Reflexões
Mesmo após várias horas após a saída da psicóloga de seu quarto, Integra ainda consegue escutar as últimas palavras dela em sua mente, como se a mulher estivesse aqui, bem ao seu lado.
Talvez seja pelo fato de que, infelizmente, ela ainda está presa a este hospital e, terá de ser assim por vários dias, mas, a verdade, é que as palavras dessa mulher simplesmente não lhe saem da mente.
A psicóloga teve o poder de impregnar sua mente com essas palavras, e, Integra simplesmente não consegue deixar de pensar nelas.
É como se, em sua mente, não houvesse espaço para mais nada, a não ser as palavras da psicóloga.
Desde que descobriu que está grávida, que carrega em sua barriga um filho de Philip, tudo o que conseguiu pensar foi em como nunca desejou esta criança e, em como a odeia com todas as forças de seu ser, principalmente por ela ser filha de Philip.
Nunca lhe passou pela cabeça que, por mais que esta criança que está em seu ventre seja filha de Philip, é também sua filha. Que, o mesmo sangue Hellsing que corre em suas veias também corre nas veias deste bebê que carrega seu ventre.
E que, o sangue puro dos Hellsing possa se sobressair ao sangue imundo de Philip e que, mais importante, esse bebê não precisa ser uma cópia do pai.
E se este bebê puxar a ela?
Ele pode dar continuidade a linhagem dos Hellsing em seu lugar.
Esta criança que carrega em seu ventre não precisa, necessariamente, ser uma cópia do monstro do pai, desde que ela saiba manter o monstro de Philip fora da criação de seu filho, só precisa encontrar uma forma de fazer isso.
Philip não parece ser do tipo paternal, mas, prefere não julgar sem ainda conhecer este lado dele, pois, como se enganou profundamente com o tipo de homem que se casou, prefere não contar com a sorte e, ver o desenrolar das coisas.
Mas, de uma coisa ela tem certeza, e, esta certeza é a de que, já que está sendo literalmente obrigada a carregar esta criança em seu ventre, fará o impossível para manter seu filho longe de qualquer influência negativa que Philip possa oferecer a ele, fará com que ele cresça como um verdadeiro Hellsing, não importa o que tenha de passar ou o que tenha de suportar para que isso aconteça.
Manterá seu filho longe de Philip custe o que custar!
Com esta decisão em mente, Integra fecha os seus olhos, a fim de descansar um pouco. Ela ainda se sente um pouco fraca, devido ao acidente que sofreu e, mesmo que esteja literalmente obrigada a estar neste hospital, uma parte de si mesma acha bom, pois, enquanto está ali, não é obrigada a estar em casa, ao lado do homem que, infelizmente, é obrigada a chamar de marido.
Se pudesse voltar ao tempo... Jamais teria se casado com ele, e, consequentemente, não estaria passando por esta situação. Mas, infelizmente, o tempo não volta e, por isso mesmo, ela é obrigada a estar ali, vivendo uma situação que nunca, em toda a sua vida, se imaginou viver.
Casada com um homem que ela odeia com todas as forças de seu ser, e que a fez sofrer as piores atrocidades possíveis.
Quando pensa em todo o sofrimento que passou ao longo de seu casamento com Philip, tudo o que consegue pensar é em como sente falta de sua vida de outrora, especialmente de seu servo.
Se ele não tivesse desaparecido, certamente ela não estaria passando por todo o sofrimento que, infelizmente, ela está sendo obrigada a passar.
Mas, infelizmente, ela não pode viver no passado, pois ele não volta mais, tampouco pode ser mudado. O que ela pode, e deve fazer é se concentrar no presente e, no que irá fazer de sua vida daqui para a frente, ainda mais agora que carrega esta criança em seu ventre.
Este pequeno Hellsing, que deverá liderar a Ordem Real dos Cavaleiros Protestantes e lhe suceder no futuro, tal como, muitos anos atrás, ela sucedeu o pai.
Pensar que seu filho pode lhe suceder no futuro faz com que um tímido sorriso surja em seus lábios, e, por um momento, ela se sente feliz como há muito tempo ela não se sentia.
Mas, sua felicidade dura bem pouco, pois, a porta do quarto se abre e, para seu completo desgosto, surge Philip, com um sorriso completamente cínico em seus lábios.
O conde se aproxima do conde de Integra e, contra a vontade dela, lhe dá um leve selinho nos lábios.
― Bom dia, meu amor. – fala Philip, sem tirar o sorriso cínico de seus lábios – Trago ótimas notícias para você, minha amada, adorada e bela esposa.
― Nada do que venha de sua boca imunda pode ser considerado bom, Philip. – Integra não perde tempo em rebater o homem que ela infelizmente é obrigada a chamar de marido.
― Tem certeza, meu amor? – questiona Philip, ainda olhando para a esposa completamente cínica.
― Absoluta. Ainda mais em se tratando de um homem completamente asqueroso como você!
― Olha lá como fala comigo, Integra, pois, quer você goste ou não, eu sou seu marido e, por isso mesmo, você me deve respeito e obediência.
― Já deveria saber Philip que, eu jamais vou respeitar ou obedecer um homem tão asqueroso quanto você!
Philip não gosta nem um pouco das palavras de Integra e, tomado pela raiva, dá uma forte bofetada no rosto da mulher, que, o encara com os olhos azuis crispando de tanta raiva.
― Olhe lá como você fala comigo, Integra, pois, como eu não canso de dizer, você é minha esposa, quer goste ou não, estamos ligados pelo matrimônio pelo resto de nossas vidas, você está ligada a mim, assim como eu estou ligado a você! Não há como mudar isso! Aliás, meu amor, quer você goste ou não, eu vim aqui para te dar uma excelente notícia e, não irei sair daqui sem dar ela. Conversei com o seu médico e, se você continuar evoluindo em seu quadro clínico, dentro de poucos dias terá alta hospitalar e voltará para casa.
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