
Chapter Thirty-Seven: Like A Screen
N/A: osa osa osa osa como pedido de desculpas eu lhe devo uma mamada bem gostosa 😔✊
Oi rsrs
Espero tenham uma boa leitura e gostem dessa att. E claro, para deixar a vadiazinha aqui mais feliz ainda nao se esqueçam de votar e comentar. Até logo, minha putada especial ;)
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Bato na porta de madeira clara três vezes seguidas e espero pacientemente. No momento seguinte ouço a voz abafada de Félix falando que eu poderia entrar. Giro a maçaneta de aço concedendo-me a passagem para o quarto dele e não demoro para encontra-lo deitado de bruços na cama com os olhos presos na tela do notebook, vez ou outra balançando os pés no ar cobertos por uma meia com desenhos de pizza.
Já era quase sete e meia da noite de segunda-feira e fazia apenas uma hora que cheguei do trabalho. Hoje, além do dia ter começado de uma ótima maneira, terminou calmo e bastante produtivo. Mesmo que eu tenha feito coisas demasiadas cansativas que deixou-me cansado, porém tudo valeu a pena. Ah! Sem contar que a queridíssima Sra. Calsar parecia tentar à tudo custo me evitar sempre que eu aparecia no saguão do nosso andar ou quando ela precisava levar algo até o escritório, sequer me olhando nos olhos. Até acho que Minho chegou a perceber mas não se deu ao trabalho de perguntar o porquê e eu também não vi motivos para falar, já que é algo irrelevante. E, obviamente, eu não pude deixar de me importar menos em ser ignorado por aquela mulher muito... bronzeada e intrometida. Sendo sincero, eu até mesmo agradeci mentalmente pelo tal ato.
Vou até meu melhor amigo e sento-me no canto da cama quase ao lado do seu quadril. O quarto de Lix era, por incrível que pareça, bem arrumado. As paredes num tom bege meio embranquecido e uma em específico com vários posters e discos da banda Blondie, Michael Jackson, Queen e entre outros, colados na parede juntamente com luzes de pisca-pisca coloridas ao redor, e bem ao lado uma enorme estante portando vários livros que iam do romance clichê ao suspense psicológico. Também havia um cantinho especial para os próprios livros escrito por ele, que eram muito bem cuidado. No chão havia um tapete macio que eu gostava muito apesar de ser extremamente brega com aquela estampa de vacas da cor branco e preto. Já na televisão grudada no centro da parede em minha frente passava o clipe de Working Bicth da Ashnikko que deixava o ambiente até um pouco mais alegre e aconchegante do que já é, embora a letra seja um tanto quanto... explícita demais. Porém não é algo que incomode eu ou Félix, já que nós dois somos fãs da cantora à um tempo e gostamos do estilo musical único que ela entrega.
- Vamos, Félix. Comece contando todos os detalhes da noite inesquecível que teve, se não eu vou bater em você. - Aviso e antes que ele se dê conta já estou erguendo a mão direita e dando um tapa estridente na sua bunda grande. Félix se assusta e rapidamente vira a cabeça na minha direção com os olhos azuis arregalados.
- Jisung! - Exclama surpreso, me fazendo rir. - Estou começando a achar que você está aprendendo essas coisas de surra na bunda com o Lee.
Reviro os olhos, sorrindo de lado.
Nesse meio tempo entre eu chegar em casa por volta das seis e tomar um glorioso banho quente afim de tirar todo o ar poluído que habita no mundo, Félix nem sequer saiu do próprio quarto. Ato que achei obviamente estranho pois conheço meu melhor amigo mais do que ninguém. Afinal, assim que sempre piso dentro apartamento ele costuma vir até mim com perguntas explícitas e constrangedoras, principalmente se o lugar que acabei passando a noite - e o fim de semana - for a residência de Lee Minho. Porém retorno a raciocinar e essa confusão e estranhamento todo não dura nem um minuto, porque acabei por dar-me conta do quão... duplicado... foi a sua sexta-feira e seu sábado, e consigo entender o porquê de ele... bem, preferir não andar.
- Na verdade, todas essas coisas promíscuas eu aprendo com você... Sua vadiazinha que transou pelada com dois homens ao mesmo tempo! - Grito alto, igual na vez que acabei tendo um sonho erótico com... vocês sabem quem... quer dizer, não o Voldemort, eu estou me referindo ao Minho. Só para deixar claro. Enfim, recapitulando, e Félix fez questão de sair cantando pela casa toda e para quem quisesse ouvir.
- Falou a putinha que gosta de levar cintada na bunda na hora do sexo. - Resmunga como uma criança encrenqueira.
- Não sei no que você está se referindo.
Ele tenta me bater e eu desvio, rindo do seu cara indignada. Já apanhei demais essa semana.
- Conta logo como isso aconteceu, Lix! Eu juro que estou morrendo de curiosidade. Está ouvindo meu coração parando de bater? Minha respiração ficando fraca? - Me jogo na cama de forma dramática para dar ênfase no que estou querendo lhe mostrar, e acabo por cair com a cabeça bem cima da bunda dele e decido ficar por aqui já que surpreendentemente estou confortável. Uh, melhor do que o meu travesseiro. - Nossa que bunda macia.
- Aí como você é dramático, Hannie! - Murmura empinando a bunda na intenção de que eu saia do lugar mas isso não resulta em nada. Dou risada ao ouvir seu bufo e percebo que desistiu de me tirar de cima dele. - Aliás, Hyunjin e Changbin falaram a mesma coisa. - Sussurra malicioso.
Levanto um pouco a cabeça e observo que ele está apoiando o queixo em uma das mãos. Deduzo que esteja relembrando de vestígios das lembranças marcantes que acabou adquirindo nos últimos três dias. Não o julgo, já que as vezes me pego fazendo a mesma coisa em momentos aleatórios do dia.
- Ei, me diz... entrou os dois ao mesmo tempo? - Pergunto sem conter a curiosidade.
- Eu ainda pretendo fazer força para cagar, Hannie. - Responde direto, arrancando-me mais uma risada enquanto permaneço prestando atenção na sua fala conseguinte. - Na verdade, o jeito que rolou foi algo tipo...
- Centopeia Humana?
- Vai se foder, Han Jisung! - Se vira tão rápido que acaba por me fazer cair com a cabeça na cama enquanto dou risada sem conseguir parar. Apesar do xingamento, não demora nem cinco segundos para eu ouvir a risada alta do meu melhor amigo ecoar por todo o quarto.
- Eu imaginei! - Digo entre as risadas. - Eu imaginei... - Paro de rir de repente, aos poucos meu rosto se contorcendo numa careta de nojo. - Eu quero morrer.
- Você é nojento. - Fala rindo ainda mais ao olhar minha cara.
- Ok! Chega de enrolação, me conte logo tudo. - Interrompo usando uma expressão séria. O que não dura muito, porque basta nós dois olhar um nos olhos do outro que retornamos a rir.
- Chega! - Ele respira fundo e se senta na cama, e eu continuo deitado pois estou com preguiça. - Foi... simplesmente perfeito, sabe? Nunca tive uma foda tão boa como essa na vida. Essas, corrigindo.
- Sempre desconfiei que o pau de Changbin e do Sr. Hwang fazem mágica com a bunda alheia. - Murmuro e me inclino um pouco para o lado afim de pegar o controle da televisão. - Obviamente o de Minho é muito melhor. - Continuo, escolhendo a próxima música para tocar. Nice Girl é ótima. Vai ser essa.
- Meu amor... - Cantarola debochado. - eu tive dois paus só pra mim, com licença.
- Já o meu pau é bilionário e curte BDSM. - Devolvo de volta. Tento não rir da briga besta que estamos tendo.
- O Hyunjin também é rico, lembra? Burro.
- Ih, verdade. - Dou de ombros. - Está bem, agora continue a sua história de aventura que é perfeitamente amigável para a família tradicional.
Ele revira os olhos mas logo volta a falar de forma até um pouco suave:
- Eu percebi que os dois já tinham um tipo de relação antes de me chamarem para fazer algo à três. Isso estava bem explícito para mim só pelo jeito que eles se tocam, deixando claro que já conhecem o corpo um do outro. Porém... - Ele suspira, parecendo estar pensativo. - mesmo assim Changbin e Hyunjin me fizeram sentir que eu... que eu fazia parte... Entende o que quero dizer? Nas horas que passamos juntos na cama ou fora dela, ou no dia seguinte no qual eles ficaram comigo até tarde da noite apenas... conversando. Eu não sentia que estava atrapalhando algo, e sim que também fazia parte. Sei que é algo recente e que não devia ser tão intenso como foi. Mas, é um sentimento tão quente e sensual, desvastador, eu confesso, mas é maravilhoso.
Felix simplesmente se derrete com as coisas que devem estar passando na sua cabeça naquele instante. Eu nunca o vi se derreter antes - a palavra belo e submisso me ocorrem de repente. Félix submisso. Nossa, Changbin e Hyunjin realmente devem ser bons.
- E o melhor, Hannie, - Ele continua, fazendo-me parar de passear em devaneios aleatórios. - os dois me trouxeram café da manhã na cama! Ninguém nunca se importou tanto comigo depois de um sexo casual, você sabe. - Desvia o olhar para a televisão. - É estranhamente... novo e perfeito.
- Uau. Lee Félix finalmente está apaixonado por um homem que não seja fictício. - Brinco com ele. - Quer dizer, dois homens. E eles são Hwang Hyunjin e Seo Changbin: Gostosos, sensuais e cheio da grana.
- Ah, é só por causa do dinheiro. - Pisca o olho para mim e ambos temos outro acesso de riso.
- Mas, falando sério agora, eles dois estão fazendo apenas o que você realmente merece. Um sexo inesquecível e um cuidado essencial depois. - Sorrio para ele, recebendo um sorriso tímido em troca. - Vocês pretendem se verem mais vezes? Tipo, para se conhecerem melhor ou algo assim? Porque, não querendo lhe iludir, mas só pelo fato de observar vocês conversando na festa e o que você acabou de me contar... parece que se deram bem.
- Hum... Então, sobre isso, o Hyunjin meio que... criou um grupo no WhatsApp...? - Fala em forma de pergunta. - contendo nós três para que a conversa fluísse melhor e também sem deixar nenhum de fora.
- Isso é perfeito, Lix! - Exclamo alegre pelo meu melhor amigo, já me pondo sentado na cama. - Devíamos comemorar, não acha? Finalmente você tem a chance de desencalhar, e o melhor, ela é duplicada! Isso não é incrível?
- Nossa, mas você é um idiota, não é? - Me dá um tapinha na cabeça enquanto dou risada da sua expressão se falsa indignação. - Só por isso é você que vai fazer o jantar hoje.
- Ah, não... - Resmungo fazendo bico.
- Pode ir tirando esse bico de chupa rola da boca porque não funciona comigo.
- Seu chato! - Levanto-me da cama para ir até a porta do quarto. - O que acha de pedirmos um yakisoba? Faz tempo que não como. E... estou com preguiça de cozinhar.
- Sim! Sim! - Responde com entusiasmo. - Pede o daquela velhinha gentil da rua de trás... como é nome dela? Eu sempre esqueço, mas a comida sempre vem muito gostosa.
- Hana. - Lembro-o.
- Isso mesmo.
- Ok, então está decidido. - Concluo. - Vou lá ligar para fazer o pedido e deixar você deitado. Dois paus juntos realmente não deve ser fácil. - Mexo a cabeça de um lado para o outro e crispo os lábios. - Bunda Lee; a nova guerreira Mulan.
- Que porra, Jisung! - Grita Felix enquanto joga um dos travesseiros na minha direção, que por sorte não atinge meu corpo. Saio correndo do quarto dele sem deixar de rir. Mas no fundo, sentindo-me feliz em finalmente saber que o meu melhor amigo pode ter tido a sorte de encontrar duas pessoas incríveis para ficarem ao seu lado, e não mais um idiota.
×××
Passou-se duas semanas desde a fatídica festa que resultou em uma punição inesquecível e um menage para o meu melhor amigo. Devo dizer que a relação entre os três pombinhos estão definitivamente indo muito bem. Sempre que tem oportunidade eles estão saindo juntos, sendo para almoçar em algum restaurante aleatório ou até mesmo passear em um shopping para tomar sorvete e ir ao cinema. Eu estou tão feliz, porque isso deixa Félix feliz. Nesses tempos ele anda tão sorridente e inspirado, quase a todo momento escrevendo sua história que, por sinal, já está quase chegando ao fim e por sorte no prazo que a editora propôs.
Hoje é sexta-feira, às onze horas da noite, e estou sozinho em casa. Já que Felix acabou por ir em um jantar com Changbin e Hyunjin, e decidiu aceitar o convite de dormir na casa de Hwang, já que amanhã não iria fazer nada e prefere transar do que ficar em casa comendo besteiras. Tipo o que estou fazendo exatamente agora, sentado no sofá da sala só de pijama enquanto como três tipos de cheetos que misturei num pote de princesa - que inicialmente é de pipoca - e assisto Supernatural.
Sei que poderia chamar Minho para vir aqui, ou até mesmo eu ir até o apartamento dele, mas... desde o começo dessa semana ele anda meio estranho. Meio que distante do mundo real. Dando-me a impressão de quase sempre estar viajando em pensamentos nos quais eu talvez nunca saiba sobre o que são. Mal conversamos nesses últimos dias, e, por incrível que pareça, sinto que o problema dessa vez vem inteiramente de dentro dele e não tem sequer nada haver comigo. Foi exatamente por isso que não o interroguei, - apesar de sempre perguntar se está tudo bem e falar que eu estou aqui para o que precisar - estou esperando pacientemente Minho se sentir a vontade para me dizer o que há de errado.
Depois de terminar três episódios de Supernatural começo a me sentir entediado, então decido ligar para minha mãe em Incheon afim de saber como ela está, já que faz um bom tempo que não nos falamos por ligações. Apesar de que fazemos isso por mensagens todos os dias.
Ela começa a me contar sobre sua última aventura na fabricação de velas - mamãe vive experimentando novos negócios. Basicamente, está entediada com a vida monótona e quer algo novo para ocupar o tempo, mas tem a concentração de um peixinho dourado. Aposto que na semana que vem será algo diferente. Quem sabe ela não abra uma loja de doces com formatos dos bichinhos que aparecem no filme Animais Fantasticos. Bem, eu realmente não duvidaria. Nunca duvide de Han Chae-rin. Só espero que ela não tenha hipotecado a casa para financiar esse último projeto. Ao menos sei que meu pai está de olho nela, já que eu e Christopher não estamos mais lá.
- Como você está, meu filho? - Pergunta depois de um tempo. - Desculpa por não ter perguntado antes. Eu estava tão empolgada.
Por um momento, apenas por um segundo, hesito, e tenho toda a atenção de minha mãe.
- Estou ótimo, mamãe.
- Jisung? Você conheceu alguém, não é? - A empolgação em sua voz chega a ser palpável. - Vamos, filho, me conte tudo.
Oh, Deus. Como ela faz isso?
- Bem... é... sim, eu meio que... conheci sim. - Responde nervoso. Como irei dizer para minha mãe que estou, de fato, saindo com o meu chefe?
- Ora, não se acanhe, Jisung! Quem é o homem sortudo? - Pergunta animada. - Como o conheceu?
- Então... - Solto um risadinha sem graça. - É meio que... assim... hum...
- O que houve, meu bebê? Eu sou sua mãe, você sabe que pode falar qualquer coisa comigo. - Diz do outro lado da linha, com a voz tão suave e delicada que rapidamente meu coração se acalma.
- Promete que não vai me julgar, mãe? - Indago receoso.
- Você está me assustando, garoto. Por a caso está saindo com algum mafioso? Dono de um puteiro? Um cafetão? Jisung, você é stripper?
- Meu Deus, mãe! Não! - Dou risada do seu exagero, fazendo-a rir também.
- É claro que eu nunca o julgaria, meu filho. Pode falar. - Diz e percebo que ela está sorrindo. Minha mãe sempre costuma fazer piadinhas quando tem alguma noção de quando estou um pouco nervoso, só com o intuito de me fazer acalmar. E, bem, todas as vezes funciona.
- É que... ele... o homem que conheci, se chama Lee Minho. E, ele é, digamos... - Engulo o seco e respiro fundo, logo soltando a frase de uma vez. - meu chefe.
O outro lado da linha fica em um silêncio ensurdecedor, e eu só tenho a certeza de que ela não desligou porque consigo ouvir nitidamente o som de sua respiração vinda do celular e indo de encontro ao meu ouvido esquerdo. Respiro fundo, tentando a todo custo afastar as paranoias de que minha mãe poderia estar me julgando e achando-me completamente antiprofissional. Porque, uma coisa é Sra. Celver falar isto e eu não me importar já que a opinião invejosa dela é irrelevante, mas a de minha mãe... é importante. Sua aprovação é importante.
- Jisung... ele o faz feliz? - Ouço sua voz suave, me pegando de surpresa com a tal pergunta.
Suspiro, sentindo o coração acelerado, e me faço aquela pergunta mentalmente mais uma vez. Minho me faz feliz? Lembranças de sábado a noite assombram minhas lembranças. O momento diferente e tão cotidiano que foi dançar na sala de estar ao som Elvis Presley, ou quando assistimos meu desenho favorito na sua sala de cinema. Ou, quando eu consigo ter a noção e a satisfação de vê-lo se entregando, aos poucos, para todo esse sentimento único e intenso. Tão quente ao ponto de você se queimar, do mesmo jeito que lavas furiosas de um vulcão em erupção poderia fazer.
- Sim, mamãe. Ele faz. - Sussurro a resposta em voz alta, não segurando o sorrisinho bobo que faz questão de se alastrar nos meus lábios.
- É isso que importa, filho. - Diz delicadamente e sei que está sorrindo. - Não no que ele trabalha ou o que isso significa e faz ele ser para você. O importante sempre e unicamente será a sua felicidade. Só peço que tenha cuidado, tudo bem? Sabemos que existem pessoas más demais neste mundo.
- Sim, senhora. - Suspiro, sentindo-me sortudo de ter Anne como minha mãe. - Eu amo tanto você, mamãe. Sinto muito a sua falta.
- Também amo você, meu bebê. Mal vejo a hora ve-lo junto com o seu irmão. Eu e seu pai estamos quase morrendo de saudades de vocês. - Fala baixinho, e no fundo escuto a voz grossa de meu pai concordando com ela.
- Em breve pretendo ir visita-los. Eu prometo.
- Não se esquerda de trazer o seu novo namorado. Quero conhece-lo. - Murmura ela, e ouço a risada de papai.
- Mãe! Nós... nós não... não estamos namorando. - Tento avisar.
- Ah sei, sei. Na minha época era muito mais fácil, sabia? Mas vocês, jovens de hoje em dia, sempre complicam tudo!
- Mãe... - Dou risada da sua fala.
De repente a campainha do apartamento toca, ecoando o som agudo e alto por todo o ambiente, ao ponto de me assustar com o súbito barulho. Eu não encomendei ou pedi nada. Será que Félix chegou cedo mas esqueceu a chave em casa?
- Mãe, tenho que desligar, tudo bem? - Aviso. - A campainha acabou de tocar e estou indo ver quem é.
- Você pediu algo? - Pergunta curiosa.
- Na verdade... não.
- Então cuide de pegar uma faca na cozinha, Han Jisung. - Manda com seriedade e eu tento não rir, porém no fundo sei que isso é o melhor a se fazer. - Nunca se sabe quem poderá ser o ser humano psicopata que vai bater na sua porta em plena meia noite.
- Ok, mamãe. Irei fazer isso.
- Depois me mande mensagem avisando que está bem ou irei chamar a polícia. - Dessa vez eu não consigo segurar a risada do seu exagero. - Não ria, Hannie! - Briga, mas no fim até ela acaba rindo.
- Tudo bem, dona Chae-rin. Irei avisa-la que estou vivo daqui à cinco minutos, isso está bom para você? - Mais uma vez a campainha toca. - Tenho que ir. Amo você, mãe.
- Também amo você, filho. Mande mensagem! - Responde e logo em seguida finalizo a ligação.
Em passos lentos vou até a cozinha, indo diretamente até o faqueiro ao lado da pia e pego a faca maior que existia ali. Respiro fundo e guardo o celular no bolso da minha calça moletom, iniciando meu caminho até a porta. Pela fresta de luz do lado de fora eu consigo enxergar perfeitamente a sombra de dois pés. Controlo o máximo que consigo a minha imaginação fértil para não imaginar uma morte brutal como destino para mim, dentro de meu próprio apartamento, e que provavelmente poderia passar em algum episódio de assassinos em série que eu gosto de assistir no Investigação Discovery. Só que dessa vez seria contando a história da minha morte, comigo sendo a "estrela" principal.
Ok, Jisung, pare de imaginar besteiras! E mais uma vez a campainha toca. E de novo eu me assusto.
- Ai que caralho. - Xingo baixinho. Quem seria uma hora dessas? Se for mesmo Félix, eu vou dar um cascudo na cabeça assim que pisar aqui dentro só por ter me assustado.
Coloco a faca em cima da cadeira que fica ao lado da porta onde tenho fácil acesso caso precise, e finalmente seguro a maçaneta e a giro sem enrolação. Assim que avisto quem era do outro lado da porta meus olhos olhos se arregalam em surpresa. Eu realmente não estava esperando por ele. Ali, parado em minha frente, parecendo completamente perdido.
Seu corpo delicado e másculo está sendo coberto somente por uma camisa de manga comprida feita de um tecido quase transparente, uma calça jeans meio larga e um tênis simples nos pés, o simples conjunto todo somente da cor preta. Uma roupa tão sem vida quanto o olhar que ele me dirigia. Os olhos vagamente vermelhos como se estivessem ardendo muito ou segurando o choro, parcialmente escondido por alguns fios do seu cabelo castanho que se encontrava numa bagunça deplorável naquele momento. Sinto meu coração errar uma batida dolorosa, por conta da visão que eu estou tendo dele pela primeira vez se deixando ser tão vulnerável e destruído na minha presença.
Exatamente como uma tela de um quadro de arte estritamente complexa e detalhada. Com um significado que poderia facilmente assombrar os seus sonhos à noite, apenas por ser triste ou assustador demais.
- Oi. - Sussurra com a voz rouca, quase falhando ao falar. - Aquela proposta... d-de outra boa noite de sono... ainda esta valendo?
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