CAPÍTULO TRÊS
Sonhei que tinha comprado uma prótese nova e Luigi a devorou no mesmo dia.
Um pesadelo, na verdade!
Acreditei que meu desconforto ao acordar naquela segunda-feira fosse pelo pesadelo. Mas conforme fui seguindo minha rotina, aquilo pesava mais em mim. Eu não conseguia explicar. Eu não acreditava muito em horóscopo, mas alguma coisa estava desalinhada no meu signo… ou planetas… Tanto faz.
Depois do café fui para o quarto me arrumar, tinha que chegar logo no café para mais um dia humilhante na cozinha. Era como se eu estivesse em uma corda bamba no trabalho. Não conseguia deixar de me preocupar.
Juntei meus cachos no alto da cabeça e os prendi em um coque bem apertado. Verifiquei a hora no celular, faltavam uns quinze minutos antes de sair. Mas o que me surpreendeu foi uma mensagem de Theo.
Bom dia, linda!
Posso falar com vc na universidade?
Franzi a testa. Admito que fiquei muitíssimo curiosa. Theo nunca me mandava mensagens assim. E como uma boa ansiosa, os piores cenários foram se formando na minha mente.
Será que ele começou a namorar?
Engravidou alguém?
Vai mudar de cidade?
VAI MORRER?!
Oh, Deus.
Então o desconforto duplicou, me deixando angustiada.
Saí do meu quarto, zonza, com meus pensamentos desgovernados. Um corpo pequeno bateu no meu antes de entrar na sala, pensei que fosse minha mãe, mas era só Nanda toda bagunçada.
— Ah, oi! — cumprimentei, ela e meu irmão tinham uma amizade com benefícios fazia um tempo. Eu não sabia com que frequência acontecia o lance deles, sempre saíam juntos com Yan, mas em casa era raro encontrá-la pela manhã.
Ela se apoiou na parede, sem me responder. Só então notei sua palidez, me assustando.
— Ei, você tá legal? — Aproximei-me, segurando-a pelo braço. — Lucas ainda tá na cama?
— Não — ela ofegou negando com a cabeça, cerrando as pálpebras. Ela estava suando, sua pele amarela nunca esteve tão sem cor. Os olhos puxadinhos mal se mantinham abertos. — Eu só preciso sentar um pouco.
— Tá legal, vem. — Ajudei ela a chegar ao sofá. Eu a achava uma vaca, a tampa da panela do meu irmão, mas não a deixaria quando parecia um defunto em pé. — Vou chamar alguém.
Ela segurou meu pulso com uma força que não condizia com o seu estado.
— Não, por favor — balbuciou, a respiração irregular.
— O que eu posso fazer então? — Já estava na minha hora, mas deixá-la daquele jeito sem avisar ninguém… não era certo.
— Pode me deixar quieta. — Seus olhos escuros me fuzilaram. Tinha algo errado e pelo jeito ela sabia bem o que era, mas não queria que outras pessoas soubessem. Em vez de estar agradecida com minha ajuda, parecia mais aborrecida.
Como disse, uma vaca!
— Uhum — resmunguei chateada e um tanto irritada. Ajeitei a alça da mochila e saí.
À noite, quando me sentei à mesa da lanchonete do campus para jantar com a máfia maligna, Fernanda me ignorou. Ela estava escondendo alguma coisa e, francamente, eu não podia me importar menos.
— Tem uma festinha sábado, bora? — meu irmão perguntou a Yan, enquanto enfiava uma batata frita na boca.
— Bora — confirmou Yan, e dirigiu seus olhos cor de mel para mim. Segurei um suspiro. — Quer ir também, Iza?
— Ela não vai a esses lugares sem o tapa olho! — grunhiu meu irmão, franzindo o cenho. Fiquei pasma pela sua estupidez, Nanda afundou mais na cadeira, tampando o rosto com uma mão. Yan parecia tão em choque quanto eu.
— Eu estou aqui! — Dei um soco em seu braço, mas a vontade mesmo era acertar seu nariz. — Eu vou a qualquer lugar que eu quiser do jeito que eu quiser, entendeu?!
Um calor subiu ao meu rosto, cerrei os punhos sobre a mesa, me remoendo de raiva.
— Mas não com a gente! — Trincou o maxilar, cravando o olhar em mim de uma forma que deveria me assustar se eu não estivesse tão brava. Ele voltou-se para Yan. — Não. Com. A. Gente!
Yan não protestou, mas encarou o amigo de uma forma estranha. Os dois eram amigos de infância, morávamos no mesmo bairro e estudamos todos juntos, foi bem fácil me apaixonar com Yan sempre por perto. Acredito que ele só aguentava meu irmão agora porque sabia que um dia, no passado, Lucas foi um garoto gentil. Eu também me sentia assim, como se devesse relevar porque ele passou uma barra que eu não sabia se teria aguentado.
Mas isso não me impedia de ficar muito puta com ele!
Lucas olhou além, abrindo um sorriso cínico. Me fitou de esguelha.
— Seu Emo Triste vem aí! — cantarolou baixinho.
Virei rapidamente, Theo se aproximava com as mãos no bolso do jeans, vestia uma camiseta preta com a estampa da cara de um ET. Ele usava uma bandana preta na cabeça, uma que já tinha visto outras vezes. A mochila pendurada só em um dos ombros.
Mordi o lábio.
Ele ia se aproximar da máfia!
Eu não podia deixar.
Onde estava Ana que não estava debaixo de seu braço?
Então lembrei de sua mensagem que havia somado no meu desconforto que durou até o meio-dia. Esqueci completamente de respondê-lo.
Levantei-me, segurando minha mochila. Deixei meu pastel pela metade e o meu refri e tratei de ir até Theo antes que ele chegasse perto demais daquela mesa tóxica.
Eu gostava demais dele para deixar ser poluído por aqueles três… Quer dizer, dois. Yan era uma boa pessoa.
— Oi, desculpa não te responder, eu… Aconteceu tanta coisa que nem tive tempo de respirar. — Soltei uma risada tensa, puxando-o para um pilar para ficarmos longe do caminho das pessoas. — Onde está a Ana?
— Ela está jantando — respondeu sem desviar o olhar de mim. Procurei pelo lugar, avistando-a praticamente no outro extremo do salão, ela nos observava como uma águia. Meu coração estava acelerado e eu nem sabia o porquê.
— O que você precisa falar comigo? — inquiri, sendo presa por seus orbes, estavam mais para o verde do que para o castanho naquela noite e também… tão quentes e intensos.
— Antes, preciso que prometa que vai ser sincera comigo — pediu mantendo a voz baixa de uma forma que me obriguei a ficar mais perto. Theo estreitou mais a distância entre nós, raspando os nós dos dedos na minha coxa.
— Como assim? — Eu odiava que me pedissem para prometer uma coisa que eu nem sabia o que vinha a seguir, ou que pedissem um favor sem antes dizê-lo.
— Só prometa ser sincera, é bem simples. — Sorriu, parecia calmo demais… ou apenas se segurando para não mostrar demais… Eu não saberia distinguir.
— Prometo — cedi a contragosto. — Me conta, estou ficando nervosa.
— Nem imagina o meu estado então. — Theo riu, mais pelo nervosismo do que pela piada.
Olhei por sobre o ombro, para a mesa do meu irmão. Os três estavam envoltos em algum assunto, melhor assim. Fitei Theo, uma agonia foi crescendo dentro de mim. Decerto veio me contar que estava namorando, um cara lindo como ele não ficava tanto tempo solteiro. Provavelmente era Ana. Com certeza era ela.
Cerrei os punhos, afundando as unhas nas palmas.
— Luiza, eu… — Hesitou, engolindo em seco.
— O quê? — Cruzei os braços, nem pisquei.
— Eu…
— Você o quê?
Ele empalideceu. Minha preocupação me golpeava a cada segundo sem uma explicação.
— Você está morrendo? — perguntei, lembrando do estado de Nanda de manhã, ele não parecia tão diferente dela agora.
— Acho que sim. — Assentiu. Pestanejei, pois pareceu que estávamos falando de coisas diferentes. Ele só estava nervoso, o que tinha a dizer devia ser terrível para mim.
Ele estava com Ana.
Theo tirou a mão do bolso, trazendo junto uma caixinha pequena de veludo. Espera…?
Então o impensável aconteceu, Theo se ajoelhou, ficando com uma perna dobrada. Abriu a caixinha revelando duas alianças de prata.
O que estava acontecendo?
— Luiza — disse, os orbes brilhando em minha direção. — Aceita namorar comigo?
CA-RA-LHO!
Meu queixo caiu, perdi completamente a fala pois tudo o que minha mente conseguia produzir eram palavrões. Acho que parei de respirar também. O mundo inteiro travou junto comigo. Eu nunca fui pedida em namoro, também nunca fiz o pedido a ninguém, e acreditava que isso não aconteceria… tão cedo e daquela forma.
Espera!
— O quê? — Eu não estava sendo pedida em namoro, pois isso não estava na lista de possibilidades da Luiza. Tinha acabado de inventar aquilo.
Theo se levantou, ainda segurando a caixa aberta. Não parecia mais tão nervoso, abriu um sorriso de canto. Meu coração parou.
— Aceita namorar comigo? — repetiu, as bochechas ganhando cor, era engraçado porque até seu nariz ficava meio rosinha.
Eu estava pronta para perguntar “o quê?” de novo, quando a pior situação da minha vida começou. Ao se ajoelhar Theo chamou atenção, devem ter visto seu pedido antes dele se levantar, pois alguém começou a gritar:
— ACEITA! ACEITA! ACEITA!
Entrei em pânico.
— ACEITA! ACEITA! — mais vozes se juntaram ao coro, foi questão de segundos para todo mundo estar olhando em nossa direção, batendo palmas e gritando: — ACEITA! ACEITA! ACEITA!
Eu estava prestes a começar a chorar.
— Droga — murmurou Theo, inclinando-se em minha direção. — Não era para isso acontecer.
Ah, sim, ele se ajoelhou na minha frente com uma aliança, no meio de uma lanchonete lotada de estudantes e teve a ingenuidade de acreditar que ninguém notaria?!
Encontrei a mesa do meu irmão, eles estavam olhando na nossa direção, não tinham se juntado ao coro, estavam rindo. E o que me chocou foi que Yan também estava. Ele estava rindo de alguém me pedindo em namoro? Com certeza aqueles três não acreditavam que alguém poderia se interessar em mim o suficiente para tanto. Certo, nem eu acreditava. Mas fiquei magoada pela reação de Yan. Ele não podia rir de mim. Eles não podiam rir do Theo!
Theo…
Fitei o rapaz na minha frente, esperando ansioso por uma resposta.
Eu não sabia onde ele estava com a cabeça, mas não deixaria ele ser humilhado na frente de toda aquela gente, não daria aquele gostinho para o meu irmão, senão não me perdoaria.
— Aceito — respondi alto, pareceu outra pessoa falando no meu lugar. Theo piscou, alargando o sorriso. Eu ia matar ele!
Todo mundo explodiu em palmas e assobios, foi uma balbúrdia que mal registrei quando Theo me tomou nos braços, me beijando. E naquele instante em que estávamos conectados, as preocupações da minha mente se calaram. Durou só cinco segundos, Theo recuou, segurando minha mão e me puxou. As pessoas continuavam assobiando, alguns caras até deram soquinhos no ombro de Theo.
Eu ainda estava me perguntando o que diabos estava acontecendo.
Achei que ele nos levaria até a mesa de Ana, mas estávamos indo para a saída. Procurei pela garota, algumas pessoas em pé tamparam a minha visão de onde ela estava.
Seguimos mais alguns metros depois de sairmos da lanchonete.
Era o momento de começar a gritar o que ele tinha na cabeça e acabar com aquilo sem uma plateia assistindo.
Oras, a gente transava há um tempinho, e concordamos no início que seria só sexo… Eu precisava entender as razões dele por trás daquele absurdo. Ele era apaixonado por Ana e eu por Yan, não fazia sentido namorarmos!
Theo parou, eu ia começar a gritar naquele momento…
Ele me empurrou para a parede, pressionando o corpo quente contra o meu e me beijando.
Eu ia gritar depois que ele parasse de me beijar.
Sua língua afoita invadiu minha boca, tomando espaço e ditando o ritmo. Uma de suas mãos foi para a minha cintura e a outra para a lateral do meu rosto. Coloquei as mãos por dentro da sua blusa, sentindo a pele morna. Eu gostava de beijá-lo, de transar com ele, gostava da forma que ele me tratava. Gostava do que a gente tinha. Mas namorar?
Era tão sem sentido que eu me perguntava se não estava num sonho maluco. Talvez Luigi aparecesse no próximo segundo com metade da minha prótese na boca.
Sua língua provocou o cantinho da minha boca, mordendo o local e puxando devagar.
— Namorada — sussurrou, sua risada despejando o hálito de menta no meu nariz. Eu ia gritar com ele. Naquele momento!... Agora! Theo puxou minha mão direita, deslizando o anel de prata no meu dedo anelar, o outro par colocou no dele. Sempre achei meio brega essa coisa de aliança de namoro. Ia esperar mais um pouco para começar a gritar, algo estava pesando no meu peito. — Diga alguma coisa.
Você enlouqueceu?
O campus era bem iluminado à noite por postes em todos os cantos. Mas onde estávamos, encostados na parede eu quase não conseguia distinguir o que tinha em seu olhar. Eu dificilmente conseguia mesmo com claridade.
A verdade era que eu não queria gritar com ele.
Um nó foi se formando na minha garganta. Eu queria que fosse verdade, que ele gostasse de mim, que eu gostasse dele, que a gente fosse um casal para valer.
Eu queria chorar!
— Eu tenho aula agora — balbuciei, piscando várias vezes para espantar o choro.
— Ah! — Ele pareceu decepcionado, mas sorriu. — Eu vou te mandar mensagens então, e a gente se vê amanhã?
Assenti, meus cachos balançando com o movimento. Minha respiração estava por um fio assim como minha sanidade.
— Boa aula, Iza. — Uniu os lábios aos meus mais uma vez.
O. Que. Estava. Acontecendo?
Era só isso que eu conseguia me perguntar, afundada no sofá da sala de casa às duas da manhã, com o olhar vidrado na tevê desligada. Eu ficava girando a aliança no meu dedo.
Theo mandou mensagens. Não respondi, e me senti péssima por isso. Quando eu o visse na faculdade, a gente conversaria. Eu já estaria recuperada daquele trauma e ele já teria se dado conta do erro que cometeu. Com sorte tudo se resolveria bem e a gente continuaria transando quando desse tempo. Era um bom plano.
Ainda podia ouvir aquele coro maldito de “aceita, aceita, aceita”. Eu teria pesadelos, isso se conseguisse dormir. No momento eu estava bem acordada.
— Filha?
Pulei no sofá, levando uma mão ao coração.
Minha mãe estava parada vestindo um roupão, os cabelos presos na nuca um tanto bagunçados. Ela acendeu a luz, tampei os olhos com o antebraço, piscando até me acostumar à claridade.
— O que tá fazendo aí parada? Quase achei que era um fantasma! — reclamou, apagando a luz outra vez. Ainda podíamos nos ver muito bem por conta da iluminação da rua.
— Não consigo dormir — choraminguei, deitando a cabeça no encosto do sofá.
Mamãe ajeitou melhor o roupão e se sentou ao meu lado, com os pés recolhidos no estofado.
— O que aconteceu? — Não dava para esconder nada da minha mãe, e eu nem podia mesmo, acordada àquela hora sem estar estudando era indicativo o bastante. — Ainda é sobre a prótese?
— Não. — Suspirei, colocando os pés sobre o sofá igual a ela, virando o meu corpo mais em sua direção. — Um cara me pediu em namoro.
Silêncio.
— Ah, eu não acredito! — Praticamente gritou agarrando meus ombros e me abraçou. A forma como ela vibrou com a notícia quase me fez chorar outra vez. — Filha, isso é incrível! Qual o nome dele? Onde ele mora? Quando ele vem aqui em casa? Ele coloca o feijão por cima do arroz ou o contrário?
Ergueu uma sobrancelha.
Neguei com a cabeça. Para todas aquelas perguntas que eu não queria responder. Principalmente a última já que nunca almocei com Theo. Mordi o lábio.
— O que foi princesa? — Ela abrandou a voz, relembrando meu estado de espírito. — Não está feliz por… — finalmente, era a palavra que ela ia usar. — Por ter um namorado?
Eu não tinha amigos, ninguém próximo o bastante para me abrir. Minha mãe era a única pessoa com quem sempre pude conversar, claro que eu não contava tudo para ela. Mas quando ficava pesado demais, era para o colo dela que eu corria.
— Eu não quero ser namorada dele! — confessei, Theo era o meu primeiro namorado e a experiência estava sendo péssima. Igual a todas as minhas primeiras vezes. Eu nem queria pensar nisso.
Ela me analisou com atenção e precisão de uma mãe. Colocou meus cachos para trás do meu ombro, deixando a mão ali.
— Então você disse não.
— Eu disse siiiimm — choraminguei com a ênfase, meus olhos ardendo com lágrimas. — Você sabe que eu gosto do Yan, mãe — abaixei a voz para não acordar ninguém. Eu preferia a morte a ter meu irmão ouvindo aquela conversa. — Só que o Theo fez o pedido na frente de um monte de gente e eu me senti pressionada, ele é muito legal e eu não queria humilhá-lo, entendeu?
— Ai, Luiza. — Fez um muxoxo, cruzando os braços. Ótimo, agora ela estava chateada comigo. — Isso não se faz, você devia ter chamado ele para um canto e conversado! — Eu não podia admitir que ver Yan rindo de nós pesou na minha burrice. — Esse cara deve gostar muito de você, filha. Isso não foi legal, eu exijo que resolva isso com o rapaz!
— Ele não gosta de mim. — Girei a aliança no dedo, me peguei pensando, pela segunda vez, que gostaria que a gente se gostasse.
— Ué? — Sua careta confusa me fez rir.
— Mãe, o Theo gosta de outra garota, eu tenho quase certeza… É uma amiga dele, ela não gosta de mim, eu não sou boba, sei que é ciúmes. — E tudo bem, eu não gostava dela, e não eram nem um pouco por ciúmes do Theo.
— Então por que ele te pediu em namoro? — indagou, arqueando uma sobrancelha. Ela estava tentando me provar um ponto, um que eu discordava bastante.
— É o que eu estou tentando entender. — Massageei minha têmpora dolorida.
— Por que você acha que ele não gosta de você, Iza?
Meu Deus, mãe! Olha pra mim! Eu não sou bonita o bastante para alguém querer namorar. Não tem nada encantador em mim!
— Se você vir com algum discurso depreciativo, eu vou te bater! — Apontou o dedo, a voz grave e brava.
— Então você já sabe a minha resposta! — Me levantei, deixando-a para trás, batendo a porta do meu quarto com força quando me chamou. Fiquei encarando a porta, esperando ela vir atrás, mas não veio, e isso me frustrou um pouco. Grunhi, chutando minha mochila do caminho e me joguei na cama.
Quando eu tinha quinze anos, um garoto da minha turma — que nunca tinha me dado muita importância — se aproximou. Ele não era muito bonito, mas eu fiquei boba rapidinho. Achei que tinha encontrado o cara que me faria esquecer Yan. Passado alguns dias de conversa, a gente se beijou, e depois de poucas semanas, transamos. Foi a minha primeira vez. Assim que conseguiu o que queria, parou de falar comigo, eu exigi uma explicação, ele admitiu que tinha apostado com os amigos que ficaria comigo, mas deixou claro que não cobrou a aposta, que não contou a ninguém sobre nós. Imaginei que por vergonha de ficar comigo. Não sei. Mas chorei três dias inteiros, Lucas não me deixou em paz até saber qual era o problema, e falei na bobeira de acreditar na promessa do meu irmão que ficaria quieto. No mesmo dia Lucas quebrou o nariz do garoto. Depois daquilo ele mudou de escola.
Era seguro gostar de Yan porque ele não me magoaria mais do que não corresponder meus sentimentos.
Peguei meu celular, abri o bloco de notas e escrevi duzentas palavras dessa vez, mais do que a soma da semana passada inteira.
Deixei meu braço cair, o celular deslizou da minha mão batendo no tapete.
Outra coisa que não estava na lista de Possibilidades da Luiza: publicar minhas histórias.
FIM DA DEGUSTAÇÃO. LIVRO COMPLETO NA AMAZON E KINDLE UNLIMITED 📍
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