Almas gêmeas
Assim que abri meus olhos, senti uma luz invadir minha vista e minha cabeça apareceu dar voltas e mais voltas. Pisquei algumas vezes até ver que estava em um quarto desconhecido por mim, não era minha casa e nem mesmo minha casa, só gostaria de entender onde estava. As paredes do quarto não possuíam cor alguma a não ser a da madeira envernizada e o chão era da mesma forma. Havia uma grande janela e por ela entrava a luz do dia que mais uma vez estava nublado e estranhamente frio.
Havia uma lareira na parede oposta a da cama e aparentemente era ela que estava me mantendo mais aquecida, felizmente eu estava usando minhas roupas e parecia estar bem, pensei que estaria amarrada ou coisa parecida mas para minha surpresa não e isso é estranho pois jurei estar sendo sequestrada na noite anterior. Ouvi dois toques serem desferidos na porta de madeira e em seguida uma garota adentrar o quarto, ela era muito bonita, talvez seja a garota mais bonita que eu já tenha vista na vida, ela tinha um cabelo loiro e longo e um sorriso doce nos lábios.
— Olá, vejo que já acordou. — A mesma adentrou o quarto e tinha uma bandeja de café da manhã na mão. — Isso é para você. — Ela se aproximou da cama e deixou a bandeja ao meu lado na cama.
— Onde estou? — Indaguei com um misto de confusão e curiosidade e a garota mordeu um pouco o lábio pensando se deveria ou não me dizer na acabou por dizer.
— Em Trenton, para ser mais específica na reserva atrás das montanhas. — Eu estava longe casa.
— O que? Eu preciso voltar para casa, minha mãe vai ficar preocupada. — Fiz menção de me levantar mas antes que pudesse fazê-lo a mesma foi mais rápida.
— Espera, você não pode ir. — Ela falou tocando meus ombros levemente e me fazendo ficar sentada na cama e depois de um suspiro, me olhou séria. — Você precisa ficar aqui, nós precisamos cuidar de você, sabe que podia ter morrido.
— O que está acontecendo? Eu não sei exatamente nada do que está acontecendo, ao menos te conheço, como posso confiar em uma estranha? — Me senti totalmente perdida, confusa e até mesmo um pouco assustada pois não conhecia aquele lugar e aquela garota, qualquer pessoa em meu lugar ficaria apavorado.
— Sooyoung, o fato de eu ser uma estranha é o que menos deve te preocupar agora. — A garota possuía uma calma invejável diante a mim que mais parecia que iria ter um surto a qualquer momento.
— Mas quem é você?
— Sou Jinsoul, se isso for te fazer ficar mais tranquila, sou a namorada do Johnny, você o conheceu, certo? — Ela se apresentou e em seguida sorriu levemente para mim que franzi o cenho.
— O Johnny do colégio? — Perguntei ainda incerta e a mesma apenas balançou a cabeça assentindo.
— Sim. — Assim Jinsoul respondeu a porta voltou a ser aberta e por ela entrou um rapaz, ele era alto, possuía um semblante sério e por mais que parecesse ter quase a mesma idade que eu, seus traços faciais eram bastante maduros e ao mesmo tempo bonitos.
Ele é bonito.
— Como ela está? — Assim que ouvi sua voz me lembrei de já tê-lo ouvido antes e apenas repreendi meus pensamentos, ele era o idiota da noite anterior que ao menos me conhece e já quer me dar ordens, inclusive controlar de quem eu devo ou não gostar.
— Aparentemente bem para alguém que ficou inconsciente por mais de 72 horas. — A loira comentou sorrindo em minha direção e eu apenas abri a boca sem acreditar pois parecia que eu havia apagado na noite anterior e acordado hoje normalmente.
— Isso é bom, obrigado Jinsoul. — O mesmo respondeu e a garota apenas assentiu antes de se retirar do recinto fechando a porta atrás de si. Ele não disse nada durante um bom tempo e apenas foi se sentar na poltrona que estava localizada perto da lareira e apenas ficou me encarando por um bom tempo, aquilo já estava me deixando incomodada.
— Vai me dizer algo? — Talvez eu tenha soado grosseira mas algo me dizia que ele lá não era assim tão delicado também.
— É, você é exatamente como eu esperava.
— O quê?
— Vamos esclarecer as coisas de uma vez por todas.
— Esclarecer as coisas? — Perguntei ainda confusa e apenas recebi um acenar de cabeça vindo dele. — Mas o que exatamente precisa ser esclarecido?
— Sua mãe pode não ter lhe contado muita coisa, uma delas é que você nunca deveria ter saído daqui, mas olha, ela te trouxe de volta. — Ele falou rindo em um tom debochado e eu logo entendi que ele não iria ser nada simpático comigo, na verdade, parecia ser alguém que por algum motivo tinha coisas sérias a resolver comigo e não saber de absolutamente nada só faziam as coisas ficarem ainda pior para o meu lado, minha sempre escondeu coisas de mim? E do que exatamente ele estava falando?
— Me trouxe de volta? Do que exatamente você está falando? — Eu precisava entender toda aquela história que segundo ele minha mãe não havia me falado.
— Sua mãe mentiu para você a respeito de seu pai, aquele homem ao qual você sempre chamou de pai, nunca foi seu pai de verdade. Seu pai era um desertor, ele ajudou os metamorfos a armar uma emboscada para a nossa alcateia e em seguida fugiu após matar meu pai, ele abandonou sua mãe grávida e ela acabou fugindo com a ajuda dos Kim mas agora você está de volta. — Por algum motivo, eu conseguia sentir algum tipo de ódio, raiva, um sentimento de pura tristeza, melancolia e isso era horrível, me sufocava e mesmo que eu me explodisse em lágrimas ainda não seriam o suficiente para aliviar o que estava sentindo, eu me sentia mal e nem era como se aquilo fosse meu, porque não eram meus sentimentos.
— O que quer dizer com isso? — Sussurrei baixo, sentindo minha garganta contrair me fazendo engolir em seco e eu ao menos estava olhando para ele, me sentia intimidada como se tivesse um monstro bem diante de mim e eu queria gritar por socorro e voltar para casa, para a minha mãe.
— Bem vinda ao inferno, Sooyoung. Pois sua estadia aqui será bastante longa. — O mesmo comentou antes de se levantar da poltrona onde estava sentado e pelo canto de olho pude ver ele indo em direção a porta do quarto.
— Está me punindo por algo que meu pai fez? — Não consegui simplesmente me manter calada, pois era injusto eu estar ali por algo que não tive o mínimo de culpa. Eu ao menos tinha nascido quando tudo isso aconteceu.
— Não sou eu quem estou lhe punindo, se fosse lhe punir, você ao menos estaria viva em minhas mãos, mas preciso de você viva para que as coisas dêem certo e até lá, você não irá sair daqui e irá fazer tudo o que eu mandar.
— O quê? — Eu estava completamente incrédula. Ele não ia me deixar ir para casa?
— Jinsoul irá ajudá-la no que for preciso mas você não sairá daqui, a não ser que queira que entreguem sua cabeça em uma bandeja para sua mãe. E eu acredito que você não quer que algo assim aconteça. — Ele fala me olhando antes de enfim abrir a porta do quarto e sair do recinto.
Eu apenas me mantive paralisada no mesmo lugar sem acreditar em tudo o que estava acontecendo comigo. Até mesmo a bandeja de café da manhã se tornou algo desinteressante para mim que agora estava sem fome, havia perdido totalmente o apetite após isso. Gostaria que minha mãe ao menos tivesse me dito algo sobre isso, que ela tivesse me contado a verdade para que quando isso acontecesse eu não ficasse assim tão impressionada e assustada.
Como estaria a minha mãe? Será que ela já sabe onde estou e virá me buscar?
— Sooyoung. — A porta logo foi aberta por Jinsoul que me lançou um sorriso pequeno e triste, a mesma se sentou na ponta da cama. — Me desculpe por tudo isso.
— Você não precisa se desculpar, ele é um idiota.
— Jaehyun está tentando te salvar. — Jinsoul respondeu convicta e eu a olhei duvidosa.
— Ele me odeia e provavelmente só quer fazer com que eu pague por algo que um pai desconhecido por mim fez no passado. — Por algum motivo, me sentia injustiçada, sendo culpada por algo que não fiz e que ao menos cheguei a ter conhecimento, até o dia de hoje.
— É verdade que seu pai foi o responsável pela morte do nosso alfa. Mas não odeie o Jaehyun, ele está tentando te manter viva quando toda a alcatéia quer você morta, assim como sua mãe e seu pai também. — Aquilo tudo era novo para mim, então ele estava indo contra sua alcatéia por minha causa?
— Como é?
— Sim, ele odeia o seu pai e provavelmente vai parecer te odiar por você ser filha do homem que matou o pai dele. Mas como se sentiria se soubesse que a pessoa que você mais deveria amar têm ligação com o assassino de seu pai? Ele apenas está tendo um conflito interno e vai demorar um pouco até que se acostume com tudo isso e até lá, ele vai querer se vingar. — A mesma explicou com um suspiro cansado, ela obviamente sabia mais coisas, e não estava me contando todas elas.
— Ele quer se vingar do meu pai me usando?
— Bem, ele poderia fazer isso, se vocês não fossem almas gêmeas. — Jinsoul murmurou e eu ri incrédula.
— Isso é terrível. — Falei mais agora mim mesma não acreditando que algo assim exista. Apenas queria que tudo isso fosse uma brincadeira de muito mau gosto ou um sonho estranho mas parecia ser a realidade.
— Tente entendê-lo Sooyoung, ele quer se vingar de alguém e você é a única que pode tentar fazê-lo mudar de idéia. A ligação de almas é mais forte que qualquer coisa já existente para nós, lobos. Se a lua uniu vocês os dois, é porque era o certo a ser feito, Jaehyun não pode matar você ou coisa parecida, mas outra pessoa pode fazê-lo e é exatamente por isso que você precisa ficar aqui.
— Não foi isso que ele me disse mais cedo. — Murmurei incerta daquilo que ela havia acabado de dizer e a mesma apenas riu levemente.
— Ele só estava tentando lhe assustar, não acredite nas ameaças dele, é mais fácil ele virar um cão com o rabo abanando e querendo atenção do que você ser maltratada por ele. Ah, e ele detesta o Taeyong.
— Como ele sabe sobre o Taeyong? — Gostaria de saber porque todo mundo sabe sobre o Taeyong
Meus pensamentos!
— Seja lá o que você sinta por esse cara, terá que acabar, ser rejeitado por nossa alma gêmea, é como ser dilacerado, é doloroso. E mesmo que ele não diga nada a você, ele se sente mal. Pode não parecer, mas ainda temos crises de ciúmes como qualquer outro tipo de pessoa e eu espero que você esteja pronta para lidar com isso. — Ela comentou como se aquilo fosse algo ao qual deveria ficar fixado em minha mente e eu apenas tentei digerir o fato de que eu precisava me adaptar a tudo isso caso não quisesse ser morta.
[…]
Jinsoul me fez companhia durante todo o período do dia, nós até mesmo almoçamos juntas e quando a noite chegou, ela me disse que iríamos ter companhia durante o jantar. A mãe de Jaehyun estaria ali e embora ela tivesse me evitado durante todo o resto do dia, durante a noite era inevitável, visto que o tio de Jaehyun exigiu que eu estivesse jantando com todos eles. Jinsoul me ajudou a me arrumar e ela havia me emprestado roupas suas e estas me serviram muito bem.
E assim que terminei de escovar meu cabelo, a porta foi aberta por uma mulher de meia idade, ela estava bem vestida, era até muito elegante para alguém que vivia no meio de uma floresta. A mesma me examinou com o olhar e em seguida franziu o cenho, era fato que Jaehyun era muito parecido com ela e talvez eles até tenham o mesmo gênio.
— Você é a filha do desertor?
— Sou filha de Lee Solji e Park Younghoon, não sei de quem a senhora está falando.
— Vamos fingir que a sua verdade é verídica, por mim você já estaria morta, mas estou fazendo isso por meu filho pois a vida dele depende da sua, mas não fique tão à vontade, você não é bem vinda aqui e já deve saber disso. — Ela comentou com certo desprezo em seu tom de voz e eu soube que minha convivência com ela seria bastante conturbada, mas eu até posso compreendê-la, sou filha do homem que matou seu marido.
— Sinto muito pelo que aconteceu, mas eu não tenho culpa. — Falei a pegando de surpresa, a mesma me encarou e se o olhar matasse, eu obviamente estaria morta a muito tempo.
— Apenas não fique em meu caminho. — Foi tudo o que ela disse antes de fechar a porta atrás de si com demasiada força, Jinsoul apenas me olhou brevemente e então suspirou.
— Não se preocupe, ela não irá fazer nada de ruim a você. — A mesma assegurou e eu engoli em seco e isso me fez pensar que havia algo de errado ali, se eu morrer, Jaehyun morre e vice versa mas porque a mãe dele ainda estava viva se o seu pai morreu?
— Jinsoul, eu não entendo. Se o pai de Jaehyun está morto, porque a mãe dele está viva? — Minha curiosidade falou por mim mesma e a garota apenas me olhou momentaneamente e depois caminhou até a porta, trancando-a para evitar que alguém entrasse sem avisar. Ela então se sentou na poltrona antes de começar a falar.
— Porque a Sra. Jung nunca foi a alma gêmea dele, meus pais dizem que ela nunca apareceu e quando Jaehyun nasceu, todos apenas aceitaram pois ele era o alfa e tinha um filho que provavelmente seria o seu sucessor, mas agora, Jaehyun está tentando ser o único líder da alcatéia, já que seu tio quer tomar o posto que por direito é seu. Ele por acaso, se casou com a mãe de Jaehyun algum tempo após a morte de seu pai. — Jinsoul explicou baixo e rapidamente, ela parecia estar entusiasmada ao me contar aquilo.
— Isso é estranho. — Comentei franzindo o cenho e a loira apenas assentiu.
— Sim, muito. Alguns dizem até mesmo que o irmão do Sr. Jung é o verdadeiro culpado por trás da emboscada e que a Sra. Jung é na verdade sua alma gêmea e que eles teriam matado a verdadeira ligação de alma do pai de Jaehyun e por isso ele consequentemente morreu, mas nada foi confirmado. — Jinsoul continuou e por algum motivo aquela loucura começou a fazer algum tipo de sentido, o fato de eu ter aparecido pode ser ruim mas ao mesmo tempo bom, pois Jaehyun poderá ser reconhecido como um líder pela alcatéia por ter uma ligação, embora que não seja da forma que eles queiram, ainda sim é algo abençoado pela lua.
Após alguns segundos de silêncio, ouvimos alguém dar dois toques na porta e Jinsoul se levantou da poltrona onde estava sentada e antes de abrir a porta ouvimos uma voz.
— Estão fofocando? — Jinsoul riu e em seguida abriu a porta revelando a figura alta de Johnny, este que estava vestido com um terno, totalmente social e com o cabelo bem arrumado.
— Talvez, ela está linda não é mesmo? — Jinsoul falou se referindo a mim que apenas me mantive em silêncio.
— Se eu disser que sim você irá ficar brava?
— Idiota. — A garota riu levemente e eles faziam um bom casal, era até engraçado pensar que eu tinha uma alma gêmea e que por acaso não era quem eu esperava que fosse.
— Acho que nós já podemos descer, Jaehyun já está na mesa do jantar, Sooyoung, não se surpreenda com quem você irá ver na mesa de jantar. — Johnny falou sério para mim que apenas assenti ainda sem entender muito bem o que tudo aquilo significava.
Eu apenas os acompanhei até o andar inferior, onde pude ver que a sala de estar era bastante ampla, bem maior que a casa da minha mãe diria. Haviam lustres e estes tiravam um pouco do ar rústico da casa a tornando minimamente luxuosa, como não havia saído do quarto — que descobri ser o de Jaehyun — o dia todo, acabei não vendo nada da casa. Jinsoul ficou bastante receosa de me deixar almoçar sozinha com a mãe de Jaehyun e por isso decidiu me manter no quarto. A sala de jantar era espaçosa e uma grande mesa estava posta, era como se eles estivessem anunciando algo grandioso quando na verdade era apenas eu. Quando puxei uma cadeira do lado oposto ao qual Jaehyun estava, pude sentir seu olhar sobre mim.
“O que pensa que está fazendo?”
Era ele, eu sabia disso e apenas me mantive em silêncio e me sentei na cadeira em que havia escolhido, não queria ficar perto dele e até mesmo Johnny e Jinsoul pareceram notar isso. Não demorou muito para que um homem aparecesse com a mãe de Jaehyun, este possuía um grande sorriso no rosto, quase que genuíno, ele se sentou na ponta da mesa enquanto que sua esposa se sentou do lado direito ao pé do marido enquanto que Jaehyun estava na outra ponta da mesa, era clara a divergência ali.
— Nossa querida Sooyoung enfim está aqui.
— Não venha com essas histórias. — Jaehyun murmurou enquanto que Johnny e Jinsoul que estavam mais próximos a si, apenas se mantiveram em silêncio.
— Oras, não seja assim meu querido, sabe que você é como um filho para mim, e claro que Sooyoung será como uma nora. — Ele direcionou seu olhar a mim que apenas pisquei rapidamente e franzi o cenho.
— O que faz o senhor pensar que ficarei aqui? — Indaguei irritada por algum motivo e logo após dizer isso notei que aquela irritação de fato não era minha, era Jaehyun, se ele se sentia assim, então me impulsionava a sentir o mesmo, embora eu seja muito medrosa.
— Pensei que você e Jaehyun já tivessem conversado sobre isso. — O homem estava claramente debochando da situação e ele ao menos disfarçava, uma coisa é certa, ele é alguém de caráter duvidoso e não duvido muito que tenha matado o próprio irmão por querer ter algum poder na alcatéia e se isso for confirmado, toda a história terá um rumo diferente.
— Não importa se conversamos ou não sobre, você sabe o que deve ser feito. — Jaehyun falou entredentes, seu olhar em direção ao seu tio era intimidador, mesmo que o homem apenas risse com descrença, o sobrinho parecia estar a um ponto de fazê-lo engolir as próprias falas pois apertava as mãos em punhos sobre a mesa e eu não duvido muito que ele seja tão forte quanto seu tio.
— Por favor, não comecem a discutir sobre isso na mesa do jantar. — A Sra. Jung falou repreendendo ambos e Jaehyun estava irritado, eu sabia disso pois podia sentir exatamente o mesmo que ele e isso parecia ser loucura mas tive vontade de quebrar a garrafa de vinho na cabeça daquele homem mesmo que isso não seja algo ao qual eu faria e sim Jaehyun.
— Os convidados chegaram. — Um homem anunciou perto da porta de entrada da sala de jantar e então, eu me virei e para ver quem eram os tais convidados e minha visão se ficou especificamente em Lee Taeyong.
Então, era sobre isso que Johnny estava falando.
(...)
Eu disse que ia voltar logo!
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