via ele, aquele friozinho na barriga carregado de vergonha, que me impediam de falar com clareza o que eu realmente queria.
''Não seria você se conseguisse.'' Diz Harry suavemente, colocando uma de suas mãos no meu queixo, forçando nosso contato visual.
''É verdade.'' Respondo suspirando, e lhe dando um sorriso, pois estava perdida nos olhos verdes dele, esses que tanto me assombraram nos últimos meses.
́ ́Eu não acredito que você está aqui...quero dizer, eu estou muito feliz mesmo que de uma forma aleatória e inesperada, você voltou, e é só isso que importa agora.́́ Quebro o silêncio, falando ansiosamente o que eu queria.
''Mas, desculpe, estou nervosa, não sei se isso é real, ou um outro colapso mental que estou tendo. Foi difícil acreditar que você havia morrido, não consegui dormir por noites, sempre sonhava com você, e do nada no sonho você levava um tiro, o que me fazia despertar aos prantos.'' Digo a ele com lágrimas nos olhos. Só de lembrar do meu último ataque de ansiedade, seguido do sonho muito real que tive com Harry, minhas lágrimas caem.
''Ei, calma. Isso é real, eu estou aqui, e não irei mais embora. Tá bom?'' Pergunta ele gentilmente, enquanto afasta minhas lágrimas, e coloca meu cabelo atrás da orelha e logo em seguida fazendo carinho no meu rosto.
́ ́E só para você ter certeza que isso é real...́ ́ Começou Harry, mas logo cessa suas palavras com atitudes, iniciando com beijos singelos nos meus olhos, minha bochecha, até que finalmente uniu nossos lábios. E ali, minha ficha caiu, é como se voltássemos naquela nossa bolha de segurança, na qual só existia eu e ele. Como eu estava com saudades dos seus beijos, da forma cuidadosa que ele segura meu rosto, puxando minha cintura com a outra mão, merda, eu estava com muita saudade dele todinho.
Nosso momento infelizmente é interrompido, por uma tosse forçada de meu pai, de início simplesmente ignoramos, mas as supostas tosses de Mark aumentaram, fazendo com que Harry se afastasse de mim. Nunca achei que odiaria meu pai, mas nesse momento, que raiva!
́ ́Pai, olha que maravilhoso, Harry voltou.'' Digo com um sorriso grande no rosto, puxando a mão de Harry, para que possamos chegar mais perto do meu pai, sei que os dois são amigos. Mas calma, eles estavam agora a pouco brigando, não era para ambos estarem felizes? Não me contenho, e acabo perguntando:
''Mas você já sabia disso. Por que estavam brigando? Não são amigos?'' Olho para ambos, e vejo que estão tensos, apenas trocam olhares um pouco raivosos, mas me ignoram.
''Harry? Pai?'' Questiono mais uma vez, com um pouco menos de calma.
''Não é nada que não podemos resolver depois Lena. Estou muito feliz que Harry está de volta, darei um tempo para vocês, e nos falamos mais tarde.́ ́ Finalmente Mark se manifesta, após longos segundos de silêncio constrangedor, eu apenas concordo com meu pai, e ele se vira para sair do refeitório, mas logo é interrompido por Harry.
''Mark?'' Grita Harry, soltando minha mão e indo na direção dele, o qual se vira, e espera o que o inglês tem a dizer.
́ ́Eu...eu... só...obrigado.́ ́ Diz Harry de início meio confuso com as palavras, mas logo suspira fundo, como se estivesse aliviado por ter dito aquela última palavra. Mark o ensacar, com um olhar satisfeito no rosto e diz por fim:
"Conversamos depois filho, acho que você prefere a companhia de Lena, do que a minha agora." Diz meu pai com um sorriso singelo, e logo se retira.
́ ́Você está com fome? A comida aqui é ótima, podemos comer e depois dar uma volta, o que acha?'' Pergunto a Harry, um pouco envergonhada, é estranho ter ele ali de novo, e mais estranho ainda, é essa liberdade, de poder sair com ele, é tudo muito estranho, mas em um bom sentido.
''Vamos, mas vamos logo, que eu quero saber tudo que você tem feito nesses últimos tempos.'' Diz ele me abraçando de lado, e caminhamos até a mesa dos meus amigos.
''Harry, essa é minha irmã, Lauretta.́ ́ Apresento a ele, minha maior confidente, com um sorriso imenso no rosto. Lauretta parece gostar do que vê, e logo diz:
''Pode acreditar que o prazer é meu. Fazia um bom tempo que não via ninguém tão bonito.'' Diz minha amiga sem papas na língua, sua segunda gravidez está a deixando doida. Noto, que Harry fica envergonhado, mas não diz nada, apenas acena com a cabeça com um sorriso singelo.
''Não ligue para ela, são os hormônios. Esse aqui, é o Luca, e aquele vindo com um bebe no colo, é Alexander, marido de Lauretta.́ ́ Falo, apontando para Alex que se aproxima de nós. Percebo uma certa tensão entre Harry e Luca, tendo em vista que ambos só se encararam, não trocando nem sequer uma palavra, vejo que Lauretta também percebe, pois acaba trocando o foco para seu marido.
"Amor, veja só, o soldado inglês realmente existe, não era um personagem fictício da mente louca da Lena." Fala minha amiga em tom zombeteiro, para quebrar a tensão.
''Então você é famoso britânico? Prazer, Alexander, e essa aqui é minha linda filha com aquela senhorita, Denise.'' Diz meu amigo gentilmente, exibindo minha afilhada para Harry.
"O prazer é meu, e como podem ver, não sou um fantasma que a imaginação de Lena inventou." Diz Harry rindo, e logo em seguida começa a fazer caretas para Denise, a qual se mostra ser simpática, dando um sorriso sem dentes para ele.
Ficamos por mais de uma hora ali conversando, Lauretta obviamente era quem mais falava, afinal estava grávida de seu segundo filho, assim tinha prioridades em tudo, inclusive nas conversas. Luca, simplesmente terminou seu café em menos de dez minutos após todos nos acomodarmos na mesa, e se retirou, dizendo que tinha assuntos importantes a tratar com Mark. Achei estranho essa reação dele, mas por hora, pouco me importa. No momento só Harry me interessa.
Após a refeição, Harry e eu nos direcionamos para uma parte mais tranquila do alojamento, a sala de reuniões, rodeada por várias prateleiras de livros.
"Você já leu algum desses?" Questiona ele virando-se para mim, com um livro qualquer na mão.
''Na verdade não tive oportunidade ainda, desde o nascimento do bebê, e mais sua suposta morte, não tive tempo para nada.'' Respondo em tom de melancolia, enquanto me sento em uma das poltronas presentes na sala.
"Mas eu aposto que você já leu esse!" Diz ele me exibindo o livro O capital de Marx.
"Para ser sincera não." Respondo rindo, recebendo um olhar incrédulo dele.
"Mark sabe disso? Ele vai ficar tão decepcionado. Até eu, o burguês capitalista, como seu pai me apelidou, já li." Comenta Harry, imitando a forma como meu pai fala.
"E o que o burguês capitalista achou da obra?" Questiono, me ajeitando mais no sofá, para que caiba Harry nele também.
"Achei genial, as partes que eu entendi. Acredite Murray, é uma leitura muito complexa para o meu mediano intelecto."
"Bom, me convenceu. Não irei ler." Respondo, e ambos começamos a rir.
Já estava me esquecendo de como nossa conversa fluía de maneira tão simples.
E então, nossa conversa suave, é drasticamente mudada, por uma conversa mais do que necessária. Harry quebra o silêncio:
́ ́Me conta tudo, por favor, quero saber o que aconteceu com você desde aquele dia, em que fomos separados por soldados do exército vermelho, quase morri de preocupação.'' Fala Harry angustiado, como se quisesse me fazer essa pergunta faz horas, mas não sabia se deveria.
Explico em detalhes a Harry todo o processo por o qual eu passei, não escondi nada. Ele se demonstra perplexo em saber o quão cruel meu avô havia sido comigo, mas ficou aliviado por eu ter conhecido Lauretta, também mostrou-se bastante entusiasmado quando soube da evolução do meu relacionamento com Mark, e fez comentários, de que já sabia que íamos nos dar bem, tendo em vista que eles se conheceram primeiro. Enfim, contei a ele também dos últimos acontecimentos, quando Mark me disse que ele havia sido capturado por alemães, e logo em seguida executado a tiros. Disse a ele, que antes dessa informação, eu estava juntamente com o chefe de guerra, organizando inúmeros planos de resgate para ele, e que nada me faria desistir, não iria parar até encontrar ele. Lauretta, Alex, Luca e Mark, estavam preocupados comigo, pois a cada busca de soldados que saiam, era um fracasso, o que me deixava muito abalada.
''Por favor, não pense que eu desisti de você, eu estava virando noites, após estudar durante o dia todo, meios de guerra para achar você, até aprendi um pouco de alemão, para tentar achar em alguma frequência de rádio inimiga, informações suas.'' Digo a ele por fim, com o coração acelerado.
''Agora eu entendo o porquê de Mark ter mentido para você, estava protegendo sua saúde mental.'' Comenta ele, suspirando e negando com a cabeça, como se não concordasse com minhas antigas ações.
''Não estou entendendo. Você não queria que eu te procurasse?'' Questiono já alterando o meu tom de voz.
''Sim, mas não fodendo com sua cabeça, eu queria que você ficasse bem, não passando o tempo todo do seu dia aprendendo alemão, ou indo para guerrilhas incertas. Acho que Mark fez certo em dizer a você que eu estava morto, assim você relaxava um pouco.'' Responde Harry de uma maneira meio indignado e arrogante, como se eu fosse uma estúpida cega de amor, que sacrificaria a vida por um homem, e isso tirou toda minha calma.
''Então você acha que quando eu soube da sua suposta morte, eu relaxei? Fiquei tranquila nesse lindo acampamento de guerra? Acorda Harry, foi pior, muito pior, por conta disso tive ataques frequentes de ansiedade, pesadelos constantes com você, não consegui comer, dormir, não consegui fazer nada. Então não me venha me dizer que Mark estava certo por ter mentido, porque não estava.'' Respondo a ele com raiva, sentindo meus olhos úmidos já.
''E caso você tenha esquecido, não tinha de maneira nenhuma eu ficar bem, e não é só porque você estava ausente, mas lembre-se que estamos todos em guerra, há boatos que Hitler irá invadir meu país. Lauretta teve complicações na hora do parto, ficou muito mal após o nascimento de Denise, e eu como dinda, cuidei da pequena. Luca, foi para um ataque de guerrilha e voltou todo machucado, entre a vida e a morte. Meu pai sumiu por dias, a aflição de que ele partisse, logo agora que nos conhecemos me matava aos poucos. Então não me venha com esse papo de que eu devesse relaxar um pouco, porque estamos todos sendo afetados por essa merda de guerra.'' Respondo em tom mais elevado, e me levantando para beber um pouco de água. Preciso seriamente ficar mais calma.
''Ei, calma...Desculpa.'' Diz Harry suavemente, enquanto se aproxima de mim.
''Fui um merda agora, você está certa. Não que seja justificativa, mas passei por umas situações ruins também. É como você disse, a guerra está afetando todos nós. E sei que se fosse o contrario, eu também não descansaria até te achar.'' Completa ele, com um olhar mais ameno em sua feição.
́ ́ Tudo bem, não vamos brigar, é a primeira vez que estamos juntos com certa liberdade.'' Respondo sorrindo para ele, livrando qualquer pensamento de brigas e guerras que não valem a pena serem discutidas agora.
''Ah, como assim primeira vez que estamos em liberdade?'' Questiona Harry com um sorriso cafajeste na cara, enquanto me prende com seu corpo na parede, me puxando pela cintura com suas mãos firmes.
''Vai dizer que a senhorita se esqueceu do nosso dia libertário, naquele hotel de merda em Vilnius?'' Completa ele em tom malicioso, enquanto morde o nódulo da minha orelha. Sinto meu corpo arrepiar já com os caminhos que estamos indo.
''Esqueceu? Ou quer que eu te lembre?'' Pergunta ele novamente em tom sedutor, passando uma de suas mãos nas minhas nádegas, prensando mais meu corpo ao dele, passando seus lábios agora pelo meu colo. No momento, minhas palavras já sumiram, já estou entregue a ele, apenas murmurando concordâncias.
Mas logo nosso momento é interrompido. Luca entra na sala, e logo me afasto de Harry, ajeitando os botões da minha farda, que ele abriu.
́ ́É...desculpe interromper. Só vim pegar uns mapas para Mark.''Pronúncia Luca, um pouco desorientado, com um semblante triste no rosto.
''Você não interrompeu nada Luca, estavámos apenas conversando.'' Tento disfarçar, deixando a situação menos embaraçosas.
''Não precisa mentir Lena, sei que vocês tem algo, só fui estupido por achar...'' Começa Luca, mas ele mesmo desisti de falar, apenas balança a cabeça negativamente, e diz:
''Esquece...bem acho que depois eu pego os mapas.'' E anda em direção a porta triste.
''Luca, espera. Nossa aula de alemão ainda está de pé?'' Pergunto a ele com um sorriso sem graça. Não quero que fique um clima ruim entre nós, não quero que ele se afaste, ou me afaste. Sei que ele me vê como algo a mais, mas eu nunca prometi nada a mais da minha amizade, e temos sido bons amigos a tempos.
''Claro, te encontro mais tarde sehr geehrter.'' Responde Luca com seu sorriso entre os dentes me dando uma piscadinha, logo saindo da sala.
''Bom, o que acha de continuarmos da onde paramos.'' Digo com um sorriso travesso a Harry, me aproximando dele, mas noto que ele está com a cara fechada.
''Que cara é essa? O que foi?'' Pergunto com o cenho franzido a ele.
''Eu que pergunto. Que merda foi essa?'' Pergunta Harry com o semblante sério, e para aumentar a pose de bravo, fecha os braços e me encara.
''Não vai me dizer que ficou com ciúmes?́ ́ Questiono rindo.
''Não é ciumes, é só que...porra Elena, esse cara ta muito afim de você. E eu cheguei agora, e sei lá, não sei se vocês tiveram algo, o que me incomoda pra caralho, mas eu sei que não posso te cobrar nada, já que não tínhamos nada confirmado antes...mas eu preciso saber vocês tiveram algo?'' Pergunta ele todo embolado com as palavras, e logo percebo que ele não está bravo e nem nada do tipo, apenas inseguro.
''Bom, eu e o Luca somos muitos próximos, eu diria que ele é meu melhor amigo, desde que ele me ajudou a sair do campo de aprisionamento no qual John me colocou ano passado.'' Começo a dizer, e vejo que Harry já não olha em meus olhos, focando seu olhar nas suas botas.
''Mas nunca passou disso, de amizade. Não da minha parte, sei que eu poderia ter tido algo com qualquer pessoa nesse tempo, já que como você disse, não tínhamos nada confirmado... mas o que eu quero dizer é que ninguém nunca me interessou, não como você.'' Concluo minha fala, levantando sua cabeça com minhas mãos, como ele sempre faz comigo.
''Sei que não deveria, mas odeio esse cara.'' Comenta Haary suspirando, enquanto descrusa os braços, e logo os envolvendo ao meu redor.
''E, o que nós somos? Se ele é seu melhor amigo, o que eu sou?'' Questiona ele com seus olhos presos aos meus. Não sei o que somos, na verdade nunca me preocupei com rótulos, mas sei que ele é a maior preciosidade da minha vida, diria que está até empatado com minha bebê Denise.
''Bom, além de ser o cara que eu gosto de beijar.'' Comento rindo, e logo recebendo um revirar de olhos dele.
''Você, é minha pessoa.'' Digo simplesmente, como se essas palavras resumisse tudo, e imagino que para ele é suficiente, pois me devolve um sorriso de tirar o folego.
''Você também é minha pessoa.'' Diz ele antes me beijar cautelosamente.
''Agora vamos, já está tarde, e eu tenho que cuidar da Denise.''
''Então você é tipo uma babá agora?''
''Eu sou mais pra tipo uma segunda mãe. Denise só dorme comigo, desde que a Lauretta começou a ter intensas cólicas nessa gravidez, acho que por ser assim desde que ela nasceu, tendo em vista, que minha amiga mal pariu, e já colocou outro no forno, criou um laço sabe.'' Comento sorrindo, só de lembrar da coisa mais linda do mundo.
''Mas podemos nos encontrar mais tarde, sempre tem cantorias no final na noite, os músicos são ótimos.'' Convido ele, já indo em direção a porta.
''Ou eu quem sabe, não poderia ir com você?'' Sugere ele um pouco animado.
''Por mim tudo bem, mas você tem certeza? Cuidar de bebê não é tão empolgante como você pensa, vou logo avisando.''
''Mas eu quero ficar perto de você, mesmo que seja entediante ficar observando um bebê.'' Responde ele docemente.
́ ́Então, vamos.'' Estendo a mão para ele, e logo andamos em direção a saída do cômodo.
''Eu já havia reparado antes, mas estava meio receosa em perguntar. Se você não quiser falar sobre tudo bem, mas o que aconteceu com seu rosto?'' Pergunto a Harry, enquanto caminhamos em direção ao dormitório de Lauretta.
''Está tão feio assim?'' Pergunta ele rindo.
''Acho impossivel você ficar feio, mas os machucados parecem ser incomodos. Já tratou isso?''
''Obrigado, mas realmente não quero falar muito sobre, foram momentos de torturas que eu prefiro ignorar. E, sim senhorita Elena, já tratei com um médico.'' Responde ele brincalhão, me dando um beijo na bochecha.
''Chegamos, só irei pegar o bebê e a malinha dela, e podemos ir ao meu dormitório, me espere aqui.'' Falo para ele adentrando no quarto de Lauretta.
''Hmm, achei que você estaria matando a saudades do seu soldado inglês.'' Fala minha amiga assim que me vê, segurando com dificuldade Denise.
''Engraçadinha. Só vim buscar minha bebê.'' Falo sorrindo pegando Denise no colo, a qual está dormindo.
''Se quiser eu aguento o choro dela essa noite, entendo que você queira ficar com Harry.''
''Ela não me atrapalha, sabe disso. E você com essa barriga gigante, precisa de descanso.''
''Vamos fingir que acreditamos nisso. Harry ficará no seu dormitório?'' Questiona ela com seus olhos brilhando.
''Não sei, acho que não. Lá mal cabe eu.'' Respondo rindo.
''Assim é melhor, de qualquer forma, quando Denise cair no sono de vez, depois das duas horas, traga ela aqui. Vai ser o final da ronda de Alex, assim não terá problemas.''
''Ta bom, vou indo que Harry está lá fora me esperando.'' Com a bebê no colo, me preparo para sair, mas sou interrompida por um grito de Lauretta.
''Elenaaaa.'' Grita ela, e eu a olho preocupada.
''Toma, para você nunca dizer que não te dei nada.'' Diz ela colocando uma sacola pequena, na bolsa de Denise.
''O que é isso?'' Pergunto curiosa.
''Presentinho, para você...ou mais para o Harry.'' Fala ela a última parte bem baixinho, mas eu entendi muito bem.
''Lauretta, você não vai me sacanear viu.'' Ameaço ela.
''Aí vai logo, e faça bom uso do presente, vou querer detalhes depois.'' Diz ela me dando uma piscadinha.
Saí do qaurto, um pouco curiosa em saber qual é desse presente de Lauretta. Mas logo mudo o foco, quando vejo Harry entediado do lado de fora, ele me ajuda pegando a malinha de Denise, e vamos até meu dormitório.
Ele questiona o porque de eu cuidar dela de noite, e eu explico que é por conta das mudanças de humores de Lau, e que eu só cuido da menina, quando Alex, está de vigia, como hoje. Mas eu até prefiro ficar com ela, me sinto menos sozinha. Também digo a ele que Alex vai pegar ela de madrugada, já que depois das duas da manhÂ, a linda Denise dorme a noite inteira.
''Bom, então ficarei aqui com você.''
''Pode ficar, mas em silêncio, que por hora qualquer barulhinho faz ela acordar.'' Digo brava a ele, o qual me encara com um olhar divertido.
''Está bem, mamãe Elena.'' Fala ele por fim, tirando suas botas e se deitando na minha cama, enquanto eu coloco Denise no sofá aqui presente, envolta de três travesseiros, para ela não cair.
Aproveito que Harry está descansando, e Denise dormindo, para ver o presente de Lauretta, essa minha curiosidade ainda vai me matar.
Assim, que eu retiro o conteúdo da embalagem, sinto uma vontade danada de ir lá dar na cara de Lauretta. Não acredito que ela me deu isso, nunca vi vestimentas íntimas com pouco pano, igual a essa. Estou de boca aberta, e por algum motivo sem graça, e por estar tão perplexa com esse presente de grego, e nem noto que Harry está ao meu lado.
''Alguma chance de você usar isso hoje?'' Pergunta ele, atrás de mim, pegando a calcinha (ou algo que lembre a uma calcinha) da minha mão, e começa avaliar com cuidado, com cara de quem gostou.
''Me devolve isso aqui. Preciso nem dizer que isso é obra de Lauretta.'' Falo meio nervosa, tirando a calcinha da mão dele. Que situação meu Deus.
''Devo dizer, que estou adorando sua amiga Lauretta. E que você deveria escutar mais ela.'' Diz ele me beijando meu pescoço.
''Você só pensa nisso né Harry? Qualquer oportunidade de me agarrar, você pega.'' Digo a ele rindo, o qual me vira para ele e me encara incrédulo.
''E você não? Claro que eu só penso nisso, faz mil anos que não fodo ninguém, e a última vez que te toquei foi ano passado. Estou tão ta seca, que só de olhar para essa calcinha, e imaginar você usando ela eu já fico duro.'' Responde ele meio angustiado, eu diria até que está excitado.
Não me aguento, e começo a rir de seu desespero. O que faz com que Denise acorde por conta do barulho.
''E no fim, quem acordou ela, foi você.'' Fala ele me zoando.
''Na verdade foi você. E se eu fosse você, dava um jeito nisso.'' Respondo ainda rindo, desviando meu olhar para a calça dele.
''Deixa Elena, deixa Alex vir buscar a bebê, que vocÊ mesma irá dar um jeito nisso.'' Responde ele em tom sedutor, apontando para sua região bem evidente.
''Vai sonhando soldado.́ ́ Respondo rindo, enquanto pego Denise no colo, e vejo Harry ir para o banheiro, mas antes fazendo algo bem obsceno para mim, me dando outro ataque de riso.
''Ta vendo bebê, seu tio Harry é um safado. Mas eu amo ele.''
Oii gente, como vcs estão?
Não sei se tenho algum leitor fixo ou não, mas queria dizer que agora eu voltei de verdade!
Estava muito tensa com minhas provas, mas já estão acabando! Então vou tentar postar pelo menos uma vez na semana.
Me contem, o que estão achando da história? (Qualquer comentário é bem vindo, sintam-se livres para opinar).
Obs: Pegaram alguma referência de falas de friends e Grey's Anatomy? (Minhas séries favoritas ☺️).
É isso, até a próxima 😘.
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