Parte III
— Eu não deveria ter vindo aqui... — ela falou.
— É errado sentir um pouco de prazer, tenente?
— Não me chama de tenente. Sabe que eu odeio que me trate como sua superior.
— Tudo bem, Alex. Melhor assim?
— Bem melhor. — Ela sorriu, ainda de olhos fechados, jogada de bruços sobre o colchão. — Preciso voltar ao meu setor. — Abriu os olhos, virou-se para cima e levantou-se. — Me desculpa, Gael, eu não queria fazer isso e depois te deixar preso aqui, eu...
— Para de bobagem, Alex. Foi uma coisa boa pra nós dois. E eu não quero que se sinta culpada, além do mais, foi uma prova a mais de que eu estou bem — ele dizia enquanto AJ vestia a saia.
— Mas — Ela se abaixou um pouco para encaixar o sapato nos pés —, como conseguiu controlar aquelas coisas todas que aconteciam no seu corpo e nos seus olhos? — Indagou curiosa.
— Acho que com o tempo aprendemos a conviver com isso, já faz parte de mim agora. Então só se revelam quando eu quero, o que não é o caso.
— Eu venho acompanhando seu desenvolvimento, mas você se nega a falar com o RW. Eu precisava muito que respondesse às perguntas dele, pra poder te ajudar. — Ela terminou de vestir o jaleco e colocou a mão sobre a perna do rapaz.
— Você não entenderia. Eu sei que observar minha evolução pelo monitor e pelas ondas magnéticas é o suficiente para suas pesquisas.
— Não, não é. Tipo isso que acabou de me dizer, eu não teria como adivinhar como você controla o gene W5 que tem no seu sangue — replicou.
— Que seja. Não quero falar sobre isso. Pode ser? — Tentou não parecer grosso, mas a frase saiu com uma entonação arrogante que ele não pôde controlar.
O homem começou a vestir o macacão de interno outra vez, sem muita animação.
— Então, eu já vou. Eu só preciso amarrar melhor o meu cabelo e... — Ela contraiu a face, parecia sentir alguma dor. — Ai! — Colocou a mão na cabeça.
— Está doendo, tenente? — Gael perguntou, chegando mais perto dela, ainda com parte do macacão aberto.
— Sim, parece que minhas veias estão...
— Pegando fogo? — ele perguntou tentando disfarçar um pequeno sorriso que se formava no canto de seus lábios.
— Espera, AH! — Alexandra permanecia gemendo com a mão na cabeça. — O que você... o que você fez comigo?
— Nada, ou tudo. Depende da maneira que vai encarar — disse e riu.
— Eu não deveria ter confiado em você — respondeu ela, já com menos dor, porém sentindo coisas estranhas por todo o corpo. Queimações nos órgãos internos, náusea, era como se fosse explodir.
— Não, não, não. Eu fiz isso por nós. Enfim vamos poder usar o que criamos. Imagine só, o mundo está um caos, e nós somos super-humanos. Eu descobri tantas coisas que podemos fazer.
— Como se eu não vi nada pelos monitores? — Alexandra questionou, com um misto de raiva, decepção e desespero.
— O W5 não agiu apenas no meu corpo, minha amada Alex. Também expandiu minha mente em níveis incomuns. Eu sei de tantas coisas, coisas que vocês demoraram anos para conseguir decifrar, e outras que nem em mil anos a humanidade será capaz de saber. E agora... — Gael se aproximou de AJ e colocou o polegar e o indicador em seu queixo. — Agora você também saberá, só precisa de um pouco de prática, mas eu irei te ajudar.
— Eu não... Eu não deveria ter...
— Apenas aceite a dádiva que eu lhe concedi. Só precisa me levar até o lado externo e nós iremos devolver tudo no mundo ao seu devido lugar.
— Gael, isso não faz sentido. Nós dois nunca conseguiremos fazer algo tão grandioso sozinhos — insistiu a moça.
— Eu sei o que precisamos fazer, só... — Ele segurou a mão de Alexandra com cuidado. — Só preciso que me ajude, é a única em quem eu confio.
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19 de junho de 2302
Base Aérea de Ramstem, Alemanha
3:45 am
— Alerta de segurança máxima! Repito, alerta de segurança máxima! — O general P. Johnson dizia, fazendo ressoar o alarme em todo o perímetro.
O homem deixou a sala de segurança imediatamente e, nos corredores, homens corriam para todos os lados. Um deles, um jovem soldado americano, tentava entender o que se passava, parecia desnorteado quando trombou com Johnson.
— O que está acontecendo, general?
— Eles estão aqui! Estão aqui! — O Senhor de meia idade respondeu, com os olhos esbugalhados.
— Quem? — O jovem indagou, banhado pelas luzes vermelhas que giravam.
— Os humanos modificados, fugitivos da Área 51.
— Mas são apenas dois, general. Por mais que sejam fortes, temos armas.
— Não, você não está entendendo! — Johnson replicou exaltado, desesperado, atemorizado.
— Então, o que é? — O rapaz tentava entender.
O general segurou em seu ombro, olhou no fundo de seus olhos e explicou:
— Eles não estão sozinhos, os aliens, os aliens estão com eles.
Tudo o que se ouviu depois, foi o estrondo de magnitude imensurável. A base de Ramstem foi apenas um aviso do que estava por vir. Alexandra e Gael agora eram líderes de uma revolução e estavam dispostos a trazer à tona tudo o que estava às escondidas. Mas não apenas isso, o poder intelectual dos dois era tanto que não mais a normalidade mundial era sua meta, e sim a dominação completa de tudo e de todos os seres. Enfim, a tese do grupo de cientistas estava correta, a mistura humana e extraterrena era capaz de feitos incríveis, e o caos que trouxe ao mundo, foi bem pior que a separação de homens e mulheres.
— Gael! — disse a moça ao passar pelo portão que fora destroçado pelos seus auxiliares. Seus cabelos separados em mechas de diferentes cores balançavam contra o vento, deixando sua pele branca, coberta em parte por uma jaqueta preta, ainda mais realçada. — Tem certeza?
— É o nosso momento, Alex.
Ele deu a mão para a mulher ao seu lado e encararam juntos a construção que já estava sendo invadida por todos os cantos possíveis.
— Vamos.
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Obrigada por ler até aqui.
Esse foi só um ensaio para o meu livro de ficção científica (sem Hot rsrs), que pretendo lançar em breve. Não tem ligação com esse conto, mas é nessa pegada.
Eu espero do fundo do coração, mãe, que a senhora não tenha lido isso aqui. Mas caso tenha, não fui eu que escrevi, roubaram meu telefone, postaram isso aqui e trocaram a senha. Quando eu for aí te explico melhor.
Até a próxima!
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