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Parte I

Todos sabíamos para onde estávamos indo. A humanidade não tinha outro caminho possivel. O ano, 2302. Dois anos após a decisão estapafúrdia dos governos aliados de separar homens e mulheres em "tribos" distintas. Os homens ficaram com os continentes da Ásia, África e Oceania. Enquanto às mulheres foram destinadas as Américas, do Sul, Central e Norte, assim como parte da Europa, a que não estava sendo usada como base de lançamento para a cidade espacial, habitada apenas pelos mais nobres.

Maridos foram separados de suas esposas, filhos de suas mães. Famílias inteiras foram destruídas e apenas alguns agentes pertencentes às áreas mais confidenciais do governo eram permitidos de viver com pessoas do sexo oposto, em alojamentos próximos. Os homens que permaneceram nos Estados Unidos, por exemplo, eram apenas aqueles que serviam à Força Militar, cientistas e alguns médicos. E assim acontecia com as mulheres que ainda viviam na Ásia e continentes "masculinos".

Enquanto o mundo inteiro vivia o caos por essa terrível decisão, nos lugares mais secretos, os líderes governamentais escondiam coisas, e ninguém poderia imaginar o que ainda estava por vir.

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10 de junho de 2302

Estados Unidos, Condado de Lilcoln, Nevada;

Destacamento da Base Aérea de Edwards, Área 51

09:30 pm

A tenente Alexandra Jones, codinome AJ, descia as escadas do alojamento, anexo vinte e sete, ala 3, privada. A roupa habitual de proteção corpórea era ignorada pela mesma, segundo ela, não havia nada que pudesse machucá-la ou infectá-la. O general PG a fez assinar um termo, no qual afirmava a sua total responsabilidade pelos danos que poderia sofrer pela exposição aos laboratórios mais deletérios e mortais. Contudo, nada a fez mudar de ideia e, por esse motivo, naquela noite ela usava um de seus jalecos brancos, óculos transparentes com proteção contra raios UV, luvas, uma saia solta de tecido emborrachado e sapatos com sola de madeira. Estava atrasada, seu turno começara há dez minutos e sabia como aquilo afetava o andamento de muitas coisas em seu setor.

Sem demora, a mulher correu até a sala de confirmação que ficava cerca de cinquenta metros longe de seu quarto. A base era enorme, a projeção primordial foi mantida, mesmo depois de tantos anos. Eram vinte e cinco hangares e dez andares subterrâneos. Quanto mais abaixo o andar estivesse, maior era o grau de confidencialidade do que estava reservado nele. Havia muitas estruturas montadas e em construção, computadores da mais alta tecnologia.

Alexandra tinha tudo aquilo como seu lar, e nos momentos – raros – em que era dispensada para aproveitar o mundo exterior, sentia falta daquele lugar. Seu pai fora um dos maiores agentes da força aérea e, depois de seu falecimento, sua mãe não se casou com mais ninguém. Mas o que mais lhe doía era sair de lá e ter que consolar suas irmãs, que por conta da decisão governamental estavam longe de seus respectivos maridos e filhos.

AJ era a mais nova, sempre deu prioridade aos estudos e à carreira, queria ser como o pai. Conseguir uma vaga de confiança na força militar dos Estados Unidos custou praticamente sua vida, tendo em vista que ela não fazia nada além de decorar códigos, senhas, fórmulas matemáticas e nomes de teorias inexplicadas que deveriam ser testadas pelos candidatos ao cargo tão almejado. Ser tenente lhe foi de grande ajuda, mas nada poderia servir de experiência para o que ainda iria enfrentar.

Alexandra adentrou o pequeno cômodo de paredes metalizadas, aproximou-se do leitor de retina e permaneceu com os olhos abertos até a verificação final.

Insira o código do andar em dez segundos. — A voz robótica ordenou.

A agente se posicionou em frente ao painel e digitou "S4".

Em seguida o painel apresentou a seguinte mensagem:

TOP SECRET

ÁREA DE RELEVÂCIA MÁXIMA, FAVOR CONFIRMAR O CÓDIGO POR VOZ. USE CHAVE DE SEGURANÇA E CODINOME AUTORIZADO PARA ENTRADA.

Alexandra revirou os olhos. Apesar de já estar acostumada, era enfadonho ter que repetir sempre o mesmo rito, todos os dias.

— Chave de segurança: dois, cinco, meia, três, Acesso à entrada para S4, requerido por AJ — falou, com os lábios próximos ao microfone acoplado à máquina.

— Acesso concedido, favor direcionar-se ao elevador três.

Ela caminhou até o fim da sala, onde existiam cinco portas de elevador e se direcionou à terceira. Enquanto caminhava, reparou que nos metais reflexivos das paredes era possível enxergar todo o seu corpo. Desde o rabo de cavalo, preso no topo da cabeça, até o sapato que destoava do resto da roupa. Indagou por um instante o motivo pelo qual se arrumava todos os dias, ninguém iria vê-la a não ser no refeitório. E ainda assim, todos tinham algo mais importante a fazer, não perderiam tempo a olhar para o modo de se vestir de uma cientista.

"Eu faço isso por mim mesma" repetia em pensamento, para o seu interior.

A porta do elevador se abriu e ela deixou aquelas ideias imbecis e inúteis para trás.

Não havia nenhum botão, a máquina era programada para deixá-la exatamente no andar destinado, sem paradas ou qualquer outro tipo de movimentação.

Alexandra posicionou o pulso em frente aos olhos, observou a espécie de relógio que o envolvia e disse:

— Relatório geral: dois, cinco, meia, três.

Nesse instante, um holograma azulado apareceu com uma sequência de palavras e números. Alexandra analisava cada um enquanto mordia o lábio inferior, como uma forma de concentração.

— Isso não está certo. Não, não está — dizia, enquanto balançava a cabeça para os lados.

De repente, sentiu cessar o movimento e desligou o relatório virtual.

Ela caminhou pelo corredor de paredes brancas, repleto de adjacências reveladas por vidros transparentes. Ainda um pouco atordoada com o que vira em seu relatório, sua mente vagava como se não estivesse ali, era com certeza um péssimo dia para o trabalho. Seus olhos estavam fixos no fim do corredor, mas não prestava atenção em seus passos ou no que acontecia ao seu redor. Foi então que uma batida estrondosa no vidro ao lado dela a fez despertar. Ainda com palpitações pelo susto, colocou as mãos no peito e respirou fundo. Em seguida, aproximou-se do compartimento e deu um sorriso fechado:

— Eu daria tudo pra soltar você no meio do deserto e ver quanto tempo essa sua casca fina aguenta embaixo do Sol escaldante — falou, enquanto observava a criatura humanoide com braços finos e olhos esbugalhados que se debatia contra as paredes.

No geral, os seres extraterrenos, quando capturados, não ofereciam muita resistência, e quando presos como aquele estava, não se movimentavam demais, exceto Lincoln, apelido "carinhoso" que a própria AJ havia dado a ele. Ninguém sabia quando teria um de seus ataques de fúria, mas era seguro, o reforço de chumbo e vidro blindado não permitiam que saísse de sua "cela".

Alexandra deslizou os dedos encobertos pela luva, no local onde conseguia enxergar o ser.

— Estamos todos no mesmo barco — disse com esmorecimento.

Depois disso voltou a caminhar. Ela olhava para todas aquelas "coisas" e achava incrível ainda não ter se arrependido do trabalho escolhido. Qualquer um sentiria medo, nojo, repulsa ou até mesmo pavor, mas ela não. Alexandra gostava de descobrir cada dia uma nova particularidade daqueles seres. Era possível ouvir o barulho que cada um deles fazia, e também observar cada um de uma outra perspectiva. A mesa que continha os computadores e alto-falantes era o lugar preferido de AJ.

A moça direcionou-se ao seu local de análise e informou ao seu companheiro de trabalho que poderia voltar ao alojamento.

Quando se sentou na cadeira enorme e confortável, olhou para todos os monitores, observou por alguns poucos minutos a movimentação e anotou algumas ressalvas, à mão, em uma prancheta. Ela gostava de escrever, se sentia mais útil.

Seus olhos passeavam pelas telas e seus dedos pelas teclas. Havia uma sala em especial que detinha a maior atenção da tenente. Ela queria ceder ao impulso de ligar o microfone do cômodo D, e ouvir o que a presença que habitava ali queria dizer. O ser de aparência humana sempre tentava chamar a atenção de AJ, mas ela nunca ligara o alto-falante referente à sua sala para que o pudesse ouvir.

Ele, por sua vez, apenas o fazia no turno de Alexandra, e todos os dias ela olhava a movimentação, porém não se permitia ouvir nada. Talvez a culpa a consumisse.

Estranhamente, naquela noite, algo de diferente ocorreu. Quando ligou o monitor D, o ser estava deitado, com as mãos entre as pernas em posição fetal. Aquilo era novo. Ele sempre estava sentado, treinando golpes no ar ou então gesticulando em frente à câmera, jamais prostrado, como um moribundo.

A tenente semicerrou os olhos e aproximou mais as vistas do monitor. Franziu o cenho, olhou o relatório de estado de saúde deixado pelo colega que acabara de sair, e estava tudo bem quanto a isso.

Então, qual seria o motivo do desânimo repentino?

Após pensar um pouco, repensar e formular uma tese em sua cabeça, AJ decidiu ligar o microfone para ouvir o que se passava, e também o alto-falante interno, para que ele a ouvisse. Alexandra pigarreou, olhou o monitor mais uma vez e se aproximou do objeto:

— Relatório de voz, tenente AJ falando, como se sente? — disse, e no mesmo instante, o ser se levantou e se pôs de pé. Olhando para a câmera.

— Então você está aí? — disse ele e sorriu com malícia.

— Droga! — Ela sussurrou e bateu com o punho sobre a mesa.

"Como não percebi que era um truque?" pensou.

— Sim, cumprindo com meus deveres. Mas já percebi que era apenas um blefe — respondeu ríspida e sua voz ecoou pelo cômodo onde estava o ser.

— Faz tempo que não vem aqui para conversarmos. Eu sinto sua falta, sabia? — Ele continuou sem desviar o olhar da câmera.

— Eu... Eu não acho prudente conversarmos.

— Não sente saudades minhas, tenente?

— Você não é a mesma pessoa de antes, Gael — replicou.

— Não, não sou. E por quê? Hein, Alex? — Ele questionou, com os braços cruzados.

— Você mesmo disse que queria testar o DNA não-humano, não é culpa minha!

— Mas a senhorita assegurou que não teria efeitos colaterais sérios. Eu confiei na minha parceira de trabalho e de...

— Chega, Gael! O que você quer? — ela retorquiu, exaltada.

— Quero que venha até aqui para conversarmos cara a cara. Quero ver você, é a única pessoa com quem tenho contato... Você sabe que eu não virei um monstro. Pelo menos não ainda, queria saber como andam as coisas lá fora — falou e se sentou na cama novamente, seu olhar estava vago e triste.

— Sabe que eu não posso ter contato com os internos.

— Você está me comparando a um desses seres que ficam aqui do lado? Alex, eu ainda sou o mesmo. Veja meu corpo, meu rosto, ainda sou o homem que te fazia sentir todas aquelas coisas...

Um silêncio arrepiante tomou conta do local.

— Está bem, está bem. Espere um minuto. E se abrir a boca para o RW amanhã, eu nunca mais volto a falar contigo. Entendeu? — advertiu.

— Jura mesmo que vai vir? — perguntou, parecia estupefato.

— Sim, só fica quieto aí. 

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